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The Walking Dead

_____The Walking Dead_____


Não costumo falar sobre séries de TV aqui no blog, e até ano passado só acompanhava "LOST". Esse ano o número de seriados aumentou; afinal, com toda a fama dos seriados e o hype que eles causam, eu não poderia ficar de fora dessa.
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"The Walking Dead"

Criada por Frank Darabont (a mente responsável por trás das obras-primas "Um Sonho de Liberdade" e "À Espera de um Milagre"), "The Walking Dead" foi o maior sucesso do ano. A maior estreia da temporada. Rodeada de muita expectativa, a série chegou no Halloween nos Estados Unidos e no dia 2 de novembro aqui no restante do globo. Aqui no Brasil o primeiro episódio gerou algumas polêmicas. O episódio que teria mais de uma hora teve alguns minutos cortados, arrancados fora (aqui o termo se encaixa, não?) o que ocasionou na ira dos fãs da série e dos nerds, afinal, o que assistimos foi um versão curta e incompleta do primeiro episódio.

O primeiro episódio da série foi excelente. O que estávamos vendo era, talvez, o nascimento de um fenômeno. Uma série de TV no nível das produções cinematográficas, baseada numa cultuada HQ e sob o comando de um visionário. Com extremo cuidado técnico (a maquiagem merece aplausos) e o olhar voltado para os personagens, "The Walking Dead" conquistou uma legião de fãs, e a então mini-série que teria seis episódios em sua primeira temporada, garantiu um segundo ano com treze episódios. Uma das coisas mais interessantes do primeiro episódio foi a precisão cirúrgica com que os clichês foram trabalhados. Darabont, sabendo que o gênero é um campo minado de clichês, escreveu um roteiro conciso, dando atenção ao personagem central e a calmaria de um mundo devastado. As explicações acontecem de forma orgânica e a história flui de maneira brilhante. A tristeza vem, é claro, depois do término do episódio, ao descobrir que acabara de ver um episódio picotado por um canal que não respeita seus telespectadores.

Os episódios dois e três seguiram a linha do primeiro e mantiveram o clima e a força da série. Porém, a impressão que dava, é que alguns acontecimentos eram baratos e, no final, não traziam benefício algum à série. A passagem no asilo, por exemplo, era mesmo necessária? Os vai e vens, entra e sai do acampamento eram necessários. É claro que aqui e ali os detalhes importantes se mostravam (como no momento em que o ex parceiro de Rick, que o traiu com sua esposa, mira e pensa em atirar no "amigo"). A série sempre se manteve num patamar elevado, sempre entre quatro e cinco estrelas, mas algumas quedas de ritmo e falta de acontecimentos importantes, me faziam duvidar daquela série que começara de maneira espetacular. Os clichês começavam a interferir na história da maneira menos desejável, mas, por sorte, tudo voltava ao normal, e a série comprovava todo o seu sucesso até então.

Depois de cinco episódios com muito sangue e zumbis, chegamos ao episódio final. Exibido ontem, ás 22 horas, o episódio final de "The Walking Dead" foi ótimo, mas também um pouco decepcionante. Nada de extraordinário aconteceu no encerramento da temporada. Muito "blá, blá, blá" e pouca coisa importante. Entendo que os personagens mereçam grande destaque, e o maior mérito de "The Walking Dead" é este: cuidar de seus personagens, de suas intenções, de seus temperamentos, de suas qualidades e defeitos, e não há mérito maior que este, mas se avaliarmos esse final de temporada como aquele que define o futuro da série, ele foi sim um pouco aquém das expectativas. Diferente de True Blood (série "com" vampiros da HBO criada por Alan Ball) que ao final de cada temporada me deixava ansiando pelo próximo ano, "The Walking Dead" acabou de repente e sem deixar o espectador com água na boca. Nada garantiu um curiosidade mais aguçada. É obvio que quero saber o que vai acontecer com aquelas pessoas, porém, não estou ansioso pelo próximo ano, pois não há muito que esperar. A melhor coisa deste final de temporada, foi o flashback que inicia o episódio que, apesar de não mostrar grandes coisas, mostra muito sobre certo personagem.

Não me entendam mal, eu adorei a série e o último episódio foi excelente, mas algo ficou perdido, poderia ser ainda mais que excelente. Devido ao material mostrado até então, o final deveria ser apoteótico. Não com cenas de ação, mas com muito suspense e drama profundo. Se o anticlímax foi proposital, Darabont conseguiu o que queria. De todo modo, "The Walking Dead" foi sucesso absoluto nos EUA: seis milhões de pessoas assistiram o episódio final, e se contarmos com a reprise, mais de oito milhões assistiram o final da primeira temporada.

Agora, só em outubro/novembro de 2011 para podermos acompanhar a segunda temporada de "The Walking Dead".

Nota para a série: 8,5

Obs.: Agora que Darabont entrou no mundo dos zumbis, seria mais que interessante se ele adaptasse o livro "Celular" do mestre Stephen King. Seria, sem dúvidas, uma das melhores obras sobre o assunto.

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