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Papo Rápido
Os Lançamentos em dvd e blu-ray de julho

A Filha do Mal

A Filha do Mal é o que se tem de pior no gênero found footage. Dirigido de forma problemática por William Brent Bell – em seu segundo longa metragem –, que merece ficar longe de uma nova produção para o resto de sua vida, este terror raso e completamente inócuo aposta nas mesmas fórmulas de diversos outros filmes e acaba errando até mesmo na cópia. Não há um ator/atriz que se salve ou uma cena que mereça citação. O roteiro, visivelmente mal elaborado, simplesmente não tem estrutura, aparentando até mesmo não ter final. Assim, toda a pessoa envolvida nessa aberração cinematográfica não merece uma nova chance no Cinema. A boa notícia é que não foi um sucesso e provavelmente não terá uma continuação.


Guerra é Guerra


O carisma de um elenco ajuda e muito na aceitação do público para com o filme. O que poderia ser inaceitável caso atores incompetentes dessem vida aos personagens, torna-se um clichê aceitável quando o pessoal envolvido é simpático e talentoso. Chris Pine e, principalmente, Tom Hardy formam uma excelente dupla e Reese Witherspoon surpreende ao não aparecer tão chata em cena como comumente se encontra em sua filmografia. McG concebe as cenas de ação com a mesma energia e habilidade das que são vistas em O Exterminador do Futuro – A Salvação, mas não injeta identidade, o que faz de Guerra é Guerra igual a quase tudo que Negritovimos por aí.


Poder sem Limites


As “filmagens encontradas” já perderam a graça há um tempo, e mesmo assim, às vezes, surge um ou outro projeto que deveria ser concebido neste estilo; de forma convencional, não funcionaria muito bem. É o caso de Poder sem Limites. Caso fosse filmado como todos os outros filmes, este longa de super-heróis seria apenas mais um entre vários, mas o formato semidocumental e a abordagem seca dos fatos torna esta pequena aventura em algo realmente digno de atenção e respeito. O estreante Josh Trank usa a câmera em primeira pessoa com inteligência e de forma orgânica, mas falha, principalmente no terceiro ato, ao juntar várias cenas vindas de diversas câmeras, traindo, assim, a própria ideia inicial do “mockumentary”. O trio de heróis inconsequentes é competente e os efeitos especiais surpreendentes. Uma boa surpresa.


A Toda Prova


A Toda Prova soa como um experimento. Um teste de câmera e estilo do diretor Steven Soderbergh; se pararmos para olhar sua filmografia, porém, percebemos que muitos dos seus filmes parecem trabalhos descompromissados que não visam lucro, elogios da crítica ou estudos filosóficos ou psicológicos; são apenas passatempos pessoais do diretor que já disse várias vezes querer se aposentar do cargo de diretor. Se essa teoria é verdadeira ou não, não se sabe, o fato é que Soderbergh entrega aqui um de seus filmes recentes mais regulares. Se O Desinformante e Contágio pecavam pelo ritmo afetado e por um roteiro preguiçoso, A Toda Prova diverte e deixa o espectador mais interessado com o que se vê na tela. O diretor mais uma vez reúne um elenco estrelado e entrega um trabalho atípico, principalmente dentro do gênero no qual se encaixa. Sendo ou não um experimento, é um bom filme.


Sete Dias com Marylin


Sete Dias com Marilyn é um filme de muitas qualidades, mas o que mais chama atenção são as atuações de Michelle Williams e Kenneth Branagh. Williams concebe aquela que talvez seja a melhor personificação de Monroe: além de apaixonante, a atriz se destaca naquela que é a maior característica do mito: uma mescla de anjo inocente e anjo caído. É incrível como Michelle consegue mostrar o lado doce e frágil de Marilyn e o lado que destrói corações, que usa seus brinquedos jogando-os fora assim que estes perdem a graça. É estranho constatar, portanto, que Colin é apenas um dos prováveis vários jovens que já se apaixonaram, foram usados e descartados por ela. Kenneth Branagh mais uma vez comprova seu talento como ator, e faz lamentar aqueles que gostariam de o ver com mais frequência nas telonas. Seu Laurence Olivier é um retrato delicado de um homem de muitas facetas e que merecia um pouco mais de tempo no correto roteiro de Adrian Hodges.


A Separação


A Separação é Cinema de minúcias, de pequenos detalhes escondidos nas palavras, nas imagens. Conhecemos muito de um personagem em um simples ato ou em uma simples declaração. E se há algo, dentre tantas coisas, que merece aplausos nesse merecido ganhador do Oscar de Filme Estrangeiro, isto é o brilhante elenco e seus complexos personagens. Desenvolvendo cada figura com cuidado, Asghar Farhadi compõe uma fascinante galeria de pessoas trágicas, cujos destinos se cruzam e se modificam através de acontecimentos pequenos que tomam proporções incomensuráveis. Além disso, Farhadi usa o casal principal e sua separação para fazer um Cinema pensante e instigante, que dialoga sobre a cultura e a política de sua terra natal. Assim, A Separação não funciona apenas como entretenimento, mas como uma vitrine de pessoas e de um país, um estudo sutil sobre uma nação tão distante da nossa em termos de religião, sociedade, cultura e política. Além de ser um dos melhores do ano, A Separação é uma notável vertente de cultura e informações.


Anônimo


Roland Emmerich deixa as catástrofes de lado (depois de acabar com o mundo em 2012 de diversas formas, o que sobrou pra destruir?) e dedica seu talento a um drama sobre o verdadeiro escritor das histórias que todos consideram ser de William Shakespeare. E você leu certo: Emmerich e “talento” na mesma frase. O fato é que o diretor tem um bom domínio de câmera, composição de quadros e sequências; seu problema está no desenrolar de suas histórias. Em Anônimo temos algo parecido: imagens belíssimas, mas trama frouxa. Porém, não se engane. Anônimo talvez seja o melhor filme de Emmerich e merece nossa atenção, seja pelos belos figurinos, pela linda fotografia ou pela mera curiosidade acerca da curiosa teoria que “mata” Shakespeare. Rhys Ifans – excelente, mas subestimado, ator – carrega a fita com elegância e é uma pena que pouca gente tenha visto seu trabalho nessa ótima obra.


Hotel da Morte

Hotel da Morte sofre de um mal que tem acometido muitos filmes do gênero: na ânsia de se distanciar da grande maioria dos longas de horror lançados recentemente, diretores e roteiristas investem em tramas contemplativas e ritmo lento. O fato é que, salvo raras exceções, estes filmes acabam se tornando apenas monótonos, já que os roteiristas entendem introspecção e silêncio como ausência de explicação e até mesmo de história. O novo longa de Ti West se encaixa nesse grupo. No intuito de apresentar uma abordagem diferenciada, com climatização original e visual retrô – que exala anacronismo, diga-se -, os responsáveis pela fita acabam entregando uma criação vazia, com visual bacana, mas completamente inócuo. Alguns sustos permeiam os poucos mais de noventa minutos, mas é pouco pra compensar a enjoativa pretensão de ser “terror pensante” e cult. Existencialismo, e consequentemente contemplação barata, não funciona em certos gêneros.


Protegendo o Inimigo


Protegendo o Inimigo é um filme de ação genérico igual a qualquer outro lançado neste e nos últimos anos. Mas esta é uma frase genérica criticando um produto falho. O que posso dizer em poucas linhas sobre o filme é que Denzel Washington e Ryan Reynolds salvam algo que poderia ser bem pior do que é. As cenas de ação seguem a cartilha “muito movimento e pouco sentido” e o drama é barato e raso. Toda a trama é previsível e banal, e ainda que tente ser mais inteligente do que realmente é, o desenrolar e as conclusões dos fatos escancaram a estrutura frágil. É um longa que, caso fosse dirigido pelo falecido Tony Scott, ao menos teria um pingo de identidade. Nas mãos do desconhecido Daniel Espinosa, é um engodo.


Intrusos


Juan Carlos Fresnadillo, prematura e absurdamente chamado de visionário, tem um bom momento em Intrusos, mas inegavelmente perde uma ótima oportunidade de criar um suspense denso e significativo. A presença de Clive Owen eleva a importância da fita, mas o roteiro atrapalhado quase estraga a experiência por completo. A trama vai bem até o terceiro ato, mas quando explicações surgem e ligações absurdas são reveladas o filme vira uma grande enganação e beira o fiasco. Fresnadillo conduz o suspense com propriedade, e ainda que falhe aqui e ali por investir em sequências clichês características do gênero, faz, em geral, um bom trabalho. O problema reside mesmo na vontade de fazer sentido e, no fim das contas, não fazer sentido algum.


Projeto XNegrito


Projeto X é um filme de momentos. Há um momento bacana aqui e ali, uma sequência inspirada de vez em quando, e muita estupidez. Os absurdos de alguns acontecimentos podem incomodar, e os realizadores exigem muita paciência e compreensão do espectador. A estética “filmagem amadora” muitas vezes funciona (como no clímax do terceiro ato, com direito a um louco incendiário e tudo), mas é vergonhosa em outras (as diversas câmeras que começam a filmar do nada e sem propósito para a obra em si); o elenco, praticamente todo jovem, não precisa se esforçar muito para dar vida aos estereótipos aqui mostrados: há o gordinho desajeitado, o bom rapaz envergonhado e o descolado que acha que faz sucesso, mas na verdade é um zero à esquerda. Outro problema de Projeto X é depender muito do gosto particular de cada espectador para funcionar; ele busca no contato e no gosto das pessoas pelas festas para ser cool. Para quem não gosta de uma festa daquele tamanho, de cães voando amarrados em balões e anões presos em fornos, é uma grande bobagem.


Dexter – A 5ª Temporada


Chega este mês em DVD a quinta temporada de Dexter. É uma boa oportunidade para colecionadores e fãs da série, para um espectador casual, talvez não seja a melhor das escolhas. Não me entenda mal, sou fã de Dexter e gosto muito de todas as temporadas, mas é inegável o fato de que o quinto ano foi o mais fraco de todos. Toda a trama envolvendo Lumen e as garotas mortas nos barris não funciona perfeitamente bem e o “grande vilão”, além de já ser fraco, empalidece depois do fantástico trabalho de John Lithgow na quarta temporada. Para alegria geral dos fãs, o sexto ano foi melhor, e trouxe vilões e Dexter mais bacanas. A sétima temporada está a poucos dias de estrear, e a expectativa é alta. Em suma, esta quinta temporada está longe de ser ruim, mas perto dos brilhantes anos anteriores, o gosto é um pouco mais amargo.


Falling Skies – A 1ª Temporada


A primeira temporada de Falling Skies começa mal, e confesso que, quando acompanhei o programa na TV, desisti de assisti-lo no quarto ou quinto episódio. A surpresa vem depois, e quem persistir ou, como eu, dar uma segunda chance, vai gostar da saga de Tom Mason e da 2nd Mass. Os efeitos especiais, que na TV pareciam baratos, parecem melhorar numa visita mais calma e uma dose maior de paciência e compreensão; o texto não é dos piores, e os plots geralmente funcionam. As sequências de ação convencem e a parte técnica da série merece atenção. Da direção de arte à fotografia, passando também pela direção dos episódios. Os diretores – principalmente Greg Beeman – ousam de vez em quando e entregam um pequeno plano-sequência aqui e ali. Quem persistir um pouco mais e quiser retornar para o segundo ano, terá resultados melhores ainda. A segunda temporada acabou recentemente e entregou dez ótimos episódios, com uma notável regularidade; sem deixar o ritmo cair, como às vezes acontecia neste primeiro ano, Falling Skies aumenta a escala e o escopo e se sai muito bem. É, ao lado de Smash, a melhor investida de Steven Spielberg na TV (que já apresentou fiascos como Terra Nova e The River).

Matheus Pereira

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