_____Os Melhores da Década_____
Os 10 Maiores e Melhores Personagens
Os 10 Maiores e Melhores Personagens
(Ellen Page em Juno)
As únicas coisas realmente boas em Juno são o texto de Diablo Cody e a personagem principal interpretada por Ellen Page: Juno. Sem esses dois elementos, Juno não chegaria aonde chegou, nem seria a personificação da superestimação que é hoje. O roteiro de Cody é original e por, tem tiradas ácidas e inteligentes. Coube a Page proferir tais tiradas. A adolescente grávida pode não ser um retrato fiel das garotas de hoje em dias, e não era pra ser mesmo. Juno é diferente, é independente. Juno é a forma física, humana do próprio filme. Indie, levemente cool, inteligente à seu modo, diferente, com defeitos, livre. Jason Reitman (diretor que não gosto muito) nem precisou fazer muita coisa, afinal, o filme é de Page/Juno. Ela rouba todas as cenas, todo o filme. Não é à toa que a obra leva seu nome.
(Daniel Radcliffe em Harry Potter e a Pedra Filosofal, A Câmara Secreta, O Prisioneiro de Azkaban, O Cálice de Fogo, A Ordem da Fênix, O Enigma do Príncipe e As Relíquias da Morte)
Nada irá se comparar a Harry Potter. Podem surgir milhares de Edwards e Jacobs, mas jamais surgirá outro Harry Potter. O bruxinho é o personagem de uma geração inteira. Uma geração que pode se orgulhar em dizer que é fã e viveu na época de Potter, diferente da geração de hoje que cresce junto com a saga Crepúsculo. Daniel Radcliffe cresceu junto com o personagem, Potter cresceu junto com os fãs. Os medos, as ansiedades, a vida, tudo muda, tudo evolui. Potter e os amigos eram um espelho não só para as crianças, mas para todos que gostavam de uma boa história e que ainda tinham certa fantasia, uma ingenuidade dentro de si. Nenhum filme vai ter a magia que Harry Potter tinha; dificilmente alguém irá igualar o fenômeno criado por J.K. Rowling. O jovem bruxo meio sem jeito que é o heroi de seu tempo estará para sempre na memória de todos.
(Robert Downey Jr. em Homem de Ferro 1 e 2)
Quem não quer ser Tony Stark? O cara é bilionário, tem as mulheres que quer, tem boa aparência, é inteligente e para completar é o Homem de Ferro. A malandragem e a esperteza de Stark incrivelmente não afastam o espectador, pelo contrário, atraem. Ficamos interessados pelas piadinhas do ricaço e acabamos torcendo por ele. Apesar de ser um pouco irritante e levemente mimado em alguns momentos, Stark é humano. Egocêntrico e tudo mais, mas é um bom sujeito. Alguém que vê a realidade após se tornar o Homem de Ferro. O que fez Stark/Homem de Ferro se tornar um dos heróis mais queridos de todos é o fato de que ele é humano acima de tudo. Ele sangra, ele chora, ele tem defeitos (e são vários), ele tem medo. Isso o aproxima da realidade, do que os espectadores são. Não queremos ver um homem praticamente invencível que só fica vulnerável perto de uma coisinha verde encontrada apenas em outro planeta. Stark é bobinho, mas é um dos personagens mais legais da década.
7 - A Noiva
(Uma Thurman em Kill Bill vol. 1 e 2)
Quentin Tarantino é o cara. A maioria (se não todos) dos personagens criados por ele é sensacionais. De Cães de Aluguel a Bastardos Inglórios. Seus personagens são marcantes, únicos. A Noiva é a mulher que rouba a cena no meio de todos os homens. Mas não se engane. Ela tem a mesma força que um homem, luta melhor que muitos e é persistente. A história é simples: a Noiva só que se vingar de quem a deixou em uma situação lamentável. Escapando do hospital imóvel da cintura para baixo, a Noiva fica horas tentando mexer o dedão e recobrar os movimentos. Para o azar dos bandidos, a Noiva consegue mexer o dedão e sai em busca de vingança. De moto, com uma espada e vestindo uma roupa bem discreta, a Noiva sai derramando litros de sangue. Tarantino dá uma aula de direção com seus fantásticos planos-sequência. Sem falar que Uma Thurman nasceu para ser a Noiva.
6 - Wall-e
(...Wall-e em... Wall-e)
Wall-e é o centro, a alma, o coração de Wall-e, o melhor filme da Pixar. O robozinho mais fofo de todos os tempos roubou a cena e ficou famoso no mundo inteiro. Foi o artista de seu ano. Virou boneco e só faltou ser indicado ao Oscar. Wall-e é mais humano que muitos personagens feitos de carne e osso. Wall-e emocionou mais e foi mais verdadeiro que muitos atores por aí. Pronunciando meia-dúzia de palavras, Wall-e roubou o coração de todos. Quem não caiu em suas graças quando ele emitia "Waaaaaaal-eee" ou "Eeeeeeeeeeeeeeevaaaaaaa", ou então pisava na baratinha de estimação e ficava apavorado, não tem coração ou é de outro planeta. O romance entre o pequeno robô que junta lixo e a sofisticada robô encarregada de buscar vida na Terra é atípico e o mais emocionante a surgir nos últimos dez anos. Um romance que pode se equiparar fácil com o de Jack e Rose, por exemplo. De uma coisa não há dúvidas: Wall-e é o "cara" mais carismático da década.
5 - Hans Landa
(Christopher Waltz em Bastardos Inglórios)
Que Bastardos Inglórios é excelente, ninguém duvida. Outra certeza que se tem é que a atuação de Christopher Waltz como Hans Landa é impecável. Landa é simplesmente um dos vilões mais carismáticos da história. Paradoxos à parte, Landa é malvado, manipulador, mas tem seu charme e é muito inteligente. Não há quem não caia em sua lábia. Falando vários idiomas, Landa se faz de bonzinho e depois mostra as garras. Além de tudo, Waltz conseguiu algo inédito. Fez com que nos interessássemos por um nazista (!), a ponto de torcermos por ele em alguns momentos, tamanha a imbecilidade de alguns mocinhos. Prova disso, é que caímos no papo do nazista. Assim como noventa por cento dos personagens foram enganados, nós também fomos. É claro que Tarantino ajudou na força do personagem com seu roteiro original e inteligente e sua direção perfeita, mas a alma de Landa é, sem dúvidas, seu intérprete ganhador do Oscar. Não há espaço pra nada. Quando Waltz/Landa está em cena nada se destaca mais do que ele. Destacar-se em um filme de Tarantino, que sempre tem muitos atrativos, já é um bingo...
4 - Daniel Plainview
(Daniel Day-Lewis em Sangue Negro)
Sangue Negro é um filme perfeito. Em todos os aspectos, que fique registrado. Mas uma das coisas que mais chama atenção nessa obra-prima de Paul Thomas Anderson é a atuação de Daniel Day-Lewis. Seu obsessivo e inescrupuloso Daniel Plainview espanta. O homem passa por cima de tudo e de todos (até mesmo seu filho, se necessário) para conseguir o que quer. Submete-se à coisas impensáveis (o batismo; algo que ele nunca faria se não fosse por um duto). Mas o mais espantoso disso tudo é que não sentimos raiva dele, aversão. Por mais que não concordemos com algumas atitudes, Plainview nunca deixa de ser misterioso, alguém cheio de segredos e interessante. Talvez o público goste de Plainview porque ache algo com que se identificar; a ganância, a obsessão. Afinal, parafraseando outro personagem, a ganância é boa.
3 - Gandalf
(Iam McKellen em O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei)
Se há um símbolo de sabedoria no Cinema desta última década, este é Gandalf. Alguns dão o crédito ao bruxo Dubledore, e não posso condenar, pois também admiro o personagem, mas o diretor de Hogwarts tem um retrato de Gandalf em sua sala, e isso torna o mago poderoso de O Senhor dos Anéis do maior de todos os bruxos, magos e seres místicos. Gandalf exala inteligência, sabedoria. Paciente, forte e justo, Gandalf é respeitado por todos na Terra Média. Todos louvam o mago. Quando tinha o subtítulo "O Cinzento", Gandalf já era idolatrado por muitos, mas após tornar-se "O Branco", o mago ultrapassou as barreiras da fantasia, do Cinema e se tornou um dos mais fantásticos personagens do Cinema contemporâneo. Muito se deve a Iam McKellen, que, indubitavelmente, nasceu para o papel.
2 - Jack Sparrow
(Johnny Depp em Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra, O Baú da Morte e No Fim do Mundo)
Eu poderia citar todos os personagens de Johnny Depp, pois todos são fantásticos. Até mesmo nos filmes menores, Depp sempre constroi um personagem fascinante. Seja dublando, seja coberto de maquiagem, seja ao lado de Tim Burton, seja "brincando" em qualquer outra obra, Depp sempre concebe personagens, no mínimo, interessantes. O beberrão, esperto e levemente afeminado (ele é heterossexual, mas seu caminhar é duvidoso) Capitão Jack Sparrow talvez seja seu personagem mais engraçado e notável. O ator que já viveu Edward Mãos-de-Tesoura, um barbeiro demoníaco chamado Sweeney Todd, o Chapeleiro Maluco, um pobre noivo que "dá" a aliança para um cadáver (reparem que todos os personagens citados veem do universo de Tim Burton) e muitos outros conquistou o público de vez com o carismático pirata e, vejam só, até mesmo os votantes da Academia caíram nas graças do capitão e presentearam o ator com uma merecida indicação ao Oscar. Bebendo muito, fugindo de outros piratas e escondendo segredos, Jack Sparrow fez história, e por mais que os filmes falhem uma vez ou outra, Depp/Sparrow roubam o espaço e garantem a diversão.
1 -Coringa
(Heath Ledger em Batman - O Cavaleiro das Trevas)
Dizer que o Coringa foi o melhor personagem desta década e que a atuação de Heath Ledger é simplesmente magistral, é chover no molhado. Mas nunca cansamos de dizer e ouvir: o Coringa de Ledger virou um ícone, uma marca eterna na história do cinema. Um personagem que ficou ainda mais trágico com a morte do ator pouco depois do término das filmagens. Coringa é um agente do Caos. Mas não é um simples lunático que gosta de matar as pessoas. Seus planos envolvem uma profunda filosofia, envolvem a natureza do homem e de seus atos. Vilão ou não, assassino ou não, o Coringa fez pensar, e se tornou o mais interessante personagem destes últimos dez anos. Poucos foram os personagens que fincaram bordões como Coringa fez. Assisti-lo era um evento. Para todo o lado viam-se cartazes e notícias, fotos e propagandas, o Coringa dominara o mundo. Um exemplo perfeito de quando um personagem se torna maior que o filme. As pessoas saíam de suas casas, iam ao cinema para ver o Coringa, não o Batman. Ninguém queria ver o mocinho com uma fantasia de morcego, todos queriam o palhaço do caos, da desordem. No fim das contas, era isso que Ledger/Coringa queria: voltar os olhos de todos para ele, acender nossos pensamentos para o caos e para nossos instintos mais profundos e obscuros. Ele conseguiu.
Matheus Pereira
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