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É inevitável que durante a longa temporada de prêmios que precedem o Oscar, os filmes em destaque se alternem como favoritos ou descartados da lista de vencedores. Mas ás vezes a troca de favoritos acontece de forma brusca surpreendendo a todos. O que acontece este ano, é que "A Rede Social", belíssima obra dirigida por David Fincher, vinha sendo considerado o filme favorito às principais estatuetas do Oscar. Sucesso de público, "A Rede Social" venceu quase todos os prêmios da crítica e conquistou os maiores elogios e superlativos possíveis.

A caminhada de "A Rede Social" ia muito bem quando, então, os prêmios dos sindicatos começaram a ser revelados. E foi aí que tudo mudou. Num belo dia, ainda considerado como favorito, o longa de David Fincher levou um duro golpe ao perder para "O Discurso do Rei", de Tom Hooper, no PGA, ou seja, o sindicato dos produtores. Prêmio importante na indústria e considerado um bom termômetro para o Oscar, o PGA deu novos rumos à batalha. Mas "A Rede Social" ainda era o favorito.

Ainda favorito, mas com a popularidade em baixa e o poder em risco, "A Rede Social" e sua turma esperaram. Ainda faltava o prêmio do DG (o sindicato dos diretores). Pois bem, Tom Hooper, de "O Discurso do Rei", venceu como a "Melhor Direção" do ano deixando David Fincher chupando o dedo.

E o favoritismo de "A Rede Social" foi novamente posto à prova. Mas "não criemos pânico", fãs de "A Rede Social" (e me incluo aí; que fiquei claro), a obra cerebral do gênio da nossa época ainda é a favorita. Digamos que, depois do DGA, a coisa estava assim: 70% de chances para "A Rede Social" e 30% para "O Discurso do Rei".

Veio o SAG. Ainda que a derrota de Jesse Eisenberg como melhor ator e Andrew Garfield como Melhor Ator Coadjuvante fossem certas, o prêmio de Melhor Elenco não estava tão longe. E mais uma queda: "O Discurso do Rei" faturou os prêmios de Melhor Ator, para Colin Firth (o que já era esperado, óbvio) e o de Melhor Elenco, que é o prêmio principal do evento.

Agora temos, no meu ponto de vista, 51% para o filme de Fincher e 49% para o de Hooper, sem margem de erro, por favor. Afinal, o "filme do facebook" ainda é o favorito? Pode se dizer que sim. Teve uma caminhada muito mais vistosa, cheia de vitórias e é um filme muito mais importante que o principal concorrente. Assim com ano passado, em que "Guerra ao Terror", de Kathryn Bigelow, ganhou praticamente todos os prêmios da crítica, o mesmo pode acontecer dessa vez. E o filme do "rei gago"? Tem chances também. É laureado pela crítica e tem bem a cara dos membros do Oscar. Mas não tem o apelo da crítica. Dando o prêmio para o filme de Hooper, a Academia estaria indo contra toda a crítica. Se fosse pautado para o público escolher a "Rede" ou o "Discurso", o público certamente escolheria o primeiro (mesmo sendo o tal filme frio e intelectual que todos adjetivam). Sendo assim, a A.M.P.A.S. iria contra a escolha do público. Acabaria concordando com os sindicatos que são, na verdade, a grande parcela de votante no Oscar. É aí que tudo complica.

Ainda há o WGA (o prêmio dos roteiristas) que não deve marcar nada e, sim, só acirrar a disputa já que "O Discurso do Rei" deve ser o vencedor de "Melhor Roteiro Original" e "A Rede Social" de "Melhor Roteiro Adaptado", feito que deve se repetir, em ambas categorias, no Oscar.

Ainda há estrada a ser percorrida e, até o fim dela, muita coisa pode acontecer.

Para terminar, gostaria de deixar algo que não deixa de ser verdade:

-"A Origem", de Christopher Nolan, é o laureado com o prêmio do público. Explico: faça uma votação entre o público; as chances da obra de Nolan ser a vencedora são enormes. Sem falar que é a maior bilheteria e ser muito divertido. É juntamente a "A Rede Social", meu filme favorito do ano passado. Ser cool e inteligente faz parte do pacote.

-"A Rede Social" é o vencedor da crítica. Explico: não precisa muito esforço para constatar que "A Rede Social" conquistou a crítica, não é? Ser cool e inteligente, bem, isso faz parte do pacote.

-"O Discurso do Rei" é o favorito dos sindicatos. Explico: também não precisa ser gênio para notar que os sindicatos resolveram premiar os britânicos. Se é cool ou inteligente, isso eu não sei.

Nessa encruzilhada, deu pra notar que não vai ser o público a ter voz ativa.

Os Melhores da Década
As 10 Melhores Atuações Da Década
(Atores)


Apesar da década ter terminado em 2009 (alguns veem a década de 2001 até 2010, o que não é errado; eu prefiro de 2000 a 2009), as listas dos "Melhores da Década" ainda continua. Depois de apresentar alguns filmes que considero os melhores da década e os melhores personagens, decidi postar a lista com as dez melhores atuações masculinas dos anos 2000. Essa lista já estava pronta há um bom tempo, mas só agora decidi postá-la. A lista com as "dez melhores atuaçoes femininas da década" será divulgada em breve. Meu plano é compilar e postar mais duas listas: "Melhores Direções" e "Melhores Cenas/Momentos"; além disso, continuarei postando os filmes do meu TOP 20 da Década.

01 - Daniel Day-Lewis em "Sangue Negro"

Daniel Day-Lewis é, sem dúvida, um dos maiores/melhores atores que já vi. Ainda que seja conhecido por ser "anti-social" ou excêntrico (a mania mais famosa: ele mergulha de tal maneira na composição dos personagens que mesmo quando não está gravando, está interpretando o personagem. Ele alega que acha muito mais fácil entrar e não sair do personagem do que entrar e sair todo o tempo). Ainda que tenha aparecido pouco na última década, toda vez que apareceu roubou a cena e provou ser um monstro do cinema. Em "Gangues de Nova York", de Martin Scorsese, Lewis dividiu a cena com Leonardo DiCaprio, que, em tese, seria o protagonista da obra. Resultado: Lewis roubou a cena, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator e é tido como protagonista por alguns (ainda que fosse o antagonista, era a figura mais carismática e marcante em cena). Até em obras menores Lewis marcava: "Nine", de Rob Marshall, é uma obra fraca, que só não foi um desastre cinematográfico total devido ao ótimo elenco, em especial da persona de Daniel. Mas a atuação que merece todos os louros e eufóricos aplausos é a de "Sangue Negro". Interpretando o magnata do petróleo Daniel Plainview, Day-Lewis venceu vários prêmios da crítica e firmou, de uma vez por todas, todo o seu talento (alguns ainda duvidavam de seu talento devido a escolhas erradas do passado). Com atuação monstruosa onde as palavras são poucas para descrevê-la, Lewis tornou "Sangue Negro" numa obra ainda melhor, e discordo piamente de quem diz que a única coisa que presta em "Sangue Negro" é a atuação de Lewis. A obra dirigida por Paul Thomas Anderson é poderosa, profunda, ácida e um profundo estudo da ganância humana. A atuação perfeita no filme perfeito. O confronto final entre Plainview e o pastor Eli já entrou para a história do cinema recente.

02 - Heath Ledger em "Batman - O Cavaleiro das Trevas"

Uma das estrelas mais brilhantes da década alcançou o ápice e o fim de sua trejetória em menos de dez anos. Depois de interpretar personagens pequenos em filmes igualmente pequenos, Ledger decidiu que não queria ser mais um rostinho bonito, e posteriormente esquecido, da indústria. Subindo degrau após degrau, Ledger alcançou o respeito mundial ao interpretar Ennis Del Mar no superestimado "O Segredo de Brokeback Mountain", recebendo elogios de crítica e público e uma indicação ao Oscar. Mas o sucesso veio mesmo com a interpretação de Coringa no fabuloso "Batman - O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan. Roubando a cena até mesmo do herói do título. Os prêmios e elogios não vieram apenas porque o ator falecera, mas sim porque sua atuação é simplesmente, e inquestionavelmente, maravilhosa. Não há como negar um prêmio a ele. Uma das maiores revelações da década. Uma das maiores perdas. Na mesma medida. Resta apenas imaginar o que aquele brilhante ator ainda seria capaz de fazer.

03 - Javier Bardem em "Onde os Fracos Não Têm Vez"

Como muitos ja disseram, Anton Chigurh, interpretado por Javier Bardem no excelente "Onde os Fracos Não Têm Vez", é a personificação do mal. Não se conhece a origem, os reais motivos de sua existência, seus reais objetivos e sua imprevisibilidade é uma de suas maiores características. Ele - assim como a maldade - chega de repente, faz o que deve fazer e vai embora para espalhar dor e sofrimento em outro lugar. O início, o meio e o fim da obra dirigida por Joel e Ethan Coen provam isso. Bardem injetou sadismo, maldade e loucura pura no olhar de Chigurh. Não há olhar mais psicótico que o dele quando pergunta para um pobre senhor num bar qual fora sua maior derrota no cara ou coroa. A explicação que dá ao velho após este vencer e ganhar a moeda é que ele não pode colocar a moeda no bolso pois ela se irá se misturar com as outras e se tornará um moeda comum; isso se aplica a própria realidade. Ele é uma "moeda". Pode não ser a da sorte, mas com certeza não é uma moeda comum. Nem ele, nem o estupendo ator que lhe deu vida.

04 - Sean Penn em "Sobre Meninos e Lobos"

Sean Penn é um dos meus atores favoritos. Dono de uma versatilidade incrível e de uma carisma que as vezes não condiz com sua persona verdadeira, Penn já entregou papeis memoráveis. São tantos que é impossível citar apenas um. É doloroso, por exemplo, listar apenas sua atuação em "Sobre Meninos e Lobos" como uma das melhores da década. Sua atuação em "21 Gramas", magnífico filme de Alejandro Gonzáles Iñárritu, é igualmente fantástica. Sua atuação em "Milk", de Gus Van Sant, é extraordinária. Até em filmes menos conhecidos Penn merece fartos elogios e aplausos, como em "O Assassinato do Presidente". De qualquer forma, é na obra dirigida pelo mestre Clint Eastwood que Penn se sobressai. Interpretando um pai que perde a filha e busca vingança (na mais superficial descrição de seu personagem), Penn emociona e revolta na mesma medida. Faz sentir e pensar. O título dado a obra aqui no Brasil (num raro exemplo de que o título daqui pode ser melhor que o original) é a mais pura descrição do que acontece no longa. É sobre meninos e lobos. Quem são os meninos ou os lobos, e como essa frase vai ser interpretada, depende de cada espectador. Só sei que Penn vai de menino a lobo e vice versa com maestria nata.

05 - Philip Seymour Hoffman em "Capote"

Philip Seymour Hoffman é o típico camaleão. Ator respeitado, Hoffman não é o tipo de ator que move massas para assistir seus filmes (Missão: Impossível 3 tinha Tom Cruise no elenco...). Seu estilo não agrada a todos e seus personagens sempre são os mais humanos. Entre a crítica e a maioria dos cinéfilos, Hoffman faz sucesso. Depois de trabalhar algumas vezes com Paul Thomas Anderson e uma série de outros cineastas ao lado de uma série de atores, Hoffman roubou a atenção de todos ao interpretar Truman Capote, em "Capote" de Bennett Miller. Particularmente, a atuação de Hoffman é a força motriz da obra que não é tão boa como dizem. Atuação tão boa quanto, é a concebida pelo ator em "Dúvida", de John Patrick Shanley.




06 - Johnny Depp em "Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra"

Johnny Depp é um dos atores mais carismáticos e queridos do cinema recente. É estranho constatar que sua melhor atuação, ou a mais inspirada, não venha de um personagem de algum filme de Tim Burton. Dirigido por Gore Verbinski, a trilogia "Piratas do Caribe" tem muitas qualidades. História interessante e bem escrita, efeitos especiais, ação e aventura, romance, piratas e... Jonny Depp. Não há espaço para ninguém quando o Capitão (ênfase no "capitão) Jack Sparrow entra em cena. Com um caminhar esquisito e jeitinho duvidoso, Depp fez um pirata único; um pirata - vejam só! - pop. É a atuação que todos querem ver, que merece elogios de todas as partes. Crítica e público concordam: a atuação de Depp como o pirata Jack é magnífica e divertida.


07 - Christoph Waltz em "Bastardos Inglórios"

Atores que aparecem de repente e não deixam espaço algum para outros atores merecem todo o destaque do mundo. Se alguns atores necessitam de apadrinhamento ou uma carreira razoavelmente estruturada para darem um salto maior e conquistarem a crítica, outros surgem sem muito aval dos críticos ou dos colegas de profissão e causam o maior rebuliço. Christoph Waltz foi catapultado para a fama em "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino. Interpretando o cruel Hans Landa Waltz é a maior qualidade da obra de Tarantino (o que é um feito notável, já que "Bastardos Inglórios" tem muitos méritos). Vencedor de vários prêmios ao redor do globo, Waltz já garantiu projetos para o futuro. Pode ser que ele nunca mais apresente a atuação poderosa como a que concebeu em "Bastardos Inglórios", pode ser que ele nos presenteie com mais e mais atuações fabulosas. De qualquer forma, a atuação de Waltz como Landa já marcou a história da última década.


08 - Tom Hanks em "Náufrago"

Tom Hanks é meu ator favorito. Existem inúmeros atores no mundo. Inúmeros já passaram na frente das mais diversas câmeras, mas Hanks é o ator que mais me cativa. Versátil e com jeitão simpático, Hanks, como todos, já tropeçou no decorrer de sua carreira, mas todos os erros são esquecidos ante as atuações memoráveis que já concebeu. Na última década, Hanks entregou, no mínimo, duas atuações fantásticas: em "O Terminal", de Steven Spielberg e em "Náufrago", de Robert Zemeckis. Para alguns, sua atuação na obra de Spielberg é caricata, para outros é a melhor coisa do filme. Mas é realmente em "Náufrago" que Hanks se sobressai. Ainda que o filme seja criticado por alguns, a força da atuação de Tom é inegável. O ator leva o filme nas costas e torna a experiência memorável. Dono de cenas famosas ("Sr. Wilson! Sr. Wilson!", ou no momento em que ele arranca um dente nas piores condições possíveis), Hanks merece lugar cativo em qualquer lista que conste os melhores atores/atuações.

09 - Russel Crowe em "Uma Mente Brilhante"

Ainda que tenha ganhado o Oscar por sua atuação em "Gladiador", de Ridley Scott, Russel Crowe merecia o prêmio por "Uma Mente Brilhante" de Ron Howard e não pelo filme que lutou com tigres e fez cara de macho. Sem cair no caricato, Crowe é o condutor de toda a emoção do filme (e sem ser piegas). Interpretando um personagem complexo, Crowe prova que é capaz de dar vida a um ser humano com coração, alma e sentimentos. Sua atuação faz rir e chorar. Faz sentir e pensar. O ingrediente mais poderoso da excelente obra de Howard.




10 - Adrien Brody em "O Pianista"

Ele não é galã. Mas tem certo carisma. Ele não é musculoso. Mas sabe segurar um filme como poucos. Adrien Brody não se encaixa nos parâmetros e frescuras da indústria cinematográfica. O cara merece aplausos pelos simples fato de ser esquisito (ou feio; como queiram) e ser reconhecido mundialmente. Para esse fenômeno tem-se uma resposta: ele tem talento de sobra. Em "O Pianista", de Roman Polanski, Brody fez um dos papéis mais verdadeiros desta década. Dor, sofrimento, luta e coragem. Seu personagem pode ser visto como herói. E merece. Não há herói que sobreviva ao que ele sobreviveu. Não há rostinho bonito e barriguinha malhada que substitua a interpretação visceral de Brody. Vencedor do Oscar (e do beijo da Halle Berry), Brody garantiu respeito e espaço. O que veio depois é história...

Matheus Pereira

Sobre os Indicados ao Oscar 2011

Apesar de contar com um maior número de filmes bons (diferente do ano passado em que algumas obras questionáveis figuraram nas categorias principais), a Academia de Arte e Ciências Cinematográficas, como sempre, pecou em alguns detalhes. Mas não dá para culpar os votantes, os membros da Academia. Não há premiação no mundo que não cometa erros, principalmente porque o "erro" enxergado varia de pessoa para pessoa. No limiar: não se pode agradar a todos. O que se pode dizer sobre o Oscar deste ano, é que ele será melhor que os outros simplesmente por contar com obras melhores.

Os dez melhores...

Além de ser mais abrangente, abrir caminho para muitos filmes e ganhar mais dinheiro, as dez vagas na categoria principal podem ser consideradas as dez vagas a serem preenchidas pelo TOP 10 da Academia. Assim como o National Board Review, que lança sua lista com os dez melhores filmes, o Oscar, desde o ano passado, divulga sua lista de melhores. De qualquer foram, com dez ou mais, sempre haverá a pergunta: quais são os cinco melhores? Se as regras do Oscar fossem as mesmas do passado, em que cinco filmes eram indicados a Melhor Filme, podíamos chegar a uma conclusão de quais seriam os indicados analisando os indicados para melhor Direção e Edição. Nesse caso, os indicados para Melhor Filme seriam "Cisne Negro", "A Rede Social", "Bravura Indômita", "O Discurso do Rei" e "O Vencedor", com chances de "127 Horas" entrar, o que seria mais difícil. Porém, haveria divergência: mesmo não indicado para Direção e Edição "A Origem" provavelmente receberia uma indicação para Melhor Filme. No lugar de quem? "O Vencedor", talvez. "Bravura Indômita", talvez. Fica difícil dizer. No fim das contas, a melhor coisa de ter dez indicados na categoria principal, é que todo mundo fica feliz e sonha com o mundo perfeito, pondo os cinco favoritos como bem entende.

Os Esquecidos

Todo ano a Academia esquece alguém. Este ano, algumas omissões causaram revolta instantânea na internet. O principal: Christopher Nolan ter sido esquecido por sua direção em "A Origem". Ainda que a obra de Nolan não agrade a todos, seu trabalho na direção merecia, pelo menos, uma menção. Não só por seu trabalho em "A Origem", mas por "O Cavaleiro das Trevas", "Amnésia" e outros trabalhos injustamente esquecidos pela Academia. A falta de Andrew Garfield, de "A Rede Social", na categoria de Ator Coadjuvante também causou certo desconforto na internet. Dado como certo por vários blogueiros e apostadores, Garfield já tinha sua vaga reservada na categoria. Dizer que John Hawkes, por "Inverno da Alma", foi o "ladrão" da vaga, é errado. Qualquer um pode ter ganhado o lugar dele. Julianne Moore, por "Minhas Mães e Meu Pai", também era apontada por alguns, e a falta da atriz na categoria de Atriz soou como incoerência da Academia para alguns. "Cisne Negro" ser esquecido na categoria de Roteiro Original foi um dos maiores erros desta edição. "A Origem" foi ainda mais injustiçado ao não ser indicado para Melhor Edição, uma omissão mais grave que a falta de Nolan na Direção. Outra omissão que causou fúria na internet é a falta de Mila Kunis, por "Cisne Negro", o que, pra mim, foi um dos maiores acertos da A.M.P.A.S..

As Surpresas

Não foi o ano de muitas surpresas. Ao menos das surpresas de filmes e pessoas lembradas, ao invés de esquecidos (as). A indicação de David O. Russel, por "O Vencedor", a Melhor Direção não pode ser tomada como surpresa, mas também não era completamente esperada; era um cineasta que estava na corda bamba. Javier Bardem, por "Biutiful", para Melhor Ator foi tomada como surpresa por algumas pessoas, mas tal indicação já era um tanto óbvia. No mais, tudo já era relativamente previsto.

Números

"O Discurso do Rei" é o campeão de indicações: 12, no total; "Bravura Indômita" vem em seguida, com 10 indicações. "A Origem" e a "A Rede Social" com 8; "O Vencedor" com 7; "127 Horas" com 6; "Cisne Negro" com 5; entre outros.

O que esperar...

O mesmo Oscar de sempre. Só que com mais filmes bons...

Indicados ao OSCAR 2011

Indicados ao OSCAR 2011

Melhor Filme
- “Cisne Negro”
- “O Vencedor”
- “A Origem”
- “Minhas Mães e meu Pai”
- “O Discurso do Rei”
- “127 horas”
- “A Rede Social”
- “Toy Story 3″
- “Bravura Indômita”
- “Inverno da Alma”

Melhor Diretor
- David Fincher, por “A Rede Social”
- Tom Hooper, por “O Discurso do Rei”
- Darren Aronofsky, por “Cisne Negro”
- Joel e Ethan Coen, por “Bravura Indômita”
- David O. Russell, por “O Vencedor”

Melhor Ator
- Colin Firth, por “O Discurso do Rei”
- James Franco, por “127 horas”
- Javier Bardem, por “Biutiful”
- Jeff Bridges, por “Bravura Indômita”
- Jesse Eisenberg, por “A Rede Social”

Melhor Atriz
- Annette Bening, por “Minhas Mães e meu Pai”
- Jennifer Lawrence, por “Inverno da Alma”
- Michelle Williams, por “Blue Valentine”
- Natalie Portman, por “Cisne Negro”
- Nicole Kidman, por “Rabbit Hole”

Melhor Ator Coadjuvante
- Christian Bale, por “O Vencedor”
- Geoffrey Rush, por “O Discurso do Rei”
- Jeremy Renner, por “Atração Perigosa”
- John Hawkes, por “Inverno da Alma”
- Mark Ruffalo, por “Minhas Mães e meu Pai”

Melhor Atriz Coadjuvante
- Amy Adams, por “O Vencedor”
- Hailee Steinfeld, por “Bravura Indômita”
- Helena Bonham Carter, por “O Discurso do Rei”
- Jacki Weaver, por “Reino Animal”
- Melissa Leo, por “O Vencedor”

Melhor Roteiro Original
- “Another Year"
- “O Discurso do Rei”
- “Minhas Mães e meu Pai”
- “A Origem”
- “O Vencedor”

Melhor Roteiro Adaptado
- “127 horas”
- “Bravura Indômita”
- “Inverno da alma”
- “A Rede Social”
- “Toy Story 3”

Melhor longa-metragem de animação
- “Como treinar o seu dragão”
- “O mágico”
- “Toy Story 3″

Melhor direção de arte
- “Alice no País das Maravilhas”
- “Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 1″
- “A origem”
- “O discurso do rei”
- “Bravura indômita”

Melhor fotografia
- “Cisne negro”
- “A origem”
- “O discurso do rei”
- “A rede social”
- “Bravura indômita”

Melhor figurino
- “Alice no País das Maravilhas”
- “I am love”
- “O discurso do rei”
- “Bravura indômita”
- “The tempest”

Melhor documentário (longa-metragem)
- “Lixo Extraordinário”
- “Exit through the gift shop”
- “Gasland”
- “Inside job”
- “Restrepo”

Melhor documentário (curta-metragem)
- “Killing in the name”
- “Poster girl”
- “Strangers no more”
- “Sun come up”
- “The warriors of Qiugang”

Melhor edição
- “127 horas”
- “Cisne Negro”
- “O Vencedor”
- “O Discurso do Rei”
- “A Rede Social”

Melhor filme de língua estrangeira
- “Biutiful”(México)
- “Dogtooth” (Grécia)
- “In a better world” (Dinamarca)
- “Incendies” (Canadá)
- “Outside the law” (Argélia)

Melhor trilha sonora original
- “127 horas” – A.R. Rahman
- “Como Treinar seu Dragão” – John Powell
- “O Discurso do Rei” – Alexandre Desplat
- “A Origem” – Hans Zimmer
- “A Rede Social” – Trent Reznor e Atticus Ross

Melhor Canção Original
- “Coming Home”, de “Country Strong”
- “I see the Light”, de “Enrolados”
- “If I rise”, de “127 horas”
- “We Belong Together”, de “Toy Story 3″

Melhor curta-metragem
- “The confession”
- “The crush”
- “God of love”
- “Na wewe”
- “Wish 143″

Melhor curta-metragem de animação
- “Day & Night”
- “The Gruffalo”
- “Let’s Pollute”
- “The Lost Thing”
- “Madagascar, carnet de voyage”

Melhor edição de som
- “A origem”
- “Toy Story 3″
- “Tron: o legado”
- “Bravura indômita”
- “Incontrolável”

Melhor mixagem de som
- “A origem”
- “O discurso do rei”
- “Salt”
- “A rede social”
- “Bravura indômita”

Melhores efeitos visuais
- “Alice no País das Maravilhas”
- Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 1″
- “Além da vida”
- “A origem”
- “O Homem de Ferro 2″

Oscar 2011 - Apostas/Parte 2

Oscar 2011
___Apostas___
Parte 2

Eis meus palpites acerca das categorias técnicas:

Melhor Fotografia

Bravura Indômita
127 Horas
A Origem
Ilha do Medo
Cisne Negro

Ilha do Medo não merece ser esquecido completamente pela Academia, e uma indicação nessa categoria seria interessante e uma forma da Academia mostrar que não esqueceu a obra de Scorsese. Seus maiores rivais: A Rede Social e O Discurso do Rei.

Direção de Arte

Bravura Indômita
Alice no País das Maravilhas
Cisne Negro
O Discurso do Rei
A Origem

Não creio que Ilha do Medo seja lembrado aqui, embora merecesse. Acho um pouco difícil HP 7.1 ser indicado, mas vê-lo entre os indicados seria muito interessante.

Figurino

Bravura Indômita
Cisne Negro
O Discurso do Rei
Alice no País das Maravilhas
Burlesque

Burlesque não deve ficar só com indicações para Canção Original, mas sua indicação não é certa.

Trilha Sonora

A Origem
A Rede Social
O Discurso do Rei
Alice no País das Maravilhas
127 Horas

Como Treinar Seu Dragão tem chances de roubar uma vaga, Danny Elfman, por Alice no País das Maravilhas, pode ser o prejudicado.

Som

A Origem
Bravura Indômita
Cisne Negro
Toy Story 3
Tron: O Legado

Aqui o famoso estilo "filme barulhento" pode vingar, e Homem de Ferro 2 tem chances de roubar o lugar de Cisne Negro, que merece, e muito, uma indicação.

Edição de Som

A Origem
Bravura Indômita
Toy Story 3
127 Horas
Cisne Negro

Aqui novamente um filme barulhento ou uma animação podem roubar o lugar de Cisne Negro (fabuloso nesse quesito) ou de 127 Horas.

Efeitos Especiais

A Origem
Alice no País das Maravilhas
Tron: O Legado

É uma pena que Cisne Negro não fora um dos semi-finalistas; teria orgulho de apostar nele. Os efeitos especiais de Cisne Negro são sutis, funcionam em função da trama e são muito convincentes. Seria muito interessante vê-lo indicado, o que não vai acontecer. Seria legal ver HP 7.1 indicado no lugar de Alice.

Maquiagem

O Lobisomen
Alice no País das Maravilhas
Bravura Indômita

Seria estranho ver O Lobisomen de fora, e Bravura Indômita é exemplar no quesito maquiagem; quando assistirem, tentem achar Barry Peeper no elenco...

Melhor Animação

Toy Story 3
Como Treinar Seus Dragão
Enrolados

Alguma coisa me diz que Enrolados vai ser indicado, embora a maioria dos brasileiros, que assistiram o longa dublado em português, não acreditem nisso...

Filme Estrangeiro

Biutiful (México)
Em um Mundo Melhor (Dinamarca)
Incendies (Canadá)
Fora-da-Lei (Argélia)
Life Above All (África do Sul)

Esperemos até terça-feira para vermos quais as escolhar da Academia.
Abraços!

Matheus Pereira

Oscar 2011 - Apostas

Oscar 2011
___Apostas___
Parte 1


Os indicados ao Oscar serão revelados terça-feira, dia 25, e como sempre, faço minhas apostas. Na lista, coloco os prováveis indicados seguidos de comentários sobre o que pode e o que não pode acontecer. Nessa primeira parte abordo as principais categorias:

Melhor Filme

A Rede Social
O Discurso do Rei
Bravura Indômita
Cisne Negro
A Origem
Toy Story 3
O Vencedor
Minhas Mães e Meu Pai
127 Horas
Inverno da Alma

Como no ano passado, sete/oito vagas já estavam bem definidas, apenas as três ou duas últimas vagas que dividiam opiniões, que faziam crítica e público quebrarem a cabeça acerca de qual(ais) filmes seriam os sortudos finalistas a completas a lista. Houve surpresa: Um Sonho Possível fora indicado. Até se Star Trek (que era apontado por bastante gente) fosse indicado, não causaria tanta surpresa e até mesmo indignação por parte de alguns. Este ano, ao menos para mim, está difícil decidir quais são os dois filmes a completarem a lista. Eu particularmente acredito que o lugar de 127 Horas já é garantido, porém não me surpreenderia se a obra de Danny Boyle fosse ignorada dando lugar a Atração Perigosa ou Another Year. Inverno da Alma não parece completamente certo na categoria, mas a crítica vem concebendo elogios infindáveis para o longa, e sua presença em outras premiações pode garantir uma vaga entre os finalistas. Há quem diga que Minhas Mães e Meu Pai pode ficar de fora, o que acho pouco provável. Não acredito na indicação de O Escritor Fantasma.

Melhor Direção

David Fincher por A Rede Social
Darren Aronofsky por Cisne Negro
Christopher Nolan por A Origem
Danny Boyle por 127 Horas
Tom Hooper por O Discurso do Rei

Aqui há uma vaga indefinida, e ela é disputada por cachorro grande: Danny Boyle versus Joel e Ethan Coen. Creio que a vaga ficará com Boyle pelo seguinte fato: a direção dos irmãos Coen em Bravura Indômita é fantástica, porém, não apresenta nada de muito novo, é excelente, mas pode ser enxergada pelos membros da Academia como convencional. Já o estilo de Boyle faz a cabeça dos votantes mesmo quando ele não conceba um trabalho notável (vide o supervalorizado Quem Quer Ser Um Milionário?). A direção vibrante e ágil de Boyle pode lhe garantir a vaga. Mas a dúvida ainda paira no ar: os dois filmes são elogiados e os diretores são muito queridos. Duvido muito que Ben Affleck consiga espaço e acho um pouco difícil Mike Leigh conseguir uma vaga, já que ele não está recebendo muita atenção ultimamente. David O. Russel por O Vencedor tem sérias chances de ser indicado.

Melhor Ator

Colin Firth por O Discurso do Rei
Jeff Bridges por Bravura Indômita
James Franco por 127 Horas
Jesse Eisenberg por A Rede Social
Javier Bardem por Biutiful

Apesar de mais delineada, aqui também se tem uma dúvida: Robert Duvall por Get Low entra? Difícil saber, e o veterano pode tirar tanto Bardem quanto Eisenberg da briga. Explico: entre Duvall e Eisenberg, quem a Academia preferiria homenagear? O veterano, não o novato. Entre Duvall e Bardem, quem a Academia iria homenagear? O veterano, não o "não-tão-veterano" em um filme que foi relativamente esquecido nas premiações. Você pode pensar: "Get Low também foi relativamente esquecido", mas aí volto com a questão do "veterano": Duvall pode conseguir uma vaga devido à idade, se não, duvido que essa categoria sofra alterações. Mark Wahlberg por O Vencedor e Ryan Gosling por Namorados para Sempre não seriam surpresas.

Melhor Atriz

Natalie Portman por Cisne Negro
Annette Bening por Minhas Mães e Meu Pai
Nicole Kidman por Rabbit Hole
Jennifer Lawrence por Inverno da Alma
Julianne Moore por Minhas Mães e Meu Pai

Esta está mais difícil (como sempre). Noomi Rapace de Os Homens que Não Amavam as Mulheres pode conseguir uma vaga, o que é um pouco difícil. Pelo perfil da Academia, acredito que Moore (queridinha) possa ficar com a última vaga. Não acredito que Halle Berry possa ser indicada, mas também não ficaria muito surpreso se ela conseguisse tal feito. Creio que Jennifer Lawrence será indicada e sua vaga não está ameaçada. Michelle Williams por Namorados Para Sempre pode surgir entre as indicadas.

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale por O Vencedor
Mark Ruffalo por Minhas Mães e Meu Pai
Geoffrey Rush por O Discurso do Rei
Jeremy Renner por Atração Perigosa
Andrew Garfield por A Rede Social

Creio que Andrew Garfield tenha seu espaço quase garantido, o que pode atrapalhar é a presença de John Hawkes por Inverno da Alma, que pode surpreender. Há quem aposte em Ed Harris por Caminho da Liberdade, Bill Murray por Get Low ou Matt Damon por Bravura Indômita (o que não deixa de ser interessante: ano passado ele foi indicado por Invictus, e nem merecia tal indicação, esse ano ele tem uma atuação bem melhor e provavelmente não será lembrado). De qualquer maneira, o único prejudicado será Garfield, infelizmente.

Melhor Atriz Coadjuvante

Melissa Leo por O Vencedor
Amy Adams por O Vencedor
Helena Bonham Carter por O Discurso do Rei
Hailee Steinfeld por Bravura Indômita
Jacki Weaver por Animal Kingdom

Alguns apontam Mila Kunis, por Cisne Negro, entre as indicadas. Apesar de não desconsiderar essa hipótese, torço para que isso não aconteça. O filme é fabuloso, mas a atuação de Kunis é muito convencional, além de ser ofuscada por Portman e os demais colegas de elenco. Já Hailee Steinfeld está magnífica em Bravura Indômita e seria muito bom vê-la concorrendo, já que ela é a coluna vertebral do magnífico filme dos Coen. Como em 2009, Amy Adams deve dividir a categoria com uma colega de elenco, Melissa Leo, ambas por O Vencedor. Se for para indicar alguém do elenco de Cisne Negro, que este alguém seja Barbara Hershey; sua atuação é excelente e merece muito mais atenção e carinho do que a atuação de Kunis. Se Hershey for indicada, creio que Amy Adams seja a atriz a "ceder" a vaga.

Melhor Edição

A Origem
Cisne Negro
A Rede Social
Bravura Indômita
127 Horas

Ainda que Bravura Indômita não tenha uma edição extremamente inteligente ou inovadora, sua vaga é quase certa. Só pelo trailer podemos constatar que 127 Horas tem uma montagem excelente, sem falar que se trata de um filme de Boyle, o que sempre é sinônimo de ótima edição. Como O Discurso do Rei é um dos "favoritos" da noite, seria estranho não vê-lo indicado nessa categoria tão importante, nesse caso, Bravura Indômita seria limado.

Roteiro Original

A Origem
Minhas Mães e Meu Pai
Cisne Negro
O Vencedor
O Discurso do Rei

Another Year pode entrar; não se surpreenda.

Roteiro Adaptado

A Rede Social
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma
127 Horas

Joel e Ethan Coen conseguiram adaptar fielmente a obra literária e ainda deram um toque único, o legítimo e inconfundível toque dos Coen. Inverno da Alma vem arrecadando elogios pelo mundo a fora e 127 Horas já era favorito nessa vaga desde outras premiações. Quem pode entrar? Atração Perigosa; mas acho difícil.

Indicados ao BAFTA

MELHOR FILME

Cisne Negro
A Origem
O Discurso do Rei
A Rede Social
Bravura Indômita

MELHOR FILME BRITÂNICO

127 Horas
Another Year
Four Lions
O Discurso do Rei
Made in Dagenham

MELHOR DIRETOR

Danny Boyle, 127 Horas
Darren Aronofsky, Cisne Negro
Christopher Nolan, A Origem
Tom Hooper, O Discurso do Rei
David Fincher, A Rede Social

MELHOR ATOR

Javier Bardem, Biutiful
Jeff Bridges, Bravura Indômita
Jesse Eisenberg, A Rede Social
Colin Firth, O Discurso do Rei
James Franco, 127 Horas

MELHOR ATRIZ

Annette Bening, Minhas Mães e Meu Pai
Julianne Moore, Minhas Mães e Meu Pai
Natalie Portman, Cisne Negro
Noomi Rapace, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
Hailee Steinfeld, Bravura Indômita

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Christian Bale, O Vencedor
Andrew Garfield, A Rede Social
Pete Postlethwaite, Atração Perigosa
Mark Ruffalo, Minhas Mães e Meu Pai
Geoffrey Rush, O Discurso do Rei

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Amy Adams, O Vencedor
Helena Bonham Carter, O Discurso do Rei
Barbara Hershey, Cisne Negro
Lesley Manville, Another Year
Miranda Richardson, Made in Dagenham

ROTEIRO ADAPTADO

127 Horas, Danny Boyle e Simon Beaufoy
Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel
A Rede Social, Aaron Sorkin
Toy Story 3, Michael Arndt
Bravura Indômita, Joel Coen e Ethan Coen

ROTEIRO ORIGINAL

Cisne Negro, Mark Heyman, Andres Heinz e John J. McLaughlin
O Vencedor, Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson
A Origem, Chistopher Nolan
Minhas Mães e Meu Pai, Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg
O Discurso do Rei, David Seidler

MELHOR FOTOGRAFIA

127 Horas, Anthony Dod Mantle, Enrique Chediak
Cisne Negro, Matthew Libatique
A Origem, Wally Pfister
O Discurso do Rei, Danny Cohen
Bravura Indômita, Roger Deakins

DIREÇÃO DE ARTE

Alice no País das Maravilhas, Robert Stromberg e Karen O’Hara
Cisne Negro, Thérèse DePrez e Tora Peterson
A Origem, Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat
O Discurso do Rei, Eve Stewart e Judy Farr
Bravura Indômita, Jess Gonchor e Nancy Haigh

MONTAGEM

127 Horas, Jon Harris
Cisne Negro, Andrew Weisblum
A Origem, Lee Smith
O Discurso do Rei, Tariq Anwar
A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter

EFEITOS VISUAIS

Alice no País das Maravilhas
Cisne Negro
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I
A Origem
Toy Story 3

MAQUIAGEM

Alice no País das Maravilhas
Cisne Negro
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I
O Discurso do Rei
Made in Dagenham

SOM

127 Horas
Cisne Negro
A Origem
O Discurso do Rei
Bravura Indômita

FIGURINOS

Alice no País das Maravilhas, Colleen Atwood
Cisne Negro, Amy Westcott
O Discurso do Rei, Jenny Beavan
Made in Dagenham, Louise Stjernsward
Bravura Indômita, Mary Zophres

ANIMAÇÃO

Meu Malvado Favorito
Como Treinar o Seu Dragão
Toy Story 3

TRILHA SONORA

127 Horas, AR Rahman
Alice no País das Maravilhas, Danny Elfman
Como Treinar o Seu Dragão, John Powell
A Origem, Hans Zimmer
O Discurso do Rei, Alexandre Desplat

FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

Biutiful
Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
I Am Love
Sobre Homens e Deuses
O Segredo dos Seus Olhos

Globo de Ouro - Vencedores

Nada de novo na última edição do Globo de Ouro. O que se viu foi uma premiação preocupada com a presença de astros e estrelas e que não dá atenção pro real cinema. Basta olhar e ver que gente como Justin Bieber apresentou um prêmio, e o pior: pisou no mesmo palco de Al Pacino e Robert De Niro. Apesar de ser coerente nos resultados, as listas de indicados foi vergonhosa. O esperado aconteceu: A Rede Social levou quatro prêmios (Melhor Filme, Direção, Roteiro e Trilha Sonora), Colin Firth levou como Melhor Ator por sua atuação em O Discurso do Rei e Natalie Portman levou como Melhor Atriz pela brilhante atuação em Cisne Negro. Christian Bale e Melissa Leo foram os escolhidos como os melhores coadjuvantes por suas atuações em O Vencedor. Vamos à lista:

Cinema

Melhor Filme – Drama
A Rede Social

Melhor Comédia ou Musical
Minhas Mães e Meu Pai

Melhor Diretor
David Fincher, de A Rede Social

Melhor Ator – Drama
Colin Firth, de O Discurso do Rei

Melhor Atriz – Drama
Natalie Portman, de Cisne Negro

Melhor Ator Coadjuvante – Drama
Christian Bale, de O Vencedor

Melhor Atriz Coadjuvante
Melissa Leo, de O Vencedor

Melhor Ator – Comédia ou Musical
Paul Giamatti, de A minha versão para o Amor

Melhor Atriz – Comédia ou Musical
Annette Bening, de Minhas Mães e Meu Pai

Melhor Roteiro
Aaron Sorkin, de A Rede Social

Melhor Animação
Toy Story 3

Melhor Canção Original
You Haven't Seen the Last of Me, de Burlesque

Melhor Trilha Sonora
Trent Reznor e Atticus Ross, de A Rede Social

Televisão

Melhor Série de TV (Musical ou Comédia)
Glee

Melhor Minissérie ou Filme para TV
Carlos, de Olivier Assayas

Melhor Ator de Minissérie ou Filme para TV
Al Pacino, de You Don't Know Jack

Melhor Atriz de Mini-série ou Filme para TV
Clare Danes, por Temple Grandin

Melhor Ator de Comédia ou Minissérie
Jim Parsons, de Big Bang Theory

Melhor Atriz de Comédia ou Minissérie
Laura Linney, de The Big C

Melhor Série – Drama
Boardwalk Empire

Melhor Ator de Série – Drama
Steve Buscemi, de Boardwalk Empire

Melhor Ator Coadjuvante de Minisserie, Série ou Filme para TV
Chris Colfer, de Glee

Melhor Atriz Coadjuvante de Minisserie, Série ou Filme para TV
Jane Lynch, de Glee

Melhor Atriz em série de TV – Drama
Katey Sagal, de Sons of Anarchy

Globo de Ouro - Apostas

Globo de Ouro 2011
Apostas


Amanhã, pós 23 horas, acontece a entrega dos Globos de Ouro. A premiação que vinha perdendo a seriedade nos últimos anos, perdeu o sentido e a vergonha nesta última edição. A entrega, que será televisionada pelo canal à cabo TNT a partir das 22 horas conta com as maiores estrelas do cinema e da TV e não se preocupa com o verdadeiro cinema ou com as pessoas simples que o tornam possível. Para os membros da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood o que vale é indicar atores famosos que não mereciam indicações, e esquecer aqueles cujo brilho está recém começando. Ainda que conte com bons filmes e coerência na categoria principal (Melhor Filme Drama), tudo desanda com os indicados a Melhor Filme Comédia/Musical e praticamente todas as categorias de atuação principalmente nas de Comédia/Musical.

Isso prova, que a divisão em Drama e Comédia/Musical tornou-se desnecessária, já que nos últimos anos mais de noventa por cento dos indicados nas categorias relativas à Comédia/Musical não mereciam ser lembrados. Este ano, por exemplo, apenas um dos indicados a Melhor Filme na categoria merecia destaque.

De qualquer forma, vamos às apostas:

Melhor Filme - Drama

-Vence: A Rede Social

É o filme mais badalado da temporada de prêmios, ganhou tudo que tinha pra ganhar; além de, ao seguir as outras premiações, ser uma boa forma do Globo de Ouro se redimir depois da ridícula lista de indicados. Porém, não devemos esquecer que o Globo de Ouro adora premiar filmes caros, grandiosos e de diferenciar dos demais (no ano de Os Infiltrados, Babel venceu, no ano de Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez, Desejo e Reparação levou a melhor). Basta olhar para trás, no ano passado mesmo, e ver que Avatar fora agraciado com o prêmio principal, mesmo tendo Guerra ao Terror como o favorito até então. Então, não ficaria surpreso se A Origem, de Christopher Nolan, ganhasse o principal Globo de Ouro.

Melhor Filme - Comédia Musical

-Vence: Minhas Mães e Meu Pai

Porque concorrer contra Alice no País das Maravilhas, RED - Aposentados e Perigosos, Burlesque e O Turista é a coisa mais fácil da noite.

Melhor Direção

-Vence: David Fincher por A Rede Social

Apesar de David Fincher não ser muito simpático, amigável, não há como negar o prêmio ao cara que ganhou vários outros ao redor do mundo. Mesmo assim, considero essa categoria a mais difícil, já que Christopher Nolan concebeu uma direção fantástica em um filme grandioso, caro, o que o coloca quase empatado com o diretor de A Rede Social. Não podemos esquecer Darren Aronofsky, de Cisne Negro, que corre por fora e pode surpreender.

Melhor Roteiro

-Vence: Aaron Sorkin por A Rede Social

Entre roteiros originais e adaptados, o escrito por Aaron Sorkin, A Rede Social, é o melhor. Ainda que o roteiro de A Origem seja primoroso e inteligente, o roteiro de A Rede Social já foi agraciado por muito e levado ao status (com razão) de melhor roteiro do ano.

Melhor Ator - Drama

-Vence - Colin Firth por O Discurso do Rei

É o mais comentado. Ainda que seus concorrentes sejam fortes, Firth dispara na frente. É simpático, metido a galã e famoso. O ator perfeito para ser premiado no Globo de Ouro. É difícil, mas não impossível, que Jesse Eisenberg, de A Rede Social, vença. Estar em início de carreira pode atrapalhar, mas a atuação do rapaz é excelente, e ninguém ficaria bravo se ele vencesse. James Franco é outro forte concorrente, além de uma atuação elogiada, tem todas as qualidades que um membro da Associação prima.

Melhor Atriz - Drama

-Vence: Natalie Portman por Cisne Negro

Porque não dar o prêmio a ela seria a maior burrice (sim, maior ainda que indicar O Turista a melhor filme) da premiação.

Melhor Ator - Comédia/Musical

-Vence: Kevin Spacey por Cassino Jack

Uma das categorias mais fracas, é impossível dizer ao certo quem vence. Johnny Depp pode muito bem subir ao palco e agradecer o prêmio. Pode até vencer por O Turista e agradecer Tim Burton (diretor de Alice), confundindo-se, afinal, nem ele deve dar importância para um prêmio desses. Depois de Robert Downey Jr. vencer por Sherlock Holmes ano passado... Aposto em Spacey por ser o mais veterano e muito queridinho.

Melhor Atriz - Comédia/Musical

-Vence: Annette Bening por Minhas Mães e Meu Pai

A atuação dela é muito elogiada e já ganhou prêmio por aí, além de ser figurinha certa no Oscar. Creio que este seja dela.

Melhor Ator Coadjuvante

-Vence: Geoffrey Rush por O Discurso do Rei

Grande ator, veterano e em filme badalado. São boas pistas para firmar sua vitória. Gostaria de ver Andrew Garfield vencendo, porém, o jovem está na mesma situação de seu colega Jesse Eisenberg. Mas algo muito forte me diz que Christian Bale vai ganhar nessa categoria, a única coisa que vai contra sua vitória é sua antipatia.

Melhor Atriz Coadjuvante

-Vence: Melissa Leo por O Vencedor

Todo o elenco de O Vencedor vem sendo elogiado, e Melissa Leo vem recebendo destaque. Porém Helena Bonham Carter (por O discurso do Rei) existe e pode estragar a festa de Leo.

Melhor Filme Estrangeiro

-Vence: Biutiful

É simples: é dirigido pelo mesmo cara que fez Amores Brutos, 21 Gramas e Babel (que venceu o prêmio principal em 2006), Alejandro Gonzáles Iñárritu, que os membros admiram; e é estrelado por Javier Bardem outro queridinho. Pode não ser o melhor dos indicados, mas é o "maior".

Melhor Animação

-Vence: Toy Story 3

Hã... Hummm...

Trilha Sonora

-Vence: A Origem

Hans Zimmer é conhecido, querido, e a trilha é ótima.

Canção

-Vence: I See the Light por Enrolados

Chute. Não conheço nenhuma das canções.

Papo Rápido

Agora o Papo Rápido será mais rápido do que nunca. Antes a seção Papo Rápido tinha o seguinte formato: críticas curtas (com um ou dois parágrafos médios) de dois ou mais filmes. A partir de agora, os comentários serão resumidos à pequenas frases acompanhadas de notas. Se o formato não tiver boa aceitação, volto para as críticas maiores.


Nova York, Eu Te Amo

Apesar de alguns segmentos serem muito interessantes (como o dirigido por Bret Ratner envolvendo uma cadeirante), algumas histórias são chatas e fora de sintonia. A maioria dos segmentos não tem desfecho satisfatório e alguns não fazem sentido (como o protagonizado por Shia LaBeouf). Vale por dois os três segmentos.

Nota: 5,5



Vidas Que Se Cruzam

Guillermo Arriaga (roteirista de Amores Brutos e 21 Gramas, por exemplo) era parceiro habitual de Alejandro Gonzáles Iñárritu. Depois de quebrarem os pratos e seguirem cada um para um lado, Arriaga decidiu estrear na direção com um roteiro próprio. O resultado: o vencedor da briga foi Iñárritu, que provou, sem fazer força alguma, que era a mente criativa e responsável pelas maiores qualidades da trilogia que encerrou com Babel.

Nota: 6,0




Mar Aberto

Tenso e esperto, Mar Aberto investe mais no suspense psicológico do que no explícito. Apesar de a câmera digital apresentar um problema e outro, há sequências brilhantes e dignas de nota, como aquela (a qual considero a mais tensa da obra) do temporal durante a noite, em que pouco vemos, mas muito escutamos, tornando a experiência ainda mais assustadora.

Nota: 7,0



Eclipse

É incrível como uma série que chega ao terceiro capítulo não consegue consertar os problemas dos capítulos anteriores. Se a lógica é arrumar a casa e eventualmente apresentar erros novos, a "saga" Crepúsculo acumula erros. É inacreditável constatar que algumas partes do pescoço dos personagens ainda não são devidamente maquiados - só para citar um erro antigo (!). Ainda que cheio de erros, este terceiro filme dirigido por David Slade (do bom 30 Dias de Noite) é o mais regular da série.

Nota: 7,0


Esquadrão Classe A

Esquadrão Classe A falha em quase todos os aspectos. Até mesmo nos efeitos especiais é falho (e não venha me dizer que isso é proposital). Com um início divertido, que ao menos prometia uma aventura descompromissada pouco mais regular, a adaptação cinematográfica da antiga série de TV cai consideravelmente com o passar dos minutos. Da metade para o fim tudo desanda: as piadas se repetem demasiadamente e os exageros das sequências de ação se tornam insuportávelmente absurdas.

Nota: 4,0


Matheus Pereira

2º Pipoca de Ouro - Vencedores

2º Pipoca de Ouro
Vencedores

Melhor Filme

A Origem

Melhor Direção

Christopher Nolan por A Origem

Melhor Ator

Leonardo DiCaprio por Ilha do Medo

Melhor Atriz

Gabourey Sidibe por Preciosa

Melhor Ator Coadjuvante

Andrew Garfield por A Rede Social

Melhor Atriz Coadjuvante

Mo'Nique por Preciosa

Melhor Edição

A Origem

Melhor Roteiro Original

A Origem

Melhor Roteiro Adaptado

A Rede Social

Melhor Animação

Toy Story 3

Melhor Fotografia

Ilha do Medo

Melhor Direção de Arte

A Origem

Melhor Figurino

Alice no País das Maravilhas

Melhor Trilha Sonora

A Origem

Melhores Efeitos Especiais

A Origem

Melhor Cena

Paris se dobra em A Origem

Melhor Personagem

Mark Zuckerberg em A Rede Social

Melhor Vilão

Lotso em Toy Story 3

Melhor Casal

Scott e Ramona em Scott Pilgrim Contra o Mundo

______________________

Obrigado a todos que votaram! No final deste ano tem mais!

Pipoca Net

Aviso!

Atenção!

A votação do 2º Pipoca de Ouro se encerra amanhã às oito da noite. Se você ainda não votou, clique no link abaixo e vote nas enquetes. Os vencedores serão divulgados amanhã às dez e meia da noite!

Apesar de muitas categorias já estarem decididas, algumas surpresas surgirão, pois alguns votos ainda não foram contabilizados...

Enfim, votem!

Crítica: A Rede Social


Parece proposital: pouco mais de dez anos depois de lançar o profundo estudo da mente humana na virada do século com o sensacional Clube da Luta, David Fincher concebe novamente um estudo incrível dos costumes e da mente humana na passagem da primeira para a segunda década do século. Filmes feitos em datas distintas que tem muito em comum: mostram, embasados em alguns seres humanos, o que a maioria das pessoas faz em seu dia a dia. Se em Clube da Luta o consumismo e sua dependência ocasional era o tema principal em A Rede Social o tema não é tão diferente. Assim como o longa estrelado por Edward Norton e Brad Pitt, A Rede Social também trata e vícios. O vício quase instantâneo que o Facebook causa nos usuários é o mais fidedigno retrato do que realmente acontece, e Fincher ilustra isso com muita inteligência: em certo instante uma adolescente estudante de Stanford diz que acessa o site cinco vezes por dia, e os criadores dizem em uma reunião que as pessoas acessam muito mais a rede social do que qualquer outro site. Esta é uma verdade que, depois de tomar conta das faculdades ianques, tomou conta de mais de duzentos países, tornando-se um vício instantâneo.

A Rede Social, como você já deve ter lido em vários lugares, não é necessariamente sobre a criação do Facebook, é sobre o criador da rede e seu "tino" social e, ainda mais, sobre a geração da rede social, a geração da internet. Depois de falar numa velocidade em que quase não acompanhamos a legenda em que Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) fala sobre QI e clubes da faculdade e ao mesmo tempo humilha a namorada sem perceber, o jovem leva um fora da namorada. Bêbado, retorna para o alojamento e cria, com a ajuda dos amigos, em especial do brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), o Facemash, um site onde as garotas "gostosas", segundo eles, eram separadas das feias. É lógico que o site não foi aceito pelas garotas, mas os rapazes proporcionaram mais de 22 mil acessos na primeira noite. Tantos acessos chamaram atenção de muita gente: a direção e os programadores de Harvard, a faculdade onde Zuckerberg estuda, intimaram e puniram o jovem gênio pois eles derrubara toda a rede da faculdade devido aos vários acessos do Facemash; mas por outro lado, o nerd recém-solteiro chama atenção dos ricos irmãos gêmeos Winklevoss e do sócio deles Divya Nerendra (Max Minghella) que propõe à Zuckerberg a criação e a sociedade de uma rede social, uma rede onde os estudantes de Harvard estariam ligados. Porém Mark decide fazer seu próprio site, sua própria rede social: thefacebook. Mesmo usando códigos diferentes, é claro para ele, para os gêmeos e para o espectador que Zuckerberg se aproveitou da ideia. Foi então, ao lado do amigo Eduardo que começaram a criação do thefacebook. E então, os processos: os irmãos, ao lado do sócio Nerendra, processam Zuckerberg pelo roubo da ideia, e Eduardo Saverin o processa por diminuir sua participação no capital da empresa. É com esse enredo que David Fincher, aliado à brilhante montagem, conta a história daquelas pessoas envolvidas na criação do Facebook.

Adaptado do livro "Bilionários por Acaso - A Criação do Facebook" de Ben Mezrich, o roteiro de Aaron Sorkin é afiado e inteligente. Com uma trama bem costurada que vai e vem no tempo intercalando momentos da criação e dos processos contra Zuckerberg. Sorkin mantém o ritmo de A Rede Social; em nenhum momento o ritmo cai, a obra fica monótona. Nas duas horas de duração acompanhamos uma ótima trama lógica e eletrizante. Mas a melhor coisa do roteiro de Sorkin são os diálogos. São inúmeros diálogos memoráveis. "Eu criei o Napster e fui processado por todos que vão ao Grammy", diz o descolado Sean Parker (Justin Timberlake); "Eu era seu melhor e único amigo", diz o traído Eduardo; "Você mantém as garotas afastadas não porque é nerd, é porque é um babaca", diz a triste ex-namorada; "Como tanta gente acessa essa rede social? O que ele (Zuckerberg) tem? Cinco amigos?", lamenta o sócio dos gêmeos; "Você não é um babaca, apenas faz de tudo para se tornar um", diz a advogada que acompanha um dos processos; "Eu criei o que seus clientes não tiveram nem intelecto nem criatividade para criar", diz o esperto Zuckerberg ao advogado do gêmeos. Eu poderia citar todas as falas de A Rede Social, mas deixo que você assista a obra e fique maravilhado com as palavras e a rapidez com que são ditas.

Mas as falas escritas por Aaron não teriam a mesma força se não fosse o brilhante elenco de A Rede Social. Encabeçado por Jesse Eisenberg numa atuação fantástica, o elenco conta com inúmeras atuações memoráveis. Andrew Garfield, futuro Homem-Aranha, no papel do brasileiro Eduardo, surpreende pela força e pelo equilíbrio com que interpreta o co-fundador e amigo de Mark. Armie Hammer, aliado a um soberbo efeito especial, interpreta os dois irmãos, convencendo o espectador que acha estar vendo dois atores diferentes interpretando os irmãos (na verdade, o rosto de Hammer é usado sobre o corpo de outro ator, o que não minimiza o trabalho do jovem ator) e Justin Tiberlake rouba a cena como o gênio sem rumo Sean Parker que se envolve com sexo, drogas e processos e ajuda o criador do Facebook (é ele que dá a ideia a Mark de tirar o "the" e deixar apenas Facebook, dizendo que o nome fica mais "limpo" desse jeito) a divulgar o site e levá-lo a outros países.

Contando muita coisa em 120 minutos (o filme é tão bom que passa rápido demais), David Fincher prova que não lança trabalho ruim. Todos os seus filmes são de "bom" para cima e que merece a atenção há muito atrasada. Cuidando menos de exercícios de estilo e mais da história e dos personagens (coisa que, na verdade, sempre fez), Fincher concebe uma direção firme e mostra que é um dos gênios de sua geração. Com uma bela trilha sonora e uma excelente montagem, A Rede Social é um filme completo.

Sendo considerado por muitos o melhor filme do ano (ainda acho A Origem uma obra um pouco melhor, o longa de Fincher vem em segundo lugar na minha lista) e cotado à várias estatuetas douradas em fevereiro, A Rede Social é o retrato da atual geração.

Quem sabe daqui a dez anos David Fincher faça mais um retrato fiel da próxima geração...

Nota: 10,0

Matheus Pereira

Crítica: Cisne Negro


Após assistir "Cisne Negro", novo filme de Darren Aronofsky (diretor dos impecáveis "O Lutador" e "Réquiem Para Um Sonho"), fiquei seriamente confuso. Não porque eu não entendera a história contada, mas porque eu realmente não sabia se havia gostado ou não da obra. Uma parte de mim dizia que o longa era belo, competente, profundo e, em qualquer circunstâncias, e de todos os pontos de vista, Cinema com "C" maiúsculo. Já outra parte me dizia que Cisne Negro foi, de uma forma ou de outra, uma fita um tanto decepcionante, não ruim, mas aquém daquilo que se esperava. Talvez eu não entendera todas as nuances e nem penetrara em todas as camadas que Aronofsky pôs em seu filme. Talvez eu não entrara no clima denso, complexo, no estudo aprofundado da loucura que Cisne Negro retrata. Depois de duas partes distintas brigarem muito, fazendo dos meus pensamentos um campo de batalha, resolvi parar, deixar as duas partes, com observações bem distintas de lado, e me ater aos detalhes - que não são poucos - da obra que acabara de assistir.

Foi com calma, e com a mente bem tranquila, que comecei a enxergar a verdadeira mensagem de Cisne Negro. Mas não irei transcrever aqui a mensagem que o filme me passou, pois Cisne Negro é tão complexo, tão profundo e interpretativo que eu não gostaria que minha opinião interferisse na sua, então, deixo que cada um assista e tire suas próprias conclusões. O longa de Aronofsky é, como poucos, aquele que, entre dez pessoas, pode ser interpretado de dez maneiras diferentes. É um dos melhores estudos de personagem dos últimos meses. É a construção de um lado desconhecido, adormecido até então; é o rito de passagem doloroso e indelével.

Cisne Negro conta a história da bailarina Nina (Natalie Portman), que depois de dançar um bom tempo em uma companhia de dança, ganha do diretor do espetáculo Thomas o papel principal de "O Lago dos Cisnes". O papel antes era de Beth (Winona Ryder onde ela terá que interpretar duas irmãs gêmeas: uma o Cisne Branco; a outra, o Cisne Negro. O cobiçado papel é tido como um dos mais difíceis entre as bailarinas, e interpretá-lo torna-se um desafio inimaginável para Nina que consegue interpretar com facilidade o Cisne Branco (que é doce, frágil e, de certa forma, ingênuo, assim como a própria Nina), mas tem dificuldades homéricas de interpretar o Cisne Negro que requer sedução e um apelo sexual ainda não alcançado por Nina. Nesse meio tempo surge a jovem e bela Lily (Mila Kunis) que representa uma preocupante ameaça aNina, já que ela pode ficar com o seu papel caso ela não alcance a perfeição com o Cisne Negro. A mãe de Nina, Erica (Barbara Hershey), a trata como uma criança e põe certa culpa na jovem por ela ter sido, de uma forma ou de outra, a razão de ela ter parado de dançar. Mas o escopo principal de Cisne Negro é, realmente, a caminhada de Nina rumo à perfeição. A busca da jovem bailarina pelo Cisne Negro (e aí entra os dois lados do Cisne Negro: o real e o metafórico).

O filme Cisne Negro é, na verdade, o próprio "O Lago dos Cisnes" transposto para as telonas, e devo me ater apenas a esta frase para não estragar o desfecho antes de seus fim. O roteiro de Mark Heyman, John J. McLaughlin e Andres Heinz faz esse balanço entre a peça e a vida real de forma impecável. Não é um tradução literal dos atos para o cinema, é algo muito sutil. Uma dança equilibrada entre as duas realidades, entre as duas verdades. Os pequenos detalhes que remetem ao Cisne Negro querendo florescer em Nina, ainda tímido, também são formidáveis. A cena em que Nina vê uma "outra" Nina em um vagão do metrô e depois passando por ela na rua é a prova da manifestação do Cisne Negro, afinal, a "outra" Nina visualizada pela "Nina real" está sempre de preto e com estilo fatal, sempre poderosa e sedutora. Imagem que se opõe diretamente à "Nina real", sempre vestida em tons claros que com um jeitinho meigo que ás vezes se torna até mesmo irritante.

Mas as duas coisas que fazem de Cisne Negro uma obra estupenda são: a direção de Aronofsky e a atuação de Portman. A direção de Darren é fantástica, tanto na parte técnica quanto na parte emocional. Assim como em "O Lutado", Aronofsky segue sua protagonista com a câmera na mão e filmando suas costas, ele acompanha cada passo da personagem. Aliás, a câmera na mão é seguidamente usada em Cisne Negro, seja em sequências de dança (a maioria gravada em belos planos sequência), na rua ou na casa da jovem, dando um tom muito bem vindo de realismo à trama. Aronofsky usa a iluminação e o jogo de espelhos/reflexos com inteligência e cuidado criando belíssimos quadros. Digo, sem medo que Aronofsky teve, sem dúvida, uma das três melhores direções dos últimos meses (e ouso ao dizer que poucos serão os que alcançarão este feito no ano que recém iniciou), e torço para que seja indicado ao Oscar desse ano e não ficarei nem um pouco triste se vencer de favoritos como Christopher Nolan e David Fincher (que são dois que também torço). A atuação de Natalie Portman merece aplausos à parte, elogios separados da brilhante obra que participou. Assim como interpretar os dois Cisnes é extremamente complicado, interpretar Nina também não é fácil. Portman mostra com sutilezas a transição de sua personagem, suas ambições. A troca de um olhar para o outro são impressionantes e nem parecem vir da mesma pessoa. Chega a ser irônico precisar de uma bailarina/atriz tão boa para a peça retratada no filme e uma atriz excelente para o filme, já que ambos os papéis são excelente. É uma rima interessante e é quase um exercício de metalinguagem da parte de Portman que mostra como uma atriz/bailarina se prepara para um papel difícil.

Contando com um elenco de coadjuvantes excepcional (de Cassel à Kunis, todos perfeitos e em sintonia) e uma parte técnica de encher os olhos (a fotografia e os efeitos especiais são sutis e perfeitos), Cisne Negro pode ser mal interpretado logo que o nome do diretor aparece na tela dando início aos créditos finais, mas depois de um tempo, lutando com duas opiniões diferentes assim como a própria protagonista, você pode entender a obra melhor e considerá-la indispensável.

A propósito, os créditos finais começam ao som de fervorosos aplausos. Nada mais que apropriado de se ouvir ao término de uma obra como esta.

Nota: 9,0

Matheus Pereira


Há aquela velha história de que certos filmes podem ser facilmente reconhecidos como de certos diretores devido ao forte estilo de seu realizador. Impossível não reconhecer, por exemplo, um filme de Quentin Tarantino ou de Stanley Kubrick. O estilo dos diretores está impresso em cada quadro de seus filmes. Com Wes Anderson (Viagem a Derjelling, Vida Marinha com Steve Zissou, entre outros) não é diferente. Cineasta de estilo único, inconfundível, Anderson gosta de assuntos relativamente simples. Sempre debruçado em temas envolvendo famílias disfuncionais e personagens nada convencionais, Anderson fala de realidade, ficção e absurdos com inteligência e carinho, além de ser extremamente detalhista. O Fantástico Sr. Raposo parece o terreno perfeito para Anderson pisar: tem temas recorrentes dos filmes de Anderson além de ser "estranho", bem no estilo dele. Wes Anderson assumiu, certa vez, que adorava a história do Sr. Raposo. Que queria que aquela história fosse, de certa forma, dele. Anderson nasceu para realizar esse projeto. Foi por isso que o diretor resolveu fazer tudo diferente: não bastava ser uma simples animação, deveria ser uma animação em stop-motion. Sem falar das vozes por trás dos personagens e como foram "captadas": George Clooney e Meryl Streep dublam o casal principal e o modo como suas vozes foram gravadas é, no mínimo, interessante: buscando o máximo de realismo e interação, Anderson pediu aos atores que conversassem - ao invés de gravar as vozes separadas - um com o outro e que interpretassem fisicamente as cenas para que as vozes ficassem do jeito que ele queria. O resultado é a perfeição, tanto na parte técnica quanto na dublagem.

O Fatástico Sr. Raposo é a típica animação "não tão apropriada para crianças". Os pequenos podem assisti-la, claro, mas os mais velhos vão entender melhor as razões e os delírios dos personagens e do diretor. Baseado no livro de Roald Dahl, o filme conta a história do Sr. Raposo, que é casado com a Sra. Raposo, pai de Ash, que é um jovem pequeno, frágil que briga por espaço e para ser notado. Depois de uma vida roubando galinhas, Sr. Raposo decide levar um vida "normal" escrevendo para um jornal. Mas ele quer sua "selvageria" de volta. Ele quer caçar galinhas, roubar gansos, se aventurar. Não é difícil traçar um paralelo entre as raposas e os próprios seres humanos. Até mesmo a selvageria buscada pelo Sr. Raposo pode ser aplicada na vida real dos homens. Wes Anderson aproveita para colocar boas pitadas de loucura e surrealismo. Um absurdo aqui e ali comprovam ainda mais o forte estilo. O figurino dos personagens é um show à parte e a trilha sonora é magnífica, perfeita para a história contada.

Enfraquecendo um pouco na transição do segundo para o terceiro ato, onde o ritmo cai, e voltando ao normal durante todo o último ato, O Fantástico Sr. Raposo é uma obra notável. Bem escrita e rica em detalhes (note os pêlos dos animais, suas roupas, etc.) a primeira animação de Wes Anderson é inteligente e engraçada.

Nota: 8,5

O Primeiro Post

E aqui estamos nós. 2011. Mais um ano. O papo você já conhece: melhorar isso, aquilo, postar mais, blá, blá, blá. 2010 foi um ano difícil, atarefado. Eu não conseguia nem respirar direito, o cinema ficou um pouco de lado em certos momentos, e os estudos tomaram conta da minha vida. Mas espero que 2011 seja diferente. Espero que seja um ano repleto de bons filmes e muitos posts aqui no blog.

Algumas promessas são certas: mais organização, mais assiduidade nas seções, mais rapidez entre posts que se ligam entre outros objetivos que procuramos atingir. O que é certo: Papo Rápido, Na TV, Críticas, Em DVD, Especiais, Notícias, e a cobertura do Oscar 2011, entre outros. O que volta: Melhores Momentos da Década (até agora cinco textos foram postados, pretendo continuar), TOP 20 - Melhores da Década* (até agora onze filmes do TOP 20 já foram listados), Clássicos e, se possível, a coluna De Cinéfilo para Cinéfilo voltará a ser escrita. As novidades: algumas novas seções vão surgir e as críticas ficarão mais curtas (não é o meu estilo de crítica, mas devido ao pouco tempo que tenho manterei o principal dos textos e os diminuirei).

Por agora, peço a vocês que nos acompanham que sigam aqui, lendo, comentando, debatendo. O blog é feito pra vocês. E você que não nos acompanha, passe a nos acompanhar. O ano de 2011 promete ser melhor que o anterior para o blog, então, peço para esperarem e terem paciência. O Pipoca Net agradece.

Enfim, votem na segunda edição do Pipoca de Ouro. As enquetes para todas as categorias estão aqui no blog. É rápido e fácil. Corra, a votação termina neste domingo às oito da noite.

Abraços e sinceros agradecimentos,
Matheus Pereira

*De 2000 a 2009.

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