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TOP 10 - Os Melhores de 2010

TOP 10
Os Melhores do Ano


Por Matheus Pereira

Em primeiro lugar quero agradecer a todos que acompanham o blog e desejo e todos um próspero 2011. Que os sonhos de cada um se realizem. As promessas e planos para o blog são os melhores!

Considero 2010 um ano excelente para o Cinema. Talvez ouso em dizer que 2010 se mostrou muito melhor que 2009 (que também fora um bom ano). Foi extremamente difícil compilar uma lista com os melhores do ano. Depois de muita dor de cabeça, escolhi os dez melhores filmes lançados nos cinemas brasileiros no ano que se finda.

Antes de partir para a lista, um aviso: não estranhe a falta de A Rede Social na lista, é que ainda não assisti o longa de David Fincher. Mas eu não queria perder o último dia do ano e tive que divulgar a lista. Então, quando assistir A Rede Social e considerá-lo merecedor de uma vaga no TOP 10 eu refaço a lista e posto novamente aqui no blog.

Vamos à lista:

10 – Scott Pilgrim Contra o Mundo

Scott Pilgrim Contra o Mundo é, sem dúvida alguma, o filme nerd do ano. Impossível não se apaixonar pela história simples, mas muito bem contada, do último filme de Edgar Wright (Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, ambos excelentes, principalmente o primeiro). Adaptado da HQ de mesmo nome, Scott Pilgrim Contra o Mundo conta a história do rapaz que dá nome ao filme. Um nerd, que toca baixo em uma banda, namora uma colegial (ela tem dezessete; ele, vinte e oito, o que ocasiona indignação nos amigos), mas nunca sequer ficaram de mãos dadas. De repente, Pilgrim se apaixona pela “diferente” Ramona. A garota, cujo cabelo muda de cor toda a semana, alerta o jovem e aparentemente frágil Pilgrim, que se ele quiser seguir o relacionamento à diante, deverá lutar com seus sete ex-namorados malignos. O que vem a seguir são um show de cores, sons e referências ao mundo pop. Detalhes e passagens que só quem viveu e vive nesse meio vai reconhecer. Scott Pilgrim é original e pop. Delicioso de se assistir, Scott Pilgrim é uma divertida história muito bem contada.

09 – Enterrado Vivo

Enterrado Vivo é um filme poderoso. Forte, sufocante. É Cinema de verdade. É feito com as entranhas e para ser visto com estas. Como o próprio diretor Rodrigo Cortés diz, é feito para ser sentido. Com a carne, com a alma. Não é um filme para ser apenas assistido. É o típico filme em sofremos junto com o personagem; que vibramos; que achamos que é verdade. Enterrado Vivo passa mais de noventa minutos dentro de uma caixa. Durante todo o tempo só vemos Ryan Reynolds (numa atuação surpreendente e condizente à obra: visceral, poderosa) telefonando e atravessando a linha que separa a razão da loucura, que inicia o insuportável, que vai ao limite do que é ser humano. Confesso que poucas vezes assisti a um filme tão intenso, tão tenso, tão sufocante. O aviso no cartaz: “Não respire” não é mero marketing, é o mais literal e verdadeiro dos slogans. Rodrigo Cortés concebeu sem dúvidas uma das melhores direções do ano. Seus planos e quadros são perfeitos e aliado a uma montagem excepcional Cortés faz um trabalho notável. O final é o mais tenso e angustiante do ano. As últimas palavras são desesperadoras e a cena final, a derradeira, é daquelas que fica na memória e de lá não sai.

08 – Atração Perigosa

Muito se falou em 2010 que Bem Affleck sempre foi um ator limitado. Não culpo. Com todo o jeito de canastra, Affleck só teve no currículo atuações medianas em obras duvidosas. Armageddon? O filme era do/com Bruce Willis. Pearl Harbor (sim, eu gosto deste filme)? O filme é legal, mas a atuação dele é patética. Enfim, a atuação nunca foi o campo de Affleck. Tinha feito um trabalho correto em Gênio Indomável, mas nada que justificasse os fiascos posteriores. Ele já até ganhou um Oscar, vejam só! Como roteirista, não como ator. Affleck, então, depois de levar muito na cabeça (mas se sair muito bem como protagonista em Hollywoodland), decidiu aventurar-se na direção. Dirigiu Medo da Verdade, suspense elogiado que mostrou que Affleck realmente deveria ficar em qualquer lado da câmera, menos na frente dela. Em 2010 (depois de ter uma boa atuação em Intrigas de Estado) Affleck lança Atração Perigosa, fita de ação/suspense/thriller e tudo mais. Cotado para uma indicação ao Oscar de Melhor Filme, a última obra de Affleck na cadeira de diretor lhe garantiu respeito. Os constantes erros na época de canastrão ficaram um pouco ofuscados (mas não apagados, afinal, como esquecer Demolidor ou aquele filme com a Jennifer Lopes? Contrato de Risco era o nome, não?) e os caminhos ficaram mais claros. Affleck mereceu todos os elogios e merece ver sua obra indicada ao Oscar. Atração Perigosa é uma fita forte, divertida e esperta.

07 – Um Homem Sério

Não é surpresa que os irmãos Coen apareçam em toda lista de “melhores do ano” e em todas as premiações. Imãs para aplausos do público e louros da crítica, os irmãos lançam obras espetaculares a todo o momento, uma atrás do outra. Depois do pouco superestimado Onde os Fracos Não Têm Vez, os Joel e Ethan lançaram o ótimo Queime Depois de Ler, mas a conquista – ao menos do meu respeito definitivo – veio com o subestimado Um Homem Sério. Obra menos ousada na filmografia dos irmãos, Um Homem Sério conta a história de um professor de física que busca explicações para sua vida nos lugares mais incomuns, e as respostas que acha são das mais estranhas. Subordinado até mesmo por um aluno, o professor judeu (interpretado por Mark Stuhlbarg, numa das melhores atuações do ano) leva uma vida nada agradável e a galeria de personagens e acontecimentos estranhos, característica dos irmãos, passa por nossos olhos deixando-nos com uma boa sensação. Apesar de não levar a caminhos fáceis ou mais leves, a sensação após o término de Um Homem Sério é de profunda satisfação, afinal, acabara de assistir uma obra notável.

06 – A Fita Branca

É muito mais fácil criticar negativamente A Fita Branca do que positivamente. É fácil falar que é um filme chato, apelativo e inconclusivo. Mas dizer isso é pura heresia. A Fita Branca pode não ter conclusão “palpável”, mas isso nunca é um defeito, e mais, A Fita Branca não é chato (!). Apesar das longas sequências de silêncio em que o diretor faz o espectador contemplar o vazio ou a escuridão, a obra de Michael Haneke nunca se torna monótona (e atenção: a fita tem 142 minutos!). Haneke não poupa o espectador de situações onde palavras não existem para descrevê-las (a cena em que o filho mais novo flagra – mesmo sem entender ao certo a situação – o pai molestando a filha mais velha é chocante). Haneke mostra suas personagens sendo humilhadas sem dó, sem poupar ninguém. Vemos um homem mutilar a mulher que o ama com palavras, um pai que se parece mais com um ditador entre outros. O cineasta tenta explicar até mesmo as causas da guerra analisando a pequena aldeia alemã. Ali está o que poderia retratar com exatidão – ou não – o que aconteceu com o país anos depois. Ali, naquela aldeia, estava uma geração humilhada, estuprada pela geração anterior. A Fita Branca pode ser considerado um retrato pequeno, um pequeno exemplo de algo maior. Não tenta explicar, amenizar ou glorificar os acontecimentos. Apenas mostra o que deve e deixa que o espectador tire suas próprias conclusões. A verdade nunca é dada, nós devemos decidir quem é culpado ou não, e aqui, nesta obra, naquela aldeia, qualquer um poderia ser o vilão. Das crianças aos adultos. Ninguém fica de fora, todos são suspeitos. A Fita Branca é profundo; é o tipo de história que só o cinema pode contar, e só alguém pessimista como Michael Haneke poderia mostrar. O preto e branco dá o tom de uma vida amarga, sem cor. Uma vida de dor, morte e erros quase desumanos.

05 – Um Olhar do Paraíso

Sempre é muito triste quando vemos um filme que gostamos ser massacrado pela crítica e não ter a devida atenção do público (Scott Pilgrim Contra o Mundo – que também faz parte dessa lista –, por exemplo, foi bem recebido pela crítica, mas o público simplesmente o ignorou). Um Olhar do Paraíso, de Peter Jackson, recebeu as mais radicais críticas e foi completamente esquecido em premiações (com exceção de Stanley Tucci que teve merecidamente, sua atuação indicada a alguns prêmios). Triste, mas ao mesmo tempo belo, Um Olhar do Paraíso conta a história de Susie Salmon, adolescente que é violentada e morta pelo vizinho (interpretado por Tucci). A partir daí, vemos Susie em um lugar que antecede o céu (ou paraíso), e é deste lugar que Susie acompanha a vida de sua família e de seu algoz. A obra é belíssima (Jackson “pinta” quadros magníficos) e o roteiro (bastante criticado pelo mundo afora) cuida bem de seus personagens. Tucci está simplesmente perfeito no papel do assassino e Saoirse Ronan mostra mais uma vez o seu talento. Um Olhar do Paraíso talvez seja o filme mais injustiçado do ano.

04 – Ilha do Medo

A parceria entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio até agora rendeu bons frutos. Gangues de Nova York é um excelente drama de época, O Aviador também é um drama de época, mas não é excelente (é bom, claro, mas um tanto chato). Os Infiltrados é um ótimo suspense policial bem no estilo do cineasta. Mas a melhor pareceria até agora é a mais recente: Ilha do Medo. Baseado no livro de Dennis Lehane, o filme conta a história de um policial que não tem nada a perder e vaia até uma ilha isolada do mundo, onde loucos são feito prisioneiros devido a crimes cometidos. O clima tenso do filme é envolvente e apesar do mistério poder ser resolvido bem antes do término da projeção, o que vale é o desenrolar da história e o desenvolvimento dos personagens. DiCaprio, em seu melhor ano, tem nas mãos um personagem complicado, complexo. Mark Ruffalo mais uma vez comprova o seu subestimado talento. Scorsese concebe um filme belo, com belos quadros, composições. O roteiro de engana em vários detalhes e o final é ambíguo. Tire a conclusão que quiser, interprete da maneira que mais lhe for conveniente, mas de uma coisa pode-se ter certeza: Ilha do Medo é uma obra forte e profunda.

03 – O Segredo dos Seus Olhos

O cinema argentino vem mostrando sua força nos últimos meses, e diferente do cinema brasileiro (que lança obras de gosto duvidoso apenas para ganhar dinheiro), o cinema dos “hermanos” é sério, trás assuntos polêmicos e histórias profundas e ousadas. O melhor exemplo é o grande O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella. É difícil escrever uma sinopse para O Segredo dos Seus Olhos, pois a obra fala de muitas coisas, entre elas, amor e tempo. Posso dizer que Benjamin Espósito (Ricardo Darín) é um homem que trabalhou no Tribunal Penal e agora está aposentado. Com tempo livre, Espósito resolve escrever um livro sobre a investigação de um violento assassinato que ocorrera em 1974. Só que a história não é apenas sobre o assassinato, mas todos os acontecimentos que se seguiram durante e após as investigações. Foi nesse período que Espósito estreita seu relacionamento com Irene (Soledad Villamil) e muitos segredos vêm à tona. Mistura equilibrada entre romance, policial, suspense e drama, O Segredo dos Seus Olhos é emocionante e inesquecível. Além de tudo, o já famoso plano-sequência é um dos melhores dos últimos anos.

02 – Toy Story 3

É difícil dizer o melhor filme da Pixar. Mais difícil ainda é escrever algum texto sobre qualquer filme da produtora. Não há o que se possa escrever que já não tenha sido dito. Os herois estão de volta. Agora, Andy, o dono dos bonecos, cresceu e vai para a universidade. Os brinquedos, é claro, ficam loucos, desesperados com a notícia, afinal, seu “dono” já não brinca mais com eles e agora, indo embora, qualquer fiapo de esperança caiu por terra. Os brinquedos então devem ir para o sótão; porém, por acidente, os brinquedos são levados para fora, como lixo. Daí eles “caem” na caixa de doações e vão para a creche Sunnyside. Lá conhecem vários outros brinquedos, entre eles, Lotso, o ursinho com cheiro de morango. Lotso é o líder dos bonecos da creche e aos poucos vai mostrando sua verdadeira identidade. Personagem profundo (espanta um ser digital passar tanta verdade e ser tão profundo), Lotso já fora um bom brinquedo, mas depois de ser esquecido (tema principal da obra) fica de mal com a vida e com o mundo e se revela um assustador vilão. Os brinquedos então armam um engenhoso plano de fuga e assim a aventura fica cada segundo mais emocionante. Emoção, por sinal, é extremamente recorrente em Toy Story 3 (as cenas finais são de cortar o coração). Emoção em todos os sentidos, de todos os modos. Triste mesmo é saber que não veremos nossos amigos novamente em um longa metragem. É confirmado um curta-metragem que antecede a sequência de Carros, assim poderemos matar a saudade por menos de dez minutos.

01 – A Origem

Falar sobre o melhor filme do ano sempre é mais difícil. Requer palavras e adjetivos que ainda não foram usados. Mas no caso de A Origem não há o que falar. O mundo já falou tudo. Christopher Nolan ultrapassou as barreiras do Cinema, do inimaginável, do impossível. Amnésia, O Grande Truque e até mesmo O Cavaleiro das Trevas (filmes inteligentes e ousados) foram apenas um ensaio para a perfeição, para a obra-prima de Nolan, para a obra-prima do Cinema mundial.

***


Eles quase entraram na lista:

11 - Kick-Ass
12 - A Estrada
13 - Direito de Amar
14 - O Escritor Fantasma
15 - Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1

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Confira aqui o TOP 10 de 2009:
http://pipocanet.blogspot.com/2009/12/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

Matheus Pereira

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