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Em DVD - Crítica: Lua Nova

Assim como Crepúsculo, Lua Nova tem incontáveis erros. Uns chegam a ser absurdos. Mas há algo neles que chama atenção. Algo que faz com que gastemos dinheiro e tempo para assisti-lo. Por mais que conheçamos seus erros queremos assistir. Curiosidade? Talvez. Ouso a dizer que o filme nem é tão ruim assim, mas devo dizer também que são inaceitáveis alguns amadorismos. Tantos profissionais, tanta gente olhando daqui e dali e ninguém nota erros infantis (a péssima maquiagem é um deles, afinal, será que nenhum ator perguntou para o maquiador: "você só vai maquiar o rosto? O pescoço não precisa?"). Mas vamos começar pelo princípio, obviamente. Os erros irei comentar depois.

A essas alturas todo mundo deve saber quem é Bella Swan, Edward Cullen e Jacob Black. Como a necessidade de apresentações já foi suprida em Crepúsculo, Lua Nova já começa no estilo "este filme é pra quem já conhece a história". Em Lua Nova a história parece mais intrincada. Apenas parece, afinal, todas as histórias paralelas são apenas citadas ou pessimamente exploradas, enquanto a maior parte do tempo é voltada para o romance chato de Edward e Bella e amizade colorida e também chata de Jacob e Bella. Resumirei o filme com minhas palavras: o longa começa errado, com um clichê mais velho que o próprio cinema: o sonho que é interrompido, claro. Neste caso, o sonho é meio surreal, vemos Bella vendo sua versão (bem) mais velha, enquanto Edward se aproxima, brilhando perante a luz do sol, fazendo as pessoas de bom senso sentirem vergonha alheia. É então que o pai da moça a acorda. Bella está fazendo dezoito aninhos e tem uma aversão à velhice incrível. Bella ganha uma câmera digital (protagonista de um dos mais inacreditáveis erros do filmes, que citarei mais adiante) para tirar fotos dos amiguinhos e fazer um bonito álbum sobre o último ano na escola. Bella vai para a casa dos Cullen comemorar o aniversário. Na festa, corta o dedo com o embrulho de um presente. Gotas de seu delicioso sangue caem no carpete, e um tal de Jasper se excita. Corre e vai em direção a indefesa Bella. É então que o vampiro diamante protege sua amada. Com medo do que pode acontecer, Edward termina com sua amada e ele e sua família saem da cidade para nunca mais voltar. É então, que aquele "amigo" que sempre quis passar a mão na sua namorada aparece, com todo o amor pra dar. A amizade vai se tornando colorida, a mocinha vai se apaixonando pelo tal "amigo" Jacob e acaba confundindo as emoções. Tudo se complica quando Bella descobre que o rapaz é um lobisomem maior que um urso. Enquanto isso, Bella vai sonhando com o diamante ambulante, tendo visões do mesmo, se aventurando em busca de adrenalina (ela e o personagem de Jeremy Renner em Guerra ao Terror fariam uma bela dupla), mandando mensagens tristonhas para Alice, irmã de Edward. Alice, que tem o poder de prever os acontecimentos, tem uma estranha visão: Bella irá cometer suicídio. A notícia "vaza" para Edward que vai até os Volturi (clã clássico poderoso de vampiros, que vivem na Itália e são a polícia dos vampiros. São eles que mantêm a ordem, mesmo que para tal, tenham que matar seres como eles) e pede para que os mesmos o matem. Bella fica sabendo e corre para a Itália para tentar impedir a tragédia. Paro por aí para não estragar (mais? ainda é possível?) o filme, mas acredite, o filme se resume a isso aí mesmo. Estes são os principais acontecimentos do filme, o resto é puro lengalenga e repetição de cenas e frases.

Agora, chegou o grande momento: os erros. Irei começar pela direção. É nítida a mudança na direção. Para melhor, felizmente. Enquanto Crepúsculo era um tanto mal dirigido por Catherine Hardwicke, Lua Nova ganha um novo fôlego com um diretor claramente mais criativo e competente: Chris Weitz (Um Grande Garoto e A Bússola de Ouro). Weitz sabe utilizar os efeitos especiais de maneira muito mais fluente e inteligente do que Hardwicke. Enquanto a diretora do primeiro tornava os conceitos ainda mais absurdos (brilhar de dia, se movimentar deixando rastros de cor para trás) com efeitos especiais capengas, Weitz ameniza as péssimas ideias da escritora e dos responsáveis do primeiro. No primeiro, o brilho emanado por Edward era ridículo, exagerado, aqui, é mais discreto e até mesmo mais bem feito. A péssima movimentação dos vampiros enquanto correm é pouco usada aqui, e quando mostrada é mais aceitável que as cenas do primeiro filme. Porém, nem tudo é perfeito na direção de Weitz. Tecnicamente, Weitz peca em pequenos detalhes. Enquadramentos sem lógica (em alguns momentos, Edward está sendo filmado de costas para a câmera com a cabeça de um jeito, quando ele é filmada de frente, a posição da cabeça muda consideravelmente, apenas para o rosto do ator ficar bem enquadrado), as repetitivas trocas de lugar através de montagens e efeitos de câmera (o ator está num lugar e quando se vira ou caminha já está em outro). Alguns erros de lógica também incomodam. Lógicas de distância, de tamanho (os lobos são enormes, do tamanho de ursos!) caem por terra.

Assim como em Crepúsculo, o roteiro de Lua Nova é muito fiel ao livro, e isso é um problema, já que a própria fonte (o livro escrito por Stephenie Meyer) é um emaranhado de problemas. Mas como esta não é uma crítica sobre um livro e sim, sobre um filme, deixarei minha opinião sobre a obra literária de lado. A saga Crepúsculo parece ser feita para retardados e retardadas. Desculpem a franqueza, mas é verdade. Não estou afirmando, estou presumindo. Talvez os espectadores da saga nem sejam retardados, o caso é que os realizadores da saga acham que as pessoas que assistem os filmes são. Não basta apenas mostrar ou sugerir. O que está sendo mostrado na tela é obrigatoriamente narrado por alguém, ou no momento ou depois. Algo acontece, minutos depois alguém repete a cena só que com palavras. Ás vezes alguém chega a algum lugar e fala algo óbvio, nítido, que está sendo visto. Parece que tais palavras são proferidas apenas para frisar o que está acontecendo e para ter a certeza de que o espectador entendeu a mensagem. É um reforço. Toda cena, pode ter certeza, tem seu reforço logo depois. É incrível como a roteirista (assim como a escritora da saga) repete demasiadamente algumas falas. Muitas delas absurdas e extremamente infantis ("Você me mantém vivo", "Não conseguiria vivem num mundo em que você não estivesse", meu Deus! Que coisa horrorosa!). A roteirista (juntamente com o diretor) comete erros mortais cada vez que mostra Taylor Lautner (Jacob) sem camisa. O rapaz só aparece seminu, mostrando os músculos. Ás vezes está vestido, mas segundos depois se despe, e quando tira a camisa, a câmera o enquadra lentamente mostrando cada segundo de seu quase streptease. Alguns momentos são desnecessários, como aquele em que Bella anda de moto com um homem. O momento se fosse bem concebido, seria um bom retrato dos sentimentos da moça no momento, mas tudo é tão rápido e sem sentido, que o que poderia ser um interessante detalhe torna-se um momento constrangedor. As melhores coisas da história são desperdiçadas. Os Volturi, por exemplo. Os vampiros mais interessantes e intrigantes aparecem muito pouco e deixam um gostinho de "quero mais". Alguns deles falam uma ou duas palavras. Já a relação entre Bella e Jacob, essa sim, essa tem um espaço irritante.

Mas, como disse lá no início, Lua Nova não é assim tão ruim. Tem suas qualidades, a trilha de Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button) é um ótimo exemplo. É melhor que Crepúsculo, sem dúvida. Possui seus erros, mas pode ser assistido tranquilamente. As fãs já gritaram muito, e ainda tem muito que gritar, afinal, em menos de dois anos três filmes da série serão lançados (o último capítulo será dividido em duas partes, se não me engano). Até lá, muita coisa vai acontecer, e este Lua Nova vai ser só um borrão na memória dos cinéfilos.

Nota:
6,5

Obs.: O erro qual me referia lá no início e que envolvia a câmera digital, é o seguinte: na festa, Alice bate a foto na horizontal, mas quando Bella revela a foto em casa ela está na vertical.

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