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10 - O Abutre

Assim como Matthew McConaughey, Jake Gyllenhaal tem surpreendido pelas ótimas escolhas que tem feito e pelas brilhantes atuações. Os últimos três filmes do ator não são menos que excelentes. Os Suspeitos, O Homem Duplicado e este O Abutre formam uma ótima trilogia que possui uma característica em comum: Gyllenhaal completamente inspirado e dentro de seus papeis. O Abutre é um filme ácido, uma crítica contundente ao jornalismo e à televisão atual. O longa de estreia de Dan Gilroy é o Rede de Intrigas dos dias de hoje. Como uma dura crítica ao sensacionalismo e à falta de ética na construção das notícias e programas de TV, O Abutre encontra, além da crítica social, espaço para sequências de pura tensão onde Jake Gyllenhaal pode brilhar intensamente. Lou Bloom é um dos personagens mais complexos e densos que o Cinema viu em 2014. Ao fim, O Abutre é um dos longas mais importantes do ano, acertando em todos os pontos possíveis, do roteiro à trilha sonora marcante, passando pelo comentário social e pelo duro retrato de uma sociedade doente.
9 - Nebraska

Alexander Payne é um autor versátil. Alguns acusaram o diretor de ser elitista após realizar Os Descendentes, longa que mostra os problemas de uma família rica e branca que mora no Havaí. Além de vazia, tal crítica cai por terra ao ver que Nebraska, seu último filme, está longe de acompanhar personagens ricos ou fúteis. Ainda que não conte com o brilhantismo de Os Descendentes, Nebraska é um consistente drama que se debruça no subgênero dos road movies para acompanhar a relação de pai e filho. Nebraska é doce sem ser melodramático e profundo sem ser pedante. É linda, por exemplo, a história do filho que decide realizar as vontades do pai apenas para agradá-lo e fortalecer laços familiares já abalados. Woody claramente não foi um excelente pai, e o passado talvez tenha sido muito pesado para aquela família; ainda assim, há um amor notável entre eles, uma cumplicidade passada às telas através de uma bela direção de Payne, atuações memoráveis de Bruce Dern, Will Forte e June Squib e uma fantástica fotografia em preto e branco.
8 - Inside Llewyn Davis

Ainda que muitos não percebam ou não se importem, os irmãos Joel e Ethan Coen sempre deram um grande destaque às trilhas sonoras de seus filmes e às músicas que permeiam suas histórias. O maior sucesso de crítica da dupla, Onde os Fracos Não Têm Vez, é uma obra isenta de música, mas E aí, Meu Irmão, Cadê Você?, por outro lado, é um filme que dá um bom espaço às canções. Inside Llewyn Davis, outro grande acerto, pode ser considerado o musical dos Coen. Não é um musical inteiramente cantado como Os Miséraveis, ou performático como Chicago, mas daqueles que contam uma história, acompanham os personagens e fornecem um breve intervalo para que alguma bela canção nos seja apresentada. Inside Llewyn Davis é assim: acompanhando as desventuras de Llewyn e um gato fujão, os Coen aproveitam para contar mais uma história "fora da caixa" e agradar o público com excelentes exemplares da música folk. Llewyn é um personagem que só poderia ter sido criado por Joel e Ethan: depressivo e sem rumo, o músico, ainda que tenha um enorme talento (comprovado a cada canção), não é um artista comercial: suas músicas falam sobre solidão, tristeza e morte. Até o nome do sujeito é complicado de se escrever e pronunciar. A típica comédia de erros (ainda que não seja tão engraçada) dos Coen ainda encontra uma bela ironia ao trazer, em seus minutos finais, uma participação ilustre.

7 - O Lobo de Wall Street


Assistir O Lobo de Wall Street é constatar o talento ainda inabalável de Martin Scorsese. Com setenta e dois anos, Scorsese se mostra um prolífico e talentoso senhor. Ao lado de Woody Allen, que também lançou um ótimo longa em 2014, Scorsese prova que talento não tem idade ou prazo de validade. O Lobo de Wall Street é um filme que ultrapassa limites e vai muito além, trazendo o bom e velho estilo de Os Bons Companheiros. A câmera ágil de Scorsese passeia e mostra o elenco brilhar. Leonardo DiCaprio prova mais uma vez o seu talento e Jonah Hill comprova sua versatilidade. Além deles, Lobo é povoado por ótimos coadjuvantes: entre eles, Kyle Chandler mostra novamente que o Cinema deve lhe dar mais oportunidades e Margot Robbie chega ao universo cinematográfico garantindo um futuro brilhante. Terrence Winter mantém seu estilo criado na TV com The Sopranos e Boardwalk Empire, com um texto verborrágico e denso, que nunca perde o ritmo. Que Scorsese permaneça o mestre que é.

6 - O Passado
Asghar Farhadi parece ter definido seu Cinema calcando seus roteiros em histórias aparentemente comuns, que podem acontecer com qualquer um de nós. Seus filmes são dramatizações dos conflitos familiares, da vida ordinária. Procurando Elly, A Separação e este O Passado começam com premissas simples; enquanto um parte do desaparecimento de uma mulher, outro se debruça na difícil separação de um casal. O Passado também parte da premissa de uma separação: aqui, porém, o casal já está separado, mas precisa oficializar o divórcio para que ambos possam seguir com suas vidas. Para isso, Ahmad (Ali Mosaffa, fantástico) volta à França para assinar os devidos papéis e se divorciar oficialmente de Marie (Bérénice Bejo, comprovando o talento proposto em O Artista). É apenas o início de um roteiro brilhante escrito por Farhadi. A partir de então, o diretor/roteirista descortina a vida dos personagens e remexe no nebuloso passado de suas relações. O título O Passado, ainda que abrangente, se mostra perfeito para o que Farhadi busca discutir. A sequência final (um dos momentos mais impactantes e bem conduzidos do ano) encerra mais uma obra absolutamente fascinante de um artista que, até agora, está longe de decepcionar.
5 - O Grande Hotel Budapeste

Não é necessário assistir mais de um ou dois minutos de O Grande Hotel Budapeste para saber que aquele é um filme dirigido por Wes Anderson. O estilo tão característico do diretor grita na tela. As cores vibram, a história se desenrola com o ritmo e o humor característico e os personagens, estranhos e simpáticos, encantam. O Grande Hotel Budapeste é o ponto mais alto de uma já brilhante carreira que recentemente nos entregou o excelente Moonrise Kingdom. Anderson, em sua nova criação, deixa os temas infantis de lado e abraça assuntos mais adultos, apelando para uma história bem mais elaborada e cheia de palavrões do que seu filme anterior. Anderson é absolutamente criativo em cada quadro de seu novo longa-metragem: cada imagem parece uma pintura ou uma foto com enquadramento perfeito. A simetria de seus quadros, por exemplo, nunca impressionara tanto como desta vez. Para completar o pacote, além das costumeiras participações de Bill Murray e Owen Wilson, temos Ralph Fiennes em uma de suas melhores e mais divertidas performances. É uma das melhores realizações de praticamente todos os envolvidos, o que nos diz muito, visto que o elenco e a equipe envolvidos em O Grande Hotel Budapeste raramente decepcionam.
4 - Ela

A filmografia de Spike Jonze mostra que o diretor/roteirista tem o seu próprio estilo para tratar sobre assuntos complexos e universais. O caminho tomado por Jonze pode ser considerado estranho, pouco ortodoxo, mas os resultados de suas abordagens sempre acabam satisfazendo. Sua última obra, Ela, é um exemplo perfeito, a síntese de seu estilo, de suas ideias. Trazendo Joaquim Phoenix (um dos melhores atores da atualidade) em um papel mais leve que o seu habitual, Ela conta a história de amor entre um homem e um sistema operacional, uma inteligência artificial. Essa ideia mirabolante é apenas uma saída para Jonze discutir sobre a tecnologia e como esta se relaciona e interfere na vida das pessoas. Ainda que jogue luz sobre estes assuntos, porém, Ela não é uma obra extremamente filosófica, mas sim um estudo intimista das regras que regem as relações diretas ou indiretas entre as pessoas e os meios tecnológicos. Além de tudo, ainda temos Scarlett Johansson naquele que talvez seja o melhor papel de sua carreira. Sua voz é doce e acolhedora, mas esconde um universo de mistérios e camadas que um mero humano não pode decifrar. Não surpreende que Theodore tenha se apaixonado por Samantha, bem como o público por este belíssimo filme de Spike Jonze.

3 - Garota Exemplar


David Fincher parece ter definido seu estilo. Seus filmes, ainda que diferentes entre si, dividem algumas semelhanças visuais e temáticas. Fincher, por exemplo, é adepto das tramas racionais, que não se entregam ao sentimentalismo barato. Seus últimos filmes são espertos, repletos de reviravoltas e personagens inteligentes e racionais. Em mãos menos experientes, estes filmes poderiam ser frios e permanecerem longe do público. Com David Fincher, porém, estas histórias envolvem o espectador, trazendo-o para perto e levando-o a caminhos inimagináveis. Garota Exemplar parece ser a síntese do bom Cinema desenvolvido pelo diretor. Visual arrojado, edição hábil, elenco preciso e nenhuma aresta solta. Nada em Garota Exemplar parece fora do lugar. Muito se deve, talvez, ao processo de produção do diretor: repetir exaustivamente cada cena até ela ficar perfeita, extraindo o melhor do roteiro e do elenco. E Fincher alcança seus objetivos com maestria: o roteiro, escrito por Gillian Flynn baseado em seu romance, é certeiro e o elenco não decepciona; até mesmo Ben Affleck e Tyler Perry, atores notadamente limitados, brilham em seus papeis.


2 - 12 Anos de Escravidão

12 Anos de Escravidão
é o filme sobre escravidão, preconceito e intolerância mais incisivo dos últimos anos. Ainda que Django Livre, de Quentin Tarantino, verse sobre o assunto, a abordagem do longa-metragem estrelado por Jamie Foxx é completamente diferente daquela vista na obra de Steve McQueen. Enquanto no longa de Tarantino havia o humor e a diversão, 12 Anos de Escravidão é uma drama denso, sem espaço para alívios cômicos. Assistir ao filme é uma experiência poderosa, fazendo-nos pensar como o nosso passado é vergonhoso, além de indagar ao espectador como toda aquela barbárie foi permitida, como tudo aquilo foi feito, e o pior: como resquícios daquele absurdo permanecem vivos até hoje. 12 Anos não é didático ou maniqueísta, e nem tenta falar sobre a escravidão de modo amplo. O objetivo é acompanhar o período doloroso vivido por Solomon Northup quando este, homem livre do norte dos EUA, fora sequestrado e levado para o sul para servir como escravo. No percurso, é claro, o filme acaba discutindo algumas características que eram comuns da época, mas tudo acaba sempre voltando a Solomon ou aos personagens coadjuvantes. O elenco é fantástico: começando Michael Fassbender, passando por Lupita Nyong'o e chegando em Chiwetel Ejiofor, alma e coração da obra. Dentre os melhores momentos há aquele em que Solomon olha para o horizonte e, depois, direto para a câmera, olhando nos olhos do espectador. Um momento singelo que vence qualquer outro.
1 - Boyhood

Há uma constante no Cinema de Richard Linklater: a passagem do tempo e seus efeitos nas pessoas. Desde seus primeiros filmes, Linklater dialoga sobre como os anos podem transformar alguém. Um dos maiores exemplos é a trilogia composta por Antes do Amanhecer/Pôr do Sol/Meia-noite, que acompanha o amadurecimento e os pontos altos e baixos de um casal. Jovens, Loucos e Rebeldes, um dos primeiros trabalhos do diretor/roteirista, ainda que não mostrasse a passagem do tempo, mostrava como a perspectiva de amadurecimento afeta jovens com longos futuros pela frente. Boyhood é o ápice desta temática tão querida por Linklater. Filmado ao longo de 12 anos, Boyhood acompanha o crescimento de um garoto dos seis aos dezoito anos e, para isso, Linklater descortina a vida do personagem de forma sincera, sem inventar dramatizações exageradas ou cenas grandiosas. A intenção é acompanhar as idas e vindas do garota e sua família de um jeito intimista e completamente realista. É a vida normal, comum, mas não menos importante, impressa numa belíssima obra, daquelas que entram para a história e que o tempo, que Linklater tanto discute, não pode apagar.

 Os Melhores do Cinema em 2014 - Indicados
Melhor Filme

12 Anos de Escravidão
O Abutre
Boyhood
Ela
Garota Exemplar
O Grande Hotel Budapeste
Inside Llewyn Davis
O Lobo de Wall Street
Nebraska
O Passado
Melhor Direção

Steve McQueen por 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO 
Richard Linklater por BOYHOOD 
Spike Jonze por ELA 
David Fincher por GAROTA EXEMPLAR
 Wes Anderson por O GRANDE HOTEL BUDAPEST
Melhor Ator 

Chiwetel Ejiofor por 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
Jake Gyllenhaal por O ABUTRE
Matthew McConaughey por CLUBE DE COMPRAS DALLAS
Leonardo DiCaprio por O LOBO DE WALL STREET
Christian Bale por TRAPAÇA
Melhor Atriz


Marion Cotillard por ERA UMA VEZ EM NOVA YORK
Rosamund Pike por GAROTA EXEMPLAR
Berenice Bejo por O PASSADO
Kate Winslet por REFÉM DA PAIXÃO
Scarlett Johansson por SOB A PELE
Melhor Ator Coadjuvante


Michael Fassbender por 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
Etham Hawke por BOYHOOD
Jared Leto por CLUBE DE COMPRAS DALLAS
Ralph Fiennes por O GRANDE HOTEL BUDAPEST
Ali Mosaffa por O PASSADO
Melhor Atriz Coadjuvante

Lupita Nyong'o por 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
Rene Russo por O ABUTRE
Patricia Arquette por BOYHOOD
Tilda Swinton por EXPRESSO DO AMANHÃ
June Squibb por NEBRASKA
Melhor Roteiro Original


Boyhood
Ela
O Grande Hotel Budapeste
Nebraska
O Passado
Melhor Roteiro Adaptado

12 Anos de Escravidão
Alabama Monroe
Expresso do Amanhã
Garota Exemplar
O Lobo de Wall Street
 Melhor Elenco


12 Anos de Escravidão
Boyhood
O Grande Hotel Budapeste
O Lobo de Wall Street
Trapaça
Melhor Animação

Uma Aventura Lego
Os Boxtrolls
Como Treinar o seu Dragão 2
Frozen
Vidas ao Vento
Melhor Edição


12 Anos de Escravidão
Boyhood
Ela
Garota Exemplar
O Lobo de Wall Street
Melhor Fotografia


Era Uma Vez em Nova York
Garota Exemplar
O Grande Hotel Budapeste
Inside Llewyn Davis
Nebraska
Melhor Direção de Arte


12 Anos de Escravidão
Ela
O Grande Hotel Budapeste
Inside Llewyn Davis
Interestelar
Melhor Trilha Sonora


O Abutre
Ela
Garota Exemplar
Godzilla
Interestelar
Melhor Canção Original


"Split the Difference", BOYHOOD
"Moon Song", ELA
"The Last Goodbye", O HOBBIT - A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS
"Yellow Flicker Bird", JOGOS VORAZES
"Lost Stars", MESMO SE NADA DER CERTO
Melhor Figurino


12 Anos de Escravidão
Ela
O Grande Hotel Budapeste
O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos
Malévola
Melhores Efeitos Especiais


Godzilla
Guardiões da Galáxia
O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos
Interestelar
Planeta dos Macacos - O Confronto

O Melhor da TV - 2014


O Melhor da TV
2014 

 


House of Cards talvez seja a série favorita dos cinéfilos, os amantes do Cinema. Seu formato - com temporadas lançadas inteiras de uma só vez - e seu elenco estão mais para o Cinema do que para a TV. A liberdade criativa, porém, é algo que só se vê ultimamente na televisão. A escalada de Frank Underwood ao poder é um legítimo épico político escrito com precisão e conduzido com maestria. Com a despedida de Bryan Cranston e seu Walter White, Kevin Spacey toma o posto como o melhor ator com o melhor personagem da TV.

 


Refilmagens e readaptações de histórias preestabelecidas em outras mídias geralmente não funcionam. Quando o Cinema tenta adaptar a TV e vice versa às coisas tendem a não dar certo. Com Fargo, porém, o resultado é surpreendente. Baseada no filme homônimo de Joel e Ethan Coen, a série utiliza o nome, a ambientação/clima e os personagens atípicos para contar uma história completamente nova e regada a muito sangue, idas e vindas. A maior diferença, porém, é que a série vai além e consegue ser melhor que a obra original.



Assim como Fargo, True Detective é uma antologia, ou seja, contará uma história diferente com personagens distintos a cada temporada. O novo formato parece estar em moda entre os estúdios televisivos e a criação de Nic Pizzolato é um dos melhores exemplares dessa nova abordagem. Estrelada por Matthew McConaughey e Woody Harrelson (ambos genais), True Detective não se furta de muita filosofia, metáforas e belas paisagens para contar a história de uma investigação que dura anos e cujo impacto não se mostra apenas nas vítimas. 



Assim como a maioria das séries britânicas, Sherlock é curta: três episódios. Nessa rápida caminhada, Sherlock abraça toda a emoção e o impacto que a maior parte das séries alcança apenas com treze ou mais episódios. Com tão poucos capítulos, a série do detetive mais famoso do mundo acaba tendo uma premiere e uma finale quase que consecutivamente, deixando pouco espaço para respirar. Entre roteiros excelentes, um elenco fantástico e técnica impecável, a única ressalva está no fato da série ir ao ar só a cada dois anos.



A comédia sempre foi um ótimo veículo para estudo de personagens e acontecimentos. Louie, mistura de drama e comédia de Louis C.K., busca falar sobre o banal, o corriqueiro, a rotina que, no limiar, é tão importante quanto os fatos inéditos ou raros. Louie fala de relacionamentos, solidão, infância, paternidade, depressão, humor e a indelével passagem do tempo. Nenhuma outra série, de qualquer gênero, foi capaz de dialogar com o público em tão pouco tempo (episódios de aproximadamente 20 minutos), revelando um pouco do personagem principal e do próprio espectador.



Game of Thrones é uma série tão debatida durante sua exibição que pouco resta a ser dito sobre ela. Verborrágica e anticlimática na maioria das vezes, Game of Thrones é daqueles sucessos inexplicáveis. Como uma série tão pesada, complexa (são infinitos os personagens, lugares e acontecimentos) e dramática como ela pode fazer tanto sucesso? São vários os motivos. Entre eles a história, profunda e envolvente; cheia de intrigas e reviravoltas, a trama vai e vem, surpreende e subverte as expectativas do espectador. Outros motivos envolvem o elenco fantástico, os vilões que adoramos odiar, os melhores efeitos especiais da TV, os figurino, a direção de arte, a fotografia, etc. É coisa de primeira linha.



Tiremos o elefante da sala: Orange is the New Black não é uma comédia. Ainda que funcione e agrade quando analisada dessa forma, OITNB está muito mais para o drama do que para os risos. Ainda que a trama escape, aqui e ali, para situações engraçadas e absurdas, grande parte de seu tempo é destinado ao relacionamento entre as personagens e as reviravoltas que acontecem no presídio. OITNB é, na verdade, um dos maiores trunfos do mundo das séries: além de se passar, basicamente, em um só lugar, o show é inteiramente protagonizado por mulheres. Em um mundo machista como o que vivemos, assistir uma história corajosa como esta, inteiramente carregada por mulheres, é um alívio.


 

 Depois de se mostrar como a melhor estreia de 2013, Masters of Sex retorna firme para aquele que é um dos piores momentos para uma série: o segundo ano. Toda série promissora que surpreende na primeira temporada sofre para garantir e provar a qualidade no ano seguinte. Não é à toa, por exemplo, que muitas séries tenham o seu pior momento durante as segundas temporadas. É um momento perigoso, em que a série já não mais novidade, mas também está longe de ser uma veterana. É uma adolescente e, por isso, precisa se reafirmar e provas suas capacidades a cada instante. Nesse jogo de afirmações e comprovações, Masters of Sex se sai maravilhosamente bem.


 

The Newsroom tem certo valor sentimental para mim. Foi a série, aliada a uma série de outros fatores, que me inspiraram a seguir o pelo rumo jornalístico. É claro que o programa está longe de apresentar a realidade de uma redação ou do jornalismo como um todo, mas a série se esforça para abordar temas atuais e relevantes. A licença poética de Aaron Sorkin pode beirar o absurdo, mas os diálogos e os personagens são tão bons que a implausibilidade de alguns acontecimentos ficam de lado. É bem verdade, também, que o humor do show não é dos melhores ou mais sutis, mas no momento que vemos Jeff Daniels em cação, proferindo suas rápidas e cortantes palavras, esse problema também pode ser esquecido. Sim, The Newsroom tem seus problemas, mas ela encanta de uma ótima maneira e é uma pena que não retorne para novas temporadas.

10º


The Affair é um surpreendente exemplo da originalidade e ousadia da televisão. A trama acompanha o relacionamento extraconjugal entre duas pessoas. Pronto. O fio condutor é este. A diferença da série para outras tantas histórias semelhantes é que The Affair divide sua abordagem em dois pontos de vista. Cada episódio é dividido em duas partes iguais; uma mostra o ponto de vista de Noah, a outra a perspectiva de Alison. A diversão está nas diferenças entre o que Noah e Alison viram. Quem tem razão? Quem está mentindo? Os roteiristas tem a incrível habilidade de construir uma trama complexa e envolvente, cheia de camadas, em volta de uma ideia simples. Uma das melhores estreias do ano.

Gravity Falls
Over the Garden Wall
Apenas um Show

Olive Kitteridge
Klondike
The Normal Heart

Matthew McConaughey por True Detective
Kevin Spacey por House of Cards
Clive Owen por The Knick

Robin Wright por House of Cards
Claire Danes por Homeland
Lizzy Caplan por Masters of Sex

Jeffrey Tambor por Transparent
Rick Gervais por Derek
Louis C.K. por Louie

Taylor Schiling por Orange is the New Black
Julia Louis-Dreyfus por Veep
Emmy Rossum por Shameless

Cary J. Fukunaga - Ep. Who Goes There? - True Detective
Neil Marshall - Ep. Watchers on the Wall - Game of Thornes
Steven Soderbergh - Ep. Method and Madness - The Knick

House of Cards
True Detective
Louie

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