Steven Spielberg não dá as caras na categoria de Melhor
Direção desde 2005, quando foi indicado por Munique,
uma de suas obras-primas. Pois o maior diretor de Hollywood está de volta e
promete levar o terceiro Oscar pra casa. Se a vitória irá se concretizar é
impossível dizer, mas a indicação é certa. Lincoln
tem se mostrado favorito a vários prêmios (inclusive Melhor Filme e Ator) e
Spielberg pode ganhar mais uma estatueta com o seu “filme sério” mais rentável.
Há alguns anos a Academia não premia um grande filme, de um grande estúdio, com
elenco estrelado e comandado por um grande diretor. Lincoln tem todas as ferramentas para fazer bonito no Oscar.
Ben Affleck pode roubar a cena e vencer a disputa. Mas é
muito cedo para discutir isso. O fato é que há alguns anos seria impossível
imaginar Affleck disputando um Oscar de Melhor Direção ao lado de Steven
Spielberg e Ang Lee. Era difícil imaginar o sujeito como diretor! De qualquer
forma, Affleck merece respeito, e seu filme, Argo, é Cinema em seu máximo. Lincoln
pode até levar o grande prêmio, mas Affleck será indicado não por nada, mas
para disputar voto a voto a estatueta.
Kathryn Bigelow é, sem dúvida, uma grande diretora; o
problema, porém, é que todo o hype em
torno de seu trabalho é um tanto descabido. Não assisti Zero Dark Thirty ainda, mas toda a empolgação e superlativos
jogados ao vento antes da estréia do longa eram absurdos. Todo o burburinho se
dava, em grande parte, porque era o novo longa de Bigelow, uma mulher corajosa,
a primeira vencedora do Oscar. Não é para tanto. Seu trabalho merece ser
reconhecido, mas não enaltecido por ser de uma mulher, ou por ser de uma mulher
que fala sobre assuntos polêmicos. Teremos uma lista com Bigelow e Tom Hooper,
outro artista superestimado, e veremos Paul Thomas Anderson de fora. Uma pena.
Ang Lee é uma das certezas entre os indicados. Constante nas
listas dos sindicatos e associações, Lee mais uma vez estará entre os cinco
melhores do ano. As Aventuras de Pi é
um filme lindo e incrivelmente bem dirigido. É, particularmente, ao lado de Brokeback Mountain, seu melhor filme.
Lee conduz sua nova obra com sensibilidade notável, mostrando total domínio da
técnica e da narrativa. Lee, acima de tudo, transformou uma história difícil –
tida por muitos como infilmável – em algo palatável, abrangente em suas
pretensões e tocante em suas investidas mais íntimas. É um belo trabalho de um
artista em grande momento.
Tom Hooper já tem um Oscar. Não vai ganhar novamente –
talvez nem seja indicado – mas provavelmente estará lá, roubando o lugar de
outro (Paul Thomas Anderson...). Les
Misérables tomou força sem precedentes na metade do caminho, mas sua queda
foi ainda maior e mais surpreendente. Os críticos se dividiram, mas o público
comprou a idéia do musical. Não deve ganhar muita coisa, mas promete ser
indicado a uma porção de categorias.
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