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Especial - Oscar 2012 - Edição

Edição

O Artista

Esse ano a categoria de Melhor Edição não tem nenhum concorrente extraordinário. Se as outras categorias parecem acirradas por contar com finalistas excelentes em cada área, o prêmio de Montagem parece incerto por não possuir um franco favorito. Para desempatar, deve-se ter por base o próprio palpite para Melhor Filme, nesse caso O Artista surge como o favorito na categoria. A edição é um dos principais pilares de um filme. Tão importante quanto a direção e o próprio roteiro, se a edição não funciona, toda a obra é prejudicada. É o ritmo, a estrutura, a cadência entre um frame e outro, a melhor sequência, o melhor diálogo e o melhor ângulo, tudo é decidido na sala de edição. O ideal é que o vencedor da categoria principal vença como Melhor Edição, o que nem sempre acontece. Ano passado, por exemplo, o vencedor de Montagem fora A Rede Social, o virtual vencedor, mas que perdeu a estatueta principal para O Discurso do Rei. Além de tudo, O Artista oferece certo frescor na área da edição, já que foge um pouco do convencional, afinal, retrata outra época e outro estilo de Cinema, um estilo esquecido hoje em dia, mas resgatado pela fita de Michel Hazanavicius. 

PS.: O Artista venceu ontem à noite o prêmio do sindicato dos editores na categoria Comédia.

Millenium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Ainda que seja a possível melhor edição dentre os indicados, Millenium deve ficar de mãos vazias aqui. Os montadores Kirk Baxter e Angus Wall venceram ano passado por A Rede Social, e conceber o prêmio à dupla novamente parece não condizer com as características da Academia. Colaboradores habituais de David Fincher (Baxter desde O Curioso Caso de Benjamin Button e Wall desde O Quarto do Pânico), os editores acompanham a genialidade do diretor e dão o tom necessário a cada cena. Além disso, a dupla merece créditos pelo fato de que Fincher trabalha com quase noventa takes por cena, o que dificulta consideravelmente o trabalho do montador. Mas os sujeitos dão conta do recado, e até agora só entregaram trabalhos primorosos. 

A Invenção de Hugo Cabret 

Thelma Schoonmaker já tem três Oscar na estante (Touro Indomável, O Aviador e Os Infiltrados, todos de Martin Scorsese), e deve levar mais um ou dois até a aposentadoria, assim, não deve vencer esse ano. Além do mais, sua última vitória é recente e seus concorrentes gozam de maior favoritismo. Sem falar que Hugo está com cara de ser o Gangues de Nova York do ano, em outras palavras, o maior perdedor da noite. 



O Homem que Mudou o Jogo

Editor de dramas contidos (Capote, Jogo de Poder e do suspense A Vila), Christopher Tellefsen tem em O Homem que Mudou o Jogo seu melhor trabalho. A edição da fita de Bennett Miller é, ao lado da montagem de Millenium, minha favorita. O filme depende mais do que qualquer outro de uma edição competente, o estilo semi-documental empregado pelo diretor é realçado por Tellefsen com inteligência. O editor usa sabiamente imagens de arquivo inseridas na ficção, tudo de maneira orgânica; Tellefsen encontra desafios, também, ao mesclar a vida profissional e pessoal do protagonista, mas ele dá conta do recado, e o resultado é uma montagem corretíssima, num dos melhores filmes do ano que acaba de começar.

Os Descendentes

Kevin Tent - editor de Os Descendentes - não tem grandes filmes no currículo; seus melhores trabalhos são justamente aqueles feitos em fitas de Alexander Payne, como Eleição e Sideways. É um profissional que parece ainda não ter aprendido escolher seus projetos: Não Sei Como Ela Consegue, comédia com Sarah Jessica Parker, por exemplo, é o novo serviço do sujeito. Se tivesse uma filmografia mais vistosa, mais elogiosa, poderia ser o favorito, mas aparece apenas como coadjuvante. Sua vitória no sindicato dos editores na categoria Drama não quer dizer muita coisa, muito menos promete uma vitória no dia 26, apenas acirra a disputa entre os azarões. Além disso, Os Descendentes é, de certa forma, o "runner-up" da categoria principal; depois de O Artista, Os Descendentes é o favorito (encontra rivalidade à altura em Hugo, talvez); isso explica a vitória no sindicato: sendo um dos dois favoritos ao Oscar, nada mais adequado premiá-lo com o prêmio máximo da cerimônia, num método parecido com o do SAG Awards, que entrega sua estatueta mais importante, a de Melhor Elenco, como se fosse a de Melhor Filme. 

Vence: O Artista
Pode vencer: Os Descendentes
Minha favorita: Millenium e O Homem que Mudou o Jogo

 Matheus Pereira

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