1
A primeira parceria entre Tim
Burton e Johnny Depp é também a melhor até aqui. Edward Mãos de Tesoura é a síntese perfeita do estilo de Burton e
do que ele representa. Além de que Edward é o típico papel perfeito para Depp.
Um dos filmes mais sentimentais de Burton – algo raro, já que o diretor se
afasta das emoções na maioria das vezes –, este belo clássico fez parte da
infância de muita gente e até hoje se mostra significativo. Os anos passaram e
a mistura do mundo escuro de Edward com o universo colorido da família adotiva
não se tornou datada. Muito se vale pela direção de arte e os figurinos que
deram um toque atemporal ao longa. Também pudera. A história de amor e
superação vista no filme é conhecida da plateia, e não tem tempo ou espaço
definida. A trilha de Danny Elfman, compositor recorrente na filmografia do
diretor, completa o pacote com o tom de fábula triste que viria a se tornar uma
marca registrada do cineasta único que é Tim Burton.
2
Qual seria o resultado da união
entre Tim Burton e o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, um dos melhores no
que faz? A resposta é este absolutamente lindo A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.Goste ou não do filme, aprove ou
não o roteiro, o fato é que, esteticamente, o filme é perfeito, um dos mais
caprichados de Burton. A fotografia de Lubezki investe nos tons sépia e em
paletas dessaturadas, além, claro, de revelar um mundo completamente colorido e
distante da morbidez de Sleepy Hollow cada vez que visita a infância do jovem
Ichabod Crane. Reprisando mais uma vez a parceria com Johnny Depp, o diretor
investe novamente no típico universo que adora abordar. Numa releitura da velha
lenda do cavaleiro sem cabeça, Burton alia violência – e uma dose certa de
sangue – com o velho humor negro. O que fica é um longa divertido, envolvente e
que marca um ponto alto na carreira da dupla Burton-Depp.
3
Tim Burton deixa a escuridão – e
Johnny Depp – para trás, mas não larga a mão das fábulas. Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas é um filme alegre,
colorido, mas não deixa a melancolia de lado. Investindo novamente nas relações
entre os personagens e numa dose considerável de emoção, Burton se mostra à
vontade no universo de Peixe Grande e seus personagens estranhos. Ewan McGregor
parece ter entendido o estilo do diretor e se mostra à vontade como o
protagonista dessa história cheia de simbolismos e mensagens. Tem a história de
amor, a relação entre pai e filho, as descobertas, as surpresas, as lições de
vida e, claro, a direção de arte. E os figurinos. E a fotografia também. Não há
filme de Tim Burton que decepcione nesse quesito. Mas isso não é o mais
importante da história, os personagens são, e os vistos aqui são alguns dos
melhores que o diretor levou às telas.
4
Tim Burton já se envolvera com
stop-motion anteriormente, mas até então não havia dirigido nenhuma. Se em O Estranho Mundo de Jack Burton
emprestara o estilo, em A Noiva Cadáver Burton
imprime seu talento em cada frame. Johnny Depp e Helena Bonham Carter emprestam
suas vozes aos adoráveis personagens e a curiosa história ganha vida através da
música e do visual gótico. E o diretor não tem vergonha de até mesmo assustar
as crianças e afugentar os adultos: uma das canções – que representa um dos
melhores pontos do filme – fala, basicamente, que a nossa hora vai chegar, a
morte virá, não importa quem somos. É uma das obras mais bacanas do cineasta e
trás, ainda, além de todas as suas características, um pequeno
cachorro-esqueleto que acompanha o protagonista onde quer que este vá. Pode não
ser o melhor programa para as crianças, mas certamente é perfeito para os fãs
do diretor.
5
É curioso como todos os filmes de
Tim Burton parecem perfeitos para o diretor. Até Alice no País das Maravilhas, uma história clássica e que conta com
várias versões, tem o estilo característico do cineasta. Mais impressionante é
o fato de uma biografia parecer ideal para Burton. Também pudera, já vida de Ed
Wood e todas as histórias que o cercam parecem passagens dos filmes de Tim
Burton. De todo modo, Ed Wood é uma
obra mais acadêmica, menos chamativa e exagerada como Os Fantasmas se Divertem ou Marte
Ataca. Na segunda parceria com Johnny Depp, Burton conta com a presença
ilustre de Martin Landau e ainda com as presenças de Bill Murray e Sarah
Jessica Parker. Mas não é só uma cinebiografia, é um conto de amor de fã para
ídolo, uma história sensível para um homem que, bom ou não no que fazia, amava
a profissão, ou melhor, a vida.
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Olá!
É aquela época do ano outra vez. E volto a te convidar para participar do Bolão do Oscar do "DVD, Sofá e Pipoca". (http://goo.gl/pZrkOf)
Te esperamos lá, e boa sorte!
Fabiane Bastos disse...
17 de fevereiro de 2014 às 11:06
Oi Matt... Curti a lista!!!
Fernando Fonseca disse...
29 de setembro de 2014 às 22:26