Quando Avatar começou me senti como Jake Sully em sua primeira "viagem" para pilotar seu avatar. Sentei na poltrona do cinema e deixei James Cameron me levar ao mundo mais espetacular que um cineasta pôde mostrar nesta década. Senti como se eu tivesse "pilotando" meu avatar, e que estava em Pandora para me aventurar. Junto com Sully, meu avatar se
emocionou, aprendeu outra língua, se apaixonou e viu as coisas mais belas que os olhos podem ver.

Um hiato de doze longos anos separou a obra prima de Cameron do novo espetáculo do diretor. Seu Titanic lucrou quase dois bilhões de dólares e arrebanhou onze Oscar. Seu novo projeto pode não conseguir tal feito, mas com certeza já entrou para história do cinema. Avatar talvez tenha sido o projeto mais ambicioso e mais perigoso de Cameron. Basta ver quanto o filme custou e ver o quão ambicioso é o novo projeto. Até este exato momento, Avatar já lucrou quase 3oo milhões só no fim de semana de estreia. Será os efeitos especiais? Será a história de amor? Será o elenco? Não. Os filmes de Cameron lucram tanto simplesmente porque o cineasta faz filmes por amor, por gosto, ele ama e sabe o que faz, e esse amor transcende a tela e enche nossos olhos. Bastou poucos segundos para Jake Sully (Sam Worthigton) chegar em Pandora e me prender de vez.

Muito tem se falado do roteiro, clichê e clássico. Qual é, o roteiro de Titanic também tinha mais buracos que o casco do navio (tá, tá, eu sei, essa foi de doer) mas todos corriam para assistir. E daí que a história já era bem clichê quando Dança Com Lobos foi lançado no início da década passada? Por falar no longa de Kevin Costner, Avatar guarda em seu âmago algumas semelhanças com o longa vencedor do Oscar em 1990: o americano que chega em uma tribo, tem de interagir com os nativos, aprender seus costumes e sua língua e acaba se apaixonando pela mais bela do lugar e no final tem que escolher em qual


Avatar se divide em duas partes: a apresentação e a ação. A apresentação é simplesmente sensacional. O que poderia se tornar monótono nas mãos de um cineasta mediano, nas mãos de Cameron torna-se mágico. Cameron nos apresenta Pandora aos poucos, primeiro a flora, depois a fauna, depois a hidrografia, e mais um bocado de coisas criadas especialmente para Avatar. Cameron criou um mundo do zero. Criou do menor inseto até o maior animal, da mais simples planta até as mais florescentes flores. Tudo é belo e inédito. James Cameron criou um mundo, nada se compara ao que conhecemos, tudo é mágico, é diferente, tudo brilha, tudo salta aos olhos. Cada detalhe, cada flor, cada animal, tudo é lindo, logo, podemos concluir que, com certeza, os humanos ainda não chegaram no local, pois se já tivessem chegado estaria tudo


A segunda parte é a da ação, ou seja, é quando já estamos por dentro da história e já conhecemos parte do planeta e já estamos prontos para a batalha. Sobre essa parte não posso comentar muito, pois muitos fatores decisivos estão aqui, só posso dizer que a batalha é divertida, empolgante e perfeita. Além de belas cenas e muita, mas muita ação, Cameron nunca deixa o ritmo cair, apesar das longas mais de duas horas e meia, o filme é sempre empolgante e nunca cansativo. E o mais surpreendente: a todo momento somos apresentados a novos animais e novas plantas, a todo momentos conhecemos algo novo, e se o

Cada dólar gasto, cada minuto perdido na produção, cada gota de suor derramado está impresso na tela. A perfeição está lá. Poucos são os filmes que podemos classificar como perfeitos, nesta década, cinco filmes no máximo cabem nessa classificação. Avatar é um deles. Toda a perfeição técnica está lá, uma prova disso, como bem disse o crítico Pablo Villaça, é que o Gollum de Peter Jackson parece um bonequinho de stop motion perto dos nativos de Cameron. O cineasta, com este longa, firma-se como uma das mentes mais geniais e criativas que o cinema já viu. Depois de criar a saga dos exterminadores, continuar de maneira magistral a saga dos aliens, criar alienígenas interessantíssimos em O Segredo do Abismo, recriar o Titanic com perfeição, o menor adjetivo que Cameron pode receber é o de gênio. Cameron não se preocupa apenas com a técnica, Cameron pensa na emoção, na lógica, Cameron tem cérebro, tem coração, seus filmes também

Cameron não é nada sutil e suas metáforas: os americanos, amantes da guerra, combatem os nativos (iraquianos, ou qualquer outro povo que os ianques massacraram) como sempre: terror contra terror. Chegam atirando em mulheres e crianças, sem se importar com as consequências, eles parecem sentir prazer ao maltratar seres mais fracos. A mensagem ecológica também se faz presente, e de maneira bem obejtiva, pois em certo momento um nativo chega a pedir para um ser poderoso (o Deus deles) que os humanos não destruam Pandora como destruíram a Terra. As alfinetadas aos atuais chefes do mundo e ao povo foi dada.
Os atores devem ter soado a camiseta para interpretar os nativos de Pandora, pois os mínimos


Ao término do filme, me surpreendi ao constatar que ninguém queria sair da sala de cinema. Todos queriam ficar, viajar um pouquinho mais, queriam ficar para próxima seção e assistir novamente (eu pensei em fazer isso...), ninguém acreditava no que acabaram de assistir. Todos queriam um pouco (eu queria muito) mais.
Meu avatar dormiu. Acordei. Abri os olhos. O sonho fora inesquecível.
Fora o melhor sonho do ano...
Nota: 10,0
Matheus Pereira
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