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Como andam as coisas rumo ao Oscar?


É inevitável que durante a longa temporada de prêmios que precedem o Oscar, os filmes em destaque se alternem como favoritos ou descartados da lista de vencedores. Mas ás vezes a troca de favoritos acontece de forma brusca surpreendendo a todos. O que acontece este ano, é que "A Rede Social", belíssima obra dirigida por David Fincher, vinha sendo considerado o filme favorito às principais estatuetas do Oscar. Sucesso de público, "A Rede Social" venceu quase todos os prêmios da crítica e conquistou os maiores elogios e superlativos possíveis.

A caminhada de "A Rede Social" ia muito bem quando, então, os prêmios dos sindicatos começaram a ser revelados. E foi aí que tudo mudou. Num belo dia, ainda considerado como favorito, o longa de David Fincher levou um duro golpe ao perder para "O Discurso do Rei", de Tom Hooper, no PGA, ou seja, o sindicato dos produtores. Prêmio importante na indústria e considerado um bom termômetro para o Oscar, o PGA deu novos rumos à batalha. Mas "A Rede Social" ainda era o favorito.

Ainda favorito, mas com a popularidade em baixa e o poder em risco, "A Rede Social" e sua turma esperaram. Ainda faltava o prêmio do DG (o sindicato dos diretores). Pois bem, Tom Hooper, de "O Discurso do Rei", venceu como a "Melhor Direção" do ano deixando David Fincher chupando o dedo.

E o favoritismo de "A Rede Social" foi novamente posto à prova. Mas "não criemos pânico", fãs de "A Rede Social" (e me incluo aí; que fiquei claro), a obra cerebral do gênio da nossa época ainda é a favorita. Digamos que, depois do DGA, a coisa estava assim: 70% de chances para "A Rede Social" e 30% para "O Discurso do Rei".

Veio o SAG. Ainda que a derrota de Jesse Eisenberg como melhor ator e Andrew Garfield como Melhor Ator Coadjuvante fossem certas, o prêmio de Melhor Elenco não estava tão longe. E mais uma queda: "O Discurso do Rei" faturou os prêmios de Melhor Ator, para Colin Firth (o que já era esperado, óbvio) e o de Melhor Elenco, que é o prêmio principal do evento.

Agora temos, no meu ponto de vista, 51% para o filme de Fincher e 49% para o de Hooper, sem margem de erro, por favor. Afinal, o "filme do facebook" ainda é o favorito? Pode se dizer que sim. Teve uma caminhada muito mais vistosa, cheia de vitórias e é um filme muito mais importante que o principal concorrente. Assim com ano passado, em que "Guerra ao Terror", de Kathryn Bigelow, ganhou praticamente todos os prêmios da crítica, o mesmo pode acontecer dessa vez. E o filme do "rei gago"? Tem chances também. É laureado pela crítica e tem bem a cara dos membros do Oscar. Mas não tem o apelo da crítica. Dando o prêmio para o filme de Hooper, a Academia estaria indo contra toda a crítica. Se fosse pautado para o público escolher a "Rede" ou o "Discurso", o público certamente escolheria o primeiro (mesmo sendo o tal filme frio e intelectual que todos adjetivam). Sendo assim, a A.M.P.A.S. iria contra a escolha do público. Acabaria concordando com os sindicatos que são, na verdade, a grande parcela de votante no Oscar. É aí que tudo complica.

Ainda há o WGA (o prêmio dos roteiristas) que não deve marcar nada e, sim, só acirrar a disputa já que "O Discurso do Rei" deve ser o vencedor de "Melhor Roteiro Original" e "A Rede Social" de "Melhor Roteiro Adaptado", feito que deve se repetir, em ambas categorias, no Oscar.

Ainda há estrada a ser percorrida e, até o fim dela, muita coisa pode acontecer.

Para terminar, gostaria de deixar algo que não deixa de ser verdade:

-"A Origem", de Christopher Nolan, é o laureado com o prêmio do público. Explico: faça uma votação entre o público; as chances da obra de Nolan ser a vencedora são enormes. Sem falar que é a maior bilheteria e ser muito divertido. É juntamente a "A Rede Social", meu filme favorito do ano passado. Ser cool e inteligente faz parte do pacote.

-"A Rede Social" é o vencedor da crítica. Explico: não precisa muito esforço para constatar que "A Rede Social" conquistou a crítica, não é? Ser cool e inteligente, bem, isso faz parte do pacote.

-"O Discurso do Rei" é o favorito dos sindicatos. Explico: também não precisa ser gênio para notar que os sindicatos resolveram premiar os britânicos. Se é cool ou inteligente, isso eu não sei.

Nessa encruzilhada, deu pra notar que não vai ser o público a ter voz ativa.

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