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Na TV - De 10/04 a 17/04

A Vila


Já falei aqui mesmo no blog, e volto a falar: adoro "A Vila". A crítica detonou, o público deu as costas. Mas por quê? "A Vila" é uma aula de como fazer um suspense. A calma com que o diretor constroi seus personagens e sua história é o ingrediente principal de um bom suspense. Flertar com o desconhecido também é outro ingrediente que não falta no longa de M. Night Shyamalan. Visual bacana, fotografia perfeita, direção de arte excelente, trilha sonora marcante. Ora, se "A Vila" tem tudo isso, por que não recebeu a devida atenção? Sinceramente, não sei! É claro que não tem a mesma força e a mesma surpresa de "O Sexto Sentido", nem a inteligência de "Corpo Fechado" nem o terror de "Sinais", mas é ótimo. É bom justamente por ser diferente. Shyamalan merece aplausos justamente por se desvencilhar e fazer algo diferente, mas sem nunca deixar as "raízes" de lado. É, também, seu filme mais gráfico, afinal, aposta alto na fotografia e na direção de arte. É também seu filme mais simples em termos de roteiro, sem muitas metáforas ou alusões. Mas ainda assim, é um filme de Shyamalan. E um ótimo suspense.

Nota: 8,5
Dia: 10/04 ás 13:30 na TNT.
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Pearl Harbor

Na época do lançamento de Pearl Harbor, algumas pessoas (amigos do diretor, provavelmente) e até mesmo os envolvidos na produção do filme diziam que "Harbor" era o novo Titanic. Bem, até que esse louca comparação tem fundos de verdade. Assim como Titanic, Pearl Harbor é uma superprodução. Assim como Titanic, "Harbor" usa como pano de fundo momentos marcantes da história da humanidade para contar uma história de amor. Assim como no filme de James Cameron, o longa de Bay garante o espetáculo visual, mas deixa uma pouco de lado o roteiro. Assim como o longa vencedor de onze Oscar, "Harbor" é longo, tem frases de efeito bem infantis, volta e meia apela para o sentimentalismo e esquece um pouco do fato histórico que ocorre no momento. É claro, que Cameron é muito, mas muito mais experiente e mais competente que Bay, e que Titanic é inúmeras vezes melhor que Pearl Harbor. É ignorância compará-los por este ponto de vista. Titanic é um clássico. Com alguns erros, é ainda um dos maiores e mais emocionantes filmes já produzidos. Diferente de Pearl Harbor, que é um belo espetáculo, mas não emociona e marca da mesma maneira. No final das contas, é sim, uma comparação deconexa, mas que tem alguns fundinhos de verdade.

Nota: 7,0
Dia: 10/04 ás 18:30 na TNT
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O Grande Truque

O Grande Truque é, acima de tudo, um filme extremamente inteligente. O roteiro repleto de indas e vindas, reviravoltas e surpresas a cada minuto empolga e nunca se torna monótono. Além de ser inteligente, o filme consegue entreter, divertir. Os bastidores da magia são expostos, alguns truques são revelados, mas no final sempre somos enganados. No ilusionismo, e aqui nesta obra, é assim. Ficamos atentos, prestamos atenção em cada cena, em cada diálogo, mas no fim somos pegos de surpresa por algo que estava ali, diante de nossos narizes. O filme começa provocante, com o personagem de Michael Caine (excelente, como sempre) dizendo: "Você está olhando atentamente?". A partir daí, nossa atenção fica redobrada. Acompanhamos truque a truque. Surpresa a surpresa. Acompanhamos as excelente atuações do elenco: Chistian Bale está ótimo, e nunca se sabe se ele é o vilão ou o mocinho da história. Hugh Jackman também está muito bem, por vezes até parece o mocinho, mas sua obsseção faz com que essa bondade evapore. Scarlet Johanson está linda, e sua beleza já é um atrativo. No final nos damos conta que não existem vilões ou mocinhos, e sim, mentirosos ilusionistas, assim como cada um de nós.

Nota: 10,0
Dia 10/04 ás 21:00 na Warner Channel
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Quem Quer Ser Um Milionário?

O que "Quem Quer Ser Um Milionário?" tem de tão bom? Sinceramente? O que faz dele este filme que a maioria idolatra? O que faz dele merecedor de inacreditáveis oito Oscar? Eu confesso que não vi nada de extraordinário na obra de Danny Boyle. É um bom filme, sem dúvidas. Mas nada do que disseram e ainda dizem por aí. A história é simples e um tanto clichê, a direção peca em alguns quesitos, as atuações são caricaturais e pouco inspiradas, entre outros. Mas então por que um filme tão desconexo fez tanto sucesso? Por ter sido lançado em boa época, talvez. "Slumdog" tem um ótimo clima. É vibrante, é colorido, é alegre, talvez por isso que todo o mundo tenha reverenciado-o. Infantil e bobinho, Slumdog é um filme mais estranho que o seu concorrente no Oscar (me refiro a ele mesmo: Ben Button), e bem inferior ao mesmo. Com uma trilha sonora marcante ("Jai Ho" é bem legal!) e uma excelente fotografia, "Slumdog" é um filme, digamos, normal. Não mais que isso.

Nota: 7,0
Dia: 13/04 ás 22:00 no Tele Cine HD

V


Vocês já devem ter notado que eu não falo sobre séries. Este é um blog só sobre cinema. Nada mais. Mas achei interessante fazer breves comentários sobre a nova série "V" que estreiou hoje (06/04) na Warner Channel.

Trata-se de uma refilmagem da clássica série dos anos 80 "V - A Batalha Final", e mostra a chegada (será?) de visitantes de outro mundo no nosso planeta. Várias naves sobrevoam as principais cidades do mundo simultânemente. O primeiro contato é de paz. A líder dos "Vs"é uma bela mulher (será?) e diz que eles estão ali em busca de "amizades" (será), conhecimento e, claro, algo que eles não têm, mas que nós temos. Em troca desse "algo", eles irão compartilhar suas tecnologias e que estão aqui em paz. Sempre.

Só que os Vs já estão aqui há um bom tempo, e uma resitência contra os visitantes já até foi formada. Participam dela humanos e "desertores", extraterrenos que trairam seu povo. Os Vs, claro, não são os bonzinhos que pintam e irão fazer um bom estrago.

O primeiro episódio é muito bom, e provavelmente chamou atenção de muita gente. Sem enrolar muito e indo direto ao ponto, em poucos minutos já somos apresentados aos visitante e num só episódio já temos várias dúvidas, mas já somos surpreendidos várias vezes. Nos vinte minutos finais as surpresas vão se tornando constantes, o episódio fica ainda melhor e, bem ao estilo LOST, termina.

Muito bem dirigida (o estilo semi-documental caiu muito bem), V surpreende pela luxo da produção. Contando com um ótimo elenco, efeitos especiais caprichados (não se comparam aos de um filme, mas é muito para uma série de TV) e uma história bem inteligente, V conquista rapidamente. A bela fotografia e uma interessante direção de arte completam o pacote.

Mas V não está isenta de erros. Os clichês estão lá e algumas infantilidades são bem perceptíveis. Algumas coisas acontecem muito rapidamente, dando a impressão de que os roteiristas quiseram colocar muita coisa interessante só pra chamar atenção no primeiro episódio.

Levantando assuntos interessantes e polêmicos, como a comparação com a religião e seus devotos, envolvimento político e o atual "terrorismofobia" V prova ter cérebro. Impossível não comparar uma coisa e outra com Distrito 9, mas deixamos isso pra outra hora...

Episódio 1 - 1ª Temporada: 8,0

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15º - Vôo United 93 (2006)


Direção:
Paul Greengrass
Roteiro: Paul Greengrass
Elenco: Christian Clemenson, Trish Gates, Polly Adams, Shawna Fox, James Fox
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Drama
Duração: ?

Se houve um fato extremamente marcante e que irá estampar as páginas dos futuros livros didáticos, este fato é o atentado de 11 de setembro. Se há acontecimento atual que nossos filhos e netos irão estudar e se surpreender, tal acontecimento é o famoso 11 de setembro. A história da humanidade se divide em pré-história, antiga, média, moderna e contemporânea. Cada passagem, de uma "fase" para outra, é marcada por um acontecimento marcante (a descoberta ou invensão -como preferir- da escrita é o acontecimento que marca a passagem da pré-história para antiguidade, por exemplo). Sendo assim, se no futuro os estudiosos resolverem fazer outra divisão posterior a contemporânea, a qual estamos vivendo, tal divisão deve ocorrer após os eventos do 11 de setembro. Se a idade contemporânea deve acabar para dar lugar a outra "fase", tal troca deve ser marcada pelo 11 de setembro. Depois destes atentados, o mundo inteiro não foi mais o mesmo. Não foram apenas os americanos que sofreram e mudaram com a tragédia, o mundo inteiro mudou sua forma de ver e entender as coisas. Depois do fatídico dia, o cinema mudou, tomou novos rumos, adquiriu novos olhares e, parece, que se amargurou. A cultura em geral mudou, afinal, as pessoas mudaram. Crise? O que era isso antes dos acontecimentos? É claro que tinha uma e outra, mas nenhuma que afetasse tudo tão brutalmente. Guerras? Nossa! Tinha um conflito lá que outro, uma briguinha que estava morna, mas não apagada, mas nada como a guerra que sucedeu tais acontecimentos. O mundo mudou. Nunca esquecerei, era mais ou menos oito e meia da manhã. Era uma criança, não entendia coisa alguma sobre política ou religião. Acordei, liguei a televisão e a primeira coisa que vejo e a notícia de um atentado às torres americanas. Eu podia ser uma criança e não entender as coisas por completo, mas aquilo eu entendi. Vi na hora que aquilo era a história sendo escrita com sangue. Mal sabia eu, que em algum campo dos EUA um avião sequestrado caía devido aos esforços dos bravos passageiros que morreram para que o avião não atingisse o alvo. Vôo United 93 é, sem dúvida alguma, um dos filmes mais impactantes e angustiantes da década. Inesquecível e digno.

Matheus Pereira

Clipe: Kick-Ass

Foi divulgado um novo clipe do aguardado Kick-Ass. A mistura de comédia e ação promete cenas bem orquestradas e originalidade, resta torcer e esperar.


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16º - O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)


Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Taraji P. Henson, Tilda Swinton
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Drama
Duração: 159 min.

Como escrevi em minha crítica, O Curioso Caso de Benjamin Button é sobre a vida, tempo, amor e morte. Quatro dos mais delicados e perigosos assuntos a se tratar. Além de profundos, tais assuntos são paradoxos. São inexplicáveis. Não da para imaginar a dificuldade para criar este filme. Pra começar, o conto que o filme se baseia tem pouquíssimas páginas, não é tão profundo e tem momentos completamente diferentes (inclusive seu final). Como criar um personagem que nasce velho e vai rejuvenescendo? Como seria fisicamente? E emocionalmente? Como construir uma história com um argumento desses e não torná-la fantasiosa ou absurda? Como unir assuntos tão complicados como aqueles citados no início deste texto? E pior: como uni-los com uma história tão "diferente" como a de Benjamin Button? Tais perguntas passaram pela cabeça do diretor David Fincher e do roteirista Eric Roth, mas tais perguntas não foram páreo ante o perfeccionismo e intelecto do primeiro nem a dedicação do segundo. Fincher, conhecido pela inteligência e pelo extremo perfeccionismo (e sigo afirmando sem medo que Fincher é um tipo novo de Stanley Kubrick) criou um filme belíssimo, com cenas profundas que enchem os olhos. Mas não só isso. Fincher também conduziu como ninguém uma história difícil e emocionante. São vários personagens que passam na tela. Cada um com uma personalidade. Cada um construído com perfeição. Roth, que roteirizou Forrest Gump e Uma Mente Brilhante, concebe um trabalho notável. Seu roteiro quebra qualquer barreira e une fantasia e realidade como nenhum outro até então. É impossível dissecar um filme tão profundo e tão cheio de nuances em tão poucas linhas. Encerro este texto com a mesma frase que encerrei minha crítica: de O Curioso Caso de Benjamin Button emana a mais pura arte e mais exímia perfeição.

Matheus Pereira

Não, Sempre ao Seu Lado não é daqueles filmes bonitinhos com cachorrinhos fofos fazendo palhaçada. Sempre ao Seu lado não é um filme sobre cachorros, é sobre a amizade entre o homem e o cachorro, é sobre a lealdade que emana destes dois seres. Diferente de Marley e Eu, que derrapava neste quesito e optou por um lado mais "fofo" do que um mais sério, Sempre ao Seu Lado tem suas cenas exclusivas com o cão, mas nada grotesco ou sem propósito. Nada de cenas feitas sob medida para os espectadores assistirem e sussurrarem com voz meiga "oh, que bonitinho". A simplicidade da história é incrível. Nada de surpresas, nada de tramas intrincadas, apenas a história entre um cão e um homem. Só isso. E o grande feito da produção reside aí. Pegar uma história tão simples e transformá-la em algo interessante, emocionante e tridimensional é um feito notável. Ao lado do roteirista Stephen P. Lindsey, o diretor Lasse Hallström (Regras da Vida, Chocolate)consegue transformar uma pequena história em algo profundo, apoiando-se apenas na amizade do professor Parker (Richard Gere) e seu cão Hachi.

Parker, ao descer do trem e caminhar pela estação, encontra um belo filhote de cachorro da raça akita. Parker leva o cãozinho para casa e lá permanece por uns dias. A identificação entre Parker e o cachorro é tanta, que o casal resolve ficar com o cão e não doá-lo como queria a esposa anteriormente (um dos poucos clichês da história: a esposa que não concorda com a permanência do animal). Aos poucos o cão vira um membro da família, e a amizade entre eles é tão bela que a falta de acontecimentos nem é notada. Todos os dias, Hachi acompanhava seu dono até a estação, e depois ia buscá-lo. Como todos devem saber (e aviso aqui que se você ainda não sabe e não quer saber de um momento importante da história, volte a ler a crítica mais adiante), Parker morre dando aula, e não volta. Hachi sente a falta do dono como ninguém, e todo dia no mesmo horário, ele ia até a estação esperar o dono que nunca mais retornaria. Assim Hachi fez por nove anos seguidos.

Serei franco com você: como a história termina, pouco importa. Você pode assistir oa filme, sabendo do desfecho, tranquilamente, pois o que importa não é o fim, e sim, o meio da história. Todo o relacionamento, toda a amizade. O roteiro tem seus tropeços, como a esposa que não admite a adoção do cão, momento cômicos que destoam do clima predominante do longa (o genro de Parker, que é mostrado com o típico "quase-retardado) e o uso desnecessário do ponto de vista do animal, que apesar de ser tecnicamente belo, não serve para a história. Como eu já havia citado, Sempre ao Seu Lado está muito mais para drama do que para uma comédia fofa com cachorros, e dá para constatar isso logo no início com a melancólica trilha sonora. E por falar em trilha, um outro problema do filme reside neste quesito. A trilha é belíssima, mas a forma como é usada no filme é exagerada. A trilha, no meu ponto de vista, tem de acompanhar o filme, e não aparecer mais que o mesmo, e isto acontece em Sempre ao Seu Lado. Além de repetir várias vezes a mesma música, ás vezes ela se destaca do longa e destoa.

Mas são pequenos problemas perto de toda a emoção e profundidade da história. Dirigido com leveza e atuado com simplicidade, Sempre ao Seu Lado pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas com certeza é uma das melhores surpresas. Prepare os lenços e se emocione com a simples história de um cão e seu dono.

Nota: 8,5

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