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Fantasmas de Hollywood

Por Anabela


Pare e pense. Você é um astro! Lutou por isso! Sangue, suor e lágrimas foram sua companhia fiel em direção ao estrelato; de repente, não mais que de repente, puf ! Você está morto e suas opções para continuar se dando bem foram drasticamente reduzidas. O que fazer então? Aceitar sua falta de sorte e ir em direção à luz ou continuar por aqui mesmo, privilegiando com suas aparições um público restrito e não muito receptivo? Decisão difícil. Talvez acreditando que o papel de fantasma pudesse ser o melhor de suas vidas, alguns astros literalmente mortos por um pouco de atenção resolveram permanecer por aqui.
Jean Harlow, Rodolfo Valentino e Mary Pickford, apesar de terem partido desta para a melhor há bastante tempo, ainda são vistos com frequência em suas antigas residências. Valentino e Pickford são mudos e quase não devem dar trabalho; no entanto a sexy Jean Harlow deve causar um grande agito, pois costuma aparecer no mesmo quarto em que recebia seus amantes e seu marido, que eventualmente batia nela.
Restaurantes também podem ser mal assombrados, principalmente se o fantasma for bom de garfo como era o caso de Orson Wells. Seu fantasma gordinho e usando sobretudo costuma ser visto ocupando sua mesa preferida no Sweet Lady Jane's Restaurant, que o astro costumava frequentar em Los Angeles. Funcionários e fregueses afirmam que um odor de brandy e cigarros sempre acompanham a aparição do cidadão Kane, que apesar de morto não perdeu o apetite. Falando em Cidadão Kane, o fantasma do poderoso Thomas Ince, famoso produtor de filmes mudos, é visto no Culver Studio onde muitos de seus filmes foram rodados. Ince morreu em 1924 durante uma noite de sexo, drogas e “rock'n roll” a bordo do iate Oneida de William Randolph Hearst, o milionário da indústria das comunicações que inspirou a criação do personagem Kane. A causa oficialmente declarada de sua morte foi um ataque cardíaco; a versão mais aceita contudo, é a de que teria sido assassinado com um tiro pelo enciumado Hearst, durante uma tentativa frustrada de atingir Charlie Chaplin que estaria dando em cima de sua amante, a adorável estrela Marion Davis. A coisa toda foi encoberta pela influência que o poderoso Hearst exercia sobre as pessoas certas. Não é de admirar que o fantasma de Ince, conforme testemunhas, pareça estar sempre bem aborrecido.
Fiel as tradições, o ator Clifton Webb bastante conhecido por seu papel no filme Laura, costuma assombrar o Hollywood Park Memorial, onde está sepultado. Testemunhas afirmam que o fantasma é muito elegante, cultivando o estilo “a morte lhe cai bem”.
Fico particularmente intrigada pelo fato de que Charlie Chaplin, sepultado no mesmo cemitério, nunca tenha sido avistado; concluo que deve ter ido rapidinho em direção à luz tentando evitar um desagradável encontro com o fantasma de Thomas Ince, aquele que foi assassinado em seu lugar.
Marilyn Monroe e Montgomery Clift, dividem as atenções no Hollywood Roosevelt Hotel que, construído em 1927, já hospedou diversos membros da realeza cinematográfica como Clark Gable, Carole Lombard e Judy Garland. A suíte no 9º andar onde Clift se hospedou durante os 3 meses em que filmava A Um Passo Da Eternidade, ficou mal assombrada após o ator ter literalmente dado esse passo em 1966. Hóspedes e funcionários relatam ter ouvido várias vezes por lá o som de um trompete, instrumento que o ator costumava tocar , o que o qualifica como um fantasma inconveniente e sem noção!
Clift também já foi visto andando pelos corredores do hotel repassando incessantemente seus textos, hábito que tinha quando era vivo. Do outro lado da vida, parece que os diamantes perderam o posto de melhor amigo de uma certa garota para um simples espelho, colocado no lobby superior do Hotel Roosevelt; é nele que Marilyn Monroe costuma surpreender os passantes com seu reflexo. O hoje famoso objeto costumava ficar na suíte nº 1.200 habitada por Marilyn durante 2 anos e foi removido de lá a pedido de hóspedes incomodados pela fantasmagórica visão da musa.
Nesse mesmo hotel, no grande salão denominado Blosson Room, os 250 convidados da festa de gala da entrega do 1º prêmio Oscar em 1929, parecem relutantes em abandonar tão glamuroso evento. Até hoje ruídos, risadas e som de músicas da época são ouvidos por lá. Alguém aí lembrou de O Iluminado?
Uma grande sacanagem foi a que aconteceu com o ator George Reeves, que ambicionava ser um grande astro de cinema mas só conseguia pequenos papéis em filmes B. Acabou tornando-se conhecido como o Super Homem de um seriado de TV que esteve no ar de 1953 a 1957; deprimido por ter suas ambições de estrelato frustradas e considerando-se prejudicado pelo fato de ter sua imagem constantemente associada a do super herói, suicidou-se em 1959. Ironicamente, costuma aparecer em seus trajes de Super Homem no quarto onde foi encontrado morto na sua casa em Beverly Hills; disputa com Thomas Ince, o tal que morreu por engano, o posto de fantasma mais azarado de Hollywood. Triste, muito triste.
Existem ainda, dois relatos recentes que chamaram minha atenção: o de uma garota que afirma ter feito sexo com o fantasma de James Dean no exato local onde o astro sofreu seu fatal acidente de carro e o de uma outra que garante ter visto os fantasmas de Elvis e Marilyn casando na capela de Graceland, residência do astro. O primeiro relato não me convenceu porque a guria não faria o tipo de Dean por mais morto e a perigo que ele estivesse; no 2º eu só acreditaria se Michael Jackson fosse o padrinho.
Semana que vem – Astros Assombrados – They see dead people...
Caso haja interesse, existe um bom filme produzido em 2002 e dirigido por Peter Bogdanovich sobre o caso Hearst-Ince: O Miado Do Gato, com Kirsten Dunst como Marion Davis. Sobre a triste história de George Reeves existe o excelente Hollywoodland, com Adrian Brody e Ben Affleck no papel de Reeves. Ambos estão disponíveis em DVD.

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