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Os lançamentos em DVD e Blu-Ray de Fevereiro
Parte 2



Paul



É uma pena que filmes como Paul sejam lançados diretamente em DVD enquanto fitas como O Zelador Animal ganham as salas de nossos cinemas. É impossível entender esse processo de quem merece ou não um espaço na tela grande. Até certo ponto se entende os motivos mercadológicos por trás de tudo, mas artisticamente, Paul merecia muito mais do que recebeu. A história dos nerds que ao visitar a Área 51 encontram um alienígena esperto e desbocado é engraçada e divertida do início ao fim. Cheio das costumeiras referências de Nick Frost e Simon Pegg, a comédia sci-fi une os melhores artifícios humorísticos com brincadeiras envolvendo extraterrestres e até mesmo Steven Spielberg. Não é um filme perfeito, mas é bem bacana. Destaque para o protagonista, Paul, que além de engraçado é um personagem virtual muito bem feito.


Os Três Mosqueteiros



Há certas coisas que um espectador mais atento - e até mesmo aquele que cochila na metade da projeção - nota de cara. Os Três Mosqueteiros, por exemplo, é uma tentativa desesperada de renovar uma história clássica da mesma forma que Sherlock Holmes fora há mais de um ano. Do estilo visual (direção de arte e movimentos de câmera) até mesmo à trilha sonora (há uma faixa idêntica à uma composição de Hans Zimmer para a fita de Guy Ritchie) essa fraca adaptação da obra de Alexandre Dumas tenta modernizar os personagens e os fatos enquanto sua época é retratada com direção de arte competente e figurinos pomposos. Praticamente nada se salva: a direção de Paul W. S. Anderson é pedestre; exagerando na câmera lenta, o cineasta peca nos quesitos básicos de uma boa condução técnica e narrativa; o roteiro torna-se enfadonho dentro de sua própria estrutura fragilizada.


Cowboys and Aliens



Cowboys and Aliens tinha tudo para ser um dos filmes mais badalados do ano passado. Misturando sci-fi com western a trama poderia ser bem melhor explorada. Os alienígenas, quando chegam, parecem um tanto anti-climáticos e a batalha dos cowboys e suas pequenas armas de fogo contra todo o poder bélico extraterrestre não recebe o tratamento merecido. Daniel Craig está ótimo no papel de "homem sem nome", mas Harrison Ford parece estar ali apenas para ganhar um bom dinheiro e pagar o aluguel; o veterano surge como um buraco negro que suga qualquer tipo de diversão ou aventura ao seu redor. Tem bons momentos, mas quando os créditos finais surgem na tela temos a impressão de que os tais visitantes do espaço poderiam ser utilizados daquela mesma maneira em outra época qualquer, o que acaba diminuindo, e muito, o filme como um todo, já que sua proposta principal era mostrar como os habitantes do velho oeste reagiriam a seres tão desconhecidos e ameaçadores.


Winter - O Golfinho



A superestimação em torno de Winter - O Golfinho beira o inexplicável; é um bom filme, mas precisa de muito mais para ser o que muitos dizem que é. O típico filme de "sessão da tarde" peca no roteiro clichê e acaba caindo nas mesmas armadilhas que outras fitas com animais já conheceram. O drama é raso e as resoluções são superficiais; muito do que é visto aqui já foi experimentado pela plateia várias vezes antes com pessoas e animais diferentes. O humor infantil nem atrapalha tanto, visto que é uma obra voltada para um público mais jovem, mas a fórmula explorada aqui já cansou os novos e os velhos. É um bom passatempo; uma matinê, como outra qualquer.


30 Minutos ou Menos



30 Minutos ou Menos poderia sofrer da síndrome de uma piada só. Com trama limitada, essa excelente comédia poderia explorar apenas uma forma de humor e não mudar seus horizontes no decorrer de sua história. Jesse Eisenberg entrega pizzas. Ele só é pago se o produto chega na casa do consumidor em trinta minutos ou menos. Até aí, tudo bem: jovem normal, com vida normal, nada de extraordinário na vida do rapaz. Acontece, então, que ele é sequestrado e a dupla de marginais o coloca um "colete-bomba"; o entregador de pizzas tem de roubar um banco e, caso tente tirar o colete ou ir à policia ou qualquer outra coisa, os poderosos sequestradores explodem a bomba. Nada de muito elaborado, mas as piadas são boas e o elenco funciona. A dupla "fora-da-lei" é atrapalhada, mas não ao ponto de tirar a seriedade do projeto. Aziz Ansari, o melhor amigo do protagonista, exagera no humor de tempos em tempos, mas não compromete o notável resultado final.


O Preço do Amanhã



É uma lástima quando boas ideias são mal aproveitadas, e O Preço do Amanhã está cheio delas. É triste, entretanto, ver que tais argumentos são desperdiçados por um roteiro tolo, que não sabe dissecar sua própria premissa e acaba subjugando aquilo que poderia ser uma boa ficção científica. Levando o dito "tempo é dinheiro" a um nível muito mais literal, a fita de Andrew Niccol é divertida e até lança algumas questões interessantes, ainda que superficiais, pelo caminho. Justin Timberlake, tão bem em A Rede Social, entrega uma boa dose de canastrice e Amanda Seyfried está no piloto automático, totalmente apática. Mas O Preço do Amanhã tem seus méritos, e merece certa atenção caso queira passar o tempo vendo alguma coisa.


Séries em DVD


Boardwalk Empire - Primeira Temporada



A conhecida "série de Martin Scorsese" teve apenas no piloto a mão do mestre. O diretor apenas ditou o estilo e o grupo seguinte de realizadores adotou o modo. Com um piloto fantástico, que garantiu o Emmy de Direção, para Marty, é bem verdade que Boardwalk Empire perde boa parte de seu brilho e ritmo com o passar dos episódios. Recuperando-se no último capítulo, a série da HBO fica atrás de outras estreias do mesmo ano, como Game of Thrones. Isso não bastou para que o Globo de Ouro desse ao programa o prêmio de Melhor Série Dramática, um erro precoce que pôde ser notado com a fraca segunda temporada, mas isso é assunto para outra conversa. É importante que se aponte alguns dos vários méritos da obra: a atuação de Steve Buscemi é hipnótica; concebendo o típico personagem que é a marca oficial de uma série, Buscemi é o cerne principal de toda a trama. A direção de arte, impecável, descortina uma Atlantic City convidativa e retrata com perfeição os costumes da época. Atenção, também, aos efeitos especiais e ao trabalho de direção em vários episódios. Nível de excelência com selo HBO.

Sherlock - Primeira Temporada



A versão britânica de Sherlock Holmes é uma minissérie que aposta na modernidade para mostrar as investigações do complexo detetive. Se a fita de Guy Ritchie modernizava a história mas a mantinha em sua época tradicional, Sherlock trás o protagonista (Benedict Cumberbatch, excelente) e Watson (Martin Freeman, o novo Bilbo Bolseiro, em O Hobbit) para a Inglaterra atual. Eles usam celulares, computadores e todo tipo de tecnologia que os beneficiem na corrida contra o tempo para desvendar os mistérios. O programa é espetacular. Cada episódio dura em torno de uma e vinte e trás uma trama completa, com estrutura quase cinematográfica; a dupla tem uma química invejável e o roteiro é ágil e esperto, desenvolvendo os personagens com cuidado e explorando as mirabolantes ideias de Holmes. Com o típico estilo britânico de direção (Luther, outra minissérie fantástica, também chama atenção nessa área), os realizadores entregam um trabalho elegante e com ritmo notável. Sherlock já teve sua segunda temporada transmitida em seu país de origem, mas só agora a primeira temporada chega ao Brasil.

Matheus Pereira

1 comentários:

Oi Sou Ricardo do blog of terror blog de filmes de terror, estou aqui divulgando meu blog: http://www.ofterror.com.br.tc/ estou seguindo vc pq gostei muito do seu blog e gostaria que vc seguisse o meu para ajudar mais :) espero vc.

8 de março de 2012 às 23:42  

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