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Bolão do Oscar 2011

Há uns dias atrás recebi o convite da blogueira Fabiane Bastos para participar do primeiro "Bolão do Oscar" organizado pelo Dvd, Sofá e Pipoca. E foi com muita felicidade que aceitei o convite e, mesmo que já tenha postado meus palpites, volto a postar, numa lista bem mais resumida para que o trabalho da Fabiane se torne mais fácil, os meus palpites e os meus favoritos. No final da postagem, está o selo da blogagem coletiva. Todos os blogs que estão participando levam este selo. Então, vamos ao que interessa.

Melhor Filme

Ganha: A Rede Social
Favorito: A Origem

Melhor Direção

Ganha: David Fincher por A Rede Social
Favorito: Darren Aronofsky por Cisne Negro

Melhor Ator

Ganha: Colin Firth por O Discurso do Rei
Favorito: Idem

Melhor Atriz

Ganha: Natalie Portman por Cisne Negro
Favorito: Idem

Melhor Ator Coadjuvante

Ganha: Christian Bale por O Vencedor
Favorito: Bale e Geoffrey Rush por O Discurso do Rei

Melhor Atriz Coadjuvante

Ganha: Melissa Leo por O Vencedor
Favorito: Hailee Steinfeld por Bravura Indômita
Negrito
Melhor Edição

Ganha: A Rede Social
Favorito: Idem

Melhor Roteiro Original

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Roteiro Adaptado

Ganha: A Rede Social
Favorito: Idem

Melhor Trilha Sonora

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Fotografia

Ganha: A Origem
Favorito: Idem e Bravura Indômita

Melhor Direção de Arte

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Figurino

Ganha: Alice no País das Maravilhas
Favorito: Idem

Melhores Efeitos Visuais

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Canção

Ganha: "I See The Light", Enrolados
Favorito: Idem

Melhor Edição de Som

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Mixagem de Som

Ganha: A Origem
Favorito: Idem

Melhor Maquiagem

Ganha: The Way Back
Favorito: Idem

Melhor Filme Estrangeiro

Ganha: Em um Mundo Melhor
Favorito: Não assisti todos.

Melhor Animação

Ganha: Toy Story 3
Favorito: Idem. Ainda que Como Treinar Seu Dragão seja uma ótima animação, Toy Story é algo mais.

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É isso, caros amigos. Até a próxima e vamos ver como me saio nesse bolão!

Crítica - O Discurso do Rei


Com doze indicações ao Oscar 2011, "O Discurso do Rei" é, ao lado de "A Rede Social", o favorito ao Oscar. Disso todos sabem. Que a fita de Tom Hooper é "almofadinha", todos também sabem. Que a obra não merece todo o hype que vem recebendo, não há dúvidas. "O Discurso do Rei" só é o sucesso que é devido às brilhantes atuações e a atenção creditada pelos sindicatos americanos e os prêmios recebidos na temporada que antecede a maior premiação do Cinema. Não fosse isso, "O Discurso do Rei" seria mais um filme sobre um rei ou uma figura importante a aportar nos cinemas sem fazer muito barulho. Mas não se engane, "O Discurso do Rei" é um ótimo filme. Uma obra que merece ser conferida, mas que não devia ser tão superestimado.

"O Discurso do Rei" conta a história de George VI (Colin Firth). George é gago. Daqueles que proporcionam aflição àqueles que o escutam. Sabendo que pode ser o futuro rei de sua nação, George procura, com ajuda da esposa (Helena Bonham Carter), alguém que possa ajudá-lo com o problema na voz. Depois de muito procurar e quase perder as esperanças, o casal encontra Lionel Logue (Geoffrey Rush, perfeito), fonoaudiólogo de métodos nada ortodoxos. Aos poucos, um ajuda o outro e a dupla se torna amiga. Prefiro não citas as tramas paralelas (como o motivo de George se tornar rei), pois o mais importante da trama é a relação entre o rei e o fonoaudiólogo.

Falemos sobre o melhor elemento do projeto: Colin Firth. Merecedor do Oscar desde o ano passado, com sua belíssima atuação em "Direito de Amar", Firth concebe, mais uma vez, uma atuação cheia de sutilezas. O grande feito do ator é não se tornar caricato e nunca usar a gagueira como ferramenta cômica (a gagueira surge engraçada em alguns momentos, mas de maneira orgânica). Mas o fato de ser gago não é o grande atrativo do projeto e da atuação do britânico. Firth merece cada elogio que recebe por outros fatores: homem extremamente frágil, mas que esconde um fibra pouco explorada e uma garra que só precisa de incentivo para se mostrar, Gaorge VI é uma pessoa perdida, que, por ser tímido, não ter tino para o trono e ainda por cima ser gago, precisava de amparo e vê, no estranho Logue, uma possibilidade de melhorar não só a voz, mas os rumos que tem a tomar. Firth compõe um personagem cheio de camadas e muito interessante; é ele, lado a lado com Rush, que carrega o filme. Pode-se dizer que Firth é o motorista e Rush é o motor de um automóvel que não precisa mais do que isso para andar. Momentos como os minutos que antecedem os discursos, em que Firth mostra um olhar cansado e com medo, ou os momentos em que vemos o rei desabar em palavras já valem qualquer prêmio ao ator.

Rush e Bonham Carter são os apoios do protagonista. O primeiro, como já citei, é fator determinante na obra; já Carter é o fio condutor de emoções e o porto seguro do rei e do ator. Carter tem atuação contida e, assim como os colegas de elenco, cheia de detalhes. A inevitável tristeza de ver o marido em situações ruins está escondida nos mais sutis olhares, e o amor incondicional aflora quando o companheiro precisa de ajuda. Carter se mostra carismática e figura imponente em cena.

Com belos enquadramentos, Tom Hooper mantém sua câmera, na maior parte do tempo, parada. Não há tremulações ou planos longos; Hooper apenas repousa a câmera e deixa-a fazer o resto. A fotografia é bela e ajuda o diretor ao construir belas imagens. A direção de arte também merece destaques. A trilha sonora é um tanto arrastada e em alguns momentos diminui a força das cenas. Mas o único problema notável de "O Discurso do Rei" é o ritmo irregular. Hooper perde a mão e não consegue manter seu filme num ritmo constante. Em vários momentos a peteca cai e o interesse parece escapar.

Ainda que seja muito certinho em quase todos os aspectos e tenha problemas de ritmo, "O Discurso do Rei" é um ótimo filme.

Nota: 8,5

Matheus Pereira

O Enterteinment Weekly publicou uma lista, no mínimo interessante, sobre os 25 maiores/melhores diretores da atualidade. Como toda a lista, esta também possuiu seus erros, suas omissões, mas é uma compilação bem competente.

A seguir, a lista completa com alguns breves comentários:

25. Wes Anderson

24. Mike Leigh

23. Brad Bird

22. J.J. Abrams

J.J. Abrams é excelente diretor, mas não merecia estar na lista, pois fez poucos filmes. Dirigiu "Missão: Impossível - 3" e, mais recentemente, o ótimo "Star Trek", o que não o qualifica a uma lista desse porte. O fato de ser produtor de grandes sucessor, escrever praticamente sem parar e ter outro possível sucesso de bilheteria pode ter facilitado sua entrada aqui.

21. Spike Lee

Spike Lee anda meio em baixa ultimamente. Seus trabalhos anteriores lhe valeram a vaga.

20. Edgar Wright

Grande escolha. Três filmes, três jóias. "Todo Mundo Quase Morto", "Chumbo Grosso" e "Scott Pilgrim". Seu nome se encaixa perfeitamente aqui, afinal, esta é uma lista sobre diretores atuais.

19. Peter Jackson

É bem verdade que Peter Jackson poderia estar numa posição mais privilegiada, mas as críticas negativas acerca de seu último trabalho, "Um Olhar do Paraíso", talvez tenham feito o neozelandês perder pontos...

18. James Cameron

James Cameron é grande diretor, mas sua posição longe do topo é válida: o cara lança um filme de década em década.

17. David Lynch

16. David O. Russell

David O. Russell não merecia lugar algum aqui. Ainda que seus poucos filmes sejam bons, não é um diretor inventivo ou excelente. Sua indicação ao Oscar e o hype acerca de seu mais recente trabalho, "O Vencedor", lhe garantiram a vaguinha.

15. Kathryn Bigelow

Hein? Primeira mulher a vencer o Oscar... Já é motivo suficiente para estar aqui...

14. Danny Boyle

Ótimo diretor. Depois de ver seu pior filme levando oito estatuetas douradas no Oscar e estar em alta com o hype acerca de "127 Horas", nada melhor do que ser considerado um dos vinte e cinco melhores diretores ao lado de gente como Spielberg e Thomas Anderson.

13. Roman Polanski

Poderia trocar de posição com Terrence Malick.

12. Guillermo del Toro

Excelente diretor e, principalmente, autor. Merecido.

11. Paul Thomas Anderson

PTA demora a lançar um novo trabalho, mas a cada nova obra é incontestável seu poder como cineasta. Poderia estar numa posição melhor.

10. Pedro Almodóvar

Confesso que não gosto tanto do cinema de Almodóvar. Pra mim seus filmes são bons. Nada mais.

9. Clint Eastwood

Um diretor que melhorou com o tempo. Um dos melhores da atualidade.

8. Terrence Malick

Tem gente muito melhor atualmente.

7. Quentin Tarantino

Não poderia faltar, não é mesmo? O diretor mais pop de todos.

6. Joel e Ethan Coen

Inteligente, talentoso, exímio escritor, cineasta de mão cheia. E há dois dele Joel e Ethan. Baseando-me nos irmãos Winklevoos, por que não?

5. Darren Aronofsky

Um dos maiores expoentes do cinema atual, sem dúvida alguma. Cada obra tem grande reverberação, cheia de nuances e significados.

4. Martin Scorsese

Um mestre no que faz.

3. Steven Spielberg

O meu favorito. Ele e Kubrick, os melhores.

2. Christopher Nolan

Nenhum filme ruim. Isso basta.

1. David Fincher

Escolher entre ele e Nolan é difícil, mas a filmografia de Fincher é, certamente, mais importante. Justo.


Crítica - Bravura Indômita


"Bravura Indômita" é cool. E qual filme escrito/dirigido pelos irmãos Coen que não é? Depois do sensacional "Um Homem Sério" (que, assim como esta nova obra, fez parte do Oscar nas categorias de Melhor Filme e Roteiro Original; um feito louvável, diga-se, já que este é o segundo ano consecutivo que os irmãos entram para a seleta lista dos dez melhores do ano), Joel e Ethan resolveram alçar um voo mais alto. Sem converter gêneros ou apostar no pesado estilo já registrado, os irmãos decidiram fazer um filme de gênero puro (western) e mais calcado no estilo geral que a maioria dos cineastas atribui. Mas não se engane; o "jeitinho" de fazer cinema, único da dupla, está lá. Como deixar de lado o humor negro tão característico? Ou a galeria de personagens estranhos e multifacetados? Ou os diálogos?

Baseado no livro de Charles Portis, "Bravura Indômita" conta a história de Mattie Ross (interpretada pela fabulosa Hailee Steinfeld, a grande protagonista), garota de 14 anos que contrata o velho e rabugento caçador de recompensas Rooster Cogburn (Jeff Bridges, numa atuação que considero superior a de "Coração Louco") para vingar a morte do pai. Cogburn, segundo ordens precisas da jovem, deve levá-la para a caçada, achar e matar Tom Chaney (Josh Brolin, que tem poucos minutos em cena, mas que está ótimo), o assassino. No meio do caminho surgem LaBoeuf (Matt Damon, muito melhor e com atuação mais inspirada do que em "Invictus"), que também persegue Chaney; Ned Pepper (Barry Pepper, quase irreconhecível), chefe do bando que Chaney faz parte e uma série de outros personagens que fazem do filme uma grande galeria de personagens verdadeiros e únicos.

Joel e Ethan Coen entregam, mais uma vez, um roteiro magnífico em que os personagens são definidos em poucos segundos. Com algumas palavras e gestos, os perfis de cada um são traçados com elegância e perícia. Cogburn, por exemplo, poderia ser um clichê ambulante, um câncer maligno em toda a trama, mas o roteiro o trata como um homem surrado pelo tempo e pela vida, uma caixa velha cheia de segredos que, diferentes do que muitos pensam, tem medo de muita coisa. Valente e desprovido de muitas emoções, Cogburn em hipótese alguma deve ser considerado herói. Anti-herói, talvez, mas nunca um homem cujos atos devem ser seguidos. Cogburn não é um exemplo, apenas um homem que vive e tira vidas por dinheiro. E o carisma infindável de Bridges faz com que torçamos por um sujeito de características tão reprováveis. Não fosse a sutileza da atuação magnífica do veterano agraciado com um Oscar no ano passado, sentiríamos nojo, desprezo e não nos importaríamos com o destino do mercenário, mas o que acontece é a clara percepção de que o sujeito tem um bom coração; um homem que, mesmo corrompido pelo efeito do tempo e das coisas, pode surpreender com atos de pura bravura.

Mas o predicado "bravura" também se aplica à Mattie Ross. Decidida, a jovem usa sua inteligência para o negócio, e o tino da garota para tal chega a assustar. De fala rápida, Ross une as peças que precisa com ótima lábia e demonstra enorme maturidade. O grande trunfo do roteiro e da brilhante novata Steinfeld, é não transformar Ross em um robô; uma simples garotinha em busca de vingança que vomita as palavras sem injetar emoção ou verdade alguma. A atuação cheia de nuances que revela a verdadeira menina escondida sob a falsa casca é a força motriz da obra. Seja nos olhares cheios de saudade, ou no sorriso sutil, ou no belo momento em que põe o chapéu do pai e vê que este é grande demais para servir. Analisando cada personagem (incluindo LaBoeuf, Chaney e Pepper), nota-se que todos são trágicos. Caça e caçadores. Todos já sofreram, todos já perderam algo ou alguém. Todos são humanos. Em "Bravura Indômita" não há mocinhos ou vilões.

Parceiro habitual dos irmãos, Roger Deakins concebe, mais uma vez, uma belíssima fotografia. Tendo o "Velho Oeste" como cenário, Deakins proporciona aos olhos do espectador belas imagens que, aliadas aos quadros dos Coen, fazem do filme uma obra de visual impecável. A direção de arte também é competente e presta grande serviço na construção dos personagens: o lugar onde Cogburn aparece dormindo, por exemplo, nada mais é do que a exteriorização daquilo que ele é e está acostumado a fazer; já o fato da casa onde Mattie Ross esta hospedada nunca ser mostrado em muitos detalhes, mostra o desapego da jovem com relação ao lugar: primeiro porque o que importa para ela é a vingança e o início de uma nova vida; segundo pois aquele não é o seu lar, não são as coisas dela, e viver naquele estado degradante talvez seja um dos fatores que lhe davam mais força para seguir com o plano de vingança.

A direção dos irmãos pode ser considerada mais convencional, no quesito técnico, se comparada a outros trabalhos recentes dos diretores, mas isso não é demérito; a única diferença é que não se tem planos inventivos ou muitas ambições. Considerável sucesso de bilheteria, "Bravura Indômita" amealhou 10 indicações ao Oscar (incluindo Melhor Filme e Direção) e merece todos os elogios que vem recebendo.

Quem detém o poder da "Bravura Indômita" do título? Todos os personagens são bravos, indômitos. Talvez sejam os Coen; os caras que puseram o western de volta no mapa cinematográfico.

Nota: 10,0

Matheus Pereira

Crítica - 127 Horas


À primeira instância algumas histórias não podem ser filmadas. São muito simples e não apresentam reviravoltas e acontecimentos suficientes para que o público se sinta atraído e vá ao cinema. O excelente "Enterrado Vivo" conseguiu a proeza de manter um surpreendente Ryan Reynolds preso dentro de caixão e enterrado a sete palmos da superfície durante noventa minutos sem se tornar monótono ou vazio. Os acontecimentos que movem a trama são suficientes para prender a atenção do público e tornar a experiência gratificante, ainda que difícil de ser assistido devido ao clima claustrofóbico que permeia cada segundo do filme. A história aparentemente simples de Aron Ralston não daria um filme. Enquanto se aventurava numa espécie de fenda uma pedra cai e prende seu braço, o rapaz, sem poder escapar passa cinco dias apenas com um cantil com pouca água e muita perseverança. O tema é bom, afinal, história de luta pela sobrevivência e esperança movem vários aos cinemas. Ainda assim, levar a história do rapaz ainda era arriscado. Danny Boyle assume o comando. Pronto. Nada mais é arriscado. O diretor que venceu o Oscar pelo superestimado "Quem Quer Ser Um Milionário?" e dirigiu excelentes filmes como "Extermínio" e "Transpotting", levou seu estilo ágil e uniu duas coisas aparentemente impossíveis, afinal, a história de uma pessoa que fica presa não condiz com o estilo de Boyle que mantém sua câmera sempre em movimento e em constante adrenalina.

Incrivelmente a direção de Boyle combinou perfeitamente com a trama, e o roteiro, assinado por Boyle e Simon Beaufoy, merece elogios por manter a obra com dinamismo e ritmo constante. A edição do filme é outro ponto que merece destaque, e não são apenas os momentos em que a tela é separada em duas ou mais partes que merecem nossa atenção, toda a fluidez do filme se deve a isso. Assim, como a obra dirigida por Rodrigo Cortés, a edição é fundamental para manter a trama envolvente; a propósito, a edição merece destaque ainda maior por conseguir encaixar alguns flashbacks desnecessários no transcorrer da trama sem torná-la fatídica, contornando, assim, alguns problemas no roteiro.

James Franco é o cerne da obra. Seu carisma é estupendo e seu mergulho no personagem é tão profundo que sua atuação é mais do que crível, e visceral e cheia de nuances. A espinha dorsal e o melhor elemento do filme. O único problema do projeto é justamente aquele que poderia ter melhores explanações: as alucinações (a maioria) e os flashbacks (alguns). As divagações do personagem soam deslocadas e sem sentido (com exceção de uma em que o jovem tem uma visão de como pode ser seu futuro, representando, obviamente, a força de vontade do rapaz e sua força motriz para escapar da enrascada). Ainda que tentem servir como catalisador de emoções para o público e de lembranças e arrependimentos para Ralston, as alucinações falham em quase todos os aspectos.

Com belíssima fotografia, "127 Horas" é divertido e esperto, e ainda que empalideça ao lado de "Enterrado Vivo" no que diz respeito à claustrofobia/agonia, a obra dirigida por Boyle merece uma conferida por várias qualidades, por contar uma história de superação e, principalmente, como o próprio slogan revela, por mostrar que não há nada mais poderoso que a vontade do homem de sobreviver.

Nota: 9,0

Matheus Pereira

Oscar 2011 - Quem deve vencer?

Depois de uns dias de férias da blogosfera, o Pipoca Net está de volta, e o assunto que marca o retorno não poderia ser outro: Oscar. Com a maior festa do cinema se aproximando, é impossível não falar dela. Depois de palpitar acerca dos indicados, é chegada a hora de fazer as apostas: quem deve levar a melhor na noite mais badalada da indústria cinematográfica. Essa é uma pergunta que dá gosto de tentar responder. Os palpites você confere a seguir:

Melhor Filme

-Ganha: “A Rede Social”

Ainda que “O Discurso do Rei” tenha ganhado o PGA e se firmado como o maior concorrente de “A Rede Social”, a obra de David Fincher venceu muito mais prêmios ao redor do globo e já era tida como a favorita há bastante tempo; sem falar que é muito mais importante para o cinema e para as pessoas do que o filme de Tom Hooper. Seria estranho ver qualquer outro filme roubando o prêmio de “A Rede Social”. A favor da obra de Hooper estão os sindicatos, o que pode contar muito no final. A briga, certamente, vai ser boa.

-Meu favorito: “A Origem”. Mas não ficarei nem um pouco triste com a vitória de “A Rede Social”, e não ficaria chateado se “Cisne Negro” e, principalmente, “Bravura Indômita” ganhasse.

A vitória de qualquer outro filme que não se chame “A Rede Social” é pouco provável, mas tudo pode acontecer...

-Pode surpreender: “O Discurso do Rei”

Não seria uma surpresa, mas...

Melhor Direção

-Ganha: David Fincher por “A Rede Social”

Fincher merece um Oscar faz tempo. Tai uma boa oportunidade para dar uma estatueta pro cara.

-Meu favorito: Darren Aronofsky por “Cisne Negro”

A direção de Darren em “Cisne Negro” é magnífica. O melhor trabalho entre os indicados. Os planos, enquadramentos, reflexos e uma bela condução do ótimo roteiro. Aronofsky fez trabalho de mestre e merecia levar esse prêmio. Se o mundo fosse justo, claro. Seu filme não é o melhor, mas seu trabalho na direção é, certamente, o mais satisfatório. A vitória de Fincher não me desagradaria.

-Pode surpreender: Tom Hooper por “O Discurso do Rei”

Depois de vencer o DGA Hooper ganhou força. O que pode acontecer aqui é: Hooper vence como diretor e “A Rede Social” como o melhor filme; ou vice-versa.

-Não merece: David O. Russel por “O Vencedor”. Seu trabalho é extremamente convencional tanto na parte técnica quanto na emocional, sua vitória seria algo perturbador. Já fez “Três Reis”, que é um ótimo filme, mas não tem uma carreira como a de Fincher, ou a de Aronofsky ou da dos Coen, e só por isso já não merece o prêmio, ou seja: se for pra dar o prêmio pela carreira, que não seja para Russel ou Hooper.

Melhor Ator

-Ganha: Colin Firth por “O Discurso do Rei”

É o favorito e seu prêmio está acumulado: a estatueta dourada vai valer por sua atuação de “Direito de Amar” e “O Discurso do Rei”. É o maior vencedor da temporada e tem o tipo de atuação que os membros adoram.

-Meu favorito: Todos os indicados são ótimos, mas Colin Firth está com seu Oscar atrasado e sua atuação em “O Discurso do Rei” é fabulosa.

-Pode surpreender: James Franco por “127 Horas” ou Jesse Eisenberg por “A Rede Social”, mas o prêmio é de Firth.

Melhor Atriz

-Ganha: Natalie Portman por “Cisne Negro”

A atuação de Portman é aquela que não pode ficar sem um Oscar.

-Minha favorita: Natalie Portman por “Cisne Negro”

-Pode surpreender: qualquer uma que não seja Portman seria uma surpresa e uma injustiça.

-Não merece: qualquer uma que não seja Portman.

Melhor Ator Coadjuvante

-Ganha: Christian Bale por “O Vencedor”

A atuação de Bale é correta e os membros adoram o tipo de personagem interpretado. Mas, em minha opinião, não é a melhor atuação.

-Meu favorito: Geoffrey Rush por “O Discurso do Rei”; Jeremy Renner tem uma atuação excelente em “Atração Perigosa”, mas sua vitória é muito improvável.

Sempre que Rush for indicado, torcerei por ele... Principalmente quando sua atuação for a melhor dentre os indicados.

-Pode surpreender: Geoffrey Rush por “O Discurso do Rei”

Melhor Atriz Coadjuvante

-Ganha: Melissa Leo por “O Vencedor”

A categoria não está completamente definida, mas Melissa está na frente como favorita.

-Minha favorita: Hailee Steinfeld por “Bravura Indômita”

A nova revelação do cinema pode ser muito jovem e lhe conceber um Oscar pode ser um ato prematuro. De qualquer forma, sua atuação é fantástica e vê-la no palco do Kodak Teather vencendo de gente como Leo e Bonham Carter seria surreal. Mas ótimo.

-Pode surpreender: Helena Bonham Carter por “O Discurso do Rei” ou Haille Steinfeld por “Bravura Indômita”

Melhor Roteiro Original

-Ganha: “A Origem”

O roteiro de “A Origem” foi o vencedor do WGA (prêmio concedido pelo sindicato dos roteiristas). Mas isso não quer dizer nada já que seu maior concorrente, “O Discurso do Rei”, não competia devido às regras do sindicato. “A Origem” deve vencer pelo seguinte fato: Nolan sequer foi indicado à Melhor Direção, sua obra pode sair quase de mãos vazias, e sua obra merece reconhecimento; o prêmio de roteiro pode ser uma forma de mostrar que os membros não esqueceram a obra. E estamos falando de roteiro “Original”, e isso o roteiro escrito por Christopher Nolan é. Porém, “O Discurso do Rei” pode levar o principal prêmio da noite, e não levar o prêmio de roteiro fugiria das características da Academia. E mais: se o filme de Tom Hooper não se consagra como o melhor do ano, o prêmio de roteiro pode ser a consolação.

-Meu favorito: “A Origem”

-Pode surpreender: “O Vencedor”

A divisão de votos entre “A Origem” e “O Discurso do Rei” pode abrir caminho para “O Vencedor”.

Melhor Roteiro Adaptado

-Ganha: “A Rede Social”

Não precisa de explicações. É o melhor roteiro dentre os indicados, venceu inúmeros prêmios, inclusive o WGA.

-Meu favorito: “A Rede Social”. Mas “Toy Story 3” tem um roteiro magnânimo. “ Bravura Indômita” também tem excelente roteiro.

-Pode surpreender: duvido que alguém tire o prêmio de Aaron Sorkin.

Melhor Animação

-Ganha/Meu favorito: “Toy Story”

Não haverá surpresas, garanto.

Melhor Edição

-Ganha: “A Rede Social”

As idas e vindas no tempo, os processos andando lado a lado e a criação do Facebook; tudo mostrado na tela com extrema fluidez e competência. Já é motivo suficiente para levar o prêmio.

-Meu favorito: Se “A Origem” competisse seria meu favorito. A edição de “127 Horas” também é espetacular.

-Pode surpreender: “O Discurso do Rei”. Com um dos favoritos ao prêmio principal e de roteiro, o Oscar de Melhor Edição também poderia fazer parte da lista. Ter uma edição simples que não apresenta nada de novo e não alça grandes vôos não interessa os membros da Academia.

Melhor Trilha Sonora

-Ganha: “A Origem”

Hans Zimmer é querido da Academia e sua trilha sonora é, no meu ponto de vista, a melhor dentre as indicadas. Reznor e Ross podem se dar bem, mas sua trilha é muito atual e despojada para os padrões da Academia. A. R. Rahman já venceu há pouco tempo por “Quem Quer Ser Um Milionário?” e “127 Horas” não deve levar aqui. Alexandre Desplat sempre é fortíssimo concorrente e tem marcado presença na cerimônia nos últimos anos, talvez seja hora de premiá-lo, ainda que não mereça.

-Minha favorita: Depois de escutar boa parte de cada trilha, posso dizer que a minha favorita é a de “A Origem”. A trilha de “Como Treinar o Seu Dragão” também é excelente, tal qual a de “A Rede Social”.

-Pode surpreender: O jogo nessa categoria está bem incerto; qualquer vitória não pode ser dada como surpresa. A vitória de Reznor e Ross e Zimmer já são esperadas, e se Desplat vencer não será uma surpresa.

Melhor Fotografia

-Ganha: “A Origem” ou “O Discurso do Rei”

Impossível apostar em apenas um. Nesse caso creio que “A Origem” larga na frente por ter vencido o prêmio concedido pelo sindicato dos diretores de fotografia, o Critic’s Choice Awards e outros prêmios. “O Discurso do Rei” é o queridinho da Academia e os membros podem conceder mais este prêmio ao filme de Tom Hooper, venceu o BAFTA (o que não diz muita coisa já que o longa é britânico e a premiação é extremamente bairrista) e tem, realmente, uma bela fotografia.

-Minha favorita: “A Origem” e “O Discurso do Rei”

Também é impossível escolher a melhor. Duas fotografias primorosas. As fotografias de “Bravura Indômita” e “Cisne Negro” também são fabulosas.

-Pode surpreender: “A Rede Social”

Não se surpreenda se “A Rede Social” levar aqui, mas é pouco provável.

Melhor Direção de Arte

-Ganha: “A Origem”

Categoria difícil. “A Origem” venceu o prêmio do sindicato na categoria “Fatasia”, e “O Discurso do Rei” na categoria voltada aos filmes de época. A campanha de marketing acerca da direção de arte de “A Origem” é forte e é o melhor trabalho do ano nessa área. Mas “O Discurso do Rei” tem a cara da Academia, o jeitinho de quem ganha nessa categoria.

-Minha favorita: “A Origem”

Uma das maiores aliadas na construção de Nolan é a direção de arte. A obra ganha dimensão graças ao brilhante trabalho nessa área. “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte1” também merecia reconhecimento, mas parece que a indicação já é suficiente. Quem sabe a Academia se rende e premia o último filme? “Alice no País das Maravilhas” também é magnífica nessa área, mas não deve vencer porque Robert Stromberg já venceu ano passado por “Avatar”

-Pode surpreender: “O Discurso do Rei”

Não seria uma surpresa.

Melhor Figurino

-Ganha: “Alice no País das Maravilhas”

Não me perguntem por que, mas creio que o filme de Tim Burton vença aqui. Mas “O Discurso do Rei” está aí, e pode levar mais um.

-Meu favorito: Não conferi todos os trabalhos, mas até então o melhor é o de “Alice”.

-Pode surpreender: Categoria muito imprevisível.

Melhores Efeitos Especiais

-Ganha: “A Origem”

Venceu o prêmio do sindicato e é o melhor trabalho dentre os indicados.

-Meu favorito: “A Origem”

-Pode surpreender: Não acredito em surpresas aqui.

-Não merece: “Além da Vida”

Cada vez que os efeitos são necessários, são competentes, mas não merece tirar o prêmio de trabalhos infinitamente mais desafiadores e melhores.

Melhor Canção:

-Ganha/Minha favorita: “I See the Light” de “Enrolados”

É uma categoria imprevisível, mas é a melhorzinha dentre as indicadas.

-Não merece: “If I Rise” de “127 Horas”

Simplesmente ruim.

Melhor Edição de Som

-Ganha/Meu favorito: “A Origem”

É um ótimo trabalho e é a cara da categoria. Mas ver “Toy Story 3” vencer aqui seria ótimo.

-Pode surpreender: Depois que “Guerra ao Terror” venceu de “Avatar” nessa categoria, tudo pode acontecer.

Melhor Mixagem de Som

-Ganha/Meu favorito: “A Origem”

Idem para todas as observações da categoria anterior.

Melhor Filme Estrangeiro

-Ganha: “Em um Mundo Melhor”

-Pode Surpreender: “Biutiful”

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