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Papo Rápido

Inicialmente, iria se chamar “Exorcist: Dominium” e o diretor contratado John Frankenheimer teve que abandonar o projeto por problemas de saúde antes mesmo do início das filmagens, vindo a falecer pouco tempo depois. Com a saída forçada de Frankenheimer, o ator Liam Neeson, que interpretaria o Padre Merrin, desistiu do projeto e em seu lugar foi chamado Stellan Skarsgård. O novo cineasta que assumiu a direção foi Paul Schrader (mais conhecido como o roteirista de “Taxi Driver”, 1976), porém depois de concluída as filmagens e apresentado o trabalho para os executivos da “Morgan Creek”, o filme foi considerado um autêntico thriller psicológico ao contrário da intenção dos produtores em ver um filme de horror com mais cenas chocantes para o público. Em razão disso, o filme de Schrader foi vetado e ele se retirou do projeto, sendo convidado outro diretor para refazer o filme, conforme as exigências dos financiadores. Com isso, alguns atores que estavam com a agenda ocupada, como Gabriel Mann (que fez o Padre Francis), não puderam participar dos novos trabalhos de filmagens, agora sob o comando de Renny Harlin, contratado para fazer um filme com mais violência gráfica e com cenas de grande impacto visual.


Depois de tantos problemas, o longa de Harlin foi lançado nos cinemas, e o de Schrader engavetado. Schrader entrou na justiça para poder exibir seu filme. E conseguiu. Entrou no circuíto com um número limitado de salar nos EUA, e alguns meses depois foi lançado em DVD no restante do mundo. Ontem pude conferir o trabalho de Schrader, eis a minha opinião das duas versões.


Exorcista - O Início - de Renny Harlin

Parece que um filme completa o outro. Ambos são ruins, nenhuma obra prima. Mas o que um tem o outro não tem e vice e versa. Aqui, o impacto visual realmente é maior e a parte técnica do filme tem um cuidado maior. Com um fotografia cuidadosa e efeitos especiais competentes, o filme de Harlin é realmente o que os executivos queriam: efeitos e impacto visual. Só. Não há roteiro coeso e profundo, os personagens são superficiais e os acontecimentos absurdos. Se não fosse o talento do excelente Stellan Skarsgard e a técnica do longa, o filme seria um fracasso total. Os sustos são baratos, são incontáveis as vezes que uma porta ou janela se abre ou fecha sozinha, que uma luz se apaga sem alguma interferência humana ou que um vulto negro passa na frente da câmera acompanhado de um som distorcido de trilha sonora. São clichês visuais e narrativos que encomodam, fazem com que a mínima vontade de se assitir o filme despareça. A direção de Harlin derrapa de vez em quando, com cenas constrangedoras e amadoras (a cena em que um homem velho é surpreendido por um espírito/demônio e um grotesco zoom se aproxima do rosto do tal homem é péssima) e a cena do ataque das hienas, hoje, é um tanto ruim e mal feita. É um filme que eu não indicaria, mas se quiser ver, veja, o único sentimento que você irá sentir é o de raiva e decepção.

Nota: 5,0
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Dominion - Prequel to the Exorcist - de Paul Schrader

A versão de Schrader é melhor que a de Harlin. Mas isso não quer dizer muita coisa, já que qualquer filme consegue ser melhor que o de Harlin, mas se é para escolher um, escolho o de Schrader. São nítidos os motivos da escolha do estúdio para escolher a versão de Harlin, não a de Schrader, pois a versão do segundo não é um filme de terror. É um thriller psicológico. Não há cenas de impacto visual nem efeitos especiais, duas coisas fundamentais para chamar mais público. A versão de Harlin tem uma sequência de exorcismo mais parecida com a do original, enquanto a de Schrader aposta em um outro estilo, o que para os executivos, poderia distanciar a plateia. O filme de harlin é realmente mais um terror convencional, para assustar de vez em quando, já o outro é mais pscicológico, tem história mais cuidadosa, apesar de ter uma grande parcela de personagens superficiais. Na versão de Schrader algumas coisas são mostradas mais rápido que no outro. No filme de Harlin, o padre Merrin era chamado e depois conhecia a igreja soterrada, em Dominion, Merrin já está no local e já conhece a igreja. O passado de Merrin é melhor explorado em Dominion, já em Exorcista de Harlin, é só um pretexto para cenas de violência. Em Dominion o deserto e os arredores do pequeno hospital são explorados de maneira mais convincente, aqui podemos ver tudo, entendemos o local e sabemos o tamanho do terreno e as distâncias entre um local e outro, na versão de Harlin, não temos conhecimento do lugar, e nossa visão é limitada, em compensação, a Igeja parece ser melhor explorada na versão de Harlin. Os efeitos especiais de Dominion são bem ruins, mas a precariedade deste setor pode ser entendida, já que o filme não teve o acabamento necessário, já que foi engavetado pelos produtores antes da finalização completa, o filme, infelizmente foi lançado com um acabamento errôneo. Alguns personagens são melhor explorados em Dominion, dentre eles o próprio padre Merrin e o sargento que colecionava borboletas. Enfim, nenhuma conseguiu dois por cento do que a obra original conseguiu, tantos problemas, tantos gastos pra nada. Duas obras imperfeitas e que se completam.

Nota: 6,0

Matheus Pereira

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