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Especial - Zack Snyder - "Madrugada dos Mortos"

Especial - Zack Snyder - "Madrugada dos Mortos"



"Madrugada dos Mortos" não é nenhum blockbuster de verão. É o primeiro longa de Zack Snyder e certamente faria mais sucesso se fosse lançado agora, depois do sucesso de "300" e com o nome do cineasta conhecido e, digamos, respeitado. Refilmagem de "Dawn of the Dead", de George A. Romero, "Madrugada dos Mortos" ainda não trás os vícios de Snyder, mas é, sem dúvidas, um exercício do que o diretor sempre quis fazer e fez nas obras posteriores. Fazendo bom uso da violência e concebendo sequências que são, no mínimo, interessantes (como aquela, logo no primeiro ato, em que a câmera segue o carro da protagonista enquanto mostra todo o terror e o caos que acabara de se instalar), Snyder já mostra ter bom faro visual. "Madrugada dos Mortos" não tem o escopo dos antigos filmes de Romero e não funciona tão bem se analisarmos suas metáforas, já que elas soam antiquadas ou simplesmente repetitivas. Ainda assim, é interessante acompanhar certos acontecimentos e decisões tomadas no decorrer da trama. Trancar os personagens em um shopping, ainda que não seja uma ideia original, é algo interessante e uma boa fonte a ser explorada, e que talvez funcione melhor atualmente do que nas décadas de 70 ou 80. Decisão acertada também é manter boa parte da trama dentro do prédio. A tensão aumenta e a esperança de sobrevivência é quase nula, já que os mortos-vivos cercam o local impedindo qualquer tipo de fuga. Snyder explora com inteligência esse clima opressor e desenvolve bem seus personagens e acontecimentos. Alguns personagens vistos em "Madrugada dos Mortos" não recebem devida atenção, tornando-se unidimensionais, o que prejudica a trama e a torna formulaica em alguns momentos, mas o cineasta, ao menos, não aniquila sua história em prol da violência barata ou da ação desenfreada. "Madruga dos Mortos" é um suspense tenso que não pára em nenhum momento. A dinâmica dos personagens e das cenas é ótima, e mesmo presos a um só lugar a trama se desenrola com fluidez, mantendo a atenção do espectador até o fim. A primeira empreitada de Snyder no cinema peca pelos clichês e pela falta de um pouco mais de ousadia. É um filme divertido e, diferente de outros do gênero, está longe de ser vazio. Ainda que seu conteúdo não traga nada de novo ou surpreendente.

Matheus Pereira

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