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TOP 10 - 2009

TOP 10
Por Matheus Pereira

2009 se acabando, arrependimentos e agradecimentos são constantes. O último dia do ano é para se pensar nos erros e tentar não cometê-los no próximo ano. O ano de 2009 foi um bom ano para o cinema. Um ótimo ano, na verdade. Particularmente achei melhor que o ano de 2008. Este ano o famoso “TOP 10” pareceu tão pouco diante de tantos bons filmes. Poderia listar um TOP 20 tranquilamente, mas prefiro ser clássico, e seguir a famosa risca. A seguir segue a lista dos 10 melhores filmes de 2009, lançados comercialmente no país este ano. Você irá notar que o filme Guerra ao Terror consta na lista e que este fora lançado diretamente em DVD, mas é impossível deixá-lo de fora. Espero que gostem:


Muitos se perguntam quão revolucionário é Avatar. Eu não sei dizer o quanto, só sei dizer que é. E não precisa esperar alguns meses ou anos para constatar isso. Está ali, na tela. James Cameron mostra pra todo mundo um novo mundo, repleto de cores, plantas estranhas, belas e brilhantes, e animais enormes, ferozes e incríveis. A história é um pouquinho ultrapassada, clichê e alguns diálogos são de “efeito”? Pode até ser, mas nada disso enfraquece o poder de Avatar. Titanic tinha os mesmos erros, mas hoje, é reconhecido como um dos maiores espetáculos cinematográficos da história. E é como eu sempre digo: você pode ter uma história ruim e com erros nas mãos, mas se você souber contá-la, ela pode se tornar a maior e melhor história de todos os tempos. Cameron faz isso, com uma história um tanto velhinha e clichê, ele sabe contá-la de maneira magistral, transformando-a na melhor história (filme) do ano.


Há um bom tempo David Fincher vem se mostrando o melhor e mais competente cineasta da atualidade. Reconhecido como o melhor de sua geração, Fincher entrou para a seleta lista dos cineastas jovens que se tornam gênios em seus primeiros filmes, como Martin Scorsese e Paul Thomas Anderson. O reconhecimento mundial veio com a obra-prima Clube da Luta. Antes disso, Fincher dirigira Alien 3 e Se7en. Depois de Clube da Luta vieram o divertido O Quarto do Pânico e o excelente Zodíaco. Mas foi em 2009 que o cineasta voltou para mostrar seu perfeccionismo e cravar seu nome para sempre na história do cinema com o seu perfeito O Curioso Caso de Benjamin Button. Infelizmente Fincher entrou também, para a lista dos cineastas mais injustiçados da história, que também incluem os mesmos Scorsese e Anderson, todos eles (com exceção do primeiro que recebeu o primeiro Oscar com mais de sessenta anos...) nunca receberam um Oscar. Anderson por Sangue Negro e Fincher por este perfeito trabalho.

Em meio a tantas séries de TV, livros (para estes há de ser criado um espaço só pra eles nas livrarias, tamanha quantidade de livros sobre os sugadores) e filmes, um se sobressaiu. Enquanto um fez um sucesso inacreditável nas bilheterias, outro chegou com atraso nas terras brasileiras. Inteligente e repleto de metáforas, Deixa Ela Entrar é o melhor exemplar do terror do ano, e o melhor: é sueco, e não americano. Baseado em um livro do próprio roteirista, Deixa Ela Entrar e dirigido com maestria por Thomas Alfredson que opta em dar ênfase à amizade das crianças e ao roteiro do que às cenas de violência ou efeitos especiais (estes quando aparecem são usado em prol da história, não em detrimento). Com cenas chocantes (a cena em que a menina de treze/quatorze anos aparece nua causou polêmica e longos e longos debates em fóruns e chats) roteiro inteligente e educado (afinal, foi o único que tratou a cultura vampírica com respeito e perfeição)e um elenco sensacional (destaque para Kare Hederbrant e Lina Leanderson), Deixa Ela Entrar assusta e faz pensar, feito alcançado por um filme lançado nos já longínquos anos 1999, por um certo Shyamalan. Pena que pouquíssimos foram os sortudos que assistiram essa obra-prima do cinema mundial.


Quando um cineasta faz duas ou três obras-primas, ou ele tem de parar para pensar num projeto digno de sua carreira até ali ou ele vira um diretor nada modesto. Quentin Tarantino se encaixa nas duas formas: após lançar obras-primas do cinema como Cães de Aluguel e Pulp Fiction, Tarantino sentou, pensou e colocou seu projeto mais ambicioso em prática. Mas este mesmo projeto veio acompanhado de uma falta de modéstia do diretor, auto-proclamando seu filme como obra-prima. Além de ser o filme mais esperado do cineasta até então, o homem proclamou o longa como obra-prima fazendo com que a expectativa aumentasse em proporções inimagináveis. Tarantino juntou um elenco um tanto desconhecido (o nome mais conhecido é o de Brad Pitt, o segundo é o de Eli Roth...), uma história original e maluca (bem ao seu modo) uma ótima equipe técnica e começou a filmar a “obra definitiva sobre a 2ª guerra”. No final, fez um bom sucesso nas bilheterias, foi aclamado pela crítica, fora indicado ao Globo de Ouro e a vários outros prêmios e um dos mais cotados a ser finalista no Oscar de 2010. Contando com a melhor atuação masculina do ano (Christoph Waltz, extrapola e dá um aula de atuação e idiomas)e o roteiro mais divertido Inglorious Basterds é sensacional. Tarantino voltou a brilhar ante aos holofotes, lugar de onde, realmente, nunca saiu.


Como juntar política, jornalismo e uma enxurrada de diálogos sem tornar a história chata? Ron Howard parece que descobriu o modo de preparo e lançou uma pequena obra prima que mistura política, jornalismo e constantes diálogos, mas que incrivelmente não é chata, ao contrário, é divertida, é dinâmica. Precisa saber apenas que o ex-presidente dos EUA, Nixon, fizera uma burrada, e que o playboy da televisão da época, Frost, decidiu entrevistá-lo como uma forma de extrair importantes informações, uma confissão, e o mais importante: audiência. Frank Langella dá uma aula de interpretação como presidente arrependido, mas casa grossa. Mas o destaque vai mesmo para Michael Shenn, perfeito como Frost. Shenn incorpora perfeitamente os medos e objetivos do apresentador, mostra seus pontos fracos, seus sonhos e, é claro, explora seus pontos fortes, escondidos desde o princípio. O elenco coadjuvante funciona como um time em perfeita harmonia. Desde um Kevin Bacon centrado até um Sam Rockwell, ótimo como sempre. Adaptado de maneira magistral de uma famosa peça de teatro e incrivelmente dirigido pelo regular Ron Howard, Frost/Nixon surpreende, tamanho seu poder em fazer com que um simples diálogo pareça uma tensa luta de boxe.


Este é o único da lista que fora lançado diretamente em DVD aqui no país, mas igual aos outros, foi lançado este ano no Brasil. Há filmes que você tem de falar várias e várias vezes, lembro que escrevi incontáveis críticas e comentários sobre Sangue Negro, hoje, não agüento escrever sobre o filme, apesar de considerá-lo a segunda melhor obra-prima da década do cinema (depois de O Senhor dos Aneis, lógico). Com Guerra ao Terror acontece a mesma coisa. Apesar de achar o filme excelente, eu já estou cansado de falar sobre ele. Todo momento alguém comenta sobre o filme na internet, lá vou eu comentar, tenho de escrever uma crítica para o blog, lá vou eu escrever, vou analisar os favoritos ao Oscar e lá está The Hurt Locker, vou separar os melhores do ano e lá está The Hurt Locker. Kathryn Bigelow constrói aqui um profundo e detalhado estudo das vontades e das escolhas humanas. Logo no início lemos a seguinte frase: “A Guerra é uma droga”. Logo de início não entendemos a mensagem, mas nos minutos finais da projeção entendemos perfeitamente o motivo da guerra ser uma droga. E é nesses pequenos momentos que constatamos a inteligência da direção e do roteiro extremamente original. Editado de maneira primorosa e com atuações dignas de prêmios (Jeremy Renner esta excelente), Guerra ao Terror perfeito técnica e narrativamente. Filme de guerra dirigido por uma mulher resulta num filme de guerra com alma e coração.


Existe essa tal magia do cinema? Para alguns sim, para outros não passa de um rótulo ou um marketing. Mas pense um pouco, a magia do cinema existe com certeza. Basta assistir filmes como Distrito 9 que conseguimos comprovar a existência de tal magia. “Mas onde raios está a magia em um filme com alienígenas e que se passa na África?”, você pode se perguntar. Bem, a magia está na concepção do filme: custando míseros 30 milhões de dólares (custo de uma comédia regular) o diretor Neill Blomkamp (estreante) e o produtor Peter Jackson (dispensa apresentações) fizeram praticamente o impossível. Esticaram ao máximo o orçamento. O resultado se vê na tela: efeitos especiais de primeira (os alienígenas são perfeitos, as armas e veículos são excelentes, com destaque para a máquina da última meia hora), tudo é com o realismo em primeiro lugar. A fotografia aposta em cores secas e a direção opta por uma forma semi-documental. Distrito 9 conta com um roteiro super original e um direção afiada. Essa é a tal magia do cinema.


Quando um ator/atriz, diretor ou roteirista retorna das cinzas, ou ele voltará ao fundo poço em breve, ou conseguirá manter-se na superfície por um bom tempo. Jean Claude Van Damme é assim. Depois de protagonizar “filmes de locadora” o astro brucutu estrelou o que talvez seja seu melhor filme: JCVD. Mas é nítido que este retorno é temporário, e que logo, ele retornará ao lugar de onde saíra: o anonimato. Mickey Rourke teve um pouco mais de sorte. Após seu retorno triunfal no excelente O Lutador, o ator já protagonizou alguns bons filmes, faz parte do elenco principal de Os Mercenários (projeto ambicioso de Sylvester Stallone) e é o vilão de Homem de Ferro 2 (se você nunca ouvir falar desse fenômeno, pode ser jogar do vigésimo andar...). É, seu retorno realmente foi de mais sorte. Mas como eu já citara, O Lutador foi o filme que o trouxe de volta à luz dos holofotes. Com uma atuação emocionante e visceral, Rourke garantiu o Globo de Ouro de Melhor Ator, uma indicação ao Oscar (perdeu para Sean Penn...) e o mais importante: o carinho do público, que até então o esquecera. Rouke continua deformado fisicamente, mas o talento continua intacto, tal qual seu amor pelos cachorros que ele tem. Daren Aronofsky entrega um longa emocionante, em que a alma pura salta da tela e toca o coração. No final estamos com os olhos marejados ao som da bela música de Bruce Springsteen.


Qual o problema de você conceder um trabalho nota dez? O próximo, obrigatoriamente e logicamente tem que ser nota onze, o posterior doze, e assim por diante. É assim com os textos do blog, com os trabalhos da escola e com qualquer coisa que você se propõe a fazer. A Pixar enfrenta esse grande problema toda vez que anuncia e lança um novo filme. Cada filme tem que superar o anterior, são pressões impostas pelos fãs e por eles mesmos. De onde eles tiram histórias tão originais e criativas? Não sei, mas gostaria de saber. De onde eles tiram personagens tão cativantes? Também não sei. Será uma fonte mágica? Será que são alienígenas vindos de marte feitos especialmente para nos presentear com excelentes animações? Acho meio improvável, talvez eles sejam simplesmente pessoas objetivas e corajosas, inteligentes e persistentes, é claro que a sorte e a estrela ás vezes brilha mais do que as estrelinhas dos outros, mas não podemos negar a genialidade de cada um. Depois de Wall-e, muitos pensavam que a Pixar não conseguiria se superar, que eles não conseguiriam repetir o feito e lançar outra obra prima. Para alguns, eles realmente não lançaram, para outros fizeram um obra melhor, para outros, e me incluo neste grupo, eles mantiveram a perfeição. A Pixar não erra um.

10º

Na minha crítica sobre Inimigos Públicos, publicada dia 05 de novembro deste ano que se finda, escrevi que era extremamente difícil “dissecar” tal filme. Faltam palavras, talvez devido a sua força, ou porque simplesmente não há o que falar. Michael Mann aperfeiçoa a técnica de filmagem digital e concebe uma direção precisa, técnica e emocional. Amparado pela bela fotografia e pelo ótimo elenco encabeçado por Johnny Depp (perfeito) tendo como coadjuvantes Christian Bale (ótimo, mas ainda é ofuscado pelo brilho de outros interpretes) e Marion Cotillard (linda e no ponto). Ação e drama profundo se misturam numa trama repleta de vai e vens e com um final que dispensa comentários. A única coisa que posso fazer é indicar o filme que já está nas locadoras. Mann em ótima forma (não sei até quando) e Depp em ótima forma (como sempre e com certeza durante muito tempo) garantem a felicidade de nós cinéfilos num dos melhores filmes do ano.

Destaques para:

11 – Dúvida

12 – Quem Quer Ser Um Milionário?

13 – Intrigas de Estado

14 – Watchman

15 – Arraste-me Para o Inferno

Bem, esta é a minha singela lista dos melhores do ano. Espero que tenha gostado e se identificado com a lista.

Comentem, e em breve, postarei a Lista dos Melhores da Década.

Abraços e um ótimo 2010...

...se dirigir não beba...

...se beber me chame.

1 comentários:

Discordei em algumas coisinhas (em especial com Distrito 9)e concordei com a grande maioria...Vamos encher a cara prá comemorar? rsrsrsrs

31 de dezembro de 2009 às 15:47  

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