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Em DVD - Crítica - Star Trek


J.J. Abrams é um nerd. Um nerd inteligente e talentoso. O cara criou a série Alias, após criou a melhor série já feita: Lost, com milhões de fãs no mundo todo e uma trama envolvente. Depois de muito sucesso na TV, Abrams decidi se aventurar no cinema. Seu primeiro filme é Missão Impossível 3. O resultado: o filme foi o melhor da trilogia. Após produziu o filme Cloverfield, que tornou-se um arrasa quarteirões. Até aqui tudo que o homem se envolvia gerava lucros, dinheiro e mais dinheiro. A surpresa veio quando o novo Midas resolveu recriar uma das séries cinematográficas mais amadas do mundo: Star Trek, ou Jornada nas Estrelas. Como sempre, alguns fãs adoraram, outro torceram o nariz. E parece que Star Trek nasceu para Abrams e vice versa, afinal, o homem é mestre em criar filmes e séries que arrebanham milhares de fãs. E Abrams, que até agora nunca decepcionara, aqui também não decepcionou, muito pelo contrário: surpreendeu, fazendo um trabalho melhor que o esperado. Abrams conseguiu um feito inacreditável e quase que insuperável: conseguiu agradar os fãs (muitos fanáticos) da série clássica e mais: conseguiu arrebanhar novos fãs. Sim, Abrams conseguiu trazer para a série mais fãs. E eu posso me incluir perfeitamente neste grupo. Confesso que não gostava muito da série clássica, e não estava muito afim de assistir este novo exemplar, mas Abrams conseguiu me surpreender e fazer com que eu me torna-se um pequeno fã da nova série. Abrams conseguiu captar a essência de Star Trek, o perigo, a ação, a ficção e a jornada.

O filme volta na linha do tempo da série, vemos o Capitão Kirk e o Sr. Spock se conhecerem na Academia, o voo inaugural da Enterprise e a primeira missão de sua tripulação. Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman(Transformers, A Ilha, entre outras bombas...) surpreendem neste filme, pois pouco se esperava de uma dupla com uma carreira medíocre. Orci e Kurtzman recriam a série mesmo, eles não estão preocupados se irão alterar os fatos da série clássica (há alguns fatos que na série clássica acontecia bem depois do primeiro filme, mas aqui acontece já no primeiro) eles querem e recriar a mesma série e não copiar, eles querem mudar e não fazer o mesmo filme, os personagens são os mesmos, alguns acontecimentos também, mas a dupla tomou liberdade para criarem coisas novas e modificarem coisas já criadas. E a surpresa é que a dupla faz um excelente trabalho, não desrespeita os que já eram fãs da série e criam coisas novas para os novos fãs. É uma forma inteligente de manter todos felizes e por perto. Orci e Kurtzman acertam também ao dar a devida atenção aos personagens secundários, e uma vez ou outra nos fazer rir com um ótimo teor cômico(Simom Pegg e seu alienígena anão aparecem pouco, mas quando aparecem roubam a cena).

Abrams, como já demonstrara em M:I3, não é adepto do estilo "10 cortes por segundo" como Michael Bay, e constrói suas cenas de ação com maestria. Desde as cenas de ação do brilhante prólogo até a sensacional luta sobre a perfuratriz. Abrams concede planos inteligentes e ousados (amparados pelos ótimo efeitos visuais) e quadros belos. Talvez seu único erro seja a constante e desnecessária utilização de reflexos luminosos na tela, pois não ajuda na narrativa, incomoda e não é bonito esteticamente. De resto, Abrams acerta, tanto na composição das cenas quanto na direção de atores. Abrams mostra ter grande habilidade com cenas grandiosas e repletas de efeitos especiais, mas mostra também que sabe muito bem movimentar sua câmera dentro de uma nave, fazendo com que a nave do filme realmente pareça uma nave e não um cenário.

O elenco foi muito bem escolhido. Chris Pine encarna um Kirk de forma perfeita. Surpreende e mantém o personagem caminhando na corda bamba entre a impulsividade, o perigo e sonho de ser capitão. Não é um papel difícil, mas Pine conseguiu trazer detalhes excelentes ao personagem. Karl Urban surpreende e muito. Tido até agora como inexpressivo e canastrão, Urban consegue compor um personagem que não deve em nada para o original. Confesso que não gosto de Zoe Saldana, não sei bem o porquê, mas a garota não me convence, mas aqui ela faz um competente trabalho. Mas quem realmente merece destaque é Zachary Quinto e seu enigmático Spock. Os olhares, os trejeitos, a forma com que pronuncia cada palavra e sua "quase" arrogância são detalhados com exímia perfeição por Quinto.

Star Trek recria e apresenta seus personagens da melhor maneira possível, de forma divertida e bem contada, mas no momento em que o filme tem que apresentar um história inédita, ele falha, ou seja, quando o filme tem que andar sozinho, criando uma outra aventura, as falhas aparecem. Sobre a viagem no tempo tudo é muito bem contado e explicado, as falhas residem é no vilão, vivido por Eric Bana. Seu vilão por vezes se torna pífio. Sem graça, não dá medo, não passa perigo, apenas tem um desejo clichê de vingança. Não é um erro enorme, mas seu personagem podia ser melhor trabalhado pelo ator, e os roteiristas podiam caprichar na vingança e não torná-la clichê. Os motivos da vingança são interessantes, mas a vinganças em si não tem graça.

Contando com efeitos especiais de primeira, boas atuações, excelente direção e uma dupla de roteiristas inspirada (não sei até quando...) Star Trek é muito melhor do que se espera. É divertido e tem "recheio". Merece ser visto por fãs e iniciantes. Para os novos Star Trek e para Abrams e sua equipe:

"Vida longa e próspera!"

Nota: 8,5
Extras: 5,5

Matheus Pereira

1 comentários:

Não podia concordar mais com vc! Adorei o Karl Urban (Bones vive!) e o Eric Banana foi mesmo o ponto baixo do filme, com seu vilão inexpressivo e sua usual atuação de caixa de banco.

22 de novembro de 2009 às 12:43  

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