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Especial Oscar 2013 #11 - Os Melhores Atores

Principais
 
Assim como com Robert De Niro, o nome de Daniel Day-Lewis – e os tons quase míticos que o envolvem – parece ter crescico mais do que a pessoa. O ator, considerado – com razão – por muitos como o maior ator vivo, pode ser considerado a Meryl Streep de calças. Seria bom caso os dois tivessem vencido na mesma edição. Mas o lado bom: será Meryl Streep, a princípio, que entregará a estatueta nas mãos de Day-Lewis. Será um dos grandes momentos da cerimônia, e caso a Academia tivesse programado, não teria um encontro desses. Day-Lewis, ao que tudo indica, será o primeiro ator a receber o terceiro Oscar na categoria principal (o primeiro fora por Meu Pé Esquerdo e o segundo por Sangue Negro), tendo Jack Nicholson chegando bem perto de tal feito, a diferença, porém, é que Nicholson tem um Oscar de coadjuvante. A única dúvida que fica é: será que Day-Lewis vencerá o quarto? E quando seria isso? O ator não parece ser do tipo que pega papéis segundários, e no ritmo que vai, parece que não vai demorar muito tempo para a Academia se render mais uma vez ao britânico.



Se não falasse mais do que deveria, Joaquin Phoenix seria uma boa dor de cabeça para Day-Lewis. Em uma das atuações mais fortes do ano, Phoenix dá vida ao brilhante texto de Paul Thomas Anderson com o mesmo vigor que – vejam só! – Day-Lewis o fez em Sangue Negro (não comparando, já que tanto Sangue Negro quanto a atuação de Lewis estão em um nível incomparável). O Mestre, porém, é uma obra muito complexa e pesada para os padrões da Academia e toda a coragem pode, ao fim, prejudicar suas chances de vitória em qualquer categoria. Por exemplo: em quem você acha que o votante médio da Academia irá votar: na representação fiel de uma das maiores figuras dos Estados Unidos ganhando vida na pele de um grande ator, ou um personagem louco, bêbado, desbocado, imoral interpretado por um ator boca suja, com jeitão de bad boy e que não dá a mínima para o Oscar. Bem, a resposta parece bastante cala e irá se confirmar no domingo, 24 de fevereiro.


Hugh Jackaman, que merece voltar a apresentar a cerimônia do Oscar, solta a voz em Os Miseráveis, e isso já é motivo suficiente para ficar em segundo lugar. Se o ator irá alcançar realmente tal posição, é impossível dizer, já que não temos esse tipo de divulgação, mas o sujeito tem grande chances de ser aquele que “poderia ter vencido em outra ocasião”. Sua atuação em Os Miseráveis é excelente, e embora às vezes tropece no canto, o ator segura no drama. Seria a escolha mais óbvia caso Day-Lewis não inventasse de interpretar Abraham Lincoln em um filme de Steven Spielberg. A favor do ator, além de seu talento, está sua simpatia e sua boa impressão entre os votantes. Além disso, o ator já foi host de uma cerimônia recente do Oscar, então já conhece todo mundo e já é amigo de vários. É uma pena que tenha concorrido em um ano tão acirrado, cheio de grandes atuações, pois é alguém que merece tal reconhecimento em algum ponto de sua carreira.

Bradley Cooper surpreendeu a todos em O Lado bom da Vida. Sua indicação é mais do que merecida e pode revelar um novo lado do ator. Daqui para frente é bem provável que escolha papeis melhores, maiores e desafiadores; talvez seja chamado para projetos de maior relevância e que os diretores e produtores enfim lhe concedam um bom espaço. Cooper merece e tem talento, o problema são os filmes que participou, já que, por mais que Se Beber, Não Case e Penetras Bons de Bico sejam bons e divertidos filmes, não lhe conferem respeito algum. Cooper era, até então, um sujeito bonito que apareceu em boas comédias, alguns romances, um suspense, um papel pequeno aqui e ali e só. Agora, na ótima comédia de David O. Russel, tem chance de alçar voos mais arriscados. Há de se ter cuidado, já que uma vitória ou indicação ao Oscar pode tanto alavancar quanto descarrilhar uma carreira (Halle Barry e Adrien Brody que o digam).

Não se sabe ainda ao certo o que Denzel Washington faz aqui. O Voo é um filme burocrático e sua atuação está no mesmo nível das outras que vem mostrando em seus últimos trabalhos: corretas, mas longe de merecerem indicações ao Oscar ou qualquer outro prêmio. Matthew McConaughey, que teve um ano fantástico, poderia estar indicado por sua poderosa atuação em Killer Joe. Anthony Hopkins, por Hitchcock, e John Hawkes, As Sessões, também mereciam o espaço que Washington ocupa. Não há o que possa ser dito sobre suas chances de vitória, já que estas são nulas. A Academia deve gostar muito de Washington, já que seu segundo Oscar, Ator principal por Dia de Treinamento, foi outra escolha inexplicável.

Coadjuvantes 

Christoph Waltz deveria trabalhar apenas com Quentin Tarantino; não que o ator não tenha excelentes desempenhos com outros diretores (Deus da Carnificina está aí para provar), mas parece que quando dá vida ao texto de Tarantino o ator alcança o sublime. Foi assim na pele do inesquecível Hans Landa em Bastardos Inglórios e agora em Django Livre. Se no primeiro o sujeito roubava a cena, neste segundo a coisa não é diferente, e nem a tão elogiada atuação de Leonardo DiCaprio parece ofuscá-lo. Waltz interpreta novamente o tipo elegante, inteligente, sádico e manipulador, papel que parece lhe cair muito bem. Waltz domina o texto e consegue se destacar em um elenco que ainda conta com um Samuel L. Jackson inspiradíssimo. Christoph Waltz levou o Globo de Ouro e o BAFTA na categoria de Ator Coadjuvante, mas deve ficar observando da platéia enquanto ouro ator sobe ao palco para receber o Oscar.

 
Robert De Niro já se tornou maior que o Oscar e que o próprio Robert De Niro. Tem gente que diz que atualmente ele interpreta a si mesmo, já que virou um personagem, uma marca do Cinema. Não há cinéfilo que desconheça suas caretas características, seu jeito de falar e até mesmo o modo como gesticula (praticamente igual em todos os seus trabalhos). De Niro já interpretou tantos personagens marcantes que, assim como Meryl Streep, já virou uma espécie de “mascote” da Academia, um símbolo. Muitas coisas contam a favor do veterano, mas outras tantas atestam contra. A favor, por exemplo, está o fato de esta ser indubitavelmente uma grande atuação em um excelente filme; o simples fato de ser De Niro também lhe dá créditos. A Academia pode querer lhe homenagear – depois de anos de desdém – com esta que pode ser sua última real chance de vitória no Oscar. Contra o ator está, entre outros, o fato de que se entregou a vários títulos de gosto duvidoso nos últimos anos, e isso pode voltar a acontecer no futuro.


Paul Thomas Anderson consegue arrancar grandes atuações dos atores e atrizes com o quais trabalha. Tudo bem que conseguir uma excelente atuação de Philip Seymour Hoffman não é difícil, mas ainda assim é notável o talento do diretor. Além disso, Hoffman e Anderson são parceiros freqüentes, e um conhece as principais – e melhores – características do outro. Hoffman é o mestre do título, e junto a Joaquin Phoenix tem uma das grandes atuações do ano. Seu papel em O Mestre é daqueles que exige o máximo de quem lhe dá vida; total domínio do texto, da psique do personagem, detalhado trabalho vocal e corporal e segurança no que se propõe a mostrar. Hoffman e o Mestre têm completo domínio não só sobre seus seguidores, mas também sobre o espectador, que fica envolto em suas palavras e encantado com seu dom de persuasão e inteligência. Além disso, Hoffman é o único da categoria que conta com momentos impactantes na tela; se os outros atores representam atuações relativamente contidas, baseadas, praticamente, em minúcias, Seymour Hoffman entrega explosões surpreendentes, diálogos cortantes e cenas de impacto, certos regalos que só um grande ator como ele pode conceder aos cinéfilos.

 
Tommy Lee Jones é um sujeito antipático. Ao perder o Globo de Ouro na categoria (primeira apresentada na cerimônia), o ator passou o resto da noite com uma cara que era a representação fidedigna do mau humor. Desacreditado e achando que não venceria o SAG, Jones resolveu não comparecer na festa. Este é um grande motivo para a Academia não premiá-lo. Os membros votantes preferem atores simpáticos, que participam de entrevistas, dão risadas – falsas ou não – durante as festas e seguem toda a cartilha de boas maneiras que rege a temporada de premiações. Jones, por exemplo, ao responder um questionário proposto pela Academia aos indicados ao Oscar, limitou-se a responder as perguntas com uma ou duas palavras. Perguntado sobre como soube de sua indicação por Lincoln, o ator disse que a esposa o acordou e lhe contou. Sobre qual fora a sua reação, Jones apenas disse: “Voltei a dormir”. Perguntado se assistia o Oscar no decorrer dos anos, a resposta, escrita à mão, foi “às vezes”. Se ele parece tão despreocupado com o(s) prêmio(s), por que todo aquele mau humor? De qualquer forma, parece que a estatueta é dele, já que venceu o prêmio há anos (Coadjuvante, por O Fugitivo) e sua atuação em Lincoln já levou vários prêmios na temporada.


Alan Arkin levou um Oscar há pouco tempo por sua interpretação em Pequena Miss Sunshine. Sua indicação aqui, por este e por outros motivos, já é mais do que suficiente. Seu papel em Argo é minúsculo. Marcante, engraçado e importante – e o ator realmente tem ótimo desempanho –, mas é pouquíssimo tempo em tela para garantir uma vitória. Além disso, a categoria está concorrida como há muito não se via, Se em outros anos tivemos Christoph Waltz, Javier Bardem e Heath Ledger como certezas, desta vez temos quatro (!) possíveis vencedores, cada um com suas chances e seus momentos de destaque na corrida pelo ouro (um levou o SAG, o outro o Globo de Ouro, outro levou o Critics’ Choice e um se chama Robert De Niro). Arkin parece apenas fazer figuração. Será aquele senhor simpático que você verá em algum dos quadros na tela quando os indicados forem anunciados; você o verá sorrindo e aplaudindo o vitorioso, mas é muito difícil que o veja levantando e subindo ao palco para receber o Oscar.

1 comentários:

legal ,mas eu prifiro abacatr

23 de fevereiro de 2013 às 00:26  

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