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Em DVD - Crítica - Anjos e Demônios


Ron Roward talvez seja o cineasta vencedor do Oscar mais criticado e duvidos dos último anos. Com uma carreira cheia de altos e muitos baixos, Howard já trouxe ao mundo clássicos como Splash e Cocoon, filmes superestimandos como Appolo 13, e outras oubras excelentes como Uma Mente Brilhante e Frost/Nixon, mas também já deu vida para obras falhas como O Código da Vinci e Desaparecidas, e é claro, este mais recente Anjos e Demônios, que mesmo falho, consegue ser melhor e mais divertido que o seu antecessor.

Dan Brown é um escritor de estilo duvidoso que divide o público e não agrada muito a crítica. É criativo, mas ás vezes não consegue transpor o que pensa de forma convincente. Eu particularmente gosto do trabalho dele, embora ache seus livros arrastados e pouco dinâmicos. Suas obras possuem falhas históricas, são inteligentes, mas não isenta de clichês, talves seja realmente dificil não cair nos clichês do gênero, mas um esforço pode ser feito. O roteiro por David Koep e Akiva Goldsman não é nada fiel ao livro, pois muda nomes e fatos importantes, é claro que algumas escolhas são certas e ajudam no resultado final, mudando coisas que funcionam no livro, mas não no cinema. Clichês absurdos criados pelos roteiristas são constrangedores: os dois personagens principais são obrigados a fingirem que são recém-casados para poderem andar pelas ruas sem serem notados, entre outros.

O filme felizmente, não comete os mesmos erros que seu antecessor, mas possui outros. É mais direto e mais divertido. Não tem os maçantes diálogos que o primeiro tinha, e é muito mais fácil de ser entendido. Sem muitas tramas paralelas e menos dependente do livro. O grande erro do filme é ser extremamente previsível. Não estou exagerando. Muito antes de seu término, as dúvidas aparecem, pouco tempo depois o espectador já tem quase cem por cento de certeza de quem é o "vilão" da história. O filme erra ao forçar o espectador a acreditar que o vilão é uma pessoa, sendo que tudo (roteiro, atuações, etc.) esta mostrando que o vilão realmente é aquele que não poderia deixar rastros e dúvidas. Um erro grave de roteiro e continuidade que o livro não possui. Tudo no livro tem uma explicação longa e lógica, já no cinema algumas coisas ficam para traz deixando algumas dúvidas no ar, algumas apenas distraem o espectador, outras realmente fazem falt. A história sobre o relógio do Mickei Mouse que Robert Langdon carrega não é contada, serve apenas para desvirtuar o espectador e deixá-lo com dúvidas. A trama que fala sobre a anti-matéria, infelizmente, fica em segundo plano, sendo que esta é uma das maiores (pois toma boa parte do livro) e mais importantes, mas que no ponto de vista cinematográfico a escolha de encurtá-la foi certa.

Tom Hanks como sempre é o melhor. Sempre seguro de sua atuação e do texto que está interpretando, Hanks dá um tom de inteligência certo para o personagem. Ewan McGregor também está bem, com uma voz serena e uma calma impressionante, falha em algumas cena chaves, mas nada que seja grotesco. A pior é Ayelet Zurer, inexpressiva e perdida no filme, nada que ela diz, é dito com firmeza, pois a atriz parece estar sempre tensa e com medo de errar.

Visualmente belo, o filme conta com bons enquadramentos de Howard (principalmente os da cidade do Vaticano) e algumas firulas estilísticas. A boa direção de arte e a boa fotografia merecem destaque.

Serve apenas como divertimento, já que não faz pensar nem levanta questões. Prende a atenção em suas pouco mais de duas horas, mas não é um grande exercício mental. Relaxe e divirta-se. Apenas isso. Não pense que você vai mergulhar nos meandros do Vativano e descobrir grandes coisas, vai apenas saber o que provavelmente já sabe, e ficar sabendo de algumas curiosidades, mas nenhuma delas muito importante.

O DVD brasileiro tem uma capa bem bonita (embora a montagem dos rostos na frente seja clara), mas os extras são péssimos. Se é que se pode chamar três miseros teasers (nem chegam a ser trailer completos) de extras. Traz opções de dublagem e legendage. Um DVD bem comum.

Enfim, Anjos e Demônios é bem melhor que seu antecessor, não comete os mesmos erros, mas comete outros, da mesma ou maior gravidade. Uma direção melhor, um roteiro apenas correto e com algumas falhas e visualmente bem feito. Serve apenas como diversão e nada a mais.

Nota: 6 / 10
Extras: 0 / 10

Matheus Pereira

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