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Nunca fui fã do SAG Awards. Parece estranho alguém gostar do Oscar e não gostar de uma premiação que possui os mesmos votantes. O fato é que o SAG não desperta curiosidade, e tem uma áura de "irresponsabilidade" que não é bacana. Seriedade o evento parece não ter, e, assim como o Globo de Ouro, este já perdeu o meu respeito. Nem os próprios atores parecem respeitar a premiação. Como respeitar pessoas que dão o quinto prêmio consecutivo para Alec Baldwin, como melhor Ator em Série de Comédia, quando se tinha Ty Burrel e Eric Stonestreet ali, merecendo e clamando por uma lembrança? Ou então: como respeitar uma premiação que entrega, pela segunda vez, o prêmio de Melhor Ator em Série Dramática para Steve Buscemi. O ator é ótimo e seu trabalho merece reconhecimento, o problema é que ele já ganhou ano passado e esta última temporada de Boardwalk Empire fora extremamente irregular. Pensar que Bryan Cranston, por Breaking Bad, concorria, indigna ainda mais. Além do mais, o ótimo Kyle Chandler, por Friday Night Lights, tinha, neste ano, sua última chance de vitória. O prêmio de elenco para Bordwalk Empire também não foi muito bom. Mas até agora só falei sobre as categorias de TV. E o Cinema? Oras, Histórias Cruzadas ganhou o grande prêmio da noite, o de Melhor Elenco. Depois disso, não se precisa de mais nada...

Melhor ator

O tempo é curto; logo, sem rodeios, vou direto às minhas apostas para o SAG 2012, que acontece hoje à noite.

Cinema

Elenco
O Artista
Pode vencer: Histórias Cruzadas

Ator
George Clooney, por Os Descendentes

Atriz
Meryl Streep, por A Dama de Ferro
Pode vencer: Viola Davis, por Histórias Cruzadas

Ator Coadjuvante
Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor

Atriz Coadjuvante
Octavia Spencer, por Histórias Cruzadas

Equipe de dublês
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

TV

Melhor Elenco - Série Dramática
Boardwalk Empire
Pode vencer (e torcendo por): Breaking Bad

Melhor Elenco - Série Cômica
Modern Family

Ator - Drama
Bryan Cranston, por Breaking Bad
Pode vencer: Kyle Chandler, por Friday Night Lights

Atriz - Drama
Julianna Margulies, por The Good Wife

Ator - Comédia
Steve Carrel, por The Office

Atriz - Comédia
Julie Bowen, por Modern Family
Pode vencer: Betty White, por Hot in Cleveland

Ator - Minissérie ou Telefilme
Laurence Fishburne por Thurgood

Atriz - Minissérie ou Telefilme
Kate Winslet, por Mildred Pierce

Elenco de dublês
Game of Thrones

Neste ano a corrida pela estatueta do Oscar está se mostrando cada dia mais difícil. Se em outros anos tínhamos, logo depois da revelação dos indicados, um ou dois favoritos em cada categoria, em 2012 são mínimas as áreas em que se tem certeza de quem vai vencer. Na verdade, não vem à mente nenhum favorito em nenhuma categoria. Os prêmios dos sindicatos, que pipocam aqui e ali, servem apenas para dificultar ainda mais a corrida.

O DGA (Directors Guild of America, o sindicato dos diretores) tornou a peleja dos diretores ainda mais acirrada. Particularmente, considerava Martin Scorsese como o "pré-favorito" ao prêmio. Dois motivos embasavam minha teoria: este ano a Academia parece querer dividir os prêmios, distribuir estatuetas para quase todos os filmes em diferentes categorias, assim, não seria errôneo pressupor que O Artista venceria como Melhor Filme e Scorsese como Diretor. A vitória de Michel Hazanavicius na noite de sábado (28/01) atesta contra minhas apostas. O sindicato dos diretores não erra há quase uma década. Todos os vencedores dos últimos oito (!) anos levaram a melhor também no Oscar. Ano passado, quando Tom Hooper foi galardoado com o prêmio máximo da premiação, muitos achavam que sua sorte não surgiria na noite do Oscar; muitos apostavam na vitória de sua obra como Melhor Filme, mas não acreditavam num prêmio de Melhor Direção. A cerimônia de 2011 chegara ao fim entregando quatro prêmios ao longa britânico, entre eles Direção e Filme, comprovando mais uma vez que o DGA raramente erra (o sindicato errou apenas 6 vezes desde de sua criação, sendo a última ao premiar Rob Marshall, por Chicago, enquanto os acadêmicos preferiram Roman Polanski, merecidamente, por seu trabalho em O Pianista). O segundo motivo é simples: Scorsese merece mais um Oscar. Grandes nomes já levaram duas estatuetas para casa, e Martin não ter esse detalhe no currículo é um absurdo. Até Tom Hooper (quem era - é - Tom Hooper?) tem um Oscar precoce na estante, por que o velho Scorsese não pode receber outro num curto espaço de tempo (Martin vencera na categoria em 2006, por Os Infiltrados)?

OBS.: A única surpresa do ano no DGA foi a vitória de Patty Jenkins, por seu trabalho no Piloto de The Killing. Concorria também Vince Gilligan, de Breaking Bad, verdadeiro merecedor da honraria.

Assim, sem mais delongas, confira os vencedores nas principais categorias.

Filme (longa-metragem)
Michel Hazanavicius, por O Artista

Filme para TV ou Minissérie
Jon Cassar, por The Kennedys

Série - Drama
Patty Jenkins, por The Killing

Série - Comédia
Robert B. Weide, por Curb Your Enthusiasm

Documentário
James Marsh, por Project Nim

Os indicados ao Oscar deste ano polarizaram opiniões. Enquanto muitos viram grandes surpresas, outros enxergaram o velho academicismo imperando. Enquanto alguns consideram a lista uma das melhores e mais acirradas dos últimos anos, outros consideram uma compilação fraca e sem sentido. Devo declarar que gostei - e muito - dos indicados e fiquei muito surpreso com algumas indicações e alguns esquecimentos. Na verdade, há muito tempo eu não ficava tão surpreendido com os nomeados à maior celebração do Cinema. Há muito tempo, também, não vibrava ao ver nomes impossíveis serem lembrados, nomes estes que eu torcia a favor.

As Surpresas

Não se pode negar: este ano a Academia surpreendeu, para o bem ou para o mal. As surpresas não são tão surpreendentes, pois muitas delas haviam sido apontadas superficialmente em vários sites e blogs, mas não deixa de ser curioso ver alguns nomes no lugar de outros mais cotados. Algumas surpresas são mais que bem vindas (Terrence Malick e seu A Árvore da Vida), outras causam estranhamento (Tão Forte e Tão Perto numa "vaga" que poderia ser de Millenium); o fato é que este ano os cinéfilos terão muito que discutir até a premiação definitiva em fevereiro. Não se tinha favoritos antes da revelação dos indicados, e agora, com algumas reviravoltas, a coisa fica um pouco mais enevoada. Muita água ainda passará debaixo dessa ponte, resta-nos supor quem sairá vivo dessa...

As 05 maiores surpresas

01 - Terrence Malick e seu filosófico A Árvore da Vida figurar em Melhor Direção e Melhor Filme

Desde que A Árvore da Vida foi anunciado muito já bradavam: "Oscar, na certa". O filme estreou e estes clamores foram abrandados. A fita angariou algumas críticas negativas e sofreu considerável queda antes e durante e temporada de premiações, sendo lembrada em alguns eventos menos importantes. Assim, aquela certeza que todos tinham sobre a obra de Malick ser indicada caiu por terra; os cinéfilos erroneamente largaram seus argumentos e desistiram. O dia da revelação dos indicados chegou e poucos - muito poucos - esperavam ver o longa indicado nas duas mais importantes categorias da premiação. A AMPAS surpreendeu e deu chance ao filme e se diretor, provando que gosta do recluso cineasta e que, às vezes, previsões desacreditadas também podem se tornar realidade... E que não podemos duvidar de um filme com a cara do Oscar.

02 - Tão Forte e Tão Perto e Max Von Sydow figurando, respectivamente, como Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante

Ninguém apostava. A palavra "ninguém" é muito forte, e usá-la é perigoso, pois não sei como estavam as apostas estrangeiras, mas pela reação geral quando a fita de Stephen Daldry foi anunciada provou que ninguém - ou quase ninguém - esperava uma indicação do filme que vem recebendo duras críticas por onde tem passado. O primeiro motivo que vem à mente para explicar a inclusão da obra na categoria principal é o fato desta ser dirigida por Stephen Daldry, que, como todos sabem, é venerado pela Academia. Mas este não foi o único fato determinante. Precisa-se atentar a alguns outros pontos: o filme conta uma história extremamente emotiva, com um evento histórico recente e marcante como pano de fundo; há aqui a boa e velha superação, que os votantes adoram homenagear; o produtor Scott Rudin tem apreço entre os membros da AMPAS; tem um elenco estrelado: Tom Hanks, Sandra Bullock, Max Von Sydow, John Goodman e Viola Davis, para citar alguns; é um filme de apelo universal, ainda que tenha em seu cerne um evento basicamente norte-americano. Como apontei no transcorrer deste texto, é uma surpresa não tão surpreendente. O mesmo se aplica à nomeação de Von Sydow. O veterano ator precisava deste reconhecimento. Não é preciso dizer que a Academia lembra-se dos veteranos temendo arrependimentos futuros. O tempo é incerto, afinal. Christopher Plummer, por exemplo, fora indicado a Melhor Coadjuvante em 2010 numa tentativa da Academia se redimir e homenagear a longa carreira do ator. Ninguém poderia prever que o velho ator entregaria outra atuação elogiável e ser favorito à estatueta dois anos depois. Está pode ser a última chance de Sydow no Oscar, assim, sua indicação também não é tão surpreendente.

03 - Demián Bichir, ator, por A Better Life

O mexicano fora indicado ao SAG, mas poucos apostavam em sua presença entre os cinco finalistas ao Oscar de Melhor Ator, "roubando" a vaga que poderia ter sido de Leonardo DiCaprio ou Michael Fassbender. Muitos apontam a indicação de Gary Oldman como surpresa, o que é errado. Oldman sempre se mostrou como forte candidato, e ainda que sua indicação estivesse ofuscada e enfraquecida, seu nome era constantemente citado em várias listas de apostas. Já Bichir não gozava de tal apreço do público ao ponto de entrar em muitas apostas.

04 - O Espião que Sabia Demais, como Melhor Trilha Sonora

Surpresa agradável. Ainda que alguns tenham apontado a trilha como possível indicada, eu não acreditava em sua nomeação. É um trabalho contido, conciso; sem floreios. Enquanto apostava em Alexandre Desplat, por seus fenomenais trabalhos em Relíquias da Morte - Parte 2 e A Árvore da Vida, John Williams, por exemplo, recém dupla-indicação

05 - Chico e Rita e Um Gato em Paris, indicados a Melhor Animação

Não é uma grande surpresa a presença destas duas animações, o fato é que se esperava filmes mais conhecidos e bem cotados aqui. Operação Presente e As Aventuras de Tintim, por exemplo, eram quase certos na categoria, mas ficaram de fora dando lugar a uma áurea mais "acadêmica" dos votantes.

Os Esquecidos

Todos Oscar tem os esnobados, os esquecidos. A maioria das vezes são injustiças, afinal, ninguém reclama quando alguém que não merece ou que não gostamos é deixado de lado; acontece que às vezes, nomes que não simpatizamos muito não entram, mas sabemos, inegavelmente, que eles eram quase certos em suas respectivas categorias. Albert Brooks, por exemplo, foi esnobado como Melhor Ator Coadjuvante. Foi esquecido? Claro, mas a indignação aqui, particularmente, é devido a aposta perdida e não pelo merecimento do ator; explico: acho que Brooks não concebeu uma atuação digna de tantas indicações a prêmios, então, a falta de seu nome entre os finalistas não me decepciona pois eu não queria que ele fosse indicado, mas sim pelo fato de que apostei nele, devido ao hype que sua atuação trazia. Já Tilda Swinton é uma ausência sentida: além de torcer pela atriz, tudo apontava para uma segunda indicação para a britânica; neste caso, a decepção é ainda maior.

Mas vamos aos maiores esquecidos deste ano:

Os 10 esquecidos

01 - Tilda Swinton, Melhor Atriz por Precisamos falar sobre o Kevin

Precisamos falar sobre o Kevin é excelente, e a atuação de Swinton é magnífica, assim, a única explicação para tal esquecimento é que a Academia não gostou do filme, achou-o muito pesado. É bem possível. Filmes polêmicos, violentos ou que tratam de tabus de forma seca, crua, muitas vezes são esquecidos pelos votantes; o fato da fita não ser norte-americana e ser realizada por pessoas relativamente desconhecidas, contou contra na hora de escolher se entrava ou saía.



02 - As Aventuras de Tintim, Melhor Animação

Muitos já tentaram explicar a ausência de Tintim na categoria de Melhor Animação. A maioria tem alegado que a captura de movimentos não é bem quista pelos votantes dessa área e que filmes puramente animados - sem qualquer tipo de captura - têm mais espaço. Pode até ser verdade, mas a ausência do longa de Steven Spielberg possivelmente se dá por outros fatores. Creio que aqui o que contou foi a preferência: Operação Presente, animação elogiada e dada como certo entre os finalistas, também ficou de fora, e é uma animação pura, sem captura. O fato de a fita natalina ter ficado de fora pode ser o mesmo de Tintim ser esquecido: haviam outros filmes "melhores" para serem indicados. O caso de o longa ser prejudicado por ser rodado por captura de movimentos (ou emoções...) é correto, mas é precipitado afirmar que este foi o único motivo que limou a divertida aventura da corrida pela estatueta.

03 - Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres, Melhor Filme

Não estava muito esperançoso quanto a indicação para David Fincher, já que Hazanavicius, Payne e Scorsese não seriam esquecidos e que as outras duas vagas seriam de Allen e outro diretor qualquer (Spielberg, imaginei), mas estava convicto de que Millenium seria indicado para Melhor Filme. Ledo engano. A fita, baseada no best-seller de Stieg Larsson, não apresentava muita força no início da temporada, mas tomou gás na corrida e se mostrou firme até a revelação dos indicados. O baque veio quando o título não apareceu entre os finalistas. O que mais causa espanto é que a Academia preferiu indicar nove filmes e resolveu deixar de fora obras como Millenium, Drive e Tudo pelo Poder. Por que não arredondaram logo para dez e deram a vaga para um bom filme? É uma das coisas inexplicáveis do Oscar.

04 - Michael Fassbender, Melhor Ator por Shame

As polêmicas que circundam Shame podem tê-lo prejudicado. A fita, que conta a história de um viciado em sexo, apela para cenas pesadas que podem ter afastado muitos acadêmicos. Fassbender, que teve em 2011 o ápice de sua carreira, foi ignorado no Oscar enquanto fora lembrado em várias outras prestigiadas premiações. Ainda que os votantes possam não ter aprovado a atuação do ator, os costumes da Academia apontavam para uma indicação, já que, quando um artista concebe mais de um trabalho elogiado num ano, é bastante possível que ele seja lembrado por um deles. Fassbender esteve ótimo em Um Método Perigoso, sensacional - segundo críticas de terceiros, visto que não assisti a fita - em Shame e roubou a cena em First Class. Sem citar aparições em filmes menores, como Jane Eyre, para citar um.

05 - Project Nim, Melhor Documentário

A surpresa é extrema. Project Nim, que era tido como favorito ao prêmio (!) de Melhor Documentário, sequer foi indicado. Ninguém sabe explicar sua ausência. Em seu lugar, filmes menores e bem menos badalados tiveram seus trinta segundos de fama.





06 - Ganhar ou Ganhar, Melhor Roteiro Original

Ganhar ou Ganhar tem um roteiro soberbo e o filme é uma jóia que aos poucos vem sendo descoberta. É uma pena que a Academia o tenha esnobado, pois muitos poderiam tê-lo conhecido a partir de uma indicação...

07 - Trent Reznor & Aticcus Ross, Melhor Trilha Sonora por Millenium

Os vencedores do Oscar na categoria do ano passado eram tidos como certos entre os finalistas. O golpe da AMPAS foi duro, e a dupla ficou de fora. O pessoal que vota resolveu indicar John Williams duas vezes, ao invés de agraciar outra pessoa com uma vaga.

08 - Steven Spielberg, Melhor Direção por Cavalo de Guerra

Cavalo de Guerra não tinha prestígio suficiente para receber uma indicação aqui, mas Spielberg merecia uma lembrança, já que seu Tintim fora esquecido. A última indicação do Midas fora em 2006, pela obra-prima Munique.

09 - Alexandre Desplat, Melhor Trilha Sonora por Harry Potter e as Relíquias da Morte e A Árvore da Vida

Desplat fez um trabalho magnífico em Relíquias da Morte, e, além de lembrar o trabalho do artista, seria uma bela foram de homenagear as - ótimas - trilhas de toda a série. Além disso, o compositor merecia uma lembrança por A Árvore da Vida. Não escolher um ou outro, deixando um deles de fora, tudo bem; mas renegar os dois títulos é imperdoável.

10 - Leonardo DiCaprio, Melhor Ator por J. Edgar

Segue abaixo os indicados ao Oscar 2012. Abaixo de cada categoria coloco o percentual de acertos e aponto os nomes que errei e os nomes que entraram nessas vagas.

Filme

O Artista
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra
Os Descendentes
Histórias Cruzadas
O Homem que Mudou o Jogo
A Invenção de Hugo Cabret
Meia-Noite em Paris
Tão Forte e Tão Perto

Acertos: De 80% a 85%. Apontei que seriam oito indicados. Foram nove. Indiquei dois "runer-up", mas ambos ficaram de fora. Dos oito que indiquei, errei apenas um. Indiquei Millenium, que ficou de fora cedendo seu lugar a A Árvore da Vida. Ainda não vi o longa de Fincher, mas a presença de The Tree of Life me deixa muito, muito feliz. A melhor surpresa de todas. Errei também, assim como cada apostador no planeta, ao não apontar Tão Longe e Tão Perto. Ou alguém aqui achou que o filme seria indicado. Tolos fomos nós. A fita é de Stephen Daldry, afinal.

Terence Mallick por A Árvore da Vida

Martin Scorsese por A Invenção de Hugo Cabret

Woody Allen por Meia-Noite em Paris

Michel Hazanavicius por O Artista
Alexander Payne por Os Descendentes

Drive
Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres
A Invenção de Hugo Cabret
Transformers: O Lado Oculto da Lua
Cavalo de Guerra

Todo ano compilo uma lista com os nomes que devem compor o hall dos indicados ao Oscar. É um exercício interessante para qualquer cinéfilo. Analisar os comentários da crítica nacional e internacional, averiguar os boatos que correm pelos bastidores da temporada de premiações e dar uma breve contextualizada nos indicados em cada setor, em cada sindicato. (DGA, PGA, WGA, prêmios do sindicato de figurinistas, diretores de arte...). Em uma empreitada que guarda, para o futuro, muitos erros, visto que é impossível acertar a lista de indicados oficial em sua completude. O jeito é tentar se aproximar o máximo possível e comparar as apostas com outros blogueiros.

Há de se apontar dois fatores que tornar o trabalho de apontar os possíveis indicados um pouco mais difícil do que nos anos anteriores. Este ano a Academia poderá indicar de cinco a dez filmes, não estipulando o número de indicados, limitando assim o palpite certeiro dos apostadores. Afinal, podemos ter apenas cinco, seis ou até mesmo nove ou dez. É impossível prever. Por isso, indicarei dez filmes - embora acredite, realmente, que serão oito obras mencionadas pela AMPAS na manhã desta terça-feira. O outro fator é que este ano não temos favoritos. Três filmes despontam como os queridinhos: The Artist, Os Descendentes e Hugo. Porém, tratando-se de indicados, a coisa muda, já que é difícil prever se filmes como Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Árvore da Vida e O Espião que Sabia Demais terão vez na cobiçada lista de Melhor Filme. A discrepância de uma premiação a outra acirra a disputa: se por um lado o Critic's Choice Awards foi acadêmico ao apontar seus favoritos, o BAFTA foi, novamente, bairrista e surpreendeu ao indicar títulos curiosos a prêmios importantes e dividir os favoritos ainda mais: Hugo foi indicado a Melhor Direção, mas não a Melhor Filme, já Os Descendentes foi indicado a Melhor Filme, mas não a Melhor Direção; já Cavalo de Guerra, de Steven Spielberg, que deve figurar tanto como Melhor Filme como Melhor Direção no Oscar ficou de fora de ambas as categorias na premiação britânica. O que pode render bom embasamento nas apostas são mesmos os sindicatos, que também não acertam completamente várias vezes.

Vale lembrar que a Academia leva muito em conta a pessoalidade. Aproximações, laços de amizade e admirações influenciam nos indicados e nos vencedores. Assim, acredito que Spielberg será indicado ao prêmio de Melhor Direção, mesmo tendo ficado de fora do DGA (prêmio do sindicato de diretores (as)). Este ano temos filmes que dialogam com o passado e prestam homenagem ao Cinema de outrora. Filmes que versam pelo modo antigo de se fazer Cinema e de se contar uma boa história. Filmes que utilizam de tecnologias atuais para mostrar um pouco do Cinema antigo. Três obras saltam à mente. O primeiro deles, claro, é The Artist, filme mudo e em preto e branco que surge como o favorito em número de indicações. Hugo é outro destes filmes que homenageiam diretores e filmes de épocas passadas; também pudera: concebido pelo maior cinéfilo de Hollywood, Martin Scorsese, era o que se esperava. O outro longa é Cavalo de Guerra. Claramente inspirado por clássicos, Spielberg construiu um filme de história simples, narrativa ligeira e estrutura de clássico. War Horse - título original da obra - conjectura sobre as características dos filmes que moldaram a personalidade e o estilo do diretor, e as referências escondidas em um trecho e outro é a prova disso.

Mas paremos com divagações e vamos direto ao ponto, com meus palpites e alguns comentários abaixo de cada categoria.

Melhor Filme

The Artist
Cavalo de Guerra
Os Descendentes
Histórias Cruzadas
O Homem que Mudou o Jogo
Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Hugo
Meia-Noite em Paris

Tudo pelo Poder
O Espião que Sabia Demais

Acredito que o número de indicados irá variar de oito a dez indicados. Sendo assim, aponto os oito que acredito terem chances concretas e dois que acredito terem chances, mas que podem ficar de fora. Neste caso, acredito que Tudo pelo Poder tenha boas chances de ser indicado. Apontado em várias premiações e dirigido por George Clooney, a fita reúne boas características para colocá-lo entre os indicados. Já O Espião que Sabia Demais tem chances remotas. Indicado ao Bafta, mas esquecido em uma porção de outras premiações, a participação do longa de Thomas Alfredson é incerta. Drive seria uma indicação interessante, mas não acredito que a Academia preteriria um Clooney em favor de um Refn.

Melhor Direção

Michel Hazanavicius por The Artist
Steven Spielberg por Cavalo de Guerra
Alexander Payne por Os Descendentes
Martin Scorsese por Hugo
Woody Allen por Meia-Noite em Paris

Há anos uma lista não apresentava tantos nomes bons na categoria de Melhor Direção. Acredito que David Fincher tenha chances de ser indicado e eu realmente torço por isso. Adoraria vê-lo indicado mais uma vez, mas para a entrada dele um destes nomes deveria sair; o nome mais provável seria o de Spielberg, porém, duvido que a Academia deixe o veterano de fora. Fincher não é muito social, é antipático, não dá tanto valor a prêmios e fora indicado ano passado. Spielberg, por sua vez, tem Hollywood nas mãos e a adorado pelos votantes. Ler os nomes de Scorsese, Allen e Spielberg numa mesma categoria beira o surreal, ver Fincher fazendo companhia a estes monstros seria ainda melhor, mas Hazanavicius e Payne não serão preteridos. O fato de que Spielberg provavelmente será indicado por Lincoln no próximo ano com boas chances de vitória (é cedo, mas alguém duvida?) pode tirar sua vaga aqui.

Melhor Ator

Juan Dujardin por The Artist
George Clooney por Os Descendentes
Brad Pitt por O Homem que Mudou o Jogo
Leonardo DiCaprio por J. Edgar
Michael Fassbender por Shame

Adoraria ver Gary Oldman indicado, mas a categoria está extremamente acirrada este ano. Oldman entraria, provavelmente, na vaga de DiCaprio. Michael Shannon pode surpreender por sua atuação em O Abrigo, fato que, creio, não irá se concretizar.

Melhor Atriz

Glenn Close por Albert Nobbs
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Viola Davis por História Cruzadas
Michelle Williams por My Week With Marilyn
Tilda Swinton por Precisamos Falar sobre o Kevin

Rooney Mara, por Os Homens que não Amavam as Mulheres, ainda tem chances, podendo roubar a vaga de Swinton. Ainda assim, acredito que esta categoria se manterá como apontado acima.

Melhor Ator Coadjuvante

Albert Brooks por Drive
Nick Nolte por Guerreiro
Jonah Hill por O Homem que Mudou o Jogo
Kenneth Branagh por My Week With Marilyn
Christopher Plummer por Toda forma de Amor

Viggo Mortensen, que fora indicado ao Globo de Ouro por seu trabalho em Um Método Perigoso, infelizmente, deve ficar de fora. Andy Serkis também seria interessante, mas não deve ser indicado.

Melhor Atriz Coadjuvante

Janet McTeer por Albert Nobbs
Berenice Bejo por The Artist
Jessica Chastain por Histórias Cruzadas
Octavia Spencer por Histórias Cruzadas
Melissa McCarthy por Missão: Madrinha de Casamento

McCarthy é uma excelente atriz. E no superestimado Missão: Madrinha de Casamento ela é o único elemento que funciona. Ainda assim, não merecia uma indicação ao Oscar. Não por um filme tão ruim, ao menos. Shailene Woodley por Os Descendentes pode aparecer na vaga de McTeer, provavelmente.

Melhor Roteiro Original

The Artist
50%
Ganhar ou Ganhar
Jovens Adultos
Meia-Noite em Paris

Se Missão: Madrinha de Casamento for indicado nesta categoria... Já não basta uma nomeação ao WGA, o roteiro clichê e besta desta produção simplesmente não pode receber uma indicação. O pior de tudo é que é bem possível.

Melhor Roteiro Adaptado

Os Descendentes
Histórias Cruzadas
O Homem que Mudou o Jogo
Hugo
Os Homens que não Amavam as Mulheres

O Espião que Sabia Demais pode entrar aqui, na vaga de Os Homens que não Amavam as Mulheres.

Melhor Animação

As Aventuras de Tintim
Gato de Botas
Operação Presente
Rango
Kung Fu Panda 2

Chico e Rita, O Ursinho Pooh, Rio e até mesmo Carros 2 podem aparecer aqui.

Melhor Filme Estrangeiro

In Darkness (Polônia)
Footnote (Israel)
Monsieur Lazhar (Canadá)
A Separação (Irã)
Pina (Alemanha)

Melhor Edição

The Artist
Cavalo de Guerra
Os Descendentes
Os Homens que não Amavam as Mulheres
Hugo

Segui basicamente os indicados do sindicato de editores. Ainda que muitos apontem A Árvore da Vida (que deve ficar de fora devido o número elevado de editores e o fato de que o filme perdeu força no caminho até aqui), O Espião que Sabia Demais e Os Homens que não Amavam as Mulheres. Alguns não acreditam na indicação de Cavalo de Guerra, porém, sua presença no prêmio do sindicato e o apreço da Academia pelo montador contam aqui.

Melhor Fotografia

The Artist
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra
Os Homens que não Amavam as Mulheres
Hugo

O sindicato dos diretores de fotografia deixaram Cavalo de Guerra de lado e apontaram O Espião que Sabia Demais, que tem boas chances de figurar na categoria; porém, acho difícil o habitual parceiro de Spielberg, Janusz Kaminski, ficar de fora.

Melhor Direção de Arte

The Artist
O Espião que Sabia Demais
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
Histórias Cruzadas
Hugo

Quase apontei Anônimo aqui, mas o escopo do filme deve impedir que ele chegue até aqui.

Melhor Figurino

The Artist
O Espião que Sabia Demais
Histórias Cruzadas
Hugo
Jane Eyre

Melhor Trilha Sonora

The Artist
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra
Os Homens que não Amavam as Mulheres
Hugo

As Aventuras de Tintim tem chances aqui. Não tenho certeza sobre a indicação a A Árvore da Vida, porém, por se tratar de um compositor prestigiado e por um filme que, ainda que enfraquecido, merece pelo menos o mínimo de atenção.

Melhor Maquiagem

A Dama de Ferro
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
Hugo

The Artist e Albert Nobbs ainda estão vivos...

Melhores Efeitos Especiais

A Árvore da Vida
Gigantes de Aço
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
Hugo
Planeta dos Macacos - A Origem

Um lado de meu cérebro grita para que aposte na indicação de Transformers, porém, o outro diz para apostar em Gigante de Aço. O critério de desempate? Transformers é péssimo e os robôs chatos e antipáticos; Gigantes de Aço é divertido e os robôs mais simpáticos... A Árvore da Vida tem boas chances aqui por ter um gênio por trás de seus efeitos.

Melhor Mixagem de Som

O Homem que Mudou o Jogo
Hugo
Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas
Planeta dos Macacos - A Origem
Super 8

Melhor Edição de Som

Cavalo de Guerra
Os Homens que não Amavam as Mulheres
Hugo
Planeta dos Macacos - A Origem
Super 8

Transformers pode aparecer em ambas as categorias de som, Harry Potter também. O fato de nenhum dos filmes ter sido indicado pelos respectivos sindicatos vai contra a nomeação ao Oscar.

Obs.: Prefiro não opinar na categoria de Canção Original. Primeiro: ninguém entende os critérios de avaliação da Academia, nem os próprio votantes, creio. Não conheço todos os indicados e mesmo se os conhecesse preferiria não opinar aqui. Assim, está é a única categoria, afora as de Documentário e Curtas, que não apontarei os possíveis indicados.

Melhor Filme - Drama

Vence - Os Descendentes
A Associação gosta bastante de Alexander Payne, e a obra é, ao lado de The Artist, a favorita da temporada de premiações.

Pode vencer - Hugo
Hugo ainda nutre certo apreço na temporada, e premiar Scorsese sempre é uma ótima escolha.

Melhor Ator - Drama

Vence - George Clooney por Os Descendentes
Ele não sairá de mãos vazias, e como dificilmente levará como diretor, leva como ator. Ser o franco favorito ajuda.

Pode vencer - Brad Pitt por Moneyball
Pitt teve um ótimo ano. Sua atuação em A Árvore da Vida, ainda que relativamente pequena, foi elogiada, e seu trabalho em Moneyball arranco elogios calorosos da crítica.

Apêndice: Michael Fassbender, por Shame, seria uma boa escolha; o problema é que o filme é pesado demais, e não corresponde aos padrões da Associação. A indicação, infelizmente, parece ser o prêmio máximo.

Melhor Atriz - Drama

Vence - Meryl Streep por A Dama de Ferro
Considero uma categoria difícil. Não temos uma favorita e a temporada de prêmio se mostrou bem diversificada. O fator que desempata aqui é o carinho da Associação pelas indicadas. Streep já levou seis (!) Globos de Ouro, e tem grandes chances de levar mais um. Afinal, quem negaria um prêmio a Meryl Streep, poxa?

Pode vencer - Viola Davis por Histórias Cruzadas
Venceu em algumas premiações e o filme não deve sair com mãos vazias. Aqui está uma categoria onde o drama pode vencer.

Apêndice: A categoria é uma das - se não a - mais acirradas da edição. Glenn Close ainda tem suas chances; Rooney Mara tem atuação elogiada e Tilda Swinton tem, em Precisamos Falar sobre o Kevin, uma atuação magistral. Grandes chances de errar nessa categoria...

Melhor Filme - Coméda ou Musical

Vence - The Artist
The Artist goza da adoração da crítica, e o aval desta deve levar a curiosa comédia-dramática muda e sem cores ao palco como a grande vencedora.

Pode vencer - Meia-Noite em Paris
Woody Allen é Woody Allen, e sua ode à Paris merece reconhecimento. Ainda que o diretor/roteirista não nutra muita simpatia por premiações - o que pesa contra em se tratando de Globo de Ouro -, o filme tem algumas chances.

Apêndice: O superestimado Missão Madrinha de Casamento simplesmente não pode vencer aqui. Não consigo entender tamanha admiração por este filme tão imbecil, tão inócuo e clichê. É incrível a adoração que os críticos e o público nutrem por esta péssima comédia.

Melhor Ator - Comédia ou Musical

Vence - Jean Dujardin por The Artist
O filme é prestigiado, e a atuação de Dujardin já angariou prêmios na temporada, inclusive o de Melhor Ator em Cannes, quando a enxurrada de prêmios ainda não começara. Parece escolha certeira.

Pode vencer - Owen Wilson por Meia-Noite em Paris
Aqui eu simplesmente escolhi o que mais simpatizo, pois o prêmio deve ficar mesmo com Dujardin. De qualquer forma, seria interessante ver Ryan Gosling vencer, já que teve um ano magnífico, com atuações primorosas, porém, sua atuação neste filme e a obra em si não têm força na categoria.

Apêndice: John C. Reilly merecia uma indicação aqui. Já que as duas atrizes de Carnage foram indicadas na categoria principal de Atriz em Comédia ou Musical, Reilley poderia muito bem ter uma vaga. Sua atuação no excelente Carnage é a melhor do quarteto (que ainda conta com Christoph Waltz), e merecia mais reconhecimento que a atuação de Gosling que, como disse anteriormente, teve um ótimo ano, apenas foi indicado pelo filme errado.
Melhor Atriz - Comédia ou Musical

Vence - Michelle Williams por Uma Semana com Marilyn
William vem concebendo atuações maravilhosas a cada projeto, talvez tenha chegado a hora de reconhecer seu trabalho. O fato de que o longa pelo qual concorre ter sido colocado na categoria "Comédia" dá uma pista da "chance" que a Associação quis dar à "ex-Dawson's Creek".

Pode vencer - Charlize Theron por Jovens Adultos
Apenas um nome para não deixar o palpite em branco. O globo dourado deve ser relegado à Williams mesmo.

Apêndice: O que Kristin Wiig faz aqui, alguém pode me explicar? Sua atuação em Missão Madrinha de Casamento só não é tão ruim quanto o roteiro que co-escreveu. Basta assistir a vergonhosa cena que se passa no avião para ter uma ideia. Absurda e exagerada, a atriz, que se mostrava mais eficiente quando não precisava fazer graça, poderia muito bem assistir o evento direto de sua casa...

Melhor Ator Coadjuvante

Vence - Christopher Plummer por Toda forma de Amor
Além de ser uma ótima atuação do veterano, tem-se a chance aqui de premiar a carreira do ator. Depois de vencer prêmios importantes (o Critic's Choice Awards é o mais recente), suas chances de vitória parecem sólidas.

Poder vencer - Albert Brooks por Drive
Drive foi praticamente esquecido pela Associação, e a indicação solo para ator coadjuvante não deve acabar com vitória, de qualquer forma, é o ator com mais cacife e currículo premiado da temporada para desbancar Plummer.

Apêndice: ver Viggo Mortensen vitorioso seria uma grande e ótima surpresa.

Melhor Atriz Coadjuvante
Vence - Octavia Spencer por Histórias Cruzadas
A vitória no Critic's Choice Awards aponta para uma vitória aqui também. Os votantes não são os mesmos, mas a atuação de Spencer e o filme receberam elogios da critica em geral, além de ser o "queridinho" do ano. A mensagem batida por trás da história toda e a superação que permeia cada frame sempre contam.

Pode vencer - Jessica Chastain por Histórias Cruzadas
A adoração que público e crítica demonstraram à chamada "revelação do ano" foi surpreendente, levando a atriz levar até mesmo prêmios especiais em algumas premiações pelo grande ano que apresentou, além, claro, de louros pela atuação coadjuvante na obra em questão.

Melhor Direção

Vence - Michael Hazanavicius por The Artist
O sujeito com nome difícil levou o Critic's e diversos prêmios durante a temporada. Foi indicado ao DGA e é constante em cada lista da crítica especializada. Seu trabalho é, em análise superficial, o que envolveu mais pesquisa e "mão-de-obra" na concepção, afinal, trás cada característica do Cinema de outrora, além de se expressar apenas com imagens e nenhum diálogo. O trabalho prestado para com o Cinema deve ser reconhecido, a não ser que...

Pode vencer - ...a Associação resolva premiar outra homenagem ao Cinema. Sim, falo de Martin Scorsese, por Hugo. O cineasta é adorado pela Associação e Hugo é um filme que merece ser reconhecido (diferente de Os Infiltrados, que só foi reconhecido na temporada de sua época para ajustar erros do passado, e não por merecimento). Scorsese venceu em vários prêmios da crítica, dividindo louros justamente com o... bem, o sujeito com o nome difícil. Um dos dois deve vencer, a não ser que...

Apêndice: ...Alexander Payne, também querido pela Associação, chute a porta e leve o globo para a casa. Tudo pode acontecer e esta é uma das categorias mais incertas.

Melhor Roteiro

Vence - Meia-Noite em Paris
Woody Allen é Woody Allen e, com Meia-Noite em Paris, tem-se a chance verdadeira e justa de premiar o veterano. Allen tem forte concorrência, já que tanto Moneyball quanto Os Descendentes tem grandes chances de levar; porém, o primeiro tem roteiro de Aaron Sorkin, que venceu no ano passado, e o segundo já deve levar prêmios em Melhor Drama e Melhor Ator. Assim, para dividir e ser democrática, a Associação deve relegar o prêmio a Allen.

Pode vencer - Os Descendentes
Ainda que Moneyball esteja forte e tenha chances de levar, os votantes do Globo de Ouro preferem Alexander Payne, e este apreço deve prevalecer.

Apêndice: Categoria fortíssima. The Artist e Tudo pelo Poder possuem grandes roteiros, e completam e excelente lista.

Melhor Trilha Sonora

Vence - Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres
A dupla de A Rede Social deve levar mais uma vez, e uma vitória consecutiva aqui não deve importar...

Pode vencer - W.E.

Melhor Canção

Vence - "Masterpiece" - W.E.

Série Dramática

Vence - Game of Thrones
Boardwalk Empire já venceu, além disso, não teve um grande ano. Sem falar, claro, que Game of Thrones tem o aval de público e crítica. Um sucesso que deve ser reconhecido.

Série Cômica

Vence - Modern Family

Minissérie ou Telefilme

Vence - Downton Abbey

Atriz - Drama

Vence - Julianna Margulies por The Good Wife

Ator - Drama

Vence - Bryan Cranston por Breaking Bad
Está na hora de premiar esse monstro da televisão. Steve Buscemi já levou e não merece esse ano.

Atriz - Comédia

Vence - Amy Poehler por Parks and Recreation

Ator - Comédia

Vence - Alec Baldwin por 30 Rock
Ver Thomas Jane vencer aqui seria bacana. A série foi cancelada recentemente e homenagear o ator e o programa seria uma boa escolha.

Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme

Vence - Maggie Smith por Downton Abbey
Deve ficar entre as veteranas. Se não for Maggie, pode ser Jessica Lange, por American Horror Story...

Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme

Vence - Peter Dinklage por Game of Thrones

Atriz - Minissérie ou Telefilme

Vence - Kate Winslet por Mildred Pierce

Ator - Minissérie ou Telefilme

Vence - Idris Elba por Luther
Realmente não sei quem pode vencer aqui, mas torço por Elba, que tem grande atuação nessa magnífica série britânica.

Dando início aos "serviços" de 2012, começo o ano aqui no Pipoca Net com os filmes que espero com mais euforia, os mais aguardados. Ainda que todos já saibam, gosto de repetir: trata-se de uma lista pessoal, com os filmes que mais quero assistir, assim, não estranhe se um grande filme para você não é um grande filme para mim. Este é um Preview daquelas obras que considero as mais empolgantes, e não um Preview geral de todos os lançamentos deste ano que se inicia.

1 - O Hobbit

Com Guillermo Del Toro na direção O Hobbit já prometia, mas com Peter Jackson no comando a coisa muda de figura. Nada como o pai de Senhor dos Anéis no cinema para dar vida, novamente, aos seres fantásticos da Terra Média. O trailer empolgou, e até dezembro dá para decorar o nome de todos os anões...

2 - Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Vejo Batman - O Caveleiro das Trevas Ressurge no topo de várias listas como o mais aguardado do ano. Entendo, mas o morcego tem que tomar umas vitaminas para chegar ao patamar de O Senhor dos Anéis. A trilogia do anel é uma garantia maior e melhor para O Hobbit do que os dois - fabulosos - filmes de Christopher Nolan para este último exemplar da história do heroi. O trailer é excelente, e Nolan promete encerrar a franquia de maneira épica e irretocável.

3 - Gravity

Alfonso Cuarón lançou, em 2006, a ficção que considero, com o perdão do possível exagero, uma obra-prima: Filhos da Esperança. Diretor de talento inestimável, de total domínio da técnica cinematográfica (vide as longas tomadas de Filhos da Esperança e o fantástico E Tua Mãe Também), não surpreende a premissa de Gravity. Estrelado por George Clooney e Sandra Bullock, o filme, já rodado e atualmente em pós-produção, conta a história de duas pessoas perdidas, literalmente, no espaço. Soltas na imensidão espacial, presas uma a outra por uma corda/cabo. Guillermo Del Toro, amigo de Cuarón, já prometeu uma revolução no gênero. Há como não salivar por algo assim?

4 - O Espião que Sabia Demais

O trailer mostra um filme extremamente elegante e bem dirigido. Thomas Alfredson estreia na língua inglesa com um suspense baseado no livro de John le Carré, estrelado por Gary Oldman e coadjuvado por Colin Firth. Nada mal, não é? O estilo, a direção de arte e a fotografia prometem um show à parte. O roteiro e direção já são, praticamente garantidos, tal qual a elogiada atuação de Oldman.

5 - Prometheus

Com direito a pré-trailer, fragmentos prévios soltos e sem sentido da prévia, Prometheus mostrou, de início uma campanha de divulgação estranha. Havia mesmo necessidade de fazer o trailer do trailer? Ainda mais de um trailer que nem dois minutos possui! É empolgante? Com certeza; a curiosidade, aliás, acentua-se com a prévia lançada no fim do ano passado, mas o marketing pode melhor, para aguçar ainda mais a vontade de conferir a nova empreitada espacial de Ridley Scott, retornando ao universo cultuado de Alien.

6 - John Carter

John Carter está cheirando a fracasso. Pena. O material parece realmente interessante. Dirigido por Andrew Stanton, na sua estreia em live-action, a ficção abraça o CGI sem dó, e toda a fantasia no estilo Avatar pode já ter cansado. Culpa desse fracasso premeditado se dá pela péssima campanha, ao menos fora dos EUA. Poucos trailers, pouca divulgação. Pode ser uma jogada arriscada do estúdio, que possivelmente quer esconder o produto. De qualquer forma, todo o segredo tem prejudicado o filme, que parece ser bem divertido.

7 - 360

Fernando Meirelles, o orgulho brasileiro, volta à direção com 360, drama estrelado, entre outros, por Jude Law e Anthony Hopkins, que conta diversas histórias sobre as várias formas de amor e seus afluentes ao redor do mundo. As críticas lançadas não foram tão amistosas como se gostaria, e o filme foi empurrado para o fim do primeiro trimestre de 2012. Eu confio no cara que concebeu "apenas" Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e o subestimado Ensaio sobre a Cegueira.

8 - Os Descendentes

Alexander Payne é queridinho da crítica. Também pudera. É a mente dele por trás de Eleição, As Confissões de Shimidt e o meu favorito Sideways. Os Descendentes, estrelado por George Clooney, parece beber na mesma fonte de Sideways, e o característico humor negro do roteirista/cineasta parece impregnado em cada frame. A obra tem se mostrado forte na atual temporada de premiações, principalmente, como já esperado, seu roteiro, adaptado de um livro que parece, assim como aquele que deu origem ao longa com Paul Giamatti, escrito para Payne adaptar.

9 - Hugo

Todos sabemos que Martin Scorsese é o cineasta mais cinéfilo de Hollywood. Sua preocupação com os grandes clássicos perdidos - ou que estão se perdendo - da Sétima Arte e com o futuro do Cinema são notáveis, e sua homenagem à sua paixão não é menos que "imperdível". É bem verdade que os primeiros vídeos de A Invenção de Hugo Cabret não empolgaram, e tom infantil parecia um pouco exagerado. Muito já desconsideravam a participação da fita na temporada de prêmios. O fato é que duvidamos do mestre, e o tapa de luva de pelica veio naquele que parece ser o mais belo filme de 2012.

10 - Dark Shadows

Tim Burton no universo que parece ter sido criado para ele dirigir não pode ficar de fora. Retomando sua irmandade - pareceria? É pouco! - com Johnny Depp, o cineasta parece tentar fugir daquela feia imagem de "diretor de estúdio"- vide Alice, dos Estúdios Disney - e mostra que quer voltar ao coração dos fãs como o louco e original criador de Edward Mãos de Tesoura e Peixe Grande. O visual, ao menos, como bem se sabe, é garantido.

11 - O Corvo

Pode espantar a colocação de O Corvo por aqui; o fato é que James McTeigue desperta curiosidade e John Cusack, querendo fazer as pazes com o público, na pele de Edgar Allan Poe já é motivo suficiente para me levar ao cinema. A trama não é o que se pode chamar de original, mas a abordagem, na mesma onda de Sherlock Holmes - um pouco mais contida -, parece ótima. McTeigue tem um apuro estético notável e o clima de época ajuda muito nessa hora.

12 - Os Vingadores

O enorme quebra-cabeça da Marvel se forma com Os Vingadores. A reunião de herois não parece muito democrática (todos nós sabemos que Downey Jr. vai roubar os minutos que estiver em cena; Jeremy Renner, coitado...), mas a diversão parece garantida. Torçamos que este exemplar saia do lugar comum que Thor e Capitão América estacionaram, e alce voos mais altos.

13 - Frankenweenie

Tim Burton - olha ele novamente! - revisitando seu clássico curta metragem, numa animação em stop-motion e em preto e branco. São motivos mais do que suficientes para esta obra ser aguardada. Além do mais, tem grandes chances de ser a animação do ano.

14 - Um Método Perigoso

David Cronenberg retoma a parceria com Viggo Mortensen - um dos melhores atores da atualidade - e trás Michael Fassbender - uma das melhores revelações dos últimos anos - em mais uma atuação elogiada. O fato de o talentosíssimo diretor unir forças com esses grandes atores para contar uma história envolvendo Freud e Jung é algo que faz qualquer cinéfilo aguradar ansioso por sua estreia.

15 - Shame

O polêmico Shame quase que fica sem distribuição no Brasil, mas, pelo visto, as coisas andam se ajeitando. Michael Fassbender parece ter a atuação do ano e o trailer prometeu isso. A direção também chamou atenção na prévia e o roteiro parece bem corajoso. Deverá ser difícil assistir a obra com facilidade nos cinemas, visto sua temática e sua abordagem. Resta, como nós, amantes do Cinema, sempre fazemos, irmos atrás e fazermos mágica para que possamos assistir essa intrigante fita.


2012 promete ser um ótimo ano. Tanto para os "grandes" quanto para os "pequenos" filmes. O leitor deve ter estranhado a falta de filmes como Django Unchained, de Quentin Tarantino. O fato é que o faroeste do cineasta deve chegar aqui, em terras brasileiras, apenas em 2013, visto que sua estreia nos Estados Unidos acontece em 25 de dezembro. Basta relembrar todos os filmes do diretor e ver que nenhum chega aqui no Brasil num curto espaço de tempo com sua estreia original, um atraso aqui, enfim, é quase certo. O mesmo ocorre com Lincoln, de Steven Spielberg. A cinebiografia do ex-presidente americano seria o meu segundo filme mais esperado, atrás apenas de O Hobbit, mas a obra deve chegar por aqui só em 2013, já que chega nas telas americanas em dezembro, perto da temporada de premiações do ano que vem. Situação idêntica ocorre com World War Z, que não deve dar as caras por aqui ainda este ano. Filmes como Cosmopolis, de David Cronenberg, e Cloud Atlas, dos Irmãos Wachowski, que sequer possuem datas de estreia definidas, não entraram na lista. Filmes como Skyfall, o novo 007 sob o comando de Sam Mendes, O Espetacular Homem-Aranha, Mib - Homens de Preto 3, Valente e Jack - O Matador de Gigantes, não entraram na lista por não despertar tanta curiosidade, ainda que sejam aguardados.

Obras já assistidas também não entraram: Drive (5 estrelas), Carnage (4 estrelas), Precisamos falar sobre o Kevin (4 estrelas) e Moneyball - O Homem que Mudou o Jogo (5 estrelas). Outras fitas nem precisavam existir; entre elas: Os Mercenários 2 (o primeiro é péssimo, o segundo deve ser pior...), Amanhecer - Parte 2 (...) e G.I. Joe 2 - Retaliação (o primeiro é uma afronta ao bom senso, e ainda que este prometa coisas novas, não convence).

Enfim, esta foi minha pequena lista. Torçamos que não nos decepcionemos e que 2012 seja um ano repleto de filmes excelentes e inesquecíveis.

Grande abraço e feliz 2012!

Matheus Pereira