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Crítica - (500) Dias Com Ela

Há algo em (500) Dias Com Ela que faz com que nós gostemos do filme mais do que ele realmente merece. Há algum ingrediente misterioso em sua receita que faz com o filme se torne mais do que ele realmente é. Isso é ruim? Claro que não, afinal, torna o filme melhor. Há um clima de tranquilidade no filme que faz com passamos uma hora e meia encantados e vidrados nas história do casal não tão atípico assim.

Logo no início do filme surge um letreiro dizendo: "Esta não é uma história de amor". Por aí você já tem uma base do gênero do longa. Se é que este se encaixa num. Temos uma base, também, dos rumos que o filme tomará. Já sabemos de antemão que este não é um romance meloso e igual aos outros tantos que aparecem por aí. Este é diferente. Ou realmente igual a tudo na vida. Afinal, quem não se identifica com o personagem principal, que se apaixona por uma garota que não ama ele? Se você não se identifica com o sujeito hoje, muito provavelmente ainda vai se identificar. É, como costumo falar, um romance para homens. Enquanto uns filmes trazem fórmulas extremamente usadas em filmes voltados ao público feminino, este trás uma história mais voltada ao masculino. Há momentos e diálogos que parecem que foram extraídos da nossa história, da nossa vida. Há discussões entre o casal que parecem terem sido inspiradas em algumas de nossas brigas. É tão perto da realidade que é impossível não tomarmos um partido. Um lado. Muito provavelmente os homens ficarão do lado do homem e as mulheres do lado da mulher. É inevitável. Sofremos do lado de Tom (Joseph Gordon-Levitt, ótimo), sentimos na pela junto a ele toda a tristeza. Por quê? Oras, porque já sofremos as mesmas em alguma vez perdida nos dias da nossa vida. Quando ele fala e brinca, e ela num ato mesquinho o ignora, sentimos raiva dela, ficamos chateados devido ao seu comportamento. Sentimos a mesma indignação que sentiríamos se fossemos nós no lugar de Tom. Quando Tom mostra uma capa de um LP para ela e ela faz um gesto com a cabeça acompanhado de um olhar de desprezo ou insegurança (esta cena se repete várias vezes durante o filme, e todas as vezes ficamos indignados com a garota), sentimos na hora que aquele romance está ruindo aos poucos. Sentimos como sentiríamos se fosse com nós mesmos.

Uma escolha certíssima dos roteiristas, foi não ter tornado a personagem Summer (Zooey Deschanel, perfeita em todos os sentidos) a vilã. Desde o início Summer diz a Tom que ela não acredita no amor e que não quer se relacionar seriamente. Se pensarmos por este lado, Tom resolveu se arriscar por conta e risco. No fundo, ele sabia que não ia dar certo, mas mesmo assim apostou tudo. Não é culpa dela, ela já avisara de antemão que um romance era quase impossível. Por isso é que todas as pessoas não ficam apenas do lado de Tom, e sim, divididas, afinal, os dois estão sofrendo e os dois estão errados. Ninguém é vilão. Ninguém é certo ou errado. Todo romance é assim. Nas discussões, se pensarmos bem, ambos são errados e ambos são certos. Ela avisou, ele apostou e se deu mal.

O roteiro se espelha diretamente nos romances reais. O argumento em si já é um espelho da realidade: quem nunca, ao terminar um relacionamento, pensou em tudo o que fez e disse e acabou se arrependendo ou dando graças a Deus? Primeiramente lembramos dos momentos bons. Choramos e nos arrependemos. Depois de todas as coisas boas serem lembradas, é a hora de lembrar das coisas ruins, dos momentos fatídicos do relacionamento. E é aí que damos graças a Deus por ter terminado o relacionamento. Lembramos das mesquinharias, das mentiras, das brigas, dos erros, e aí notamos enfim que ela(e) não era tudo o que pensávamos. A sinopse de (500) Dias com Ela é simples: Tom se separa de Summer, sua amada, e assim começa a lembrar dos melhores momentos que passou ao lado dela e aprende os verdadeiros valores da vida. No filme, os dias vão e vem constantemente. Ora ele está feliz ao seu lado, ora está acabado chorando em um canto. Logo no início do filme não estamos acostumados com os vai e vens e não entendemos direito as fazes do relacionamento, ao passar dos minutos ao aparecer o letreiro com os dias passados ao lado dela, já sabemos o que está por vir: felicidade ou tristeza.

Dirigido com gosto por Marc Webb (a sequência de dança do parque é sensacional e simboliza com maestria o estado de espírito do sujeito) e escrito com alma e inteligência, (500) Dias com Ela é gostoso de se assistir e um verdadeiro espelho da vida.

E não esqueça meu caro, homem é que nem lata, uma chuta, a outra cata.

Nota: 8,5

Matheus Pereira

4 comentários:

Homem é que nem lata, é? rsrsrsrs Discordo de vc em uma coisa: A Summer é meio vilã sim, porque ela sempre disse que não queria compromisso sério com ninguém e acaba casada; ou seja, na verdade ela não queria compromisso sério com o coitado lá. É por isso que ele fica tão arrasado! Só não fiquei com mais raiva da personagem porque é impossível ter raiva da gracinha da Zooey. Ótima escolha prô papel.

14 de janeiro de 2010 às 18:16  

Pois é Ana, mas esse lado vilã dela desaparece no (SPOILER) final, quando ela diz que se apaixonou pelo atual esposo dela devido ao que Tom ensinara para ela, ou seja, ela talvez não se apaixonou por Tom pq não tinha conhecimento do verdadeiro amor, ou pq não gostou do pobre coitado mesmo...hehehehehehehe

14 de janeiro de 2010 às 20:46  

Acho que no final ele entendeu que simplesmente ela nunca ficou seriamentecom ele porque ele não era a pessoa certa. Todo mundo diz que nunca vai fazer isso, não vai casar e não vai ter filhos e tal,mas é só aparecer a pessoa que te faz perder o fôlego que isso tudo vai por agua abaixo.Infelizmente pro Tom, esse cara para ela não era ele.

16 de janeiro de 2010 às 04:13  

E curiosamente, o "ciclo" começou novamente pros dois, lembra da última cena na entrevista de emprego? Alguém tirou o fôlego de Tom de verdade, fiquei com curiosidade pra saber quantos dias eles iam passar juntos... hehehehehehe
E muito obrigado pela visita, volte sempre André! Abraço!

16 de janeiro de 2010 às 10:46  

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