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Especial Oscar 2015 - Melhor Direção

Especial Oscar 2015
Melhor Direção

Depois de completar a bem sucedida trilogia formada por Amores Brutos, 21 Gramas e Babel, e lançar Biutiful (seu pior filme), Alejandro González Iñárritu se redime e entrega aquele que é o seu melhor longa-metragem. Até então, Alfonso Cuarón era o mexicano conhecido pelos belos planos sequência. Agora, Iñárritu surpreende com um trabalho tecnicamente irrepreensível. Assim como Cuarón, Iñárritu adota os longos takes e conta sua história com um trabalho de câmera simplesmente genial. Mas não só: Alejandro também se sai muito bem na direção de atores. Não há um ator ou atriz que não tenha uma atuação elogiável durante o filme. Com Birdman, Iñárritu fez um trabalho tão ousado quanto o de Richard Linklater e seus doze anos de filmagem.

O melhor filme de Iñárritu até aqui: Birdman

Richard Linklater é um diretor minimalista. Não há floreios de câmera ou exercícios de estilo em seus filmes. Linklater liga a câmera e deixa seus atores fazerem o resto. Assim, seu talento encontra-se principalmente na direção de atores e na condução das narrativas (geralmente escritas por ele mesmo). Seu trabalho em Boyhood chama mais atenção pela abordagem de filmagens: elenco e equipe filmaram o longa no decorrer de doze anos. É um projeto elogiável e notadamente complexo; Linklater soube manter um padrão narrativo e visual durante todo o tempo, sabendo como lidar com a passagem do tempo e com o próprio crescimento dos atores. É possível que vença o Oscar - e será merecido caso aconteça -, mas Iñárritu parece favorito.

O melhor filme de Linklater até aqui: Antes da Meia-Noite

O Cinema de Wes Anderson é incomparável, e O Grande Hotel Budapeste é a síntese de seu estilo. A razão de aspecto, a fotografia, os figurinos, os enquadramentos e as cores. Além, claro, de Bill Murray. Budapeste reúne tudo que há de bom no estilo de Anderson. Além da parte técnica impecável (cada enquadramento parece uma pintura), Anderson dirigiu aquela que é uma das melhores atuações de Ralph Fiennes. O Oscar talvez nunca premie o talento alternativo de Anderson, o que é uma pena, já que o sujeito é um dos mais interessantes da atualidade.

O melhor filme de Anderson até aqui:
O Grande Hotel Budapeste
 

É bem evidente que a Academia prestigia Bennett Miller. Capote conseguiu merecidas indicações a Melhor Filme e Direção, e Moneyball também apareceu como uma das melhores produções de seu ano de lançamento. Agora, Foxcatcher surge com cinco indicações ao prêmio. Ainda que tenha ficado de fora da categoria principal, Miller aparece como Melhor Diretor, o que é completamente aceitável. Primeiro porque Miller é um diretor que sabe criar uma atmosfera densa e pesada; além disso, sua câmera calma parece sempre esconder diversos pontos importantes dos olhos do espectador; para finalizar, Miller consegue arrancar atuações memoráveis de seus atores. Foi assim como Philip Seymour Hoffman, Brad Pitt e Jonah Hill e agora com Channing Tatum, Mark Ruffalo e, principalmente, Steve Carrel. A direção de Miller em Foxcatcher reúne aquilo que Academia tem prestigiado nos últimos anos. Assim, sua nomeação surge não como surpresa, mas como puro merecimento.

O melhor filme de Miller até aqui:
Capote

É fácil entender o que a Academia viu de especial na direção de Morten Tyldum, embora não consigamos enxergar a mesma qualidade. O trabalho do diretor em O Jogo da Imitação é burocrático, acadêmico ao extremo. Ainda que tenha extraído ótimas atuações de seu elenco, Tyldum não faz muito para merecer uma indicação. As ótimas atuações, aliás, se devem muito mais ao talento de cada ator e atriz do que à condução de Tyldum. No fim, é lamentável que a Academia tenha deixado David Fincher (mais uma vez) de fora para dar espaço a Morten Tyldum. Damien Chazelle (Whiplash), J.C. Chandor (A Most Violent Year), Clint Eastwood (Sniper Americano) e, principalmente, Ava DuVernay (Selma) mereciam muito mais a vaga que os votantes jogaram fora ao nomear um trabalho básico como o visto de O Jogo da Imitação.

O melhor filme de Tyldum até aqui: O Jogo da Imitação

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