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Moviemix

Fantasmas de Hollywood

Por Anabela


Pare e pense. Você é um astro! Lutou por isso! Sangue, suor e lágrimas foram sua companhia fiel em direção ao estrelato; de repente, não mais que de repente, puf ! Você está morto e suas opções para continuar se dando bem foram drasticamente reduzidas. O que fazer então? Aceitar sua falta de sorte e ir em direção à luz ou continuar por aqui mesmo, privilegiando com suas aparições um público restrito e não muito receptivo? Decisão difícil. Talvez acreditando que o papel de fantasma pudesse ser o melhor de suas vidas, alguns astros literalmente mortos por um pouco de atenção resolveram permanecer por aqui.
Jean Harlow, Rodolfo Valentino e Mary Pickford, apesar de terem partido desta para a melhor há bastante tempo, ainda são vistos com frequência em suas antigas residências. Valentino e Pickford são mudos e quase não devem dar trabalho; no entanto a sexy Jean Harlow deve causar um grande agito, pois costuma aparecer no mesmo quarto em que recebia seus amantes e seu marido, que eventualmente batia nela.
Restaurantes também podem ser mal assombrados, principalmente se o fantasma for bom de garfo como era o caso de Orson Wells. Seu fantasma gordinho e usando sobretudo costuma ser visto ocupando sua mesa preferida no Sweet Lady Jane's Restaurant, que o astro costumava frequentar em Los Angeles. Funcionários e fregueses afirmam que um odor de brandy e cigarros sempre acompanham a aparição do cidadão Kane, que apesar de morto não perdeu o apetite. Falando em Cidadão Kane, o fantasma do poderoso Thomas Ince, famoso produtor de filmes mudos, é visto no Culver Studio onde muitos de seus filmes foram rodados. Ince morreu em 1924 durante uma noite de sexo, drogas e “rock'n roll” a bordo do iate Oneida de William Randolph Hearst, o milionário da indústria das comunicações que inspirou a criação do personagem Kane. A causa oficialmente declarada de sua morte foi um ataque cardíaco; a versão mais aceita contudo, é a de que teria sido assassinado com um tiro pelo enciumado Hearst, durante uma tentativa frustrada de atingir Charlie Chaplin que estaria dando em cima de sua amante, a adorável estrela Marion Davis. A coisa toda foi encoberta pela influência que o poderoso Hearst exercia sobre as pessoas certas. Não é de admirar que o fantasma de Ince, conforme testemunhas, pareça estar sempre bem aborrecido.
Fiel as tradições, o ator Clifton Webb bastante conhecido por seu papel no filme Laura, costuma assombrar o Hollywood Park Memorial, onde está sepultado. Testemunhas afirmam que o fantasma é muito elegante, cultivando o estilo “a morte lhe cai bem”.
Fico particularmente intrigada pelo fato de que Charlie Chaplin, sepultado no mesmo cemitério, nunca tenha sido avistado; concluo que deve ter ido rapidinho em direção à luz tentando evitar um desagradável encontro com o fantasma de Thomas Ince, aquele que foi assassinado em seu lugar.
Marilyn Monroe e Montgomery Clift, dividem as atenções no Hollywood Roosevelt Hotel que, construído em 1927, já hospedou diversos membros da realeza cinematográfica como Clark Gable, Carole Lombard e Judy Garland. A suíte no 9º andar onde Clift se hospedou durante os 3 meses em que filmava A Um Passo Da Eternidade, ficou mal assombrada após o ator ter literalmente dado esse passo em 1966. Hóspedes e funcionários relatam ter ouvido várias vezes por lá o som de um trompete, instrumento que o ator costumava tocar , o que o qualifica como um fantasma inconveniente e sem noção!
Clift também já foi visto andando pelos corredores do hotel repassando incessantemente seus textos, hábito que tinha quando era vivo. Do outro lado da vida, parece que os diamantes perderam o posto de melhor amigo de uma certa garota para um simples espelho, colocado no lobby superior do Hotel Roosevelt; é nele que Marilyn Monroe costuma surpreender os passantes com seu reflexo. O hoje famoso objeto costumava ficar na suíte nº 1.200 habitada por Marilyn durante 2 anos e foi removido de lá a pedido de hóspedes incomodados pela fantasmagórica visão da musa.
Nesse mesmo hotel, no grande salão denominado Blosson Room, os 250 convidados da festa de gala da entrega do 1º prêmio Oscar em 1929, parecem relutantes em abandonar tão glamuroso evento. Até hoje ruídos, risadas e som de músicas da época são ouvidos por lá. Alguém aí lembrou de O Iluminado?
Uma grande sacanagem foi a que aconteceu com o ator George Reeves, que ambicionava ser um grande astro de cinema mas só conseguia pequenos papéis em filmes B. Acabou tornando-se conhecido como o Super Homem de um seriado de TV que esteve no ar de 1953 a 1957; deprimido por ter suas ambições de estrelato frustradas e considerando-se prejudicado pelo fato de ter sua imagem constantemente associada a do super herói, suicidou-se em 1959. Ironicamente, costuma aparecer em seus trajes de Super Homem no quarto onde foi encontrado morto na sua casa em Beverly Hills; disputa com Thomas Ince, o tal que morreu por engano, o posto de fantasma mais azarado de Hollywood. Triste, muito triste.
Existem ainda, dois relatos recentes que chamaram minha atenção: o de uma garota que afirma ter feito sexo com o fantasma de James Dean no exato local onde o astro sofreu seu fatal acidente de carro e o de uma outra que garante ter visto os fantasmas de Elvis e Marilyn casando na capela de Graceland, residência do astro. O primeiro relato não me convenceu porque a guria não faria o tipo de Dean por mais morto e a perigo que ele estivesse; no 2º eu só acreditaria se Michael Jackson fosse o padrinho.
Semana que vem – Astros Assombrados – They see dead people...
Caso haja interesse, existe um bom filme produzido em 2002 e dirigido por Peter Bogdanovich sobre o caso Hearst-Ince: O Miado Do Gato, com Kirsten Dunst como Marion Davis. Sobre a triste história de George Reeves existe o excelente Hollywoodland, com Adrian Brody e Ben Affleck no papel de Reeves. Ambos estão disponíveis em DVD.

Posters de Filmes

The Wolfman


The Lovely Bones


Nine


The Road


Whip It


Crazy Heart


Salt


Green Zone


Creation


The Messenger

Moviemix

A Praga Dos “Filmes Zumbi”
Por Anabela


Não querido leitor (se é que eu tenho algum); não é “filme de zumbi” é “filme zumbi” mesmo.
Explico:
Podem me chamar de saudosista, rabugenta, o que for... Não estou nem aí! Compreendo que a crise de bons roteiros deva levar muito estúdio ao desespero, ao ponto de um jogo virar filme sem pé nem cabeça; mas vem cá... Será que com tantos livros bons esperando para serem adaptados é mesmo tão necessário pegar filmes perfeitos que têm uma legião fiel de fãs e arruiná-los em refilmagens horrorosas, descerebradas e sem alma? Sério mesmo, parece que os caras fazem de propósito para irritar os fãs! Acordam em um belo dia com apetite para ganhar uns trocados e escolhem aleatoriamente a próxima vítima do massacre.
Recentemente aconteceu com uma pequena obra prima dos anos 80 do brilhante Alan Parker, Fama. O original de 1980 tem um elenco talentoso e praticamente desconhecido e conta a estória de um grupo de alunos novatos em uma prestigiosa escola de artes em Nova York. Teve duas de suas canções indicadas ao Oscar, sendo que uma (Fame) cantada por Irene Cara, que também está no elenco, levou o prêmio. A trajetória durante os anos de formação dos 4 alunos que formavam o núcleo central foi contada com humor e emoção, em um roteiro indicado ao Oscar. O filme é recheado de cenas musicais de extremo bom gosto que se tornaram clássicas e foram alvo de citações em outros filmes.
A refilmagem, que passou com toda justiça desapercebida pelos cinemas, tinha igualmente um elenco desconhecido (que com certeza vai se manter assim) e veteranos como a musa dos musicais Babe Neuwirth, pagando mico; só seria mesmo pior, se além das atuações capengas, as coreografias fossem constrangedoras e as músicas fossem um lixo. Adivinhem só? Eram!
Outra vítima indefesa, O Destino do Poseidon de 1972, foi trucidado em uma refilmagem de Wolfgang Petersen, o diretor que adora brincar com água e já havia afundado Tróia. Aqui o caso foi mais grave ainda, porque mexeram com um dos ícones eternos do cinema catástrofe, achando com certeza que seriam absolvidos de tal crime pelos efeitos especiais de qualidade. Gene Hackman, Shelley Winters e Ernest Borgnine, entre outros, foram substituídos por Josh Lucas, Mia Maestro, o irrecuperável canastrão Kurt Russel e a cantora Fergie em uma ponta. Desnecessário dizer que temas legais como a fé vacilante do personagem principal em Deus passaram bem longe dessa versão. Uma coisa porém conta a seu favor: foi um prazer inenarrável ver Fergie morrer afogada depois de cometer um duplo atentado contra as artes do canto e da atuação.
Outros filmes cultuados, queridos e charmosos que foram igualmente zumbificados são A Morte Pede Carona, O Dia Em Que A Terra Parou, Invasores De Corpos e A Última Esperança Da Terra. Lamentavelmente o massacre vai continuar com Karatê Kid, Footloose, Os Caça-Fantasmas, História Sem Fim, RoboCop e ainda muitos outros, com certeza! Todos na fila para serem transformados em zumbis anabolizados sem alma. O que me alivia o coração é saber que essas refilmagens absurdas costumam ser grandes fracassos de bilheteria, muitas vezes nem chegando a se pagar. Praga de cinéfilo injuriado pega... he he he!

2012 – Crítica

Atenção: Pode conter spoilers para quem nunca na vida assistiu um filme catástrofe; se este for seu caso, esqueça 2012 e vá direto para O Destino do Poseidon, produção de 1972, não a hedionda refilmagem, e que permanece no posto de melhor filme catástrofe de todos os tempos (opinião de fã que assistiu ao filme mais de 20 vezes e decorou os diálogos).


Verdade seja dita: nós gostamos mesmo de ver o mundo acabar. Freud explica. Talvez essa seja uma maneira de sublimar nosso medo. Agora com a tal da profecia Maia o assunto não sai da boca do povo, e Rolando Emmerich, que adora destruir o mundo, já está ganhando rios de dinheiro com seu novo filme. Fazia tempo que eu não via filas enormes nas portas de cinema (desde O Senhor Dos Anéis), e 2012 as trouxe de volta. Confesso que fiquei feliz, pois em tempos de profecias catastróficas à respeito da sobrevivência da 7ª Arte, ver um cinema cheio desanuvia o coração do cinéfilo. Troquei muitas idéias com amigos a respeito de 2012, e as opiniões que colhi sobre ele não foram das mais animadoras. Reclamações sobre a longa metragem do filme são as mais constantes. Realmente, Emmerich podia ter destruído o planeta em bem menos tempo. Isso pelo menos impediria que uma amiga minha e seu namorado tivessem dormido no cinema.

Outra reclamação recorrente, é a de que os personagens centrais não são simpáticos o suficiente para que nos envolvamos e torçamos por eles. Essa também procede. A família do herói (John Cusack, com cara de dono de loja de discos) é muito chatinha, o que torna difícil uma ligação emocional com eles; para piorar ainda mais, personagens interessantes e com alguma dimensão humana pelos quais valia a pena torcer, foram descartados prematuramente; porque diabos desfrutamos tão pouco da companhia do profeta do apocalipse doidão e chapadão, interpretado pelo igualmente doidão e chapadão Woody Harrelson, um dos melhores personagens do filme?

Minha maior expectativa, na verdade, eram os efeitos especiais; eles estão lá, abundantes e muito bem feitos. Talvez o problema seja mesmo o excesso, que acaba nos empapuçando e enjoando como quando nos entupimos de doces. É uma sensação difícil de ser descrita. Só sei que chega uma hora que você diz: tá, e daí? Nessa hora é que você, mesmo sabendo que não devia, começa a sentir falta de algo mais que não está lá, sensação que nos acompanha até o final do filme; então sua mente empapuçada começa a divagar, e você pensa porque diabos o batom da Amanda Peet ainda está tão lilazinho, brilhante e intocado, e imagina um slogan para o tal baton: “com você até o fim do mundo”; você olha para o Danny Glover, imagina que a qualquer momento ele vá soltar sua frase clássica de Máquina Mortífera, “estou muito velho para essa merda”, e conclui que talvez o mesmo se aplique a você. Finalizando, preciso destacar o efeito terapêutico do filme, que acaba demonstrando existir coisa bem pior do que a morte durante uma hecatombe mundial; quando o fim do mundo chegar, é bem melhor ver da janela como diz a Rita Lee, do que sobreviver em companhia de peruas vestindo Armani, homens arrogantes e gente chatinha. Isso sim, seria o fim do mundo!

Nota 7/10

Papo Rápido


A essa altura é difícil separar o público entre fãs e não-fãs, afinal, quem acompanhou a série até o sexto capítulo é porque gosta e é fã. A pessoa que não gosta da série não vai começar a assistir a partir do sexto filme, ou seja, todas as pessoas que viram o sexto filme é porque gostam e acompanham a série há algum tempo. Qual pessoa em sã consciência vai começar a assistir uma série de TV a partir da terceira temporada, por exemplo? Então, creio que todos já estão habituados à história do bruxo, e as velhas apresentações e sinopses são dispensáveis. Por isso, não avaliarei o filme sob a ótica de fãs e não-fãs devido aos motivos recém citados.

Uma das primeiras coisas a serem ditas é que Harry Potter e o Enigma do Príncipe é o melhor de todos os Harry Potter. Os motivos que o tornam o melhor já foram comentados em uma crítica escrita por mim, aqui mesmo no blog, mas agora irei comentá-lo de forma mais rápida e direta, e como fã. Começando pelo quesito que mais chama atenção devido a grande mudanças: a direção. David Yates recebeu duras críticas de alguns por sua direção em "e a Ordem da Fênix", o que não discordo, afinal, Yates fez um dos piores da série, indo totalmente contra a ordem lógica das coisas: dar um passo a frente sendo melhor que o antecessor. O que Yates fez foi o contrário: retrocedeu alguns passos em relação a "e o Cálice de Fogo" e "e o Prisioneiro de Azkaban". Ainda que seu trabalho não fora desastroso (tendo em vista que o roteiro também era falho, talvez porque o habitual Steve Kloves não fora o roteirista) alguns pontos o fizeram um filme menor: esquecer alguns coadjuvantes bons, para colocar alguns sem graça e enaltecer demais a política do livro escrito por J.K. Rowling. Mas isso é passado, e em "e o Enigma do Príncipe" Yates aprende a lição e não comete os mesmo erros. Yates melhora tanto na direção do roteiro quanto na direção técnica, fazendo um dos filmes mais belos de toda a série. Notem cada quadro, cada ângulo, todos parecem uma pintura. A cena na caverna (e o fogo se abrindo em clara alusão ao Mar Vermelho e Moisés), a abertura no mundo dos "trouxas", a morte de um personagem importante, a cena em que Snape fica na frente de uma casa em chamas e o ataque à "Toca" são as melhores, excelentemente bem dirigidas além de muito, mas muito belas. Mas cada cena tem também o toque perfeito da direção de arte, uma das mais competentes da série, que merece (e muito) ser indicada ao Oscar. Outro quesito digno de indicações e prêmios é a fotografia, apesar de contar com muitos efeitos especiais e cenários virtuais, a fotografia se destaca de várias maneiras, de uma simples cena na torre de astronomia até o ataque à Toca. O elenco (tanto principal quanto coadjuvante) sofreu grande melhoria. Destaque para os veteranos: Jim Broadbent (perfeito), Michael Gambom (o melhor personagem para o melhor ator, ou vice versa) e Allan Rickman (excelente e preciso). Contando com ótimos efeitos e a volta de Kloves ao roteiro da série "Enigma" é, sem sombra de dúvidas, o melhor de todos os Harry Potter.

Obs.: O DVD duplo é muito bonito e recheado. A versão é em Widescreen, o CD 1 vem apenas com escolha de idiomas e escolha de cenas. Já o CD 2 de Informações especiais trazem um pequeno documentário sobre a vida de Rowling (altamente recomendável para os fãs, já que nesse documentário presenciamos o exato momento em que Rowling escreve a última palavra e o último ponto do último livro da série, terminando ali, toda a história do bruxo nos livros Momento impagável para quem acompanha a saga desde o princípio), trás também pequenos making-ofs que mostram os principais quesitos do filme (efeitos, maquiagem, fotografia...), cada item com um ator diferente. Trás também o extra "Responda em Um Minuto", em que cada ator tem um minuto pra falar sobre seu personagem. Há um extra exclusivo ao parque temático sobre a saga e muito mais. Vale a pena para fãs. Não é muito revelador, tirando o excelente documentário sobre a escritora. Os extras são destinados principalmente aos fãs e não a cinéfilos, o extra que fala sobre a fotografia só cita e comenta a loja dos irmãos Weasley, nada mais profundo ou revelador que agrade os cinéfilos mais exigentes. No mais, é um bom DVD, a capa é muito bonita e com ótimo acabamento. Vale a pena a compra ou locação.

Notas:
Filme: 8,5
Extras: 7,5
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Em DVD - Crítica - Star Trek


J.J. Abrams é um nerd. Um nerd inteligente e talentoso. O cara criou a série Alias, após criou a melhor série já feita: Lost, com milhões de fãs no mundo todo e uma trama envolvente. Depois de muito sucesso na TV, Abrams decidi se aventurar no cinema. Seu primeiro filme é Missão Impossível 3. O resultado: o filme foi o melhor da trilogia. Após produziu o filme Cloverfield, que tornou-se um arrasa quarteirões. Até aqui tudo que o homem se envolvia gerava lucros, dinheiro e mais dinheiro. A surpresa veio quando o novo Midas resolveu recriar uma das séries cinematográficas mais amadas do mundo: Star Trek, ou Jornada nas Estrelas. Como sempre, alguns fãs adoraram, outro torceram o nariz. E parece que Star Trek nasceu para Abrams e vice versa, afinal, o homem é mestre em criar filmes e séries que arrebanham milhares de fãs. E Abrams, que até agora nunca decepcionara, aqui também não decepcionou, muito pelo contrário: surpreendeu, fazendo um trabalho melhor que o esperado. Abrams conseguiu um feito inacreditável e quase que insuperável: conseguiu agradar os fãs (muitos fanáticos) da série clássica e mais: conseguiu arrebanhar novos fãs. Sim, Abrams conseguiu trazer para a série mais fãs. E eu posso me incluir perfeitamente neste grupo. Confesso que não gostava muito da série clássica, e não estava muito afim de assistir este novo exemplar, mas Abrams conseguiu me surpreender e fazer com que eu me torna-se um pequeno fã da nova série. Abrams conseguiu captar a essência de Star Trek, o perigo, a ação, a ficção e a jornada.

O filme volta na linha do tempo da série, vemos o Capitão Kirk e o Sr. Spock se conhecerem na Academia, o voo inaugural da Enterprise e a primeira missão de sua tripulação. Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman(Transformers, A Ilha, entre outras bombas...) surpreendem neste filme, pois pouco se esperava de uma dupla com uma carreira medíocre. Orci e Kurtzman recriam a série mesmo, eles não estão preocupados se irão alterar os fatos da série clássica (há alguns fatos que na série clássica acontecia bem depois do primeiro filme, mas aqui acontece já no primeiro) eles querem e recriar a mesma série e não copiar, eles querem mudar e não fazer o mesmo filme, os personagens são os mesmos, alguns acontecimentos também, mas a dupla tomou liberdade para criarem coisas novas e modificarem coisas já criadas. E a surpresa é que a dupla faz um excelente trabalho, não desrespeita os que já eram fãs da série e criam coisas novas para os novos fãs. É uma forma inteligente de manter todos felizes e por perto. Orci e Kurtzman acertam também ao dar a devida atenção aos personagens secundários, e uma vez ou outra nos fazer rir com um ótimo teor cômico(Simom Pegg e seu alienígena anão aparecem pouco, mas quando aparecem roubam a cena).

Abrams, como já demonstrara em M:I3, não é adepto do estilo "10 cortes por segundo" como Michael Bay, e constrói suas cenas de ação com maestria. Desde as cenas de ação do brilhante prólogo até a sensacional luta sobre a perfuratriz. Abrams concede planos inteligentes e ousados (amparados pelos ótimo efeitos visuais) e quadros belos. Talvez seu único erro seja a constante e desnecessária utilização de reflexos luminosos na tela, pois não ajuda na narrativa, incomoda e não é bonito esteticamente. De resto, Abrams acerta, tanto na composição das cenas quanto na direção de atores. Abrams mostra ter grande habilidade com cenas grandiosas e repletas de efeitos especiais, mas mostra também que sabe muito bem movimentar sua câmera dentro de uma nave, fazendo com que a nave do filme realmente pareça uma nave e não um cenário.

O elenco foi muito bem escolhido. Chris Pine encarna um Kirk de forma perfeita. Surpreende e mantém o personagem caminhando na corda bamba entre a impulsividade, o perigo e sonho de ser capitão. Não é um papel difícil, mas Pine conseguiu trazer detalhes excelentes ao personagem. Karl Urban surpreende e muito. Tido até agora como inexpressivo e canastrão, Urban consegue compor um personagem que não deve em nada para o original. Confesso que não gosto de Zoe Saldana, não sei bem o porquê, mas a garota não me convence, mas aqui ela faz um competente trabalho. Mas quem realmente merece destaque é Zachary Quinto e seu enigmático Spock. Os olhares, os trejeitos, a forma com que pronuncia cada palavra e sua "quase" arrogância são detalhados com exímia perfeição por Quinto.

Star Trek recria e apresenta seus personagens da melhor maneira possível, de forma divertida e bem contada, mas no momento em que o filme tem que apresentar um história inédita, ele falha, ou seja, quando o filme tem que andar sozinho, criando uma outra aventura, as falhas aparecem. Sobre a viagem no tempo tudo é muito bem contado e explicado, as falhas residem é no vilão, vivido por Eric Bana. Seu vilão por vezes se torna pífio. Sem graça, não dá medo, não passa perigo, apenas tem um desejo clichê de vingança. Não é um erro enorme, mas seu personagem podia ser melhor trabalhado pelo ator, e os roteiristas podiam caprichar na vingança e não torná-la clichê. Os motivos da vingança são interessantes, mas a vinganças em si não tem graça.

Contando com efeitos especiais de primeira, boas atuações, excelente direção e uma dupla de roteiristas inspirada (não sei até quando...) Star Trek é muito melhor do que se espera. É divertido e tem "recheio". Merece ser visto por fãs e iniciantes. Para os novos Star Trek e para Abrams e sua equipe:

"Vida longa e próspera!"

Nota: 8,5
Extras: 5,5

Matheus Pereira

De Cinéfilo Pra Cinéfilo

Os Dez Novos Cineastas Mais Promissores da Atualidade
Parte 2 de 2

Por Matheus Pereira

05 - Guillermo Del Toro - Outro mexicano na lista. Nascido na cidade de Guadalajara no estado de Jalisco a 09 de outubro de 1964, Del Toro dirigiu alguns curtas metragens na década de 80, mas foi em 1993 que Del Toro foi lançado no cinema com seu primeiro longa-metragem: Cronos. O filme é uma mistura de artefatos poderosos com vampirismo e mais algumas coisas bem ao estilo de Del Toro. Após o sucesso de Cronos, que fora produzido no México e ganhara nove prêmios por lá e fora sucesso em Cannes, Del Toro migrou para Hollywood, onde dirigiu Mimic, filme sobre baratas mutantes com Mira Sorvino que não fez sucesso nem chamou atenção. Com esta pisada em falso, Del Toro voltou a terra natal e dirigiu o assustador A Espinha do Diabo. No filme, um espírito de um garoto assombra outro garoto para que este último descubra e se vingue de quem o matou. O filme tem uma forte carga emocional, tenso e sombrio, "A Espinha..." foi um sucesso e arrebanhou prêmios pelo mundo. Depois de "A Espinha..." Del Toro passou a ser mais respeitado no ramo e foi convidado a dirigir a continuação de Blade. O resultado: sua versão do caçador de vampiros foi melhor que a original e Del Toro passava a ouvir seu nome com mais respeito. Logo após Del Toro lançou o seu "filho" Hellboy. Digo que este é o filho de Del Toro, pois o cineasta defendeu (e defende) com unhas e dentes o demônio do bem, Del Toro desistiu de vários outros convites de direção (inclusive a continuação de Harry Potter) só para poder dirigir Hellboy. O filme não foi um sucesso tão grande no cinema, mas em DVD o filme bateu recordes e foi um sucesso. Mas Del Toro ganhou fama maior ainda e um respeito (que faltava) da crítica mundial com o excelente e original O Labirinto do Fauno. O filme ganhou três Oscar e foi aclamado pelo público e pela crítica, sendo constantemente citado como um dos melhores filmes daquele ano e da década. Em seguida veio O Orfanato. Neste Del Toro apenas roteirizou e produziu, mas acredita-se que Del Toro tenha dirigido algumas cenas. Em seguida veio a continuação de Hellboy: Hellboy 2: O Exército Dourado, que foi um sucesso mediano, mas muito bom. O diretor já está confirmado na direção de O Hobbit, um dos filmes mais esperados dos último anos e conta história que antecedem o Senhor dos Anéis. Fascinado pelo gênero do horror, Del Toro ainda tem muito que mostrar.
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04 - Quentin Tarantino - Nascido em Knoxville, 27 de março de 1963 é um dos cineastas mas amados e cultuados da atualidade. Ele é o mais famoso dos jovens diretores por trás da revolução de filmes independentes dos anos 90, tornando-se conhecido pela sua verborragia, seu conhecimento enciclopédico de filmes, tanto populares, quanto os considerados "cinema de arte". O rapaz que fora balconista em uma video locadora sempre sonhou em ser um dos diretores e roteiristas que ele sempre falava e indicava aos clientes. Começou escrevendo roteiros, estes foram ficando conhecidos e começaram as negociações. Dirigiu em 1987 o desconhecido My Best Friend's Birthday, seus roteiros iam ficando mais conhecidos, e em 1992 Tarantino lançou sua primeira obra-prima: Cães de Aluguel. O filme com Harvey Keitel fez um bom sucesso e Tarantino tornou-se famoso de imediato, devido ao seu roteiro inventivo, violento e não-linear. Dois anos mais tarde foi a vez de sua segunda obra-prima: Pulp Fiction, violento, não-linear, original, com John Travolta, Uma Thurman, Samuel L. Jackson e Bruce Willis no elenco. O filme foi um sucesso e é, para muitos, o filme mais importante da década de 90. No mesmo ano, Tarantino teve um roteiro seu dirigido por Oliver Stone, trata-se de Assassinos Por Natureza, filme que rendeu boas discussões, pois Tarantino não gostou de algumas mudanças no roteiro. Em 1995, Tarantino dirigiu um segmento de Grande Hotel, sem muito sucesso, seu nome ajudou na divulgação do filme. Em 1996 Tarantino roteirizou e atuou e tomou Um Drink no Inferno, ao lado de George Clooney. Em 1997, o cineasta lançou Jackie Brown, uma jóia menor em sua brilhante carreira. Em 2003 e 2005 lançou Kill Bill Vol. 1 e 2, respectivamente. Novamente trabalhando com Uma Thurman, o filme fora um sucesso. Em 2005 o diretor dirigiu uma pequena parte de Sin City - A Cidade do Pecado, filme que tinha como diretor principal o amigo Robert Rodriguez. Em 2007 dirigiu Death Proof. Em 2008 dirigiu a sua auto-intitulada obra-prima Bastardos Inglórios, com Brad Pitt. E no último dia 16 de outubro o cineasta anunciou Kill Bill 3. É ter paciência pra ver. Uma coisa se sabe: vale a pena esperar.
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03 - Christopher Nolan - Este britânico nascido em Londres, 3 de julho de 1970, filho de pai britânico e mãe americana, tornou-se um fenômeno de imediato. Começou a carreira com o desconhecido Following. Em 2000 Nolan lançou o excelente Amnésia, com Guy Pearce. Contado de trás pra frente com uma edição ousada, Amnésia é tido como um primor de originalidade e um dos melhores filmes da carreira de Nolan. Dois anos depois, Nolan lançou Insônia, suspense com Al Pacino, Robin Williams e Hillary Shwank. Apesar de um filme menor em sua filmografia, Insônia é um bom e bem escrito suspense. Mas foi em meados de 2003 que Nolan surpreendeu a todos. O cineasta decidiu reinventar a saga do homem morcego: Batman. Uns gostaram, outros torceram o nariz, mas em 2005, ano de lançamento, Nolan surpreendeu o mundo. O filme além de muito bem feito é muito bem escrito. De uma forma realista e mais humana, os vilões e principalmente o herói, tornaram-se mais humanos, mais vulneráveis, mais perto do público. O público aplaudiu de pé, a crítica aprovou. Nolan agora é respeitado e seu nome virou sinônimo de competência nos corredores do cinema. Em 2006, Nolan lançou, o que pra mim é um dos melhores filmes da década e da carreira do cineasta, O Grande Truque. Extremamente inteligente e original, "O Grande Truque" trás uma direção de arte excelente, uma fotografia perfeita tal qual os figurinos. Os efeitos, as atuações, tudo é muito perfeito neste duelo de ilusionistas. E foi em 2008 que Nolan lançou, o que pra maioria é, sua obra-prima: Batman-O Cavaleiro das Trevas. O filme foi aclamado por 99% da crítica e 92% (ou mais) do público. Em apenas um ano, o filme figurou nas listas dos melhores filmes de todos os tempos, ao lado de filmes como "Cidadão Kane", "O Retorno do Rei" e "Laranja Mecânica". Um pouquinho de superestimação? Talvez. Mas que o filme é bom, isso é. O diretor está filmando Inception, com Leonardo DiCaprio e grande elenco. Coisa boa vem por aí.
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02 - Paul Thomas Anderson - Em 26 de junho de 1970, em Studio City, Califórnia, nascia Paul Thomas Anderson. Pouco se sabe sobre a infância e adolescência, pode-se afirmar que era brigão e tirava notas baixas. Seu primeiro filme "oficial" foi Hard Eight, com John C. Reilly, Gwyneth Paltrow e Philip Seymour Hoffman, ainda que desconhecido, o filme fora bem recebido em Cannes e PTA foi declarado como o "cineasta mais promissor de 1996". Em 1997 PTA lançou o aclamado Boogie Nights, drama estrelado por Mark Wahlberg, Juliane Moore, Philip Seymour Hoffman e grande elenco. "Boogie" mostrava a história de uma família de diretores, atores, produtores e técnicos do cinema pornô. Os vais e vens e a luta dessa família para revolucionar o cinema adulto. Recebeu 3 indicações ao Oscar e ganhou vários prêmio ao redor do mundo. Em 1999 PTA lançou o poético e metafórico Magnólia. Contando com um elenco monumental, uma metragem bem vasta, uma história bem costurada e muitas metáforas, "Magnólia" foi aclamado pela crítica e teve um relativo sucesso com o público, para muitos é um dos melhores filmes da década passada e um dos melhores da carreira do cineasta. Em 2002 o cineasta resolveu lançar um projeto menos ambicioso, um filme menor com Adam Sandler: Embriagado de Amor. Apesar de ser um fiasco retumbante nas bilheterias, o filme foi bem recebido por boa parte da crítica. Eu, particularmente, gosto muito do filme, que trás as marcas registradas de PTA: roteiro inteligente, ágil, repleto de diálogos, travellings, longos planos, entre outras. PTA passou quase cinco anos longe das telas de cinema, voltou em 2007 de forma triunfal. O que pra mim é sua obra-prima, recebeu sete indicações ao Oscar, venceu dois, foi aclamado quase que em unanimidade pela crítica e foi bem recebido pelo público. Trata-se de Sangue Negro, com Daniel Day-Lewis(perfeito, venceu o Oscar de Ator por este filme). Pra mim, é um dos melhores da década e um dos melhores filmes já feitos. PTA é do mesmo grupo de Tarantino: eles não aprenderam a fazer filmes em escolas de cinema, em faculdades ou cursinhos, eles aprenderam a fazer cinema simplesmente indo ao cinema ou vendo um bom filme em casa. Foi dessa maneira que esses dois brilhantes diretores surgiram: assistindo inúmeros filmes. Até hoje, PTA não decepcionou, e provavelmente nunca decepcionará.
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01 - David Fincher - Eis o primeiro lugar. David Leo Fincher nasceu em Denver, 28 de agosto de 1962. Fincher começou a fazer "filmes" aos 8 anos de idade, quando brincava com a câmera de seus pais. Em 1980 viu O Império Contra Ataca de George Lucas. Foi esta experiência que o fez olhar de outra maneira para o cinema e ajudou-o a encontrar o seu próprio estilo. Começou a trabalhar numa empresa de animação, e aos 18 anos foi trabalhar para a "Industrial Light and Magic - ILM" de George Lucas onde ficou vários anos. Nesse período teve a oportunidade de trabalhar em O Retorno de Jedi e Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984). Deixou a ILM para fazer publicidade; o seu primeiro trabalho foi para a American Cancer Society. Também fez muitos clipes para artistas como os Aerosmith,Madonna e Paula Abdul, 6 dos quais chegaram ao Top 100 da MTV em recente eleiçao dos 100 melhores do século. Fincher dirigiu e produziu vários clipes e comerciais antes de ingressar na direção de longas metragens. Seu primeiro filmes foi Alien 3. Fincher passou maus bocados com a Fox, o filme foi um fiasco de bilheteria e a crítica reprovou, depois desse tropeço Fincher decidiu recuar para a publicidade de clipes. Mas Fincher não aguentou viver longe da sétima arte, e em 1995 lançou o excelente Se7en, filme que fora aclamado por público e crítica, recebeu vários prêmios e já é tido como cult. Em 1997 lançou Vidas em Jogo, com Michael Douglas. E em 1999 Fincher lançou o que pra mim (e para muitos e muitos) é sua obra-prima, o filme mais importante da década passada e (sem superestimações, é claro)um dos melhores filmes já feitos na história do cinema: Clube da Luta. O roteiro original e extremamente inteligente surpreendeu a todos pela polêmica e pela excessiva violência. Tecnicamente perfeito e com atuações sensacionais de Edward Norton e Brad Pitt, Clube da Luta já entrou para história do cinema. O filme não foi muito bem nas bilheterias (não conseguiu reverter seus custos de produção), mas foi um estrondoso e inigualável sucesso em DVD e VHS. Dez anos depois o filme é tido como "cult". Em 2002 Fincher mostrou ao mundo toda a sua criatividade estilística com o filme Quarto do Pânico. Depois de um roteiro denso como o de "Clube da Luta", Fincher decidiu fazer um filme mais light, sem um roteiro muito profundo e com várias pirotcnias com a câmera. Apesar de ser menor, é um ótimo suspense. Em 2006 o cineasta lançou Zodíaco. Injustiçado no Oscar, Zodíaco fora um dos melhores filmes de seu ano de lançamento, inteligente, violento e denso (como todos os filmes do diretor). Fincher que já demonstrara em seus filmes anteriores, comprovou seu assumido perfeccionismo em O Curioso Caso de Benjamin Button. Tecnicamente perfeito e narrativamente excelente, "Ben Button" é um dos melhores filmes da brilhante carreira do diretor. Assim como outro gênio do cinema, Stanley Kubrcik, Fincher com seu perfeccionismo obssessivo fez os atores repetirem várias vezes as cenas de seus filmes de modo que ficassem do jeito que ele queria. Os resultados, assim como nos filmes do mestre, foram filmes espetaculares e inesquecíveis. Fincher com certeza ainda irá escrever muito da história do cinema. Fincher é simplesmente um dos melhores diretores que apareceram nas duas últimas décadas.
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Bem, primeiramente peço encarecidas desculpas pelos atrasos, a semana foi cheia, corrida, o tempo não ajudou e o blog acabou ficando de lado. Meu grande amigo Richar postou algumas coisas e eu postei um crítica, ainda é pouco para um blog que tinha de 2 a 5 postagens por dia, mas isso com certeza irá passar. Fim de ano chega, o tempo aperta. O que me trás felicidade é que em breve as férias chegarão e eu terei muito mais tempo pra vocês, caros leitores. Prometo do fundo do coração que nesta semana que se inicia as coisas voltarão ao normal. Mais postagens, mais críticas e mais notícias. Novidades surgiram e novidades ainda irão surgir. Sobre a coluna de hoje, espero que tenham gostado. Injustiças? Com certeza houve algumas, afinal, é impossível uma lista pessoal agradar a todos, principalmente conseguir falar de todos os diretores. Caras como M. Night Shyamalan e Fernando Meireles ficaram de fora por critérios de desempate. Deem opiniões, critiquem e elogiem, mandem suas listas e botem a boca no trambone. Sexta feira tem mais...

...e comentem...

E não perca: dia 20 de dezembro uma novidade irá pôr este blog em alvoroço.
Aguarde, você não perde por esperar...

A trama será uma espécie de sequência do clássico original: Alice (Mia Wasikowska), aos 17 anos, vai a uma festa vitoriana e descobre que está prestes a ser pedida em casamento perante centenas de socialites. Ela então foge, seguindo um coelho branco, e vai parar no País das Maravilhas, um local que ela visitou há dez anos, mas não se lembrava.


Alice no País das Maravilhas é, ao lado de Frankenweenie, um dos dois projetos do diretor com o Walt Disney Studios que serão exibidos em 3D. Johnny Depp, Anne Hathaway, Alan Rickman, Matt Lucas, Michael Sheen, Helena Bonham Carter, Crispin Glover, Christopher Lee e Eleanor Tomlinson também estão no elenco.

O filme estreia em 5 de março de 2010.
Segue embaixo os posters do filme:
















DE OLHOS BEM FECHADOS


DE: Staley Kubrick
COM: Tom Cruise, Nicole Kidman, Sydney Pollack, Madison Eginton, Jackie Sawiris, Leslie Lowe, Marie Richardson.
PREMISSA: Bill Harford (Tom Cruise) casado com a curadora de arte Alice (Nicole Kidman). Ambos vivem o casamento perfeito até que, logo após uma festa, Alice confessa que sentiu atração por outro homem no passado e que seria capaz de largar Bill e sua filha por ele. A confissão desnorteia Bill, que sai pelas ruas de Nova York assombrado com a imagem da mulher nos braços de outro.



Stanley Kubrick estendeu as filmagens de “De Olhos Bem Fechados” por 52 semanas. Como? Um filme erótico com meia dúzia de atores e sem efeitos visuais segurando a agenda de todo mundo por um ano? Ao rever o filme fiquei imaginando os investidores apreensivos. Imaginei Cruise e Nicole cancelando compromissos para mergulhar num trabalho em que teriam que fazer uma regressão gradual aos instintos mais básicos deles. Amparado por uma obra que gera excelentes dividendos a Warner desde “Laranja Mecânica” (1971), Kubrick ousou bater de frente com o Estúdio que exigia o cronograma de 18 semanas de filmagens. Tom Cruise e Nicole Kidman embarcaram na loucura se dispondo a se despir de qualquer fronteira do pudor, contanto que a equipe fosse reduzida.

O sigilo no set, construído no Pinewood Studios, em Londres, também era absoluto. Cruise e Nicole guardaram muito bem os segredos por trás dos bastidores. Durante os últimos dois anos toda espécie de rumores ressoou do Pinewood Studios, onde a equipe de pouco mais de cinqüenta integrantes fez um pacto de silêncio sobre a empreitada cinematográfica. Ventilou-se a fofoca de que o casal passava por vários tipos de experiência erótica, que Cruise aparecia travestido de mulher, que beijava e transava com um dos atores e que Nicole fazia uma junkie que se envolvia em qualquer experiência sexual por uma dose de ácido.

A criatividade da mídia foi muito além das imagens que Kubrick criou para o seu filme, o que de nenhuma forma quer dizer que “De Olhos Bem Fechados” é pouco imaginativo. O filme é sobre sexo sim, mas boa parte da história se passa na fértil cabeça dos personagens. O Dr. William Harford e a mulher Alice (Cruise e Nicole), uma ex-marchand, vivem uma feliz união há dez anos e estão se preparando para ir a uma festa. A câmera de Kubrick desvenda o corpo de Nicole, vestindo-se já na abertura do filme. Na festa, ambos brincam de flertar com os convidados. Quando uma ponta de ciúmes ameaça estragar a noite, ambos vão para casa.
Embora pareçam tranqüilos, a “escapadinha” de Alice faz com que se torne muito franca. No meio de uma noite descontraída, ela conta para Bill um segredo: o dia em que teve o desejo de transar com um oficial da marinha, que conheceu durante as férias do verão anterior num balneário. Alice admite que paquerou o homem, e que tudo foi muito inocente na hora, só depois percebeu que jogaria tudo para o alto, o casamento estável e até sua filha para ter uma noite com aquele oficial. O personagem de Cruise fica perplexo com a revelação e começa uma discussão que será interrompida por um telefonema. Mas a manipulação subliminar já está em ação. Como nos sonhos, estranhos detalhes se destacam. Ganham relevo. O telefonema é um pedido de socorro, feito pela filha de um paciente, que está passando mal. Bill faz uma visita a garota (Marie Richardson), que se insinua bem ao lado do pai moribundo. A mulher causa confusão na cabeça do médico e ele resolve abandonar a consulta. Antes de voltar para Alice, passa na casa de um amigo pianista. Durante o percurso é assombrado pela imagem da esposa transando com o oficial. Essa imagem voltará a cena em diversas ocasiões do filme.

Kubrick se inspirou no livro “Traumnovelle” (História do Sonho), publicado em 1926 por Arthur Schnitzler. A adaptação foi feita pelo próprio diretor com colaboração de Frederic Raphael. O projeto era acalentado pelo diretor há trinta anos (a adaptação era para ter sido feita logo depois de “2001 - Uma Odisséia no Espaço”), mas ninguém parecia muito empolgado com a idéia em Hollywood, sobretudo porque era a época da contracultura e os estúdios viam tudo que era relacionado com essa turma como uma ameaça.

Foi o status que Kubrick assumiu durante todos estes anos que fez o projeto se concretizar no presente. Na verdade, a Warner estava muito estimulada por outra realização, “A.I. – Inteligência Artificial”, uma ficção científica, que prometia ser tão revolucionária quanto “2001”. Como havia problemas tecnológicos complicados de resolver a médio prazo, Kubrick sugeriu rodar “De Olhos Bem Fechados” antes de partir para o novo empreendimento.

A produção menos complexa acabou levando seis meses para ser levantada, com mais 15 meses de filmagem e mais um ano para ser montada. Neste período, Harvey Keitel foi demitido por diferenças ideológicas (cogita-se que ele teria levado muito a sério as cenas de sexo com Nicole Kidman, o que teria causado ciúmes em Tom Cruise) e Jennifer Jason Leigh teve que abandonar o projeto por indisponibilidade na agenda (Kubrick a chamou diversas vezes para voltar ao set e numa das ocasiões ela não pode voltar porque já estava fazendo outro filme).

A cópia final com 2 horas e 39 minutos foi assistida por Kubrick e o casal em 28 de fevereiro. Cruise chorou duas vezes durante a sessão. Declarou recentemente que até hoje o filme mexe com ele e ele nem sabe explicar bem o porquê. Nicole não emite uma palavra a respeito. Uma semana depois, no dia 7 de março de 1999, Kubrick morreu em sua casa.

Curiosidades e revelações torna desse um dos mais brilhantes filmes do ano de 1999. A despedida de um mestre em grande e fenomenal estilo.



RiChaR Neves

Flashback

Três Reis

Há dez anos era lançado nos cinemas americanos (aqui no Brasil só em fevereiro de 2000) o filme Três Reis, de David O. Russel, com George Clooney, Mark Wahlberg e Ice Cube no elenco. Parecia apenas mais um filme de ação bem orquestrado, o que não deixa de ser verdade, mas além de um filme de ação bem orquestrado, Três Reis é um verdadeiro mosaico em que humor (negro), aventura e drama se mistura com exímia perfeição. O filme começa quando a guerra termina. É quando três soldados (o outro vai de arrasto) acham um mapa na bunda de um homem (sim, na bunda de um homem) e armam um plano: há, em algum lugar não muito longe dali, todo (ou parte) do ouro que Saddam roubou do Kwait, a partir daí os "ilustres" soldados decidem ir atrás do outro e se dar bem. No caminho, como obstáculos, eles tem um repórter que faz de tudo para ter sua matéria inédita, os soldados de Saddam, os prisioneiros dos soldados de Saddam, o peso do ouro, tiros perfurando a bile e muitos perigos inacreditáveis. Você até pode achar essa sinopse sem graça, clichê ou qualquer outra coisa de ruim, mas quando essa história passa diante de seus olhos como um filme, você fica envolvido, se diverte muito (muito mesmo, e Spike Jonze garante boa parte dessa diversão), vibra e torce pelos azarados soldados. Um roteiro de fácil entendimento, mas que é inteligente e exige certa atenção de quem está assistindo, o que é o mínimo em um filme que se preze. Sem nunca perder o ritmo, o roteiro não torna-se chato, cansativo ou repetitivo, sempre inova e é sempre eletrizante, sem ser clichê, Três Reis é, acima de tudo, original.

O diretor, David O. Russel, compões suas cenas de forma semi-documental. Por várias vezes com câmera no ombro, a realidade e a veracidade do longa se fazem presentes a cada segundo. Com quadros e planos inventivos (a cena em que é mostrado o estrago de um tiro nas entranhas de um ser humano e logo após o procedimento de primeiros socorros, mostrando um pulmão e todas as demais entranhas é inesquecível), O. Russel se mostra como um excelente diretor de atores e um ótimo diretor técnico. Contando com um elenco afiado, encabeçado por George Clooney (ótimo), seguido por Mark Wahlberg (melhor do que o esperado), Ice Cube (surpreendente) e Spike Jonze (sensacional, divertido e sem exageros), Russel não conseguiria contar sua história sem o brilhante elenco envolvido. Um filme que poderia ser antecipadamente tachado como medíocre, perigoso (afinal fazer um filme com Wahlberg e Cube de uma vez só é querer dar um tiro no próprio pé) e banal, cala a boca de todos e surpreende, tanto pela direção (quem colocaria fé num cineasta inexperiente logo no fim da década) quanto pelo elenco.

Um aspecto que merece um parágrafo exclusivo é a fotografia. Assim que o filme começa um letreiro surge na tela, explicando, que algumas cores diferentes e algumas imagens foram alteradas de propósito para dar mais veracidade a trama. O resultado, também corajoso, é excelente. O que vemos na tela é uma fotografia inventiva e diferente de tudo que fora visto até ali. As cenas no deserto são perfeitas, as citadas alterações tornam-se evidentes em algumas delas, provando que estas alterações tiveram um resultado excelente. A excelente fotografia junto à direção precisa de Russel resultaram em belas imagens.

Em um ano em que obras primas como "Clube da Luta", "À Espera de Um Milagre", "Beleza Americana" e "O Sexto Sentido", Três Reis não fica atrás, e se encaixa perfeitamente nesse grupo. Intenso e inesquecível, Três Reis gruda na memória e não sai mais.

Nota: 9,0

Matheus Pereira

Viagens e viajens

Caros leitores do Pipoca Net, peço encarecidas desculpas pela nossa ausência aqui no blog. Eu ando muito atarefado, a Anabela anda resolvendo algumas coisas, o Caio está muito ocupado e o Richar é um cara muito trabalhador e sua agenda está sempre cheia, são por estes e outros motivos que o blog ás vezes fica sem postagens. Ontem, o Richar não postou sua coluna porque viajou, hoje, infelizmente não postarei a minha coluna e as críticas programadas, pois também terei que viajar, então, infelizmente este fim de semana não terá postagens minhas e do Richar, pois nós estaremos ausentes. Neste fim de semana eu postaria a quarta parte dos Melhores Momentos dos Anos 2000, críticas em DVD e Cinema e a De Cinéfilo Para Cinéfilo, mas infelizmente, devido minha viagem, não poderei postá-las, então postarei tudo no decorrer da próxima semana e sem atrasos. O Richar também estará de volta a partir de segunda feira com todo os gás. Enquanto estamos ausentes a Sr. Anabela ficará por aqui, talvez postando algo, talvez não, mas estará aqui de olhos bem abertos sobre o blog. Confio nela e sei que o blog estará em boas mãos. Continuem visitando, cometem, dê sugestões, critiquem e elogiem. O blog mais do que nosso, é seu. Eu e o Richar só voltaremos segunda feira, mas o nosso amor pelo cinema e nosso coração ficarão aqui. Desculpem os atrasos e abraços de um amante do cinema.

Atenciosamente,
Matheus Pereira

De Cinéfilo Pra Cinéfilo

Os Dez Novos Cineastas Mais Promissores da Atualidade
Parte 1 de 2

Por Matheus Pereira

A todo momento, cineastas surgem e desaparecem. Em meio a tantos mestres e pseudo-mestres, resolvi criar um lista dos dez novos cineastas mais promissores da atualidade, ou seja, nesta lista consta apenas diretores(as) que começaram suas carreiras em longas metragens na década de noventa e na atual. Diretores como Steven Spielberg e Martin Scorsese ainda são promissores, mas não se encaixam na lista, pois já são veteranos.

Segue então, os dez cineastas mais promissores, em minha opinião.

10 - Alejandro González Iñárritu - Este mexicano, nascido na Cidade do México em 15 de agosto de 1963, estreou em longas metragens em 2000 com o ótimo "Amores Brutos", protagonizado por Gael García Bernal. "Amores Brutos" é o primeiro filme de uma trilogia, seguido pelo excelente 21 Gramas e pelo ótimo Babel. Todos eles roteirizados por Guillermo Arriaga, roteirista e amigo do diretor, os dois infelizmente se desentenderam nos últimos meses e "cortaram" relações. Os três filmes foram sucesso de público e crítica, os três receberam indicações a inúmeros prêmios incluindo o Oscar. A trilogia baseia-se nos conflitos humanos e em seus problemas, nos três filmes as histórias se cruzam, se entrelaçam incrivelmente. O cineasta também participou de um projeto sobre os atentados de 11 de setembro e prepara um filme intitulado "Biutiful", e sim, a grafia está escrita de forma errada. Um cineasta que em poucos anos conseguiu fama, sustentação e tem grandes chances de ter um recheado futuro.

Filmes:
-Amores Brutos
-11/09/01 - September 11
-21 Gramas
-Babel
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09 - Danny Boyle - Este promissor cineasta inglês, nasceu em Radcliffe em 20 de outubro de 1956. Surgiu no ramo em 1994 com o filme Cova Rasa. Em 1996 sua pequena obra-prima nasceria tornando-o famoso: Trainspotting. Em 1997, Boyle lançou Por Uma Vida Menos Ordinária. Em 2000, Boyle lançou o divertido A Praia, protagonizado pelo até então menino-prodígio Leonardo DiCapario. Em 2002 era hora do ótimo Extermínio, filme de horror sobre um vírus que se dissipa em 28 dias, matando (quase) toda a população. Em 2004 Boyle lançou a aventura infanto-juvenil Caiu do Céu. Em 2007 Boyle lançou o tenso Sunshine - Alerta Solar. Uma caprichada produção com um roteiro inteligente. E foi em 2008 que Boyle caiu definitivamente nas graças do público e da crítica com o premiadíssimo Quem Quer Ser Um Milionário?. Com este filme, Boyle ganhou o Oscar, o Globo de Ouro e o Bafta de Melhor Direção. Além disso, o filme ganhou 8 (!) Oscar, incluindo Melhor Filme. Apesar de eu não achar o filme tão espetacular como dizem, reconheço que a direção de Boyle foi muito boa, e Boyle merece atenções no futuro.

Filmes:
-Cova Rasa
-Trainpotting
-Por Uma Vida Menos Ordinária
-A Praia
-Extermínio
-Caiu do Céu
-Sunshine - Alerta Solar
-Quem Quer Ser Um Milionário?
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08 - Frank Darabont - Já tivemos um mexicano e um inglês. Agora é a vez de um francês. Sim, Darabont é francês! Nasceu em Montbéliard, 28 de janeiro de 1959. Fizera vários trabalhos para a TV e vários roteiros antes de se tornar cineasta, a maioria de terror. O diretor tem apenas quatro filmes em seu currículo, três deles baseados em romances e contos do escritor Stephen King. Em 1994, Darabont lançou seu primeiro filme, sua primeira obra-prima e um dos melhores filmes de todos os tempos: Um Sonho de Liberdade. Baseado em um conto de Stephen King, Darabont foi indicado ao Oscar e tornou-se famoso já no primeiro filme. O filme fora indicado a 7 Oscar, não ganhou nenhum, mas tornou-se, com o passar dos anos, o mais inesquecível daquele ano. Em 1999, Darabont adapta mais uma vez um história criada pela mente obscura de Stephen King: À Espera de Um Milagre. O filme foi indicado a 4 Oscar (incluindo melhor filme), foi sucesso entre a crítica e é um dos meus filmes favoritos. Neste filme, Darabont novamente fala sobre uma prisão e mostra que seus filmes tem grande carga emocional. Em 2002, Darabont lançou o ótimo Cine Majestic. Apesar deste filme ser o menos citado e menos conhecido do diretor, é emocionante e prova mais uma vez que Darabont é diretor de filme longos, com personagens marcantes e de uma carga emocional extasiante. Em 2008 Darabont lançou a obra-prima do horror B dos últimos anos: O Nevoeiro. Terceiro filme seu baseado em um conto de King. O filme prova de uma vez por todas as já citadas características de Darabont, principalmente a que se refere aos fortes personagens e a profunda carga emocional. Darabont demora a fazer um novo projeto, mas quando faz certamente é algo bom, e até agora, apesar da curta filmografia, o diretor não errou a mão.

Filmes:
-Um Sonho de Liberdade
-À Espera de Um Milagre
-Cine Majestic
-O Nevoeiro
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07 - Alfonso Cuarón - Outro mexicano, curiosamente também nasceu na Cidade do México (mesma de Inárritu) em 28 de novembro de 1961. Cuarón chegou a dirigir, em 1991, um filme no México. O filme fora um sucesso por lá, chamando atenção dos produtores norte-americanos. Mas foi em 1995 que Cuarón despertou para o cinema mundial com o infantil (e sucesso da nossa Seção da Tarde) A Princesinha. Cuarón dirigiu apenas programas para a TV, até ser apresentado ao roteiro de um filme com Meg Ryan e Matthew Broderick, mas recusou-o para poder dirigir A Princesinha. "A Princesinha" não fora um sucesso, mas conseguiu algumas indicações para o Oscar. Em 1998 Cuarón dirigiu Grandes Esperanças, com Ethen Hawke, Gwyneth Paltrow e Chirs Cooper. Seu próximo filme foi E Sua Mãe Também, Cuarón com este filme voltou a suas raízes latinas e acabou sendo um sucesso. O filme fora indicado a vários prêmios e Cuarón fora indicado ao Oscar de Roteiro Original. Cuarón tornara-se famoso, seu nome começara a ser mais respeitado. Em 2004, Cuarón surpreendeu o mundo sendo diretor de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Cuarón, concedeu o que é para crítica e para a maioria dos fãs "o melhor da série Harry Potter". Em 2005, Cuarón dirigiu um segmento para o filme Paris, Eu Te Amo. E foi em 2006 que Cuarón tornou-se definitivamente respeitado e lançou a sua obra-prima e um dos melhores filmes da década: Filhos da Esperança. O filme fora indicado a três Oscar e injustamente não venceu nenhum. Cuarón concedeu os "planos de filmagem" (os planos sequência são geniais) mais surpreendentes e bem executados dos últimos anos e merecia ser indicado e vencer o Oscar de Melhor Direção. Até então Cuarón não lançou filmes, mas com certeza lançará muitas e muitas obras-primas!

Filmes:
-A Princesinha
-Grandes Esperanças
-E Sua Mãe Também
-Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
-Filhos da Esperança
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06 - Darren Aronofsky - Eis o primeiro estadunidense. Nasceu em Nova York, 12 de fevereiro e 1969. Diretor de filmes mais "cult"e de temáticas metafóricas, Aronofsky até agora tem em seu currículo apenas quatro filmes. Em quantidade pode ser pouco, mas em qualidade é muito. Assim como Frank Darabont, Aronofsky tem poucos filmes, mas todos bons. Seu primeiro filme foi Pi. Extremamente elogiado e premiadíssimo, "Pi" lançou o nome de Aronofsky de imediato. Com uma trama inteligente e fotografia em Preto e Branco, "Pi" nasceu cult. Seu segundo filme foi o elogiadíssimo e inteligente Réquiem Para Um Sonho. A inteligência, a tênue linha do real e do imaginário, os vícios, os constantes cortes (marca do diretor) e as atuações fizeram de "Réquiem" inesquecível. Seu terceiro longa fora o metafórico Fonte da Vida. Com uma trama de difícil compreensão, "Fonte" é cinema alternativo. São poucos os que realmente gostam, talvez pelas metáforas ou por algo inexplicável. Seu quarto filme foi o excelente O Lutador. Protagonizado por Mickey Rourke, "O Lutador" foi muito elogiado e arrebatou inúmeros prêmios, é com certeza um dos melhores filmes de seu ano. Aronofsky já tem três projetos a caminho: Black Swan com Natalie Portman, The Fighter com Mark Wahlberg e Robocop da MGM.

Filmes:
-Pi
-Réquiem Para Um Sonho
-Fonte da Vida
-O Lutador
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Bem, estes foram os diretores da primeira metade da lista. Na próxima sexta feira postarei os cinco primeiros. Espero que tenham gostado! Apontem erros, elogiem, critiquem, digam quais os seus preferidos, troquem opiniões e façam suas apostas de quais serão os cinco melhores diretores! Até a próxima...

...e comentem!

Olá galera que nos acompanha no blog PIPOCA NET, aqui estou eu novamente e com uma novíssima seção, "Há Dez Anos Atrás...". Eu li em uma revista essa mesma matéria, que a cada mês atualizava com um filme que brilhou no ano de 1999, que nos deixa muitas saudades, diga-se de passagem. E toda quinta postarei a respeito de um filme aqui, e para começar um filme um pouco desconhecido, porém, brilhante:




O PODER VAI DANÇAR

De: Tim Robbins
Com: Hank Azaria, John Turturro, Rubén Blades, Emily Watson, Philip Baker Hall, John Cusack, Cherry Jones, Angus Macfadyen, Bill Murray, Susan Sarandon, Vanessa Redgrave, Cary Elwes, Joan Cusack, Bob Balaban, Gretchen Mol, Jack Black.

Premissa:
Nos turbulentos anos 1930, o desemprego, a recessão e a falta de perspectivas assolam os EUA. Trata-se da grande depressão americana. As pessoas passavam fome na rua, literalmente. O governo então lança programas para gerar emprego, do qual o Federal Theatre Project é produto direto. A idéia era levar o teatro ao povão para amenizar as tensões sociais. Economicamente, o Federal Theatre pretendia criar emprego para os artistas desempregados e para qualquer um que achasse melhor subir num palco do que se dedicar a artes menos nobres e mais exaustivas.
No mesmo passo o governo tentava impedir a idéia de sindicalização da classe operária e a proliferação de partidos comunistas em solo americano. Quando um jovem compositor, Marc Blitzstein (Hank Azaria), surge com um musical sobre tais questões, o governo a censura, fechando o teatro, e proibe seus atores de a encenarem. Num episódio real, Orson Welles (Angus Macfadyen), dos poucos apoiadores do espetáculo e também seu diretor, empreendeu uma passeata por Nova York em protesto e realizou o espetáculo num teatro alugado apenas com seu autor em cena, pois era o único não sindicalizado. O desenrolar da encenação e as polêmicas que a cercaram fizeram da peça o que se considera hoje a maior estréia de uma peça teatral na história dos EUA.


Da efervescência social, passando pela hipocrisia e frivolidade do high society americano, até o furor criativo e intelectual que emergiu desse período, Tim Robbins concebe um dos maiores filmes do grande ano de 1999.
O elenco é dessas coisas intocáveis, dos trabalhos mais sólidos que já vi. Todos merecem menção. Bill Murray como um ventríloquo que vira delator concebe a que talvez seja sua melhor performance.

Fiquei real e completamente rendido ao vigor narrativo de Robbins, que também assina roteiro, neste trabalho que o coloca em outro patamar como artista, ao menos pra mim. Do drama social à comédia e ao musical, Robbins passeia por diferentes gêneros sem nunca perder de foco sua trama e seus ricos personagens.
John Turturro e Emily Watson (no climax, na foto abaixo num momento cinematográfico desses mágicos e antológicos) estão inclassificáveis de tão bons, vale mencionar.



Semana que vem tem mais um filme... Aguardem e comentem... Bye Cheers... =)~


Johnny Depp é um ator muito querido por todos. Isso não é novidade. Depp faz sempre o mesmo estilo de personagem (meio louco, esquizofrênico, retrógrado). Isso também não é novidade, mas aqui em Inimigos Públicos Depp concede um personagem diferente de tudo o que ele já fizera até o momento. Depp dá vida a John Dillinger, famoso ladrão de bancos. Dillingir é um homem normal: gosta de roupas boas, carros rápidos, de mulheres, dinheiro e é um ser falho como todos são. Não há espaço para heróis ou lendas. Dillinger é sim uma lenda, mas uma lenda humana, não um herói como provavelmente seria retratado por um ator mediano e um diretor inexperiente. Dilinger erra, tem desejos, tem emoções, tem sentimentos, porém estes ficam presoso dentro do inteligente bandido. Em momento algum Dilingir deixa um sorriso mostrar seus dentes, em momento algum perde a classe e faz besteiras ou provoca escândalos. Dilinger sabe da fama que tem, sabe que é mais respeitado e idolatrado que a própria lei, sabe que pode roubar o banco que quiser e fugir da prisão que estiver, sabe também que seu fraco é Billie, francesa que encanta o coração do bandido fazendo com que ele a leve embora na primeira noite. Dilingir sabe que seus parceiros são fiéis e sabe que dificilmente será morto, mas em momento algum o bandido demonstra que sabe de tudo isso. Ele sabe, mas não quer que os outros saibam, tudo porque incrivelmente ele é um sujeito simples e educado, porém ladrão. E talvez seja por isso que nós torcemos para Dillingir, para o bandido, e não para os "mocinhos" ou para lei. Dillingir sozinho é dez vezes mais inteligente e hábil que um grupo de policiais inúteis (pausa para exclamação: inúteis mesmo!) e demonstra uma dignidade por vezes maior que a "lei". No fim, quando Dillingir é morto por policiais ao sair de um cinema (calma, não se preocupe, isto não é um spoiler, afinal se você ainda não sabia que Dillingir morria assim, sinto em lhe dizer, mas precisa ler mais críticas e textos sobre filmes) a primeira coisa que me veio a cabeça foi: Dillingir se deixou morrer. Ele desconfiava do "plano" (não lhes contarei), mas mesmo assim seguiu em frente. E sinceramente, um homem como Dillingir não morreria assim, tão fácil ou sem lutar. Dillingir viu que seu fim era aquele e praticamente se suícidou, até porque Dilingir morrer nas mãos daqueles inúteis policiais seria inacreditável. Para se ter noção da ousadia do bandido, ele entra nas salas da organização de policiais, olha tudo, vê sua foto na parede de procurados, chega num grupo de agentes que escutavam um jogo e pergunta qual o placar. Depp interpreta este personagem único de maneira brilhante, os trejeitos, a fala e os sentimentos. Depp merece indicações a prêmios por sua atuação.

O roteiro é muito bem escrito. Tudo é levado com maestria, deixando o filme, neste quesito, de fácil entendimento. O embate entre as duas figuras é tenso, apesar dos dois se encontrarem de verdade num confronto verbal apenas uma vez, Depp e Bale se antagonizam. Por falar em Bale, o coitado apesar de bom ator, é quase ofuscado pelo brilho de Depp. O filme torna-se confuso devido a escolha do elenco, pois eu fiquei muito confundido entre o ator que interpreta "Nelson Cara de Bebê" e outro ator coadjuvante, entre outras confusões que se tornar inevitáveis devido a esses pequenos erros. A reconstrução da época é excelente, os carros, as roupas, tudo é feito de forma cuidadosa. Cada detalhe (notem os aparelhos, como rádios), cada casaco e acessório, tudo é feito minuciosamente e mais real possível.

A direção de Michael Mann é majestosa, e com este filme, acabou tornando-se o melhor diretor de filmes digitais, ou seja, seus últimos filmes foram filmados com câmeras digitais e desde o primeiro, Mann só melhorou, e fica cada vez mais experiente. Se em Colateral, a filmagem digital foi bem explorado tal qual sua excelente fotografia, aqui em "Inimigos..." essa forma é levada ao ápice. Amparado por um ótima edição, Mann concedeu uma das melhores direções do ano.

Os extras do DVD simples (não sei se será lançado um DVD duplo, acho que não) são bem frustrantes, ou melhor: quase não há extras, apenas a opção de comentário do diretor Michael Mann. De resto, apenas os trailers de sempre. A capa do DVD não é das melhores, e é diferente dos cartazes. Nos cartazes de cinema, a cor das letras do título era branca, na capa do DVD as letras são vermelhas, o que não combinou com o restante da capa cuja sua cor predominate é o preto. É um trabalho bem feito, com bom acabamento, mas acho que poderiam manter a capa igual aos cartazes.

Por incrível que pareça, é extremamente difícil "dissecar" "Inimigos", ou seja, é difícil analisá-lo. Faltam palavras, talvez por sua força, talvez porque não há o que falar. A única coisa que tem de ser dita é que Inimigos Públicos é um dos melhores filmes do ano.

Notas:
Filme: 9,0
Extras: 3,0
Matheus Pereira

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