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Especial - Oscar 2012 - Trilha Sonora

Este ano tentarei abordar o Oscar de maneira diferente, comentando cada indicado nas principais categorias, apontando, claro, meus favoritos e minhas apostas. Ao contrário dos outros anos, em que compilava e postava uma lista única com meus palpites, este ano, na busca de uma contextualização maior, comento as categorias separadamente. Ao fim de todos os posts, divulgo a lista final com as apostas.

E para começar, a categoria de Melhor Trilha Sonora. Os indicados estão em ordem de chances no Oscar. Começando pelo favorito e terminando no "azarão". No final, aponto minha trilha favorita e palpito sobre qual será a campeã no dia 26 de fevereiro. 

The Artist

Trilha de Ludovic Bource



A trilha foi premiada no Globo de Ouro e no Critic's Choice Awards, por exemplo. Tal apreço tem explicação bem simples: os filmes mudos de antigamente dependiam da trilha sonora. Na falta de diálogos e sons mais elaborados, as músicas passavam para o público o que a obra queria mostrar. A trilha era a alma do projeto. Em The Artist não é diferente. Todo o trabalho de pesquisa de Ludovic Bource para compor sua trilha merece reconhecimento. Além de todo o apelo histórico que as melodias trazem consigo, é impossível negar a beleza da trilha. Com características únicas da época e uma sintonia indescritível com o filme, seria impensável premiar o longa na categoria principal e esnobá-lo como Melhor Trilha Sonora. Um não é nada sem o outro. E acima de tudo, a trilha define o tom de toda a fita: da alegria contagiante a melancolia desoladora sem manipulações baratas.

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Hugo

Trilha de Howard Shore



É difícil escolher entre a trilha de O Artista e A Invenção de Hugo Cabret. Ambas trazem um saudosismo, uma aura de nostalgia impregnada em suas notas que é impossível não entrar no clima e adorar as composições. É inegável que a trilha de Hugo é maior em escala do que a de The Artist. O conjunto instrumental parece maior, o que no fim das contas pode fazer diferença. O clima parisiense, como se pode comprovar na faixa acima, se faz presente na trilha. A inocência infantil mesclada com a urgência que dá as caras em alguns momentos dá um bom jogo sonoro. Se comparada a trilha de Bource, a de Shore pode perder no quesito originalidade, já que a mistura da gaita com orquestra não é nova.

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O Espião que Sabia Demais

Trilha de Alberto Iglesias



A mais introspectiva das finalistas, a trilha de O Espião que Sabia Demais é a cara do longa.Calma e misteriosa. Alberto Iglesias fora indicado duas vezes anteriormente: uma pelo brilhante trabalho em O Jardineiro Fiel (que teve o azar de concorrer contra outras duas trilhas magníficas: as de Munique e Brokeback Mountain) e outra por O Caçador de Pipas. As chances de vitória esse ano são pequenas, mas a indicação já vale muito. Iglesias também compôs a trilha de A Pele que Habito, e a lembrança no Oscar foi mais que merecida. As composições, no fim, podem cansar, já que não destoam muito umas das outras, mas é um grande trabalho.

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As Aventuras de Tintim

Trilha de John Williams



Dos dois trabalhos indicados de John Williams, As Aventuras de Tintim é o melhor. O problema é que as trilhas do colaborador de Spielberg parecem ter estacionado e se repetido nos últimos anos. Com exceção da trilha fantástica de Munique, Williams apenas tem se repetido. As composições de Tintim são grandiosas, dignas de uma típica aventura, mas não trazem nada novo, nenhum frescor. É um ótimo trabalho claro, mas Alexandre Desplat, por exemplo, entregou duas das melhores trilhas do ano passado: A Árvore da Vida e Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2. Desplat, sendo um dos melhores compositores da atualidade, merecia essa chance.

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Cavalo de Guerra

Trilha de John Williams


A trilha de Cavalo de Guerra é, diferente do que muitos dizem, boa. O problema aqui é a inserção dela no filme. A utilização das composições na obra é mal realizada. Repetindo temas exaustivamente manipulando o público descaradamente, a trilha se perde ao se tornar onipresente. É muito edificante, é muito gritante. Tem belas canções ali, claro, mas ao resumir tudo, encontra-se uma trilha padrão, sem muitos atrativos.

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Vence: The Artist
Pode vencer: Hugo
Minha favorita: Hugo e The Artist, nessa ordem.


Matheus Pereira


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