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Lançamentos em DVD e Blu-Ray de Abril


Gato de Botas



O maior problema de Gato de Botas é não saber ao certo o que quer passar para o seu espectador. Em dado momento surge como uma produção demasiado infantil, com gags tolas e vazias, voltadas diretamente para os pequenos, em outro, aparece como uma animação perigosa, optando por piadas de duplo sentido ou com variadas conotações. Nada que vá traumatizar uma criança claro, mas prova o despreparo dos responsáveis na simples concepção temática. Se Shrek já deixara de ser interessante logo no segundo filme, Gato de Botas é mais uma lembrança desnecessária de um mundo cujos personagens, histórias e tudo que existe nele deveria ser esquecido.



Imortais



Imortais é um carnaval. Grosso modo, a fita é uma das criações mais bregas, cafonas do Cinema dos últimos anos. Simplesmente ridículas são as cenas envolvendo deuses e suas constrangedoras vestes. Henry Cavill não é dos piores, e tem carisma suficiente para carregar um filme; porém, não há ator - novato, principalmente - que salve uma aberração como esta. Mickey Rourke prova de uma vez por todas que O Lutador foi um golpe de sorte e que o tal renascimento não passava de fumaça, e não fogo em si. Da direção de arte aos efeitos especiais, Imortais merecia a gaveta de um produtor falido, e não as telas de cinema.



Tudo pelo Poder



Tudo pelo Poder, ao contrário de Boa Noite e Boa Sorte (outra investida de George Clooney como diretor), trata de um tema complexo, muitas vezes considerado chato, sem perder o ritmo. Se na fita em preto e branco que tinha como plano de fundo, superficialmente falando, o jornalismo e a política, o andamento da trama não fluía satisfatoriamente, aqui, onde a política e seus esquemas são o cerne da história, o ritmo é intenso e bem conduzido. Clooney capricha na direção e no roteiro, e o elenco, um dos melhores e mais afiados do ano passado, merece destaque. Ryan Gosling e Philip Seymour Hoffman brilham.



O Espião que Sabia Demais



A elegância de O Espião que Sabia Demais é implacável. É daqueles filmes cuja imagem é essencial e perfeita. Cada quadro esbanja uma beleza ausente na maioria das obras feitas hoje em dia. Muito se deve, além da direção estupenda de Thomas Alfredson, à direção de arte. A fotografia também merece atenção e a trilha sonora, espécie de retrato sonoro fiel da fita, é contida, mas marcante. O roteiro cuidadoso, e às vezes confuso, descortina um profundo estudo de personagem enquanto tece uma complexa rede de intrigas e reviravoltas. Com atuação magnífica de Gary Oldman, O Espião que Sabia Demais é um exemplo a ser seguido.



Cavalo de Guerra



Como fã de Steven Spielberg, não gosto de criticar seus filmes. Não me sinto à vontade escrevendo sobre seus trabalhos. Mesmo me considerando uma pessoa "neutra" em relação a isso, é estranho comentar sem ter a sensação de não estar sendo completamente justo, para o bem ou para o mal, com a obra em questão. Dito isso, confesso que enxergo todos os defeitos de Cavalo de Guerra. Eles estão ali, não há como não vê-los; o problema é que às vezes simplesmente gostamos de algo mesmo conhecendo suas falhas. A trilha sonora de John Williams é pessimamente utilizada, sendo inserida sem propósito e incansavelmente durante as mais de duas horas de filme. Um ganso maluco e cavalos que demonstram sentimentos como se fossem pessoas podem ser exageros absurdos, mas ainda assim, Cavalo de Guerra é um belíssimo filme. Há de se entender seu estilo, sua abordagem.

A Dama de Ferro



Só Meryl Streep se salva nessa horrível cinebiografia da "Dama de Ferro" Margareth Thatcher. A começar pela direção amadora de Phyllida Lloyd, confusa e sem identidade, passando pela constrangedora edição e terminando no roteiro caótico de Abi Morgan, que se saíra infinitamente melhor nos textos de Shame e da minissérie britânica Birdsong. Praticamente nada, à exceção da performance de Streep, funciona em A Dama de Ferro. Como retrato biográfico é covarde e omisso, como drama é raso e simplista. Streep, por outro lado, faz o que pode em uma atuação magistral, digna de todos os prêmios e aplausos possíveis. É uma lástima, portanto, que a obra em questão não chegue aos pés do que foi a atuação de sua protagonista.

Roubo nas Alturas



Roubo nas Alturas é uma surpreendente comédia que consegue, além de ser engraçada, dar créditos à carreira vergonhosa de Eddie Murphy. Encabeçando projetos cada vez mais ridículos, é bom ver alguém com notável talento fazendo boas escolhas e mostrando que ainda pode fazer algo bom. Mas a fita não é só Murphy: Ben Stiller e sua quadrilha também arrancam boas gargalhadas; Casey Affleck mostrando seu lado cômico e Matthew Broderick tendo espaço elevam essa interessante reunião de amigos. Os clichês estão lá; o jeito, portanto, é não se preocupar e assistir sem preconceitos.



Precisamos Falar sobre o Kevin



Precisamos Falar sobre o Kevin é um complexo estudo de personagem que insere o público dentro de sua história para que este tire suas conclusões. Longe de ser maniqueísta, o longa indaga: quem, afinal, é o culpado de tudo que acontece com os personagens da história? Há culpados? A personalidade de Kevin, o garoto problema do título, é natural? Seria ela proveniente da própria mãe? Seriam suas atitudes reflexos da decisões de sua mãe? É claro em várias situações que Kevin viera como uma criança indesejável pela mulher, logo, portanto, é sintomático pensar que tudo que ela sofre é uma espécie de punição pela sua possível falta de amor. Há, por outro lado, uma maldade tão grande no garoto, desde os primeiros anos, que torna-se inegável dizer que alguém é culpado por ele ser um monstro. O título, Precisamos Falar sobre o Kevin, ao contrário do que possa pensar, não trás um casal tentando conversar acerca do próprio filho, aqui, na verdade, somos convidados a dialogar sobre cada personagem visto na tela; nós, enfim, precisamos falar e analisar o Kevin e sua família por um momento. Além de tudo, a direção de Lynne Ramsey e a atuação soberba de Tilda Swinton são atrativos mais do que suficientes para assistir essa pequena jóia que o Cinema concebeu ano passado.

Game of Thrones - Primeira Temporada



Dizer que Game of Thrones é O Senhor dos Anéis da TV é absurdo. Ainda que sejam aventuras épicas recheadas de elementos fantásticos, o universo é completamente diferente, a mensagem, os personagens, o escopo. Pouco se assemelha à saga do anel. Além disso, O Senhor dos Anéis, a obra literária, é a precursora da maioria, se não todas, aventuras épicas do estilo que surgiram até então e compará-la com qualquer outra criação é arriscado e descabível. A primeira temporada de Game of Thrones apresenta um cuidado técnico notável e um roteiro cuidadoso e complexo, tanto na estrutura geral quanto nos menores detalhes e particularidades de cada personagem. Sempre contando com excelentes trabalhos de direção, a série evoluiu consideravelmente até chegar ao ápice no episódio nove, Baelor. Com ótimas atuações de Sean Bean e Peter Dinklage, Game of Thrones está atualmente em sua segunda temporada, que vai ao ar todo os domingos pela HBO; até agora, pelos quatro episódios já lançados, a primeira temporada segue sendo inegavelmente superior.

Matheus Pereira

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