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Crítica - Deixa Ela Entrar


Esqueça. Esqueça todos os filmes sobre vampiros que você assistiu nos últimos anos. Esqueça todos os filmes de terror que você assistiu nos últimos meses. Esqueça os filmes americanos. Esqueça Hollywood. Concentre-se nesta obra prima do cinema mundial e tente perceber ao menos algumas das várias metáforas espalhadas por este inteligente filme.

Quem diria que a maior pérola do vampirismo da sétima arte seria um filme sueco. Não é que eu seja preconceituoso, é ser realista, afinal, qual o último filme de terror sueco que você assistiu, ou melhor, qual último filme sueco de qualquer gênero que você assistiu? A premissa do filme é simples e parece (apenas parece)ser clichê: um menino retrógrado e extremamente solitário chamado Oskar, 12 anos, vive apanhando dos colegas da escola. Certo dia chegam no apartamento ao lado do dele um homem e uma menina. Junto a eles, estranhos assassinatos chegam na cidade. Oskar acaba virando amigo da também envergonhada e solitária menina chamada Eli, também tem 12 anos, porém, a grande diferença é que Oskar tem 12 anos há alguns meses, semana e dias (o menino conta cada dia de seu ano, desde seu aniversário)já Eli tem 12 anos há uns dois séculos. Por quê? É simples: ela é uma vampira. Aos poucos, os dois se encontram (sempre a noite) e se divertem, do jeito deles, mas se divertem. Aos poucos, também, Oskar nutri uma estranha paixão por Eli. De um jeito muito estranho e com a maior calma do mundo Oskar demonstra isso, e mesmo sabendo um tempo depois, que sua amada é na verdade uma vampira, o garoto segue apaixonado por ela. E é aí que o filme é mais do que os outros exemplares do gênero: Thomas Alfredson leva tudo com uma leveza e com uma sensibilidade impressionantes. Sua sensibilidade é tão grande que sua câmera nunca treme, está sempre estática, tanto nas cenas de horror, assassinatos quanto nas mais lentas. Tudo é mostrado diretamente, sem medo, nada fica escondido. Enquanto cineastas como Michel Bay filmam suas cenas com constantes e confusos cortes, Alfredson mantém tudo na maior calma. Merece ser dito também, que a direção de Alfredson é perfeita e uma das melhores do ano. Sua direção técnica (quadros, planos, ângulos) é perfeita. Planos sequência (o plano sequência na piscina é perfeito é já entrou pra história) e enquadramentos perfeitos chamam atenção e levam "Deixa ela Entrar" a outro patamar: ao patamar da perfeição narrativa e da perfeição técnica. Alfredson não se preocupa em esmiuçar tudo para o espectador, muito pelo contrário, Alfredson deixa várias pontas soltas, que no final, mereciam ficar soltas, pois nos possibilitam inúmeras discussões e interpretações. Uma delas é a sexualidade de Eli. A já polêmica cena de nudez da menina deixa uma dúvida cruel no ar, pois uma cicatriz perto do órgão sexual da menina dá-nos a possibilidade de Eli na verdade ser um menino castrado. Não, não se preocupe, não contei nada de mais, afinal, desde o início da projeção Eli diz que não é uma menina, o que já nos deixa na dúvida, porém, acho que quando ele diz que não é menina ela se refere a não ser humana, e sim vampira, ela não é nem menino nem menina, ela não é um ser humano normal. Outra possibilidade é que vampiros não possuem diferenças entre os sexos, ou seja, todos são iguais. Tudo são interpretações, e no livro (escrito pelo roteirista do filme) esta parte da história é explicada de maneira mais profunda, mas que não funcionaria nas telas de cinema. [O trecho a seguir pode revelar uma parte interessante do filme, não é comprometedora, ou seja, não irá estragar a apreciação do filme, mas leia por sua conta e risco]: Outra grande metáfora (use outro nome, se achar conveniente) é direcionada ao homem que acompanha Eli: o homem não é confirmado como pai de Eli, ele parece mais um servo da vampira, pois ele mata pessoas e tira-lhes o sangue para levar e alimentar a menina, e é aí que está o segredo: o homem possivelmente é um "tipo" de Oskar, ou seja, o homem provavelmente era um menino que conheceu Eli, teve um tipo de caso ou afeição com a menina, e a acompanhou durante anos. Eli, talvez, nem gostasse tanto de Oskar, talvez só estivesse afim de que ele fosse seu novo servo. Mas isto é apenas a pontinha do iceberg. Muitas metáforas (umas claras, outras escondias) estão em "Deixa Ela Entrar", e estas, juntamente com o filme, permanecem impreguinadas em sua mente horas e hora após o término do filme. Você não consegue esquecer, todo momento você lembra do filme e tenta entender suas inúmeras metáforas.

É óbvio que Eli completa Oskar e vice versa. Eli é tudo que Oskar quer ser: corajoso, forte, poderoso, inteligente. Oskar é tudo que Eli quer ser: simplesmente uma criança normal, embora Oskar praticamente não seja. Juntos, eles formam a dupla perfeita. Um ensina o outro, e unidos driblam a solidão e amadurecem. Este também é um tema recorrente: o amadurecimento. E lógico que o tempo virá indelevelmente para Oskar, trazendo-lhe a velhice e a morte. Já para Eli, o tempo não passa. Ela vê todos nascerem, crescerem, morrerem e ela ficar ali, alimentando-se de sangue. Oskar amadurece ao lado de Eli, aprende a se defender e descobre a melhor coisa do mundo: o amor. E de certa forma, Eli também amadurece, de um jeito diferente, mas amadurece, mesmo tendo mais de dois séculos de vida. O amor é outro assunto importante. Enquanto porcarias como Crepúsculo mostram vampiros imbecis, assexuados e vegetarianos balbuciando bobagens num romance açucarado e mal feito, "Deixa..." mostra o amor através de uma ótica diferente e interessante. Aqui, o medo se faz presente, a dúvida, o receio, a inocência, os vampiros bebem sangue, mordem pescoços, e queimam a luz do sol, pegam fogo, ao contrário de Crepúsculo, em que os vampiros viram diamante quanto expostos a luz do sol. Tudo é seco e sensível ao mesmo tempo. A violência e sensibilidade andam juntos, em plena harmonia. E é assim que os atores Kare Hedebrant (Oskar) e Lira Leanderson (perfeita, Eli) mostram seu potencial. Perfeitos em seus papéis, os dois andam em uma corda bamba entre o amor e o perigo, entre a figura solitária e boazinha e a figura ameaçadora e vingativa prestes a explodir que aflora gradativamente.

John Ajvide Lindqvist é autor do livro e roteirista do filme. É claro que ficou mais fácil para ele, criador, decidir o que ficava e o que saía do roteiro final. O resultado é um roteiro profundo, cheio de nuances e praticamente isento de erros. A fotografia, que opta pelas paisagens geladas para passar o tom de solidão do filme, merece aplausos. Até mesmo os efeitos especiais merecem destaque (o ataque dos gatos e a morte de um vampiro que queima à luz do sol são impressionantes). O filme é extremamente detalhista, e vale lembrar que o filme se passa, mais ou menos, na década de setenta, e isso é claro devido a pequenos detalhes espalhados pelo filme.

Enfim, Deixa Ela Entrar pega, dobra (ou rasga em pedacinhos) e coloca no bolso (ou pisa) qualquer filme sobre vampiros desde Entrevista Com o Vampiro, e é um dos melhores exemplares do terror da década, apesar de não se ater apenas ao horror, podendo se encaixar como um drama ou romance, dependendo do ponto de vista. É um dos melhores filmes do ano, e dificilmente sua refilmagem (já programada e dirigida por Matt Reves, de Cloverfield) será melhor. Enquanto alguns destroem a cultura dos vampiros, transformando-os em idiotas afeminados sem qualquer vestígio de cultura vampiresca, Alfredson e sua equipe cultivam a verdadeira origem dos sangue-sugas (só entram na residência se forem convidados, que dá nome ao filme, não resistem à luz do sol, animais tem aversão a espécie, entre outras características já conhecidas) dando a estas uma nova versão sem fugir das raízes. É interessante constatar que o melhor exemplar é um simples e completo filme sueco, e não um descerebrado filme norte-americano.

Nota: 10 / 10

Matheus Pereira

De Cinéfilo Pra Cinéfilo

Halloween

Por Matheus Pereira

É Halloween. Uma data comemorativa importante no calendário norte americano. Talvez mais importante que o Natal, para os habitantes da terra do Tio Sam. No período de comemoração do Halloween, filmes de terror são lançados no cinema e as redes de televisão passam em sua programação filmes denominados "assustadores" comemorando o "Dia das Bruxas".

A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou Travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o Festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão(samhain significa literalmente "fim do verão" ).

A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:

Origem Pagã

A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam início ao ano novo celta. A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrada com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.

Origem Católica

Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”, a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra do Todos os Santos inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.

Bem, agora que você já conhece um pouco sobre a origem do Halloween, é interessante dizer, que hoje, os conceitos do Halloween são bem diferentes do original. O que antes era um ritual, uma comemoração, hoje é dita como diversão, embora se comemore, o Halloween mais diverte do que faz pensar. A imagem do medo do terror é praticamente errônea, os filmes de terror lançados constantemente usam o "dia dos mortos" para poder fazer sucesso, ou seja, com o passar do tempo é que o Halloween foi incorporando esta imagem sobrenatural, devido a comemoração ser voltada principalmente para os mortos.

Mas como o nosso assunto é cinema, vamos ver os cinco filmes que merecem ser assisitidos nesse Halloween:

1 - O Exorcista

Quer sentir medo? Quer sentir seu coração bater tenso e apertado? Quer tremer a cada ruído? Quer fechar os olhos e se esconder a cada cena? Quer tampar os ouvidos para não escutar a voz gutural da menina possuída? O Exorcista é o filme certo. Na minha opinião, este é o filme mais assustador de todos os tempos. Em 2001 o filme fora relançado com onze minutos de cenas inéditas. O resultado? O filme fora, novamente, um sucesso, e mesmo quase trinta anos depois o filme gelou a espinha dos espectadores. Dentre as cenas mais notáveis, a pobre Regan, possuída, desce as escadaria de sua casa como uma aranha, jorrando sangue pela boca, e fazendo uns ruídos assustadores. O filme vencera os Oscar de Roteiro Adaptado e Edição de Som, e fora o primeiro e único filme de horror indicado ao prêmio de Melhor Filme. Um feito até hoje insuperável. A cena do exorcismo final entrou para a história do cinema, as longa cena do ato religioso é tensa e inesquecível. Assista se tiver coragem.

2 - Halloween - A Noite do Terror

O filme de John Carpenter trás a alma do Halloween tão forte, que seu poder está até no nome. Em 1978 o pscicopata Michael Myers estreava no cinema para fazer história. O ano é de 1963, Michael Myers, uma criança de 6 anos, ataca a própria irmã, Judith Myers com uma faca e é trancado no Instituto Psiquiátrico Smith´s Grove, onde fica sob os cuidados de Dr. Sam Loomis, e 15 anos mais tarde, o maníaco escapa do manicômio e passa a perseguir três jovens: Laurie Strode, Annie e Lynda. O Maníaco torna uma obsessão para o psiquiatra Dr. Loomis, que passa a seguir os passos do seu paciente serial killer. Um detalhe: Myers foge no dia de Halloween. O filme custou 325 mil, arrecadou 47 milhões só nos EUA e gerou sequências e recentemente uma refilmagem. Na época das gravações, devido ao baixo orçamento, não fora contratado um figurinista, o que fez com que os atores viessem com as roupas que usavam no dia a dia.

3 - A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

Ok, ok! Sei que este nem é um filme de horror, mas é bem obscuro e remete diretamente ao Halloween. Esta ótima obra de Tim Burton diverte e tem cérebro. A lenda do cavaleiro que perdera a cabeça e voltara anos depois para se vingar é puro Halloween. Tem tudo a ver. Até porque, no Halloween, rezam as lendas, que o cavaleiro volta com uma abóbora (um dos símbolos da dara comemorativa) no lugar da cabeça que fora arrancada. Tudo remete a Halloween: as abóboras estão lá, a obscuridade está lá, a lenda está lá, e até mesmo o nome da cidade (Sleepy Hallow) remete ao nome HALLOWeen. Logo, não poderia ficar de fora desta pequena lista. Burton usa os bons atores e a excelente cenografia, juntamente com a excelente direção de arte, para compor uma história emocionante, divertida e até mesmo aterrorizante. Um ótimo programa para o Halloween, ou cá para nós latinos: Dia das Bruxas.

4 - A Hora do Pesadelo

Não podia faltar, não é mesmo? Wes Craven lançara em 1984 um dos maiores ícones do horror: Freddy Krueger. Todos ficaram reciosos de dormir, e acabar "sonhando" com Krueger. Caven conta a história do molestador de crianças que é assassinado pelos pais de suas vítimas e volta para se vingar das pessoas envolvidas e suas famílias. Não é um primor de originalidade, mas há algo no filme que faz com que várias pessoas o admirem. Talvez sejam as mortes, talvez seja o "carisma" do vilão. Vieram seis (!) sequências, e uma refilmagem está chegando. É realmente um grande feito e um grande programa para o Halloween.

5 - Drácula de Bram Stoker

Uma aula de cinema na minha opinião. As trucagens, os efeitos, o figurino, a direção de arte, o roteiro, o clima teatral do filme, as atuações, e é claro, a direção mejestosa de Fracis Copolla. Tudo em perfeita sintonia. O tom humano dado ao Drácula é o melhor do filme, é o que surpreende. A edição de luxo no DVD é imperdível para cinéfilos! Lá, Copola e toda a produção explicam como fizeram as trucagens, os figurinos e os ensaios! Uma verdadeira aula de cinema! Imperdível! Os vampiros não podiam faltar! Halloween sem vampiro é Natal sem Papai Noel. É claro que existem outros filmes sobre vampiros melhores que este, mas este me conquistou, e como cinema é um primor, e já que o assunto aqui é cinema, este tem lugar reservado.

Enfim, Halloween sempre movimenta os cinemas, as escolas, as redes televisivas e outros meios, e quem ganha somos nós, quando algum filme realmente bom é lançado. Alugue, veja algum filme na TV ou se fores um medroso, fique dormindo ou leia um bom livro de horror. Halloween é uma data comemorativa especialmente norte americana, mas nós, aqui no sul, vamos no vácuo, vamos no embalo desta data tão aterrorizante. No final, o importante é se divertir e, é claro, assistir bons filmes.

Tudo, realmente tudo, apresenta problemas em Transformers 2. Da direção repetitiva de Michael Bay até a montagem irresponsável. Do roteiro capenga até as péssimas e irritantes atuações. Até mesmo os efeitos especiais, que eram para ser os grandes atrativos do filme, pecam.


Michael Bay, diretor de filmes apenas divertidos, como Armageddon, o primeiro Transformers e Pearl Harbor, não está dando a mínima para o roteiro. Ele só está preocupado com a bilheteria e em dar dor de cabeça nos espectadores, devido às constantes explosões. Travellings usados em exaustão e pouquíssima criatividade irritam. Várias vezes, um reflexo de cor azul aparece no meio da tela, devido à fotografia capenga, que deixou passar vários erros de iluminação, deixando reflexos aparecerem em vários momentos. Bay não se preocupa com detalhes de roteiro nem de direção, apenas coloca todas suas forças nas cenas de ação. Uma coisa que o crítico Pablo Villaça escreveu em sua crítica e que eu também havia notado, foi no momento em que cinco Decepticons (robôs do mal) descem no fundo do mar para salvar seu líder que lá estavam. Enquanto estes cinco robôs descem, um homem vê no radar do navio, cinco pontos desconhecidos descendo rapidamente ao fundo. E logo após estes cinco robôs salvarem o líder e subirem, todos juntos, o homem diz que agora seis pontos estão subindo. Bem, até tudo está certo, não é mesmo? Não, não está, porque um dos cinco robôs que desceram foi sacrificado para que o líder pudesse ressuscitar, logo, cinco robôs desceram e cinco subiram, um deles ficara no fundo. Um erro tão, mas tão grande que dá vontade de levantar e parar de assistir o filme. Outra parte de uma burrice enorme, é na cena em que um dos personagens leva um choque para ficar quieto, e uns trinta segundos depois está em pé, conversando e rindo como se nada tivesse acontecido.

A montagem usada de maneira errônea, entrecortada, chega a assustar por ser tão, digamos, amadora. Por incrível que pareça, o filme torna-se chato devido a montagem ruim e a uma duração maior do que deveria. Os atores que interpretam os pais do personagem principal pagam mico em cenas que forçam ser engraçadas e acabam apenas irritando. Megan Fox só está no filme para mostrar o corpo e correr em câmera lenta. O que se sai é Shia LaBeouf, que consegue salvar algumas cenas devido ao carisma. John Turturro é esnobado. O pobre coitado passa vergonha, por situações ridículas.

Até mesmo os efeitos especiais, que deveriam ser o grande atrativo do filme, apresentam falhas. Por mais que os robôs do bem sejam diferentes dos robôs mal, nas cenas de luta é muito difícil saber quem é quem, pois além da direção abusar dos cortes rápidos e da montagem capenga, várias vezes confundimos os amontoados de lata e parafusos. Muitas vezes nem sabemos que está apanhando em quem está ganhando. A transformação acontece (um erro herdado do primeiro) de maneira muito rápida, não é possível ver onde as portas do carro normal ficam no corpo do robô já transformado, por exemplo. A única parte do carro que percebemos claramente, são as rodas, de resto, tudo são latas, ferros, parafusos e peças que eu nem sabia que existia em um carro, e afinal, como um carro normal transforma-se num robô daquele tamanho? E por que quando eles voltam ao normal (forma de carro) os carros nunca estão sujos ou danificados, e sim limpos e perfeitos? São detalhes pequenos, que juntos, formam uma enorme bola de neve. Tudo acontece rápido com muitos cortes. O espectador não tem tempo de apreciar nada, não consegue fixar-se em nada, e talvez por isso que os efeitos apresentem problemas.

O roteiro dispensa críticas ou análises. Cheio de furos e um emaranhado de clichês, o roteiro de Transformers 2 nos faz sentir vergonha por eles. Com explicações absurdas e uma falta de profissionalismo, por vezes, o filme lembra Indiana Jones ou O Código da Vinci, pelo fato do personagem principal viajar para outro país em busca de artefatos e tudo mais.

O filme é tudo o que um adolescente sem nada na cabeça quer: ação, explosões, robôs, faculdade e suas aventuras, cenas engraçadas para quebrar o clima de "opressão" (Nossa!!), Megan Fox sendo usada como material erótico, garotas lindas arrebitando o traseiro enquanto um rabo metálico sai de suas costas com uma língua (!!!!!!) na ponta. Enfim, o filme fora um estrondosa bilheteria, o que mostra que o povo está cada vez mais preocupado em deixar o cérebro fritar com explosões do que colocar o mesmo para pensar. E enquanto as pessoas derem dinheiro para pessoas como Bay, e companhia ilimitada, mais filmes como esse serão lançados, infelizmente.

Nota: 4/10

Matheus Pereira

Saiu o trailer em alta definição de AVATAR!

Há alguns dias, a versão "pirata" do trailer, gravado numa sala de cinema, vazou na internet, mas é claro que esta versão não veio parar aqui. Resolvemos esperar pela versão em alta definição para você poder assistir da melhor maneira, aqui só as coisas boas aparecem, não as ruins e capengas.

'Avatar' nos conduz por um mundo espetacular além da imaginação, onde um herói relutante embarca numa jornada de redenção, descobertas e amor inesperado, ao liderar uma batalha heróica para salvar a civilização.

O trailer abaixo tem três minutos de duração (!) e o filme estréia dia 18 de dezembro.


Moviemix






Maravilhosos Filmes Ruins








Por Anabela



É isso gente! Cinema é tão bom, mas tão bom, que até quando é ruim é bom! Quem de nós não tem seus clássicos trash preferidos, daqueles que provocam riso involuntário e ainda nos deixam curiosos em saber por que diabos aqueles atores se envolveram em tamanho abacaxi? Eu, com certeza, troco qualquer filme morno, sem graça e de realização mediana por um desses clássicos que constam da lista de premiados com o Framboesa de Ouro (prêmio entregue na véspera do Oscar aos piores do ano, escolhidos pelo público que vota pela Internet).
Além de divertir, esses filmes “adoráveis” possibilitam ao amante do cinema apreciar de maneira mais eficiente boas atuações, direções e roteiros, quando se deparam com eles! São instrutivos e didáticos em sua ruindade! Assista Instinto Selvagem 2 após assistir ao 1 e entenderá perfeitamente do que estou falando. Entregue-se ao prazer de apreciar a atuação de Halle Barry em A Última Ceia e logo após assista Mulher Gato! Garanto que no mínimo essa experiência vai levar você a ficar com a pulga atrás da orelha a respeito da Maldição do Oscar. O que precisamos colocar na cabeça é que cinéfilo digno desse título, não é pedante e descobre as delícias do cinema no que ele tem de melhor e também de pior! Aqui vai uma lista de meus preferidos absolutos:

Glitter – Mariah Carrey brilha muito nessa história da pobre menina boazinha e de grande talento, que não conhece sua mãe, ambiciona ser cantora e se envolve em um romance trágico. Atuações deliciosamente constrangedoras, acompanhadas por diálogos que parecem escritos por um time de roteiristas cuja média de idade é de 6 anos. Definitivamente antológica a cena em que, após sair do show que a consagrou, a pobre menina boazinha vai encontrar sua mãe em uma casinha no meio do mato usando a mesma roupa do show, um vestido longo e justíssimo. Ao se encontrarem, como Mariah não consegue nem andar com o tal vestido, dá só dois passinhos de gueixa e a mãe corre para abraçá-la, numa das cenas mais engraçadas envolvendo figurinos embaraçosos da história do cinema.
Contato de Risco – Ben Affleck, na época noivo de Jeniffer Lopez, cometeu este filme na companhia de sua amada. Uma aloprada história sobre dois matadores de aluguel que são contratados para dar fim em um moleque com problemas mentais. Durante o serviço, Affleck se apaixona por J.Lo, que diz ser lésbica, e, em uma cena memorável, enquanto faz Yoga de maneira sexy, recita um hilário “monólogo da vagina” no qual explica ao abobalhado e babão Affleck, porque as mulheres não precisam dos homens.

Eu Sei Quem Me Matou – Lindsey Lohan, em papel duplo que lhe rendeu duas Framboesas de Ouro de pior atriz, dá show nesse thriller indescritível, cujo roteiro abilolado e lisérgico reserva várias surpresas. Destaque para a cena em que Lohan, antes de subir ao palco para realizar um strip, costura de volta o próprio dedo que acabara de cair. Para quem acha que já viu tudo em matéria de cinema.
Nunca Mais – Novamente a musa J.Lo em ação, no papel de uma dona de casa sofrida que apanha do marido, foge dele, faz um curso de artes marciais e resolve a parada na porrada. A cena final, onde os dois se encontram e lutam é de encher os olhos de lágrimas!

Destino Insólito – Esse eu faço questão de recomendar para aqueles que odeiam a Madonna. É uma oportunidade única de ver a diva pagando um mico indescritível. Apanha, passa o diabo e ainda por cima está mal fotografada! Talvez vingança do marido, o usualmente bom Guy Ritchie, que foi convencido por ela a dirigir este abacaxi. Impossível destacar uma cena só, pois todas são de altíssima qualidade, no gênero quanto pior, melhor. De todos os indicados nessa lista é o que mais provoca sentimento de “vergonha pela pessoa”, ainda mais porque a pessoa em questão é ninguém menos que a poderosa Madonna!

Descubra seus clássicos. Nada de preconceito! Garanto que você vai rir e chorar ou, para ser precisa, chorar de rir!

Estava muito ansiosa para assistir Distrito 9. As muitas críticas positivas classificando-o como um dos melhores filmes do ano e as pouquíssimas críticas negativas, elevaram minha curiosidade em relação ao filme a um nível praticamente inédito até então! Bem, enfim todas as dúvidas foram tiradas. Depois de tanta expectativa, assisti a um filme que além de me desgostar, me incomodou. Muito se falou de sua “brilhante” metáfora sobre racismo, xenofobia e segregação, mas e daí? Pessoalmente prefiro ver assuntos tão sérios e relevantes abordados objetivamente e não usados como desculpa e maquiagem para um filme de ação, que nem sequer é dos melhores! A morte de um filme supostamente sério é provocar o tal do riso involuntário. Isso aconteceu comigo em vários momentos na 1ª parte do filme, precisamente naqueles em que forçou-se a semelhança entre o comportamento dos aliens e das minorias que vivem segregadas e oprimidas. Aliens roubando tênis dos humanos? Relações sexuais inter raciais (aparentemente impossíveis) que nos fazem rir ao simplesmente imaginá-las? Afinal, na cabeça dos roteiristas qual seria a idade do público alvo desse filme? Na verdade acho que é aí que reside o problema. O nível em geral é aceitável para um filme destinado a um público jovem e inaceitável para uma platéia adulta que esperasse uma abordagem mais séria do assunto segregação racial.
O tempo todo analogias são forçadas, em um didatismo irritante como se fôssemos incapazes de compreender uma situação que, sejamos francos, é do conhecimento de qualquer adulto minimamente bem informado. Chega a ser ofensiva tamanha exposição de humanitarismo fast food, fazendo pouco caso da inteligência da platéia. O tão elogiado personagem central Wikus, não desperta simpatia alguma, por mais familiarizada que eu esteja com o conceito de anti herói. Burocrata burro, que não enxerga um palmo diante do nariz, só resolve reagir e encarar a óbvia verdade, quando a coisa piora a níveis absurdos para o seu lado e não lhe resta outro recurso a não ser buscar ajuda entre aqueles que até então oprimia. Isso faz com que sua redenção movida pelo interesse e embalada por uma musiquinha étnica e melosa de dar nos nervos perca toda a força, coisa que o roteirista parece não perceber.
Personagens estereotipados, de maldade desmedida e comportamento previsível, dignos de qualquer filmezinho B e que tiram qualquer credibilidade de um filme que se assuma como sério também estão presentes, como o sogro de Wikus e o líder das tropas de ataque aos aliens. Também não faltam situações clichês como aquela em que o alien descobre todas as maldades realizadas contra seus semelhantes, entra em crise e em meio a balas zunindo por todos os lados é convencido por seu amigo humano e interesseiro a pensar em seu filho e continuar lutando por sua vida. Ao retratar a situação do Distrito 9, sempre recorrendo a rasas metáforas, o filme consegue mais reforçar preconceitos do que combatê-los. O tom caricatural dos personagens e das cenas, faz com que qualquer boa intenção ideológica se dilua e seja perdida em meio a um festival histérico de sangue, violência e efeitos especiais. A cena final em que o lagostão alienígena carinhosamente confecciona uma florzinha com suas próprias garras em meio a um lixão é desde já, um dos mais ideais exemplos de humor involuntário de que se tem notícia. Ao pretender ser tocante e obviamente obter uma resposta emocional da platéia, consegue apenas ser engraçado pelo absurdo da situação.
A idéia central do filme, que era interessante, apresentava o desafio de uma abordagem menos panfletária, mais austera e comedida. Infelizmente, um conjunto de escolhas erradas fez com que uma boa idéia fosse desperdiçada. A boa bilheteria e o final em aberto prometem uma segunda parte. Boa sorte a todos os envolvidos. Desta vez, manterei distância.


Nota 5/10

Anos 2000
Por Matheus Pereira


E as lembranças ainda borbulham em minha memória. Lapsos de nostalgia fazem meus olhos se fecharem automaticamente enquanto lembro de cada filme. Espero que toda essa nostalgia e essa emoção andem lado a lado com as palavras de meu texto. Segue abaixo a segunda parte dessa matéria a qual considero como "a que mais estou gostando de escrever" de todas.

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"Gostaria de sugerir que nos sentamos em um banco, mas isso é também um decreto oficial: é proibído judeus em bancos"

O Pianista - Imagine que você, que agora está aí sentado lendo estas palavras, no conforto do lar (ou de uma lan house, ou na casa do amigo), é um judeu perdido em plena Segunda Guerra Mundial? Passando por várias necessidades, dentre as quais, mergulhar a cabeça dentro de um balde de dejetos para poder se alimentar. Imagine, você, que provavelmente é um sedentário, como mais de noventa por cento da população é, andando por uma rua em que corpos deterioram pelas sarjetas, em que mães choram a morte de seus filhos e em que o mundo desmorona. Poucos filmes causam o que esta obra-prima de Roman Polanski causou. Poucos atores conseguem o que Adrien Brody conseguiu: seu trabalho é rico em detalhes. Com uma história tão profunda e cheia de nuances, O Pianista é um dos melhores filmes da década. A cena em que o personagem de Brody anda de um lado para outro sem largar um lata de ervilhas é engraçada, mas ao mesmo tempo triste, a cena em que é revelado o motivo de uma mulher não parar de chorar, fica na memória.
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"Passamos a vida correndo."

Minority Report - A Nova Lei - Você verá muitos filmes de Steven Spielberg aqui. Em um curto espaço de tempos, Spielberg presenteou-nos com duas grandes ficções científicas: A.I. (que já passou por essa seleção) e este ótimo e inteligentíssimo Minority Report. Com muita ação e aventura, mas com um roteiro coeso e extremamente inteligente, "Minority" surpreende pelos efeitos especiais, pela excelente direção de arte e pela direção perfeita e minuciosa de Spielberg. Cada cena de ação é construída com esmero, cada plano e enquadramento é executado com maestria. É por isso que Steven é tão amado: faz filmes "pipocas", filmes autorais, originais e mais um monte de estilos, e é claro, que quando todos estes estilos se encontram, nasce essa pequena obra-prima da ficção dos últimos anos. Considero "Minority" como o melhor filme técnico da década, ou seja, tudo que é técnico (direção, fotografia, arte, efeitos, entre outros) é perfeito neste filme. A cena em que o personagem de Tom Cruise foge de Colin Farrel enquanto um carro é construído em sua volta é sensacional.
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"Você vê esta faca? Eu vou te ensinar a falar Inglês com esta faca de merda!"

Gangues de Nova York - Muitos não gostam deste filme de Martin Scorsese. Eu gosto muito. Têm erros em seu roteiro, mas a sua técnica e a diversão que o filme proporciona apagam todos os erros que aparecem de vez em quando. Com uma trilha sonora que envolve até mesmo U2, uma direção de arte que recria com perfeição a Nova Iorque de outrora, com figurinos ricos em detalhes (notem o envelhecimento de alguns), com efeitos especiais que de tão bons passam desapercebidos (afinal, é esse o objetivo dos efeitos: parecerem reais), com uma direção que dispensa comentários (é Scorsese, oras! O que mais queriam?), um ótimo elenco (com Daniel D. Lewis no meio, qualquer elenco fica bom e qualquer ator é ofuscado, as vezes em grande, as vezes em pequena escala) e um roteiro, que apesar dos erros, consegue ser bem bolado, apesar de clichê em alguns momentos. No texto sobre Gladiador (na primeira parte desta matéria), falei que havia algo em sua receita que fazia com que gostasse dele. Aqui, a mesma coisa acontece: alguma coisa escondida na poeira de suas batalhas sangrentas faz com que eu goste deste filme. A batalha final e a original e inteligente tomada que encerra o filme, em que mostra a evolução de Nova Iorque no transcorrer dos anos são excelentes.
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"Dadinho é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno!"

Cidade de Deus - A maior jóia brasileira no exterior sem dúvidas. Você já deve ter lido isso em vários lugares. Esqueça Tropa de Elite ou qualquer outro filme nacional. O melhor filme feito em nossas terras ou por pessoas de nossa terra foi Cidade de Deus. Não existe outro filme com o mesmo primor de direção. Fernando Meireles fez um trabalho tão bem feito que fora indicado ao Oscar. Seus planos e enquadramentos as vezes parecem ser inacreditáveis. Sua direção, é claro, fora amparado pelo brilhante roteiro de Bráulio Mantovani, costurando tramas, surpreendendo o telespectador e abusando de uma montagem excelente, que também fora indicado ao Oscar (merecido). A fotografia, elogiada e copiada por outros filmes (ganhadores do Oscar, inclusive...) é inovadora . A maior surpresa, agarrou o público brasileiro, chocou e foi aventurar-se em outras terras. O resultado? Se deu bem, e ainda por cima fora indicado a quatro Oscar. Um feito que dificilmente veremos tão cedo. Tudo bem que Peter Jackson merecia o prêmio de Direção no Oscar 2004, mas como seria bom ver um brasileiro subir no palco do teatro Kodak sendo aplaudido por um bando de preconceituosos. O Brasil passou a ser respeitado depois deste. E a cena em que o antigo Dadinho esbraveja que seu novo nome é Zé Pequeno, tornou-se inesquecível e merece um espaço em algum cartaz da Academia em Oscars futuros.
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"Grande poderes trazem grandes responsabilidades. Este é o meu dom, minha maldição. Quem sou eu? Eu sou o Homem Aranha!"

Homem Aranha - Sim! Os superheróis também tem seu espaço na minha seleção (recuso chamá-la de lista). Afinal, o filme que revelou definitivamente ao mundo os filmes baseados em HQs, trazendo posteriormente duas sequências e outros filmes da mesma empresa (Marvel) ou de outras (DC Comics), que tomaram coragem ao ver o filme de Sam Raimi fazer um sucesso estrondoso e inimaginável. Ninguém imaginava tal sucesso, alguns achavam que o filme seria um fracasso tão grande que nem haveria sequências. O resultado foi que o filme fora um sucesso, e sua continuação conseguiu ser um estrondoso sucesso. A receita? Bem, pouca gente sabe, mas o que se nota, é que basta misturar os poderes à responsabilidades e tudo fica bom. Escolha um ator desconhecido e feio para interpretar seu herói, um ator não muito adorado e muito feio para interpretar o vilão, faça um filme de duas horas de duração e mais alguns temperos, e tenha um dos melhores filmes baseados em HQs do cinema. É inferior à sequência? Sim, mas é aquela velha história: a primeira a gente nunca esquece, e realmente: a primeira vez que Peter Parker tenha saltar com suas recém descobertas teias é inesquecível.
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"O que quer dizer? Que não há governo? Há sempre um governo, eles estão em um bunker ou em um avião em algum lugar!"

Extermínio - Gosto muito de Danny Boyle. Além de ótimo diretor, acho-o um sujeito simpático. Seu último filme, o superestimado Quem Quer Ser Um Milionário?, recebeu inacreditáveis oito (pausa para a exclamação: !)Oscar, um deles fora para Boyle, que fizera filmes melhores. Um dos diretores mais ecléticos que eu já vi, Boyle fez de aventura (o bom e divertido A Praia) a filmes infanto-juvenis (Caiu do Céu). E o diretor aventurou-se até mesmo pelo suspense/horror. E olhe só: o resultado foi um filme forte, inteligente e muito divertido. O vírus dissipa-se e aniquila a cidade em 28 dias (28 Days Latter, título original), alguns sobreviveram e lutam para continuar deste jeito. É claro que hoje, essa história parece extremamente clichê, mas creio, que todos eles se basearam no filme de Boyle. Ver Cilian Murph caminhar por uma cidade deserta e devastada é chocante. Filmado de forma documental, o filme consegue ser o mais realista possível, e por ser estrangeiro (o filme é britânico) o filme não teve o devido espaço. Uma sequência surgiu a pouco tempo, não é ruim, mas não chega nem aos pés da obra original. A cena em que o personagem principal sai do hospital e descobre que a cidade fora evacuada, como eu já dissera, é chocante.
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"Bata com toda a força!"

Sinais - M. Night Shyamalan está aqui de novo. E acho que vai aparecer de novo apenas mais uma vez. O diretor viciado em seres extraordinário e fantásticos e finais surpreendente, lançara o filme Sinais, que falava sobre estranhos sinais que apareciam nas plantações do mundo inteiro. No início não se sabia do que se tratava, aos poucos, a família de Mel Gibson foi descobrindo a verdade da pior maneira: sentindo na pele o medo que os alienígenas impuseram. Muito divertido e com uma boa premissa, Sinais é muito bom de ser assistido, eu mesmo já assisti umas cinco vezes e nunca me canso. E o melhor: o filme é cheio de metáforas, a começar pela água que a menina bebe e posteriormente diz que não quer mais, pois o gosto é ruim: acredita-se, que esta água tornava-se santa/benta, após a menina bebê-la, ou seja, a menina tinha poderes, que viriam a ajudá-los contra os invasores, por isso a menina não gostava da água, pois após bebê-la a água não era mais "comum". Enfim, Sinais é entretenimento e um bom exercício metafórico. A cena em que um alienígena aparece no telhado de um tipo de casa ou galpão, e a cena em que aparece caminhando durante um festa de aniversário, são arrepiantes.
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"Pare de me perseguir!" "Não posso, é meu trabalho."

Prenda-me Se For Capaz - Eis Steven Spielberg aqui, novamente! Muito, mas muito divertido, este filme com Tom Hanks (excelente) e Leonardo DiCaprio (em ótima forma) é inteligente muito divertido, outra prova do que eu dissera no texto sobre Minority Report: Spielberg sabe misturar estilos, inteligência, diversão e emoção como ninguém. Spielberg é mestre! Baseado em uma história real, o filme conta a história de um jovem falsificador que aproveita a vida como ninguém: gasta e ganha muito dinheiro e faz sucesso com as mulheres. Tudo seria perfeito se Tom Hanks não ficasse em seu encalço. Spielberg ainda aparecerá aqui mais e mais vezes, afinal, este é um dos meus (e de várias pessoas) cineastas favoritos e um dos mais competentes, pois passe o tempo que tiver que passar, Spielberg nunca perde a forma, e quando esta forma ameaça balançar, ele lança ou uma obra-prima ou um arrasa quarteirões. Prenda-me Se for capaz pode não ser nenhum deles, mas é um grande e divertido filme. Seu melhores momentos talvez sejam as conversas entre Hanks e DiCaprio.
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"Um homem de honra sempre paga suas dívidas ... e mantém sua palavra."

Estrada Para Perdição - Sam Mendes pela segunda vez, e Tom Hanks pela... bem deixa pra lá. Aqui nesta adaptação de uma HQ, Mendes viaja pelo mundo obscuro dos gângsters e leva um menino (filho de Hanks que é um gângster) pela estrada da perdição. Violento, inteligente, adulto, "Estrada" parece ser tudo, menos um adaptação de HQ. O elenco excelente e um roteiro cuidadoso, fazem de "Estrada" um filme para poucos, pois são poucos que realmente gostam. A fotografia merecedora do Oscar é perfeita e detalhista. Hanks, como sempre, está ótimo, e Mendes tem um estilo que me instiga, não descobri qual é, mas este me facina. A cena em que Hanks mata um outro personagem enquanto uma forte chuva cai, é excelente, amparada é claro, pela brilhante fotografia.
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"A batalha do Abismo de Helm acabou, a batalha pela Terra Média está prestes a começar!"

O Senhor dos Anéis - As Duas Torres - Acho que já deu para notar que sou fã de O Senhor dos Anéis. Foi incrível o sucesso que o primeiro filme fizera, e como era perfeito. O mais incrível, é como a sequencia conseguiu continuar na mesma linha de perfeição, e melhorar em alguns pontos. Muitos acham este o pior da série (se é que a palavra pior existe no vocabulário de Peter Jackson ou na trilogia), talvez por não ter um início ou um fim, e sim, é uma ponte entre um filme e outro. Eu amo-o da mesma maneira que amo o primeiro filme. E só de falar sobre o filme, já me vem na lembrança que, infelizmente, não poderemos entrar no cinema, com aquele friozinho na barriga loucos para viajar mais uma vez pela Terra Média. Nem há muito o que falar, é tão mais fácil "detonar" um filme, apontar seus erros, mas é tão difícil falar sobre um filme que a gente gosta. Talvez seja tanta coisa para falar, ou talvez seja porque tudo sobre o filme já se sabe. Ou nada. As cenas de batalha já entraram para a história do cinema, e o nome de Jackson já está impregnado nas palavras, na alma e no coração de qualquer cinéfilo ou pessoa de bom gosto.
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E assim foi a segunda parte da minha matéria. Espero que tenham gostado. Eu estou gostando muito de escrever. É cansativo, é demorado, é complicado, mas eu continuo.

Ainda esta semana, postarei a terceira parte, espero que tenham gostado...

...e comentem...


Um dos filmes mais surpreendentes descobertos em DVD. Em JCVD, Jean-Claude Van Damme diz sobre si mesmo tudo o que há de mais deletério e cruel.

Críticos interessados em achincalhar Jean-Claude Van Damme sob qualquer prisma – como ator, celebridade, até como pai ou homem – ficam avisados de que perderam o bonde: não há nada de cruel ou deletério que possam dizer sobre o baixinho belga (inclusive isso, que ele é baixinho) que o próprio não diga, com franqueza brutal, em um filme surpreendente lançado diretamente em DVD. Em JCVD, Van Damme, astro decadente da pancadaria, interpreta – quem haveria de ser – Van Damme, astro decadente da pancadaria. Na sequência inicial, ele arfa e geme para dar conta de chutar e golpear um punhado de vilões; "tenho 47 anos", justifica ao diretor do filme que está rodando, que o olha com desprezo indisfarçável. Desesperado para achar algo melhor para fazer, pressionado moral e financeiramente em um humilhante processo pela guarda conjunta de sua filha (a menina diz ao juiz que não quer ficar com o pai porque, cada vez que um de seus filmes passa na televisão, ela tem de aguentar zombarias na escola) e há várias noites sem dormir, Van Damme, de passagem por sua Bruxelas natal, ganha uma descompostura de uma motorista de táxi: quem ele acha que é, diz ela, para se recusar a bater papo. Tenta tirar dinheiro de um caixa automático, e seu cartão é recusado. Vai ao banco, e não querem lhe entregar a quantia pedida – porque o banco, na verdade, está sob assalto. E os assaltantes têm a brilhante ideia de fazer parecer que é Van Damme o ladrão. O mais triste: ninguém, da polícia à imprensa e curiosos que se aglomeram na rua, duvida que ele possa ter chegado a esse ponto. Nem os pais dele (interpretados por atores), que perguntam, chorosos: "Como isso foi acontecer, meu filho?".


J.C.V.D (Mabrouk El Mechri,2008)


JCVD é, de ponta a ponta, uma ficção – exceto no que realmente interessa ao seu protagonista e também produtor executivo: o mecanismo da espiral descendente que não raro engole os astros desse gênero, e a amargura avassaladora que ela pode provocar. Há oito anos um filme de Van Damme não chega aos cinemas brasileiros. Ele é, hoje, estritamente uma celebridade de videolocadora. A chave para tal decadência não está apenas nas limitações do talento ou na idade. Está, sobretudo, em um paradoxo que os ícones dessa área raramente compreendem na juventude, quando ainda há tempo para equacioná-lo: para um astro de ação perdurar, ele tem de ter bem mais que músculos – precisa de inteligência. Do tipo que produz autocrítica, que alerta para a efemeridade do sucesso nesse segmento e analisa alternativas. Os outros três astros que por muito tempo dominaram o gênero ilustram bem o resultado de uma visão lúcida – ou da falta dela. Bruce Willis, o mais versátil e dedicado, estabeleceu uma carreira que, não obstante as irregularidades, vende saúde. Arnold Schwarzenegger percebeu antes mesmo que o público seu deslize rumo à insignificância, e partiu para uma bem-sucedida aventura política. Sylvester Stallone só é viável porque escreve, produz e dirige seus filmes – mas vive do passado. Van Damme está em situação ainda pior: não se desafiou como ator, não cultivou o trânsito junto aos grandes estúdios americanos, preferindo o jogo fácil e rápido dos produtores asiáticos e europeus, e não se preparou para um segundo ato. Este é o que ele tenta iniciar, na marra, com JCVD. De alguma forma, consegue: embora exponha seus fracassos e falhas de maneira calculada, Van Damme às vezes exala um pânico tão genuíno que chega de fato a comover. O que é bem mais do que se pode dizer de qualquer outro dos quase quarenta filmes que ele fez até aqui

NOTA = 9,5

Boa Noite!
Eu me chamo Rychard Mendonça Neves, mas podem me chamar de Richar Neves, é mais fácil. Com enorme prazer escrevo esse texto para agradecer a, competentíssima, equipe do blog PIPOCA NET, por me convidarem para fazer parte dessa maravilhosa equipe. Eu sou cinéfilo a mais ou menos 16 anos, logo, eu sou apaixonado pela 7ª arte e, adoro conversar a respeito de todos tipos de filmes: filmes PIPOCAS, filmes cults, filmes estrangeiros e até mesmo filmes de animações. Discutir sobre filmes é uma questão principalmente de respeito, e através desse blog estamos aqui para levar informações atuais do cinema mundial, críticas de filmes, curiosidades, nostalgia e etc. Para que você leitor se atualize cada vez mais com esse magnífico mundo paralelo, que é o mundo cinematográfico, e crie a sua própria opinião para discutir aqui conosco, postando os vossos comentários. Eu, Richar, juntamente com Matheus Pereira, Caio e Anabela faremos um trabalho árduo, porém, totalmente prazeroso para trazer a notícia em primeira mão para vocês, os nossos leitores.

Assim como foi escrito aqui pelo nosso, "gran chef", Matheus, coisas novas virão, e com certeza o blog mudou. Para melhor. Podem apostar e continuem com a gente, vocês não se arrependerão.

E sem mais para o momento, eu me despeço com uma frase dita pelo personagem Truman Burbank, representado pelo ator Jim Carrey, no filme O Show de Truman: "Bom Dia! E uma Boa Tarde! E se caso eu não os verem mais hoje uma Boa Noite!"

O 4º Elemento

Apartir de agora o Pipoca Net fica mais completo. Apartir de hoje, um novo membro integra a equipe do Pipoca. Seu nome é Richar Neves. Eu o conheci como conheci o Caio e a Anabela: em uma comunidade do Orkut. Em pouco tempo, este responsável cinéfilo ganhou minha confiança, e há muito já vinha sendo discutida sua participação no blog. E é com extrema felicidade que eu vos apresento este grande amigo, que assim como eu, é apaixonado por cinema e ama escrever sobre o mesmo. Promete trazer novas seções para o blog e textos diversificados e inteligentes. Fico feliz, faltava uma peça neste quebra-cabeça, e acho que agora já está completo. Espero que gostem, assim como sua responsabilidade e inteligência me convenceu, provavelmente o convencerá. Certamente vai gostar, seus textos são diretos e bem escritos, e assim como nós três, escreve com o coração, com a alma.

Nossa equipe agora está completa. Coisas novas virão, e com certeza o blog mudou. Para melhor.

Richar, seja bem-vindo!

Matheus Pereira

Atarefados!

Esta última semana fora cheia. Corre corre dos brabos. Textos para o blog, tudo para não atrasar na postagem. Trabalhos, pesquisas, compromissos, diversão (ou alguém vive sem isso?). A semana não deu uma folga para a árdua equipe do Pipoca Net: a sempre pontual Anabela não conseguiu postar sua coluna e escrever críticas, eu, sempre chato em termos de pontualidade, sempre querendo tudo certinho no dia e na hora certa, não consegui escrever todas as críticas que queria (são quatro programadas), não consegui escrever minha coluna(que é postada todas as sextas feiras (e vai ser publicada essa semana, ou hoje a noite, ou amanhã pela manhã) e não consegui começar a segunda parte da matéria sobre os Anos 2000. (que será postada segunda ou terça feira). É muita coisa acontecendo. São mudanças na vida, na escola, no trabalho e é claro, aqui no blog. Nosso amigo Caio Falcão, infelizmente terá que ficar longe por um tempo devido a problemas pessoais, sem previsão de volta, Caio ficará afastado mas não sairá do blog. Continuará aqui, em seu devido lugar, fazendo parte da equipe, mas não sairá. A Anabela, postará em menor quantidade devido a um ótimo motivo, mas dentro de alguns dias ela voltará ao seu normal. E eu, para felicidade dos leitores (alguém tem que trabalhar nesse blog!), terei mais tempo para escrever essa semana, pois não terei aula em alguns dias. Peço mil e encarecidas desculpas pelos atrasos. Os compromissos e deveres estão nos matando, não temos tempo pra nada. Mas tudo se arruma, em breve tudo voltará ao normal. Você óbviamente deve ter notado, que as notícias andam sendo pouco publicadas, é que realmente não temos tempo para "catarmos" notícias e colocarmos aqui, mas ainda nessa semana que se inicia, tentaremos voltar ao nosso normal.

Peço desculpas novamente, e em breve, muito breve, novas surpresas virão, para o melhoramento do blog. Mas isso, você saberá muito em breve. Aguarde!

Atenciosamente,
Matheus Pereira

De Cinéfilo Pra Cinéfilo

Oscar's - As Injustiças - Parte 2 de 2

Por Matheus Pereira

No último De Cinéfilo Pra Cinéfilo, falei sobre as injustiças do Oscar de 2000 a 2004. Hoje, para terminar, de 2005 a 2009.

2005

Começo hoje com um ano bem fraco, em que apenas dois filmes realmente bons surgiram: Menina de Ouro, vencedor, e Closer, sequer indicado. A votória do filme de Clint Eastwood foi merecida, pois os concorrentes eram menores. Seu maior concorrente e o que mais levou prêmios na noite (5) O Aviador de Martin Scorsese até tinha condições de vencê-lo, mas acho justa a vitória de Menina de Ouro simplesmente por ser um filmes melhor. Tiraria Em Busca da Terra do Nunca e colocaria o excelente Closer. Não gosto muito de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, mas é óbvio que merecia muito mais que os que ali estavam. Eastwood mereceu o prêmio de direção, deixando Scorsese sedento. Hilary Swank fora a maior barbada, tal qual Jamie Foxx, apesar de odiar o ator. Senti muito a falta de A Paixão de Cristo nas categorias principais. A Vila merecia o prêmio de Melhor Trilha Sonora, que acabou indo pro chato e besta Em Busca da Terra do Nunca.

2006

Um bom ano. Dos cinco indicados, apenas dois são realmente bons: Munique e Crash. Não gosto de O Segredo de Brokeback Mountain, nem de Capote nem de Boa Noite e Boa Sorte. No lugar destes três colocaria King Kong, Match Point e O Jardineiro Fiel. Colocando ou tirando filmes o melhor do ano fora Munique. Nenhum, conseguiu superar a perfeição da obra-prima de Steven Spielberg. Vangloriaram o filme Ang Lee que perdeu para Paul Haggis e o seu ótimo Crash que por sua vez merecia ficar chupando dedo enquanto o melhor da noite recebia o prêmio. A mesma coisa acontece na categoria de Direção: Spielberg fora o melhor, faria as mesmas trocas feitas na categoria principal. Felicity Huffman merecia o prêmio de Melhor Atriz muito mais que Reese Witherspoon. Munique merecia: Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e Edição. Não levou nenhum. É complicado escolher o melhor Roteiro Original entre Match Point e Crash, então, prefiro não opinar nessa categoria, pois adoro os dois filmes. Peter Jackson merecia uma vaga de melhor Direção.

2007

Este divide o público e a crítica até hoje. O Oscar o qual todos sabiam o final(Scoresese ganhando o prêmio de mehor direção) não agradou muita gente, inclusive eu. Filhos da Esperança era com certeza o melhor filme do ano, e sequer foi indicado às categorias principais. Merecia além de ser indicado, merecia vencer. No lugar de Pequena Miss Sunshine, colocaria o recém citado, no lugar de A Rainha, colocaria United 93 (em Filme e Direção), manteria Os Infiltrados, Cartas de Iwo Jima e Babel. Alfonso Cuarón merecia o prêmio de melhor direção, mas nem fora indicado. Adriana Bazarra merecia o prêmio de Atriz Coadjuvante por Babel. O excelente O Labirinto do Fauno merecia o prêmio de Roteiro Original e mais espaço. Filhos da Esperança merecia o prêmio de Melhor Fotografia. Os Infiltrados não merecia o prêmio de Roteiro Adapatado, o qual deveria ir para Filhos da Esperança. Um ano bem injusto.

2008

Sangue Negro é um obra-prima. E Onde os Fracos Não Têm Vez, não chega nem aos seus pés. Pena que os membros da Academia não viram isso e deram-lhe quatro Oscars, enquanto a Sangue Negro, apenas dois (muito merecidos: ator e fotografia). P.T. Anderson fora o melhor diretor, e o seu filme possuia o melhor roteiro adaptado e merecia uma indicação a Trilha Sonora. É difícil entender, como A Bússola de Ouro e seus efeitos capengas ganharam dos efeitos espetaculares de Transformers. no lugar de Juno, colocaria Na Natureza Selvagem, em Filme e Direção, e no lugar de Conduta de Risco, colocaria O Gângster. Paul Dano merecia uma vaga como Ator Coadjuvante. Um triste ano, o qual a Academia daqui a uns dez anos, olhará para tras e se arrependerá.

2009

Oito Oscars para um dos piores dos cinco indicados.

-O Curioso Caso de Benjamin Button merecia o prêmio de melhor filme e melhor direção
-Quem Quer Ser Um Milionário?
-O Leitor tiraria e colocaria O Cavaleiro das Trevas
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Frost/Nixon o segundo melhor entre os indicados
-Milk - A Voz da Igualdade tiraria e colocaria O Lutador


Ben Button
merecia os prêmios de Roteiro Adaptado, Trilha Sonora, Arte, Maquiagem, Efeitos Especiais(estes últimos três foram conquistados)e Edição. Austrália merecia uma indicação a melhor Fotografia e acho que Frank Langella fora o melhor dos indicados, acho seu trabalho mais desafiador e realmente de um ator, não um ator que interpreta a si mesmo(apesar de muito bem) e um papel que não fora muito difícil para outro. Ao contrário do que alguns pensam, acho este ano bem forte, com muitos filmes bons. Pena que fora tão injusto.

Bem, a próxima edição terá 10 indicados na categoria principal, mas mesmo assim, certamente terá injustiças, as quais provavelmente serão comentadas daqui a dez anos. Por mim, ou por outro cinéfilo.
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Pesso desculpas pelo texto mais curto, mas o tempo que tive também fora curto. Espero que tenham gostado, sexta feira tem mais, e espero, sem atrasos...

...e comentem...

Clássicos - Clube da Luta


Não. Clube da Luta não é apenas um dos filmes mais importantes da década/século passado. Não. Clube da Luta não é apenas um dos melhores ou o melhor filme da década passada. Não. Clube da Luta não apenas um filme polêmico. Clube da Luta é simplesmente, o melhor filme da década passada e com certeza um dos cinco melhores filmes da história do cinema!


Arrisco-me ao dizer isso, pois é impossível separar os melhores filmes de todos os tempos, pois existem muitos filmes para que se possa fazer isto, mas Clube da Luta está em outro patamar. Cada palavra, cada frase, cada diálogo, cada cena, tudo é extremamente inteligente e perfeito. Não é exagero dizer, por exemplo, que Clube da Luta é um dos cinco melhores filmes de todos os tempos ao lado de filmes como O Poderoso Chefão e Laranja Mecânica. Você pode estar aí lendo esse texto e achando algumas coisas absurdas. Absurdo, é você achar o que as coisas que eu acabei de dizer são absurdas. Não sou o único que acha tudo isso de Clube da Luta. Várias e várias outras pessoas acham a mesma coisa. É o tipo de filme: ame ou odeie. E eu amo.

Clube da Luta é um dos meus filmes favoritos. Está entre os cinco filmes mais importantes, arrebatadores, inteligentes e poderosos que eu já assisti. Se você não gostou de Clube da Luta é por que: 1º Você não entendeu o filme. 2º Você não entendeu o filme, ou seja, não entrou no clima. Não mergulhou de cabeça na história, e foi, por um pouco mais de duas horas, um integrante do projeto Caos. Há mais de um filme em Clube da Luta. Há vários textos e subtextos subjetivos escondidos entre os meandros mais profundos da obra. Precisa-se para, olhar atentamente, deixar os ouvidos aguçados como nunca deixara, os olhos abertos como nunca deixara e a mente aberta como nunca deixara, pois depois deste filme, sua mente ou se fechará para sempre ou se abrirá para um novo mundo. O filme faz uma crítica ao materialismo. Diz que nós somos meros escravos do nosso consumo. Que tudo que vemos em revistas e programas, temos que ter em casa, para satisfazer o próprio ego. E a verdade é que está coberto de razão. O computador ao qual digito este texto e o qual você o lê, é também, algo que o domina, que te prende, e você é apenas um escravo. A televisão que te chama pra perto e te deixa cada segundo mais burro toma conta, mostra coisas sem as quais não vivemos, precisamos comprar, não por necessidade, mas pura e simplesmente para alimentar aquele ego que já fora citado neste mesmo parágrafo. Todos os dias acordamos, tomamos café, trabalhamos/estudamos/não fazemos nada, voltamos para casa (ou não, se estivermos nela), dormimos e no outro dia tudo se repete. Será que não estamos precisando de uns socos? De algumas guinadas na vida? Talvez sim, talvez não. Até porque, a luta retratada no filme é um metáfora sobre o sufoco contido e a libertação do ser humano. É através dessas lutas que a pessoa se liberta, esquece dos problemas e consegue dormir como um bebê ao voltar ao lar.

O parágrafo a seguir contém spoilers, leia-o apenas se você já assistiu o filme ou quer saber detalhes importantes por sua conta e risco.

O sonho de ser mais do que é e menos do que você realmente quer ser é perfeitamente relatado no filme. Tyler Durden (Brad Pitt) é simplesmente o alter-ego do Narrador (Edward Norton). Tudo o que o personagem de Norton quer ser ou ter Durden tem, como: beleza, carisma, desenvoltura, Marla Singer (sim, pois Norton sempre quis Singer, mas que ficou com ela foi Tyler...), entre outras coisas. Tudo estava na cabeça do personagem de Norton. Durden e ele, eram a mesma pessoa. E o roteiro é tão inteligente que pistas sobre essa surpresa estão espalhadas sobre o filme: logo no início, o personagem de Norton diz que ele sabe de algo porque Tyler também sabe. Cada vez que o personagem de Norton fala de Tyler para Marla, ela fica estranha e sem entender o que se passa, as vezes quando ela nota que Tyler e Norton estão conversando, ela pergunta a Norton com quem ele está falando. No consultório enquanto o personagem de Norton está sendo examinado, Norton fala que Tyler responde coisas por ele. Depois que Norton finge uma briga no escritório do chefe para conseguir uns cheques ele diz que fora deste mesmo jeito que nascera o clube da luta, ou seja, quando os homens o viram lutando sozinho na frente do bar, ainda no início do filme (o que supostamente era com Tyler), acharam aquilo estranho e interessante, foi aí que o clube nasceu. Dentre várias outras pistas que o diretor David Fincher e o roteirista deixam no decorrer do filme. Esta é outra mensagem do filme, além de sermos escravos do consumismo, somos escravos dos estereótipos, nos imaginamos mais belos, mais fortes, criamos um outro ser, criamos alguém que queremos ser. Todas essas mensagens, tanto diretas quanto indiretas, são de uma inteligência sem tamanho. Há muito tempo, eu não presenciava um roteiro tão inteligente e provocante e uma direção tão inteligente e intelectual, que usa e abusa de mensagens subliminares de imagens e sons. Clube da Luta é uma terapia, estranha, mas é uma terapia, talvez seja levando socos que nos esquecemos dos bens materiais e da sociedade cada vez mais sedentária.

Se não assistiu ao filme, volte a ler a partir do parágrafo abaixo.

Outro risco que corro, mas vou ser obrigado a correr, será a comparação que farei a seguir. Talvez nem seja uma comparação, talvez seja só um ponto de vista. Mas tente entender, ver o meu ponto de vista. David Fincher é um dos melhores diretores que surgiram nos últimos anos, depois de Seven e este Clube da Luta, Fincher lançou o excelente Zodíaco, o ótimo O Quarto do Pânico e o sensacional O Curioso Caso de Benjamin Button, dentre outros filmes já lançados. Nesta curta carreira, Fincher mostrou apenas uma parte de sua vasta inteligência, sua excelente e perfeita técnica e o seu poder narrativo. E é agora que Fincher me remete a outro nome: Stanley Kubrick. Sim, Kubrick e Finhcer têm mais em comum do que você imagina: ambos são perfeccionistas, ambos levam um bom tempo para filmar, ambos possuem em suas filmografias filmes secos e violentos, ambos possuem roteiros claramente críticos e subjetivos, ambos adoram adapatar romances, contos, entre outros, ambos rodam várias vezes a mesma cena, ambos ousam em quadros, ângulos e planos até então inimagináveis, ambos já trabalharam no setor de efeitos especiais, entre outras semelhanças. Não quero compará-los, Kubrick é rei, é mestre e tudo o que você possa imaginar, sua carreira já está consolidada e é insubstituível, Finhcer ainda tem muito o que aprender e o que dirigir, mas posso afirmar sem medo: Fincher é o novo Kubrick, e se não for, é o que chegou mais perto. Repito: não quero compará-los, isto é impossível, só acho que os dois são bem parecidos.

Edward Norton é um ator inteligente e extremamente talentoso. Até hoje, o ator nunca me decepcionou. Aqui, a sua insônia assusta, e a sua loucura surpreende. Norton rouba a cena. Brad Pitt também está ótimo, e faz um bom trabalho e um dos maiores feitos de sua carreira: não ser ofuscado por Norton. Helena Bonham Carter interpreta a si mesma, e faz um ótimo trabalho. Elenco na medida com completo domínio sobre o texto. Os efeitos especiais são de primeira e surpreendem pela perfeição. Mas esta parte técnica da crítica (elenco, direção, roteiro, efeitos especiais, trilha sonora e etc.) é tão chata de ser comentada em um filme como esse (cheio de interpretações e análises) que resumirei em poucas palavras:

Clube da Luta é indispensável. É perfeito. É aquela velha história de "tecnicamente perfeito e narrativamente excelente". É polêmico. É importante. Poderia ficar horas aqui escrevendo sobre cada palavra dita (direta e indiretamente), mas farei uma coisa melhor: assista ao filme o quanto antes e se você não gostar, é porque: ou não viu o mesmo filme que eu, ou não entendeu ou não quis entender esta obra-prima de David Fincher.

Clube da Luta é, e provavelmente continuará sendo, o filme mais FODA dos últimos anos, ao lado de gigantes como O Senhor dos Anéis e Sangue Negro. É pagar, ou apanhar, pra ver!

Nota: 10,0

Matheus Pereira

Anos 2000 -
Por Matheus Pereira


Com certeza, esta década que está se findando, foi muito boa para o cinema. Muita coisa aconteceu, muita gente talentosa surgiu. Choramos, rimos, esperamos horas na frente do computador, incomodamos o jornaleiro por nossas revistas sobre cinema, ficamos de olho nos programas de TV que falam sobre cinema, fomos atrás de notícias, tudo em prol do cinema. Tudo pra alimentar a insaciável paixão pelo cinema. Olhe para trás, feche seus olhos enquanto escuta uma linda música que faz parte da trilha do seu filme favorito e lembre dos melhores momentos que teve no cinema. As melhores cenas, os melhores filmes, as melhores atuações, depois de lembrar, você vai notar, que, se uma lágrima não escorreu por sua face, provavelmente isso quase aconteceu. Lembre de cada momento. De cada ingresso, de cada amigo, familiar ou namorada(o) que o(a) acompanhou em cada seção, lembre de cada DVD alugado e das horas que você passou acordado para assistir o final de um filme. Lembre das salas de bate-papo e das comunidades do Orkut em que você participou ou participa e dá suas opiniões. Lembre de cada início de filme, de cada fim. De cada ângulo. Lembre de cada lágrima que você deixou escapar. Lembre de cada sorriso que você esboçou. Lembre de cada gargalhada que ecoou pela sala de cinema (ou de casa). Lembre de cada indignação, raiva ou tristeza que um filme lhe proporcionou. Lembre das horas que você passou discutindo sobre certa cena, ato, fala ou roteiro. Lembre daquela música que entrou em seu coração e lhe acompanhou durante esta década. Eu, neste momento, enquanto escrevo este texto, escuto a música Maybe Tomorow, uma das músicas do filme Crash-No Limite, e confesso-lhes: estou emocionado.

Nesta matéria especial, não escreverei sobre os melhores filmes da década, pois isto eu deixarei para o final, bem pro final da década. Aqui, falarei sobre os melhores momentos. Os momentos que mais me marcaram. A cena, a fala, o diálogo, até porque, o filme pode possuir uma cena marcante, mas não ser um dos melhores da década. Sinceramente, não sei até onde esta matéria vai. São tantas cenas e momentos, que não sei se me lembrarei, não sei em quantas partes esta matéria será dividida. Não sei quantos momentos colocarei. Depois de que ela estiver completa, eu volto e edito-a corretamente, dividindo-a em partes (Parte 1, 2, 3...). Não sei até onde vai, deixarei meu coração falar...
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"Em menos de um ano estarei morto. É claro que ainda não sei disso. De certa maneira, eu já morri."

Beleza Americana - Esqueça o tal "sonho americano". Aqui, tudo é desmascarado e somos apresentados ao verdadeiro cotidiano de uma família norte-americana. De que adianta a fachada bonita se por dentro está tudo ruindo? De que adianta o bom trabalho se a única recompensa é a financeira? Aqui, a metáfora fala alto. A flor que dá nome ao filme "American Beauty" é o verdadeiro retrato da vida norte americana. Bonita por fora, feita de pétalas de um vermelho bem vivo, mas que não possui aroma, não passa de uma flor bonita para os olhos, feia para o interior. Assim é o ser humano, bonitinho por fora, mas podre em seu âmago. Suas atuações dedicadas e excelentes andam lado a lado com a direção concisa de Sam Mendes e com um dos roteiros mais originais, ousados e inteligentes da década.
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"O que vocês fazem na vida, ecooa na eternidade!"

Gladiador - Falem o que quiser de Gladiador. Falem que é publicidade barata. Falem que é um insulto à história humana. Falem que é uma constante de erros de cena. Falem que isto, falem que aquilo. Seu legado na terra foi cumprido: entreter, ganhar dinheiro, cair nas graças do público e ainda por cima: ganhar o Oscar de Melhor Filme. Não é pra qualquer um. Ridley Scott sempre foi visto como um diretor limitado e voltado para os blockbusters que visam dinheiro. Até pode ser, mas que ele conseguiu muito mais que isso neste épico, isto é! Tecnicamente excelente e narrativamente errôneo, Gladiador, inexplicavelmente tem alguma coisa em sua receita que faz com que goste dele. Com certeza, as cenas de luta no coliseu, entram no hall dos melhores momentos!
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"Sr. Wilson! Sr. Wilson"

Náufrago - Sim, o coadjuvante mais lembrado da década não é um ser humano, e sim uma bola de vôlei. Isso mesmo, uma bola chamada Wilson. Nesta mistura de drama com toques de aventura, Tom Hanks dá uma aula de atuação e de como carregar um filme inteiro nas costas. Um dos filmes, em minha opinião, mas completos desta década. Com um início que mostra o que tem que mostrar, um desenvolvimento excelente e um desfecho perfeito. O filme não se limita apenas ao resgate do personagem principal, e sim a todo o seu retorno, mostra como o personagem se reabilita a tudo aquilo que não tinha na ilha onde ficou (em certa cena, Hanks pega um isqueiro e o acende apenas apertando um botão, enquanto na ilha, ele machucava as mãos para conseguir uma pífia chama). A construção/desconstrução do personagem principal é perfeita. Sua única companhia era uma bola, a qual ele conversava a todo o momento. A cena em que Hanks está em alto mar e perde o Sr. Wilson e começa a gritar o nome do amigo é um dos mais marcantes momentos da década!
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"Eu sou um menino!"

A.I. Inteligência Artificial - Muitos odeiam este filme. Eu amo. Considero-o um dos melhores filmes da década. Inteligente (obviamente, saiu da mente de Stanley Kubrick) e emocionante(claro! É dirigido por Steven Spielberg, o diretor que mais sabe mexes com nossos sentimentos), A.I. conta a história de um menino-robô que fora criado para substituir crianças que morreram ou para ser filhos de casais que não podem reproduzir, mas um deles é especial: ele ama. Depois de ser largado pela "família" (ou seriam donos?), o robozinho parte em busca da Fada Azul, que é supostamente o único ser capaz de transformá-lo em um garoto de verdade, de carne e osso, e talvez assim a mãe volte a aceitá-lo, pois o robô acha, que sua "mãe" só não o aceita por ser um robô. Junto a um ursinho de brinquedo robótico que fala, anda e faz um monte de coisas, o garoto-robô segue seu caminho enfrentando perigos e encontrando pessoas e robôs pelo caminho. O final, muito criticado por se alongar mais do que o necessário, é perfeito no meu ponto de vista, além de muito inteligente. Com um final muito interpretativo, A.I. é inteligente, bem-feito e emocionante. A cena final em que o ursinho Teddy sobe na cama e senta é inesquecível, tal qual a cena do balão que assemelha-se com a Lua.
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"Mais cedo ou mais tarde, eles irão encontrá-lo!"

Os Outros - Como bem disse um crítico de cinema em sua crítica sobre este filme, muitos são os filmes que nos proporcionam sustos, poucos são os que nos arrepiam por um longo tempo, que nos prendem e nos deixam mal. Se na década passada O Sexto Sentido fora o mais importante dessa categoria, nesta década Os Outros provavelmente foi o mais importante ou um dos mais. Chamando, puxando para perto, arrepiando e surpreendendo em seu final, Os Outros pode guardar semelhanças com outros filmes, mas talvez devido a sua direção e a um roteiro mais cuidadoso, o filme se sobressai. Nicole Kidman, aos meus olhos: sempre linda, faz um ótimo trabalho. A cena em que Kidman se aproxima da suposta filha que está sentada no chão vestida com a roupa da Primeira Comunhão e se surpreende com o que vê por baixo do véu é um dos momentos mais angustiantes do suspense da década.
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"Dizem que este tem um final surpreendente."

Corpo Fechado - Gosto da filmografia de M. Night Shyamalan no geral. O único filme que não gosto de sua carreira é Fim dos Tempos, os outros, todos me agradam. É claro que O Sexto Sentido é o mais lembrado e o mais instigante, mas Shyamalan não é homem de um truque só, e neste suspense protagonizado por Bruce Willis e Samuel L. Jackson ele prova que sua inteligência não tem limites, e possui um poder incomum: surpreender o público mais de uma vez, logicamente em menor escala, mas ainda assim é uma surpresa. Instigante e envolvente, Corpo Fechado é um dos melhores exemplos do suspense e da carreira de Shyamalan. Os encontros entre o "homem-de-vidro" e o "superman" e seus diálogos são ótimos e a cena da revelação surpreende.
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"Você é um bruxo, Harry!"

Harry Potter e a Pedra Filosofal - O primeiro filme da franquia, dirigido por Christopher Columbus pode não ser o melhor dos seis lançados até agora, mas temos que assumir que nossos olhos brilharam ao ver tanta ousadia e tanta magia no cinema. Fomos apresentados a algo que era parcialmente experimental, ou seja, se desse errado, terminaria ali. Nós, meros trouxas, não tínhamos noção do que a série se tornaria. Nunca, que ali, sentados assistindo ao filme, imaginaríamos o que aconteceria nos anos seguintes: bilhões arrecadados e uma horda de fãs nunca vista, Harry Potter "arrecadou" fãs no mundo inteiro, vendeu inúmeros livros, ingressos, DVDs, entre outros produtos. Feitos inimaginável e nunca visto. O sucesso assemelha-se ao que foi Star Wars, que também obteve um sucesso inacreditável. Caiu nas graças do público, e por incrível que pareça, na da crítica também. A cena em que Harry recebe a visita de Hagrid, sabe que é um bruxo e entra pela primeira vez em Hogwarts são coisas que para sempre estarão guardadas na memória.
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"Você quer saber o que é real? Isto é real!"

Uma Mente Brilhante - Como já escrevi em uma crítica minha, Ron Howard é um cineasta estranho e irregular. Faz filmes ótimo mas também faz filmes péssimos. É incrível como um diretor pode alternar tão drasticamente entre um filme e outro. Este, Uma Mente Brilhante, se encaixa na categoria de ótimos filmes. Tudo bem que não merecia o Oscar de Melhor Filme e Direção, mas mereceu a indicação. Nunca enfadonho ou clichê, a construção do personagem central é excelente e a atuação de Russel Crowe é marcante. A loucura é exposta de várias maneira possibilitando várias interpretações. No final, será que aquilo tudo era realmente loucura, ou apenas um fuga ou fruto de sua genialidade? A cena em que Nash (Crowe) descobre que seus amigos são, na verdade, imaginários chega a surpreender, mesmo desconfiando, somos surpreendidos pelo acontecimento.
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"Pegue minha mão, chefe."

À Espera de Um Milagre - Frank Darabont foi uma das melhores descobertas do cinema da década passada. Apesar de ter dirigido um filme apenas, Darabont já mostrou seu potencial. Claramente fã de Stephen King (sim, pois já adaptou três livros do autor para o cinema), Darabont volta ao mundo da prisão e nos presenteia com um dos melhores filmes da década. Emocionante e inteligente, o filme nos prende durante três horas (!), e nunca, nunca nos sentimos cansados, em nenhum momento sequer bocejei, levantei ou parei de assisti-lo. Fiquei ali, com os olhos presos na tela, deixando meu cérebro processar as informações e meu coração sentir cada emoção que o filme proporciona. Sou um grande fã de King, e o fato de ser fã não faz com que goste mais do filme, gosto do filme porque é uma obra-prima, gosto do filme porque ele sobrevive sem o livro, é perfeito como filme. Simplesmente isso. Gosto, não porque leva o nome de King, Darabont e Tom Hanks em sua bagagem. Gosto, simplesmente por ser perfeito. Mr. Jingles é o melhor mascote da década e a cena em que John Coffey (Michael Clarke Duncan, perfeito) cura Paul Edgecombe (Tom Hanks, sensacional) impregnam na alma e no coração. [SPOILER] A cena que John Coffey morre na cadeira elétrica, é um dos momentos mais tristes da década.
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"E algumas coisas que não deveriam ter sido esquecidas foram perdidas. História se tornou lenda; lenda se tornou mito."

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel - Nascia aqui a melhor franquia de todos os tempos. Esta é a primeira parte de uma história que ainda guardava o melhor para o final. Os três filmes juntos, ganharam nada mais, nada menos, que 17 Oscar, um feito quase que insuperável. Peter Jackson fez o que nenhum outro faria. Jackson enfrentou gigantes de estúdio e monstros no cinema. Ganhou todos, e com vasta diferença. Ninguém acreditava naquele homem gordinho que fizera trashs no passado, ninguém achava que o livro poderia ser adaptado, ninguém levava muita fé. O resultado: o mundo curvou-se, o público saudou, a crítica beijou seus pés e os colegas babaram. O Senhor dos Anéis é com certeza, uma das melhores coisas que aconteceram no cinema e nas artes do mundo de todos os tempos. Coisa igual só daqui a décadas e décadas, ou nunca mais. Em pensar que nunca mais voltaremos ao cinema ou teremos aquela sensação única ao vermos o filme pela primeira vez. Tudo acabou em 2004 quando o melhor filme da história foi lançado. Não estará mais vivo nos cartazes e nas salas de cinema, mas permanecerá vivo em nossos corações para sempre. Não escolherei a melhor cena ou o melhor diálogo. Sua existência já é um grande e inesquecível momento.
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Bem, por enquanto é só. Esta é apenas a primeira parte de muitas e muitas. São tantos filmes que nem sei quando a matéria terminará. Estou muito entusiasmado com essa matéria. Além de escrevê-la para você, leitor, escrevo para mim mesmo, para meu próprio coração. Sinto que tenho que liberar estas palavras, que tenho que torná-las públicas. Amo escrever sobre cinema, amo que as pessoas leiam os textos. Gosto de pensar que pessoas dividem comigo mesmas opiniões e que divergem em algumas delas. Esta é com certeza a matéria que mais estou gostando de escrever. Espero que esta seja a que você mais está gostando de ler. Ainda esta semana posto a segunda parte. Espero que gostem e que acompanhem...

...e comentem...

Matheus Pereira

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