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Apostas para o 19th SAG Awards

Cinema

Melhor Elenco

Vence: O Lado bom da Vida

Lincoln tem um elenco maior e Les Misérables é um musical, o que exige um elenco talentoso e preparado. O Lado bom da Vida porém, é basicamente um filme de atores - característica de Lincoln também, é verdade -, e diferente de seus concorrentes, é feito de várias grandes atuações. Se no filme de Steven Spielberg a atenção é voltada para Daniel Day-Lewis e Tommy Lee Jones, no de David O. Russel há Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Jacki Weaver e outros em atuações de destaque. É um elenco que se destaca mais e isso pode lhe garantir o prêmio. As indicações ao Oscar em todas as categorias de atuação é outra prova de que o elenco de Silver Linings Playbook é favorito.

Melhor Ator

Vence: Daniel Day-Lewis por Lincoln

Se Daniel Day-Lewis vencer, será seu terceiro prêmio no SAG - ele ganhou em 2002, por Gangues de Nova York e 2007, por Sangue Negro. Desde 2004 o SAG tem escolhido os mesmos atores que o Oscar, e a vitória de Day-Lewis parece tão óbvia que as escolhas prometem combinar mais uma vez.

Melhor Atriz

Vence: Jessica Chastain por A Hora mais Escura

Diferente do ano passado quando tivemos, no mínimo, quatro grandes atuações indicadas ao prêmio, desta vez não há nenhum grande trabalho. Chastain tem um bom momento em A Hora mais Escura, mas nada que valha os prêmios que tem recebido.

Melhor Ator Coadjuvante

Vence: Tommy Lee Jones por Lincoln

Philip Seymour Hoffman já venceu um prêmio do SAG e Lee Jones não, o que pode interferir na votação. Além disso, Jones tem mais chances no Oscar, e tendo isso em mente, os votantes podem seguir a previsão e escolher o provável vencedor da Academia. É a única categoria que pode divergir do Oscar.

Melhor Atriz Coadjuvante

Vence: Anne Hathaway por Les Misérables

É a favorita, não há o que comentar.

Televisão

Os vencedores do SAG no segmento televisivo são, muitas vezes, absurdos (Alec Baldwin venceu seis vezes consecutivas na categoria de Ator de Comédia e Bryan Cranston nunca venceu), logo, portanto, muitas surpresas podem surgir.

Melhor Elenco - Drama

Vence: Homeland

Mad Men já venceu e Boardwalk Empire é atual vencedora da categoria. Downton Abbey tem chances, mas quem realmente merece é Breaking Bad. Quem vencerá, provavelmente, é Homeland.

Melhor Elenco - Comédia
Vence: Modern Family

Melhor Ator - Drama

Vence: Damian Lewis por Homeland

Bryan Cranston tem chances, mas seu prêmio deve vir ano que vem, pela última parte da última temporada de Breaking Bad.

Melhor Ator - Comédia

Vence: Louis C.K. por Louie

Alec Baldwin vencendo pela sétima vez seria uma vergonha. É uma categoria disputada. Escolhi aquele que merece.

Melhor Atriz - Drama

Vence: Claire Danes por Homeland

Melhor Atriz - Comédia

Vence: Betty White por Hot in Cleveland



Melhor Filme – Drama

Vence: Argo

Lincoln é apontado como favorito, mas acredito que aqui, sem a interferência da Academia nos votos dos membros, Argo vence. Se os indicados ao Oscar fossem revelados dias antes, a história poderia ser diferente.

Pode vencer: Lincoln

Merece: Argo (embora não tenha visto todos os concorrentes)

Melhor Filme – Comédia/Musical

Vence: O Lado bom da Vida

Há algumas semanas Les Misérables poderia ser apontado como favorito, mas o filme de David O. Russel cresceu muito nos últimos dias.

Pode vencer: Les Misérables

Merece: Moonrise Kingdom (embora não tenha visto todos os concorrentes, incluindo os dois favoritos).

Melhor Direção

Vence: Ben Affleck por Argo

A mesma situação da categoria de Melhor Filme se aplica aqui: as indicações ao Oscar e suas respectivas esnobadas não tiveram tempo de interferir nos votos dos membros da HFPA – assim como não interferiram nos votos do Critics’ Choice –, assim, Affleck deve vencer. Devemos ter em mente que os votantes do Critics’ Choice votaram em Affleck já pensando no Oscar, eles imaginavam que o ator também venceria o prêmio da Academia. Os votantes do Globo podem ter pensado a mesma coisa...

Pode vencer: Kathryn Bigelow por A Hora Mais Escura ou Steven Spielberg por Lincoln

Não se surpreenda se Bigelow vencer aqui. A diretora perdeu para James Cameron em 2010 e a HFPA pode querer fazer justiça.

Merece: Affleck.

Melhor Ator – Drama

Vence: Daniel Day-Lewis por Lincoln

Pode vencer: Joaquin Phoenix por O Mestre
Acreditem quando digo que Phoenix tem boas chances de vencer aqui e no Oscar. Se os votantes tiveram “coragem” de indicá-lo mesmo com as declarações polêmicas do ator, podem muito bem ter “coragem” de elegê-lo como o melhor ator do ano.

Merece: Dos filmes que vi, Richard Gere é o que mais me agradou. Denzel Washington não merecia sequer a indicação...

Melhor Ator – Comédia/Musical

Vence: Hugh Jackman  por Les Misérables
Todos adoram Jackman. É tão ou mais simpático que Cooper, seu principal oponente. Canta, dança e tudo mais.

Pode vencer: Bradley Cooper por O Lado bom da Vida

Merece: Dos que assisti: Jack Black, sem dúvidas!

Melhor Atriz – Drama

Vence: Jessica Chastain por A Hora Mais Escura
Favorita ao Oscar. Sua oponente principal está em outra categoria.

Pode vencer: Não vejo outra vencedora. Acredito que Naomi Watts seja a runner-up.

Merece: Emmanuelle Riva por Amour. Nesta e em qualquer premiação Riva merece o prêmio. Ah, é... O pessoal do Globo de Ouro resolveu indicar a Rachel Weisz e deixá-la de lado...

Melhor Atriz – Comédia/Musical

Vence: Jennifer Lawrence por O Lado bom da Vida

Pode vencer: É de Lawrence; qualquer outra seria surpresa.

Melhor Ator Coadjuvante

Vence: Tommy Lee Jones por Lincoln

Pode vencer: Philip Seymour Hoffman por O Mestre
Categoria fortíssima e concorrida. Uma das melhores brigas da temporada.

Melhor Atriz Coadjuvante

Vence: Anne Hathaway por Les Misérables

Pode vencer: Sally Field por Lincoln

Não merece: Aqui faço questão de incluir um novo sub-tópico, o “não merece”. Neste caso, a escolha é Nicole Kidman. A atriz até que tem boa atuação, mas o filme é simplesmente terrível.

Melhor Roteiro

Vence: Lincoln

Pode vencer: Argo ou Django Live
Categoria acirrada. Acredito que Tony Kushner e seu elaborado texto de Lincoln devam prevalecer.

Melhor Filme Estrangeiro

Vence: Amor

Pode vencer: Intocáveis

Melhor Animação

Vence: Frankenweenie

Pode vencer: Detona Ralph

Melhor Trilha Sonora

Vence: Lincoln

Pode vencer: Anna Karenina

Melhor Canção Original



Vence: Skyfall

Crítica - A Viagem

 

Seriam os Wachowski mágicos de um só truque? Não creio. Muitos consideram Matrix o único bom filme da dupla, mas precisamos lembrar V de Vingança, ótima adaptação com grande cooperação de Andy e Lana. Além disso, Matrix Reloaded e Revolutions não são obras ruins. Os Wachowski são criativos, escrevem bem e sabem como dirigir um filme, assim, criticar A Viagem antes do tempo por achar que os irmãos cometeram alguma atrocidade, é um erro. Mas a complicada adaptação não é comandada apenas pela dupla. Tom Tykwer, diretor dos bons Corra, Lola, Corra e Perfume, é o terceiro diretor e ao lado de Andy e Lana entrega um longa curioso, bem montado, bem dirigido, mas com alguns problemas evidentes.

É preciso ter em mente, antes mesmo de assistir A Viagem, que a mitologia por trás de tudo é complexa e difícil de ser trabalhada. O filme acompanha seis histórias que se passam em seis épocas e cenários diferentes. Da amizade entre um homem branco e um escravo em um navio do século XIX até um mundo pós-apocalíptico e cheio de mistérios. Todas as histórias, de uma forma ou outra, se conectam. São ligações sutis, algumas vezes superficiais, mas unem um período a outro com elegância. É interessante acompanhar a trama e tentar descobrir as ligações, os pontos de fissura onde uma coisa se junta a outra para formar um arco maior. Além disso, há um subtexto de vidas passadas que permeia toda a obra – literária e cinematográfica – que pode ser demasiado perigoso. Atos passados que reverberam no futuro podem funcionar quando usados com cautela, podendo injetar certa elegância à trama, mas se usados sem controle, o que poderia ser uma complexa e interessante construção de personagens e fatos torna-se um drama barato. Por sorte, Andy, Lana e Tom, também roteiristas, conseguem manter o equilíbrio e não passam do limite nas suposições e referências.

O elenco homogeneamente talentoso é um deleite à parte. Tom Hanks, Jim Broadbent e Hugo Weaving, por exemplo, se divertem dando vida a diversos personagens. A adaptação dos atores a cada contexto, a cada cenário e época é notável. Além disso, cada segmento tem claramente um gênero pré-definido, o que aumenta o trabalho de cada um. Enquanto a história de 2144 é uma ficção cyberpunk cheia de aventura, o segmento de 2012 é uma comédia modesta. Todos se saem admiravelmente bem. O contraponto, porém, se encontra na maquiagem usada nos atores para diferenciar os diferentes personagens em épocas diferentes. Hanks e Broadbent não sofrem muito, mas Halle Berry, por exemplo, fica irreconhecível – e no sentido negativo – com o excesso de maquiagem utilizada. O excesso atrapalha não só o artista que tenta atuar, mas o espectador que fica incomodado com o visual claramente falso e risível.

Mas A Viagem é, em suma, um filme lindo. Com fotografia primorosa e direção inspirada (de todos os envolvidos: Tykwer com as histórias de época e os Wachowski encarregados da história atual e das do futuro), é uma obra que merece atenção e boa vontade do público. É uma longa viagem de três horas, com muitos personagens e histórias. Não espere um épico, mas um belo filme que se preocupa com o desenvolvimento de sua trama e de seus personagens. A resolução de cada segmento pode não agradar por completo, mas a caminhada vale a pena.

Matheus Pereira



Surpresas legítimas:

Benh Zeitlin – Melhor Direção por Indomável Sonhadora

Benh Zeitlin concebeu um trabalho de direção esmerado em Indomável Sonhadora. Seus movimentos com a câmera e sua condução técnica são notáveis (talvez seja a direção mais inspirada dentre os indicados). São bons motivos para receber uma indicação. O ponto é que ninguém esperava uma nomeação. Muitos gostaram do filme e gostariam de ver o diretor indicado, mas acredito que ninguém apostava em seu nome entre os finalistas. Mas o estreante conseguiu e disputa a estatueta ao lado de Steven Spielberg (ídolo de Zeitlin), Ang Lee e Michael Haneke. Ele merece.

Jacki Weaver – Melhor Atriz Coadjuvante por O Lado Bom da Vida

A Academia parece gostar de Weaver. É a segunda indicação ao Oscar da atriz e a primeira vez também fora uma surpresa. Weaver conseguiu emplacar uma nomeação pelo ótimo Reino Animal em um papel pequeno, modesto, mas forte. O feito aqui é bem parecido e mesmo sendo esquecida por quase todos os especialistas, apostadores, críticos e associações, Weaver mais uma vez surpreende.

Surpresas que não surpreendem tanto:

Michael Haneke – Melhor Direção por Amour

Não chega a ser uma surpresa, já que muitos previam uma indicação (eu, inclusive, acreditava que o diretor tinha grandes chances, mesmo não apostando em seu nome na lista divulgada aqui no blog), mas é uma escolha corajosa da Academia. Haneke talvez seja o Terrence Malick deste ano: diretor prestigiado indicado por puro merecimento; um trabalho realmente merecedor de indicação sendo reconhecido.

Quevenzhané Wallis – Melhor Atriz por Indomável Sonhadora

Indomável Sonhadora foi esnobado em várias premiações importantes nos últimos dias, mas a Academia resolveu fazer justiça e lembrar este belo filme. A indicação de Wallis também não se configura como uma grande surpresa, já que muitos apontavam seu nome como forte concorrente, mas assim como Haneke, indicá-la é uma aposta corajosa da Academia. Era realmente um nome comentado, mas muitos tinham receio de apostar com convicção na atriz. O que era dúvida vira certeza e a pequena de nove anos é a mais jovem indicada ao Oscar de Melhor Atriz da história.

Thomas Newman – Melhor Trilha Sonora por Skyfall

É uma categoria técnica importante, e muitos outros nomes concorriam e mereciam uma indicação. A excelente trilha de Indomável Sonhadora e The Master são dois exemplos. O trabalho de Newman para Skyfall é ótimo, mas poucos acreditavam em sua indicação, já que os concorrentes tinham mais chances e algumas composições se baseiam em temas já compostos para os filmes anteriores do agente britânico, o que tira um pouco da tão requerida originalidade. Ainda assim é uma nomeação merecida.

Melhor Filme

"Lincoln"
"Argo"
"Zero Dark Thirty"
"Life of Pi"
"Les Misérables"
"Silver Linings Playbook"
"Django Unchained"
"Moonrise Kingdom"
"Beasts of the Southern Wild"
"O Mestre"

Pode entrar: Amour.

Steven Spielberg não dá as caras na categoria de Melhor Direção desde 2005, quando foi indicado por Munique, uma de suas obras-primas. Pois o maior diretor de Hollywood está de volta e promete levar o terceiro Oscar pra casa. Se a vitória irá se concretizar é impossível dizer, mas a indicação é certa. Lincoln tem se mostrado favorito a vários prêmios (inclusive Melhor Filme e Ator) e Spielberg pode ganhar mais uma estatueta com o seu “filme sério” mais rentável. Há alguns anos a Academia não premia um grande filme, de um grande estúdio, com elenco estrelado e comandado por um grande diretor. Lincoln tem todas as ferramentas para fazer bonito no Oscar.

Ben Affleck pode roubar a cena e vencer a disputa. Mas é muito cedo para discutir isso. O fato é que há alguns anos seria impossível imaginar Affleck disputando um Oscar de Melhor Direção ao lado de Steven Spielberg e Ang Lee. Era difícil imaginar o sujeito como diretor! De qualquer forma, Affleck merece respeito, e seu filme, Argo, é Cinema em seu máximo. Lincoln pode até levar o grande prêmio, mas Affleck será indicado não por nada, mas para disputar voto a voto a estatueta.

Kathryn Bigelow é, sem dúvida, uma grande diretora; o problema, porém, é que todo o hype em torno de seu trabalho é um tanto descabido. Não assisti Zero Dark Thirty ainda, mas toda a empolgação e superlativos jogados ao vento antes da estréia do longa eram absurdos. Todo o burburinho se dava, em grande parte, porque era o novo longa de Bigelow, uma mulher corajosa, a primeira vencedora do Oscar. Não é para tanto. Seu trabalho merece ser reconhecido, mas não enaltecido por ser de uma mulher, ou por ser de uma mulher que fala sobre assuntos polêmicos. Teremos uma lista com Bigelow e Tom Hooper, outro artista superestimado, e veremos Paul Thomas Anderson de fora. Uma pena.

Ang Lee é uma das certezas entre os indicados. Constante nas listas dos sindicatos e associações, Lee mais uma vez estará entre os cinco melhores do ano. As Aventuras de Pi é um filme lindo e incrivelmente bem dirigido. É, particularmente, ao lado de Brokeback Mountain, seu melhor filme. Lee conduz sua nova obra com sensibilidade notável, mostrando total domínio da técnica e da narrativa. Lee, acima de tudo, transformou uma história difícil – tida por muitos como infilmável – em algo palatável, abrangente em suas pretensões e tocante em suas investidas mais íntimas. É um belo trabalho de um artista em grande momento.  

Tom Hooper já tem um Oscar. Não vai ganhar novamente – talvez nem seja indicado – mas provavelmente estará lá, roubando o lugar de outro (Paul Thomas Anderson...). Les Misérables tomou força sem precedentes na metade do caminho, mas sua queda foi ainda maior e mais surpreendente. Os críticos se dividiram, mas o público comprou a idéia do musical. Não deve ganhar muita coisa, mas promete ser indicado a uma porção de categorias.

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