Oblivion, novo filme do diretor de Tron – O Legado, Joseph Kosinski, é uma ficção científica
ambiciosa que tenta abordar vários temas em pouco mais de duas horas; no
caminho, porém, não consegue se aprofundar em todas as tramas que busca
desenvolver, mas é notável sua coragem ao tentar colocar em um mesmo pacote
temáticas tão conhecidas da ficção. Ataques alienígenas, um mundo
pós-apocalíptico, inteligência artificial, guerras nucleares, entre outros
assuntos recorrentes do gênero são inseridos em uma trama inteligente que peca
apenas na já citada superficialidade de alguns segmentos e na pressa e falta de
cuidado com que desenvolve alguns personagens. Em termos visuais, porém, Oblivion é impecável. A fotografia de
Cláudio Miranda (responsável também por O
Curioso Caso de Benjamin Button e o último vencedor do Oscar na categoria, As Aventuras de Pi) é um dos maiores e
melhores pontos da obra, e ainda deixa espaço para a competente direção de arte
se destacar. Além disso, a trilha sonora é envolvente e diferente de tudo que é
comum nos filmes dos gêneros ação/ficção. Apostando em composições que mesclam
estilo clássico com eletrônico – que já haviam funcionado em Tron – O Legado – o clima do filme é
muito bem desenhado pela trilha. Outro aspecto que também merece atenção são os
efeitos especiais; mesclando paisagens naturais com muito CGI e efeitos
práticos – algo que Miranda já fizera com sucesso em As Aventuras de Pi –, as imagens vistas em Oblivion são deslumbrantes. O trio central de atores é ótimo, e Tom
Cruise surpreende com uma desenvoltura que lhe faltou nos últimos anos; é uma
pena, porém, que o personagem de Morgan Freeman seja tão mal aproveitado na
trama e pouco sobre o personagem seja dito ou mostrado. Enfim, Oblivion não é um projeto perfeito, que
levanta questões filosóficas muito profundas – embora busque emanar 2001 – Uma Odisséia no Espaço várias
vezes –, mas é muito mais inteligente e faz pensar muito mais que a maioria dos
últimos lançamentos. Além disso, diverte e envolve com boas cenas de ação, visual
impecável e, ao contrário do que muitos afirmam, uma ótima e interessante
trama.
Nunca fui fã do Evil Dead original, dirigido por um
jovem Sam Raimi em 1981. Ainda que consiga reconhecer os méritos do longa, não
consigo enxergá-lo como o clássico que muitos apregoam. É divertido e inventivo,
mas mesmo conhecendo as limitações técnicas e financeiras da produção em mente,
o filme conta com alguns inegáveis problemas. De qualquer forma, o sucesso
rendeu duas continuações e uma legião de fãs. A dúvida, porém, durou por vários
anos: quando uma continuação seria realizada? A resposta veio este ano, com uma
espécie de remake, continuação, reboot, também chamado originalmente de
Evil Dead e com Sam Raimi na
produção. É um bom filme, e um dos melhores do gênero dos últimos meses, mas
não é o mais assustador que você verá nesta vida e nem a grande obra-prima que
alguns críticos e boa parte do público vêm alardeando. O novo A Morte do Demônio deixa o humor e a
sátira de lado, mas mantém o mesmo formato e clichês que o original já utilizava
e debochava. O problema deste novo capítulo é a falta de sustos, de terror
legítimo; há bastante violência – mas não é o exemplar mais violento do terror
recente; pelo contrário, chega a ser contido demais dentro daquilo que se
esperava e que se vendia nos cartazes e trailers –, mas nada que agarre o
espectador e o apavore. Sangue por sangue não chega a lugar nenhum, e no
quesito sustos e terror psicológico, A
Morte do Demônio perde e feio para obras como Sobrenatural e A Entidade. Ainda
assim, este exemplar tem ótimas ideias, boas cenas, um elenco decente, uma
fotografia competente, efeitos gráficos excelentes e um final que vale o ingresso.
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