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Novamente, os indicados se encontram na ordem de chances de vitória.

A Invenção de Hugo Cabret

A direção de arte de A Invenção de Hugo Cabret é primorosa, e dificilmente sairá de mãos vazias do Oscar. Aliás, essa deve ser uma das poucas categorias que o longa de Martin Scorsese pode levar a melhor. O que mais chama atenção no departamento é a decoração dos sets. Grandiosos, a maioria construída em escala real, os sets de Hugo saltam aos olhos. Os detalhes aqui devem levar a fita à vitória. Da biblioteca à estação de trem, tudo representado nos mínimos detalhes. Um festival de cores e de formas fantásticas. Hugo também tem vantagem devido ao orçamento bem mais gordo do que The Artist, um de seus maiores concorrentes, por exemplo.

The Artist

The Artist tem consigo a vantagem de ser um literal filme de época. Retratar ao lado da fotografia em preto e branco e dos elogiáveis figurinos a época em que se passa eleva a fita a um considerável patamar. Perto da arte de Hugo, é bem verdade que a de The Artist empalidece, mas ainda assim é um grande trabalho. Pode se dar bem pelo fato de ser a arte do favorito ao prêmio principal. Outro fator a favor do longa de Michel Hazanavicius é ser em preto e branco. A direção de arte deve se ater a detalhes que outras produções não se importam, já que são obras "coloridas". O design de The Artist, por exemplo, deve atentar às cores dos cenários e dos objetos, já que nem todas ficam bem quando filmadas em preto e branco. É como se o branco, por exemplo, ficasse bem melhor em cena do que o vermelho. Assim, todos os objetos vermelhos devem ser retirados de cena, já que prejudicam a estética da imagem. Esses jogo de cores no preto e branco rendeu prêmios a A Lista de Schindler, em 1993, por exemplo, e pode render esse ano mais uma vez.

 

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

Relíquias da Morte - Parte 2 completa o que se pode chamar de "trio campeão", já que tem tantas chances de vitória quanto as obras comentadas acima. Qualquer uma das três pode levar a melhor no dia 26 de fevereiro. A última parte da saga Harry Potter tem a seu favor a grandiosidade e sete filmes competentes no currículo. Toda a série mostrou um brilhante serviço na área da direção de arte, e essa é a última chance de reconhecer todo o notável trabalho. No total, a série Harry Potter já recebeu três indicações para Melhor Direção de Arte: a primeira por A Pedra Filosofal, a segunda pelo quarto capítulo O Cálice de Fogo e a terceira e mais recente pelo sétimo longa Relíquias da Morte - Parte 1. Não me surpreenderia (e o aconselho a encarar a possibilidade) caso a fita saia vitoriosa na categoria. O trabalho é fabuloso e o filme tem apenas três indicações (Maquiagem - que pode perder para A Dama de Ferro e Efeitos Especiais - que pode perder para Planeta dos Macacos - A Origem; além de Direção de Arte), assim, a Academia estaria lembrando, ainda que timidamente, um dos maiores acontecimentos cinematográficos da história.

War Horse

War Horse tem o que se pode chamar de "direção de arte convencional". Não tem nenhum fator a favor ou contra sua vitória além da concorrência. Mas não se engane: o trabalho visto em Cavalo de Guerra é notável, principalmente quando Spielberg mergulha seu filme na Primeira Guerra Mundial. As constantes mudanças de tom e cenário é um teste, uma prova de fogo para o departamento de arte, é aí que os profissionais podem "brincar" e fazer o que sabem. War Horse se destaca mais devido aos objetos e pequenos detalhes do que pelos cenários, que são mais simples. O que conta aqui é justamente a simplicidade, mas uma simplicidade mascarada, já que o filme tem um orçamento bem "modesto".

Meia-Noite em Paris

Meia-Noite em Paris tem a pecha de que apenas metade de sua duração necessita realmente da direção de arte. É errôneo afirmar isso, até porque filmes contemporâneos como A Origem tem grau de excelência na categoria; mas não se pode negar que o trabalho realizado aqui requereu menos esforço do que os outros indicados.O fato é que quando a direção de arte realmente se faz presente, ela impressiona. Detalhada e bem cuidada, a arte da fita de Woody Allen merece a indicação, mas deve assistir um de seus concorrentes levar a estatueta.Os cenários são lindos e a nostalgia está fixada em cada textura e detalhe.

Vence: A Invenção de Hugo Cabret

Pode vencer: The Artist e, com menos chances, Harry Potter.

Minha favorita: Hugo e Harry Potter

Matheus Pereira