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Papo Rápido

Papo Rápido

_____The Killer Inside Me_____


O grande trunfo do último filme de Michael Winterbottom (Caminho Para Guantánamo, Código 46, entre outros), The Killer Inside Me, está na atuação poderosa de Casey Affleck, no bom elenco coadjuvante e em um roteiro conciso e sufocante. O longa perde o ritmo algumas vezes, perdendo o fôlego e fazendo com que o espectador sinta-se levemente perdido no meio da história, mas o conjunto da obra é tão certinho, tão organizado, que o filme acaba sendo bom, e os problemas de ritmo são, por hora, esquecidos. O talentoso irmão de Ben Affleck concebe um personagem denso, de múltiplas personalidades e passado nebuloso. Aparentemente frágil (do físico à voz), o xerife Lou Ford esconde uma medonha personalidade assassina. Se por um lado parece querer ajudar a todos, e ser adorado por cada habitante de sua cidadezinha, por outro, tem prazer de esfacelar o rosto de uma mulher e queimar a mão de um bêbado com um charuto e, depois, dar um irônico sorriso. Mas Ford não é um mero assassino, ele tem princípios, ele é trágico, e toda a sua alma é retratada com inteligência e muita competência por Affleck. A história é simples: Ford recebe do chefe a ordem de ir até a casa de uma prostituta (Jessica Alba) e mandá-la sair da cidade, parar de se prostituir nos arredores. Ford faz tal pedido, mas acaba se envolvendo com a prostituta, e tecendo alguns planos com ela. Porém, o filho do "dono" da cidade também está envolvido com a garota, e o poderoso pai do rapaz também está afim que ela saia da cidade e deixe seu filho para trás. Para isso, dá dez mil dólares para a garota ir embora. A partir daí, uma série de fatores, idealizados por Ford, muda o rumo das coisas. É triste ver a decadência de Ford e sua capacidade de acabar com todos aqueles que ama. De uma forma ou outra, sempre acaba matando alguém que gosta profundamente. Seja por consequência de um plano paralelo, seja por que a pessoa faz parte do plano diretamente ou simplesmente porque Ford sente necessidade de matar aqueles que ama. No meu ponto de vista, Ford mata as pessoas ao seu redor para não ser decepcionado mais tarde, para não ser ferido. Antes que as pessoas lhe magoem, ele as mata. Ele não quer amor, afinal, amor machuca. Ele quer ficar sozinho, mas não consegue. Sempre há alguém por perto, sempre há alguém que goste dele. Matar é a única forma de se livrar de tal afeto. Violento (Affleck arrebenta o rosto de Alba sem dó nem piedade, a cena dura alguns minutos, e ao final, vemos o rosto completamente deformado), seco e cru, The Killer Inside Me é extremamente realista. Da direção de arte aos figurinos (dois pontos fortíssimos da obra), até os mínimos detalhes. Tudo é tão bem cuidado, que jamais duvidamos dos lugares ou dos fatos representados. Com direção firme de Winterbottom, The Killer Inside Me não é pra qualquer um.

Nota: 8,0

_____O Último Exorcismo_____


O Último Exorcismo é um filme atípico. Atípico por ser simplesmente um emaranhado de clichês e apresentar ideias interessantes, que são deixadas de lado. Atípico, pois fica bem em cima da tênue linha que separa o bom do ruim. O que é este filme, afinal? O primeiro ato do filme é muito interessante, o roteiro nos engana, nos fazendo pensar que os personagens terão o devido cuidado. E tem ao menos neste primeiro ato, em que o personagem principal fala sobre si mesmo. E quando digo "fala", não me refiro a umas quinze ou vinte palavras, o falatório é desmedido. É através dessa porção de palavras ditas diretamente à câmera que o personagem Cotton apresenta suas ideias sobre igreja, fé, Deus, demônios e exorcismos. Cotton Marcus é um reverendo que segue a trilha religiosa desde muito cedo, aprendeu com um velho exorcista os macetes do ato, até um tempo atrás, Cotton acreditava no exorcismo, mas hoje, depois de uma pessoa morrer durante um exorcismo, o reverendo já não vê tudo isso com os mesmo olhos. Pra ele, tudo é uma farsa, e ele vai provar isso na frente de uma câmera que segue seus passos. A partir daí, acompanhamos o último "exorcismo" do reverendo, que se mostra um completo charlatão. Munido de sons falsos e aparelhagens que balançam camas e libera fumaça, Cotton engana o "possuído" e os familiares. No final, pega seu dinheiro e vai embora. Esta é uma das melhores sacadas do filme. Esse sopro de originalidade impede que o filme se torne péssimo. Outra ótima sacada do filme, que põe à prova todas as crenças com relação a exorcismos, é a questão de que os possuídos precisem de um exorcismo simplesmente para achar que estão libertos, ou seja, tudo é psicológico. O padre vai, faz uma encenação, faz com que o possuído acredite nela e, posteriormente, ache que está liberto de todo o mal. Mas não é surpresa pra ninguém que a garota está possuída de verdade, e o reverendo, até então descrente, terá que repensar sua fé e encarar este mal. O estilo semi-documental é usado de maneira pífia, o roteiro investe em absurdos e não os explica. Suspeitas de incesto, uma duvidosa gravidez da adolescente, um vai e vem desnecessário e um final tosco. Quando você acha que algo vai ser explicado ou, ao menos, uma opinião será exposta, a conversa é cortada por um acontecimento. Bem típico de filmes do gênero. Não perde em muita coisa pro chato Atividade Paranormal.

Nota: 5,5

Matheus Pereira

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