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Papo Rápido

Papo Rápido

X-Men: First Class



X-Men: First Class poderia ser o melhor da franquia, mas os péssimos diálogos - a maioria ditas pelo Professor Xavier/James McAvoy - e os efeitos visuais capengas prejudicam um pouco o resultado final. Kevin Bacon está ótimo, Michael Fassbender também, mas January Jones é inexpressiva e Jennifer Lawrence atua no piloto automático. Divertido, cheio de boas referências internas e ótimas decisões. Apesar de um tropeço aqui e ali, é um ótimo filme.



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A Árvore da Vida



A direção de Terrence Malick é, ao lado da de Darren Aronofsky (em Cisne Negro), a melhor do ano, a mais competente. Bem conduzido, com excelente fotografia e belas mensagens sobre Deus, vida, natureza e graça, A Árvore da Vida toca cada pessoa de um modo diferente. Amando ou odiando a obra de Malick, é impossível ignorar a beleza das imagens. Malick pinta quadros que beiram a perfeição. Pode não ser o melhor filme do ano, mas é, certamente, o mais belo.



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Larry Crowne



A força de um protagonista, ou, neste caso, de um casal, podem salvar um filme do completo fracasso. Larry Crowne, dirigido por Tom Hanks, é um embaraço cheio de clichês e situações imbecis que não chegam a lugar algum. Cansa antes do fim. Tolo e óbvio, o filme ainda trás uma Julia Roberts totalmente sem graça e situações que não funcionam no contexto. Hanks, como sempre, esbanja carisma e Bryan Cranston merecia mais tempo na tela.



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Melancolia



Ainda que brilhantemente dirigido, estupendamente fotografado e atuado com devoção por Kirsten Dunst, Melancolia é um pacote fechado sem muitas coisas para oferecer. Convence no seu estudo de personagem e trata a depressão, a melancolia, com inteligência e delicadeza, mas no final das contas, não chega a lugar algum, preferindo apenas mostrar os personagens conversando e se entregando, cada um, aos seus problemas. Poucas coisas acontecem e o filme não anda.



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Transformers - O Lado Oculto da Lua



Como pode um filme tão barulhento, cheio de luzes e explosões, ser tão sonífero? Como pode algo tão vazio ter quase duas horas e meia? Repetindo sem vergonha o péssimo capítulo anterior, Transformers - O Lado Oculto da Lua recicla até mesmo pequenas cortes de cenas de outros filmes (é verdade, as provas estão espalhadas pela internet) e mantém o mesmo formato narrativo. A impressão, no final, é que estamos vendo o mesmo A Vingança dos Derrotados com algumas cenas diferentes, pois a batalha dos robôs gigantes continua monótona e idêntica às outras.


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A Casa



A Casa, filme uruguaio que se diz ser filmado em plano sequência (sem cortes), poderia ser chamado de "como estragar algo já ruim nos minutos finais". O filme é uma bobagem inócua que só tem a competente fotografia como bom atrativo. O diretor (que também escreveu e editou) sabota o próprio filme tornando-o ilógico. Há vários cortes escondidos durante toda a fita, tornando-o artificial em vários instantes. Têm alguns poucos bons momentos, como aquele que vem depois dos créditos, mas num todo é um enorme engodo.


Matheus Pereira

Papo Rápido

Amor a Toda Prova



Falar das várias variações do amor, e seus caminhos mais sórdidos, tornou-se um difícil trabalho depois que Richard Curtis lançou o seu Simplesmente Amor. O filme, o qual considero a melhor comédia romântica dos últimos tempos, reunia um grande elenco (britânico em sua maioria) e retratava as várias faces do amor e os diversos lugares onde ele aparecia. Não que falar de amor sempre fora fácil, mas depois que o parâmetro máximo foi estabelecido, tratar do amor nos moldes que aquele belo filme tratou seria tarefa árdua. Que fiquei claro: ninguém alcançou o feito de Curtis e nenhum filme - nem este Amor a Toda Prova - se igualou a Simplesmente Amor. De qualquer forma, a nova fita de Glenn Ficarra e John Requa (diretores de O Golpista do Ano), ainda que em suas devidas limitações de roteiro, é o que mais se aproxima daquilo que o filme britânico alcançou com louvor. Amor a Toda Prova não tem a complexidade narrativa e emocional necessária para fazê-lo um grande ponto na história da comédia atual, mas tem competência suficiente para ser notado e apreciado. O elenco encabeçado pelo sempre carismático e talentoso Steve Carrel, reúne Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone e Kevin Bacon, numa salada amorosa cheia de vai e vens e surpresas pelo caminho. O roteiro não apresenta grandes reviravoltas e é até previsível em vários momentos, mas caso o espectador entre no clima e saiba apreciar suas investidas, a experiência pode ser agradabilíssima. Dirigido economicamente, mas com vigor, pela dupla, o filme ainda trás uma excelente montagem e uma leveza mais que bem vinda num gênero que ultimamente resolveu reunir grupos e grupos de amigos para falar palavrões e apelar para a escatologia. Ainda que em filmes diferentes, com pessoas diferentes e tratando de casos diferentes, Amor a Toda Prova objetiva falar apenas de uma coisa: simplesmente amor.

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Drive



Quando o mundo e a indústria se encontram na mediocridade artística e cultural na qual nos encontramos atualmente, é natural que nos tornemos nostálgicos. Que passemos a encarar o passado, e todo o clima que ele encerra. Assim podemos explicar porque festas temáticas dos anos oitenta façam tanto sucesso, ou porque filmes e as demais mídias, quando voltam os olhos e incorporam décadas passadas, recebam tanta atenção. Drive, dirigido por Nicolas Winding Refn (vencedor do prêmio de Melhor Direção no último festival de Cannes), evoca esta aura, esse clima oitentista que, quando bem abordado, dá bons resultados. Com Ryan Gosling à frente de um elenco que ainda conta com Carey Mulligan (não muito diferente dos outros papéis que apresentou até aqui) e o ótimo Bryan Cranston (da magnífica série de TV Breaking Bad), Drive é um filme simples, mas refinado. Com direção caprichada (Refn ganhou o prêmio em Cannes, afinal) e um ótimo estudo de personagem, o filme se mantém em poucos, mas importantes pilares: direção, atuação e clima. O clima, juntamente aos outros dois pontos recém citados, é o cerne da fita, que exala elegância e consistência. Gosling, carismático e arrebatador, entrega aqui aquela que talvez seja sua melhor atuação neste ano, e carrega a obra com firmeza e segurança. Alternando algumas cenas mais intensas com outras mais intimistas, Drive mistura ação e drama e é certamente um filme diferente, original. Ainda que tenha um esqueleto comum, é a gordura, os detalhes e a abordagem que fazem de Drive único e um dos melhores do ano.

Matheus Pereira

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