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Papo Rápido - Em DVD


"Há algo errado com Esther". Ah, poupe-me! Há algo errado com este filme!

Depois de ver que "A Órfã" se fazia presente em algumas listas de melhores do ano de algumas pessoas, logo pensei que este fosse um filme diferente dos demais. Assustador, original, inteligente e interessante. Engano. Sinceramente não sei o que algumas pessoas viram neste filme. Sinceramente não sei se viram o mesmo filme, pois o que se vê no novo longa de Jaume Collet-Serra (o diretor de A Casa de Cera) são cenas e diálogos constrangedores. Junte isso a uma das explicações/desfechos mais absurdas do ano e terá o saco de clichês e absurdos que é "A Órfã". A história não tinha que ser mais sem graça e clichê: casal tem dois filhos e perde o terceiro antes de nascer. A mãe era alcoólatra e há pouco tempo se recuperou. A filhinha mais nova é surda e muda (mas age e pensa melhor que muita gente). Para preencher o vazio, o casal resolve adotar uma criança, já crescida. Depois da papelada a criança (...) vai para casa. E adivinhem... Ela é do mal. É impossível pegar uma sinopse tão clichê como esta e transformá-la num roteiro original. Não há saída, não há escapatória, uma hora ou outra o roteirista vai tropeçar e cair num poço enorme. O filme já começa clichê: um pesadelo terrível (poxa, não há outra maneira de começar um filme de terror?). Nos minutos que se sucedem (cansativos 120!) os clichês vão tomando conta da tela e da história. Ás vezes, "A Órfã" até tenta ser o que não é: em um momento, a personagem de Vera Farmiga abre o armário do banheiro. Obviamente, este armário tem um espelho. O diretor faz com que o espectador pense "quando ela fechar o armário alguém vai estar atrás dela". Mas não. Nada aparece. Até uma música da trilha sonora toca para deixar o clima mais tenso. Mas ninguém aparece atrás dela. Isso na primeira vez, porque da segunda alguém já está lá, para dar o devido e repetitivo susto. Até mesmo o artifício "vou fazer você pensar que está lá, mas não está" já virou clichê. A menininha má. A garotinha indefesa e ameaçada (e surda e muda, só pra piorar). O pai "cego" que acredita na menininha má invés da esposa. A esposa que sabe o que está acontecendo, mas que não é ouvida (devido ao seu passado alcoólatra). Os passados infieis. E por aí vai. Estereótipos descarados e situações previsíveis. A única coisa que se salva nesse emaranhado de porcarias é Isabelle Fuhrman, que fez com perfeição exatamente o que tinha que fazer: revoltar. Collet-Serra até tem alguns momentos de inspiração (a cena do acidente de carro causado por Esther é muito bem executada), mas estes são quase imperceptíveis ante a tanta coisa ruim. Quando a tal surpresa é revelada dá vontade de não pagar a locação.

Nota: 3,0

Matheus Pereira

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