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Melhores Momentos - Anos 2000 - Parte 2

Anos 2000
Por Matheus Pereira


E as lembranças ainda borbulham em minha memória. Lapsos de nostalgia fazem meus olhos se fecharem automaticamente enquanto lembro de cada filme. Espero que toda essa nostalgia e essa emoção andem lado a lado com as palavras de meu texto. Segue abaixo a segunda parte dessa matéria a qual considero como "a que mais estou gostando de escrever" de todas.

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"Gostaria de sugerir que nos sentamos em um banco, mas isso é também um decreto oficial: é proibído judeus em bancos"

O Pianista - Imagine que você, que agora está aí sentado lendo estas palavras, no conforto do lar (ou de uma lan house, ou na casa do amigo), é um judeu perdido em plena Segunda Guerra Mundial? Passando por várias necessidades, dentre as quais, mergulhar a cabeça dentro de um balde de dejetos para poder se alimentar. Imagine, você, que provavelmente é um sedentário, como mais de noventa por cento da população é, andando por uma rua em que corpos deterioram pelas sarjetas, em que mães choram a morte de seus filhos e em que o mundo desmorona. Poucos filmes causam o que esta obra-prima de Roman Polanski causou. Poucos atores conseguem o que Adrien Brody conseguiu: seu trabalho é rico em detalhes. Com uma história tão profunda e cheia de nuances, O Pianista é um dos melhores filmes da década. A cena em que o personagem de Brody anda de um lado para outro sem largar um lata de ervilhas é engraçada, mas ao mesmo tempo triste, a cena em que é revelado o motivo de uma mulher não parar de chorar, fica na memória.
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"Passamos a vida correndo."

Minority Report - A Nova Lei - Você verá muitos filmes de Steven Spielberg aqui. Em um curto espaço de tempos, Spielberg presenteou-nos com duas grandes ficções científicas: A.I. (que já passou por essa seleção) e este ótimo e inteligentíssimo Minority Report. Com muita ação e aventura, mas com um roteiro coeso e extremamente inteligente, "Minority" surpreende pelos efeitos especiais, pela excelente direção de arte e pela direção perfeita e minuciosa de Spielberg. Cada cena de ação é construída com esmero, cada plano e enquadramento é executado com maestria. É por isso que Steven é tão amado: faz filmes "pipocas", filmes autorais, originais e mais um monte de estilos, e é claro, que quando todos estes estilos se encontram, nasce essa pequena obra-prima da ficção dos últimos anos. Considero "Minority" como o melhor filme técnico da década, ou seja, tudo que é técnico (direção, fotografia, arte, efeitos, entre outros) é perfeito neste filme. A cena em que o personagem de Tom Cruise foge de Colin Farrel enquanto um carro é construído em sua volta é sensacional.
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"Você vê esta faca? Eu vou te ensinar a falar Inglês com esta faca de merda!"

Gangues de Nova York - Muitos não gostam deste filme de Martin Scorsese. Eu gosto muito. Têm erros em seu roteiro, mas a sua técnica e a diversão que o filme proporciona apagam todos os erros que aparecem de vez em quando. Com uma trilha sonora que envolve até mesmo U2, uma direção de arte que recria com perfeição a Nova Iorque de outrora, com figurinos ricos em detalhes (notem o envelhecimento de alguns), com efeitos especiais que de tão bons passam desapercebidos (afinal, é esse o objetivo dos efeitos: parecerem reais), com uma direção que dispensa comentários (é Scorsese, oras! O que mais queriam?), um ótimo elenco (com Daniel D. Lewis no meio, qualquer elenco fica bom e qualquer ator é ofuscado, as vezes em grande, as vezes em pequena escala) e um roteiro, que apesar dos erros, consegue ser bem bolado, apesar de clichê em alguns momentos. No texto sobre Gladiador (na primeira parte desta matéria), falei que havia algo em sua receita que fazia com que gostasse dele. Aqui, a mesma coisa acontece: alguma coisa escondida na poeira de suas batalhas sangrentas faz com que eu goste deste filme. A batalha final e a original e inteligente tomada que encerra o filme, em que mostra a evolução de Nova Iorque no transcorrer dos anos são excelentes.
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"Dadinho é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno!"

Cidade de Deus - A maior jóia brasileira no exterior sem dúvidas. Você já deve ter lido isso em vários lugares. Esqueça Tropa de Elite ou qualquer outro filme nacional. O melhor filme feito em nossas terras ou por pessoas de nossa terra foi Cidade de Deus. Não existe outro filme com o mesmo primor de direção. Fernando Meireles fez um trabalho tão bem feito que fora indicado ao Oscar. Seus planos e enquadramentos as vezes parecem ser inacreditáveis. Sua direção, é claro, fora amparado pelo brilhante roteiro de Bráulio Mantovani, costurando tramas, surpreendendo o telespectador e abusando de uma montagem excelente, que também fora indicado ao Oscar (merecido). A fotografia, elogiada e copiada por outros filmes (ganhadores do Oscar, inclusive...) é inovadora . A maior surpresa, agarrou o público brasileiro, chocou e foi aventurar-se em outras terras. O resultado? Se deu bem, e ainda por cima fora indicado a quatro Oscar. Um feito que dificilmente veremos tão cedo. Tudo bem que Peter Jackson merecia o prêmio de Direção no Oscar 2004, mas como seria bom ver um brasileiro subir no palco do teatro Kodak sendo aplaudido por um bando de preconceituosos. O Brasil passou a ser respeitado depois deste. E a cena em que o antigo Dadinho esbraveja que seu novo nome é Zé Pequeno, tornou-se inesquecível e merece um espaço em algum cartaz da Academia em Oscars futuros.
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"Grande poderes trazem grandes responsabilidades. Este é o meu dom, minha maldição. Quem sou eu? Eu sou o Homem Aranha!"

Homem Aranha - Sim! Os superheróis também tem seu espaço na minha seleção (recuso chamá-la de lista). Afinal, o filme que revelou definitivamente ao mundo os filmes baseados em HQs, trazendo posteriormente duas sequências e outros filmes da mesma empresa (Marvel) ou de outras (DC Comics), que tomaram coragem ao ver o filme de Sam Raimi fazer um sucesso estrondoso e inimaginável. Ninguém imaginava tal sucesso, alguns achavam que o filme seria um fracasso tão grande que nem haveria sequências. O resultado foi que o filme fora um sucesso, e sua continuação conseguiu ser um estrondoso sucesso. A receita? Bem, pouca gente sabe, mas o que se nota, é que basta misturar os poderes à responsabilidades e tudo fica bom. Escolha um ator desconhecido e feio para interpretar seu herói, um ator não muito adorado e muito feio para interpretar o vilão, faça um filme de duas horas de duração e mais alguns temperos, e tenha um dos melhores filmes baseados em HQs do cinema. É inferior à sequência? Sim, mas é aquela velha história: a primeira a gente nunca esquece, e realmente: a primeira vez que Peter Parker tenha saltar com suas recém descobertas teias é inesquecível.
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"O que quer dizer? Que não há governo? Há sempre um governo, eles estão em um bunker ou em um avião em algum lugar!"

Extermínio - Gosto muito de Danny Boyle. Além de ótimo diretor, acho-o um sujeito simpático. Seu último filme, o superestimado Quem Quer Ser Um Milionário?, recebeu inacreditáveis oito (pausa para a exclamação: !)Oscar, um deles fora para Boyle, que fizera filmes melhores. Um dos diretores mais ecléticos que eu já vi, Boyle fez de aventura (o bom e divertido A Praia) a filmes infanto-juvenis (Caiu do Céu). E o diretor aventurou-se até mesmo pelo suspense/horror. E olhe só: o resultado foi um filme forte, inteligente e muito divertido. O vírus dissipa-se e aniquila a cidade em 28 dias (28 Days Latter, título original), alguns sobreviveram e lutam para continuar deste jeito. É claro que hoje, essa história parece extremamente clichê, mas creio, que todos eles se basearam no filme de Boyle. Ver Cilian Murph caminhar por uma cidade deserta e devastada é chocante. Filmado de forma documental, o filme consegue ser o mais realista possível, e por ser estrangeiro (o filme é britânico) o filme não teve o devido espaço. Uma sequência surgiu a pouco tempo, não é ruim, mas não chega nem aos pés da obra original. A cena em que o personagem principal sai do hospital e descobre que a cidade fora evacuada, como eu já dissera, é chocante.
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"Bata com toda a força!"

Sinais - M. Night Shyamalan está aqui de novo. E acho que vai aparecer de novo apenas mais uma vez. O diretor viciado em seres extraordinário e fantásticos e finais surpreendente, lançara o filme Sinais, que falava sobre estranhos sinais que apareciam nas plantações do mundo inteiro. No início não se sabia do que se tratava, aos poucos, a família de Mel Gibson foi descobrindo a verdade da pior maneira: sentindo na pele o medo que os alienígenas impuseram. Muito divertido e com uma boa premissa, Sinais é muito bom de ser assistido, eu mesmo já assisti umas cinco vezes e nunca me canso. E o melhor: o filme é cheio de metáforas, a começar pela água que a menina bebe e posteriormente diz que não quer mais, pois o gosto é ruim: acredita-se, que esta água tornava-se santa/benta, após a menina bebê-la, ou seja, a menina tinha poderes, que viriam a ajudá-los contra os invasores, por isso a menina não gostava da água, pois após bebê-la a água não era mais "comum". Enfim, Sinais é entretenimento e um bom exercício metafórico. A cena em que um alienígena aparece no telhado de um tipo de casa ou galpão, e a cena em que aparece caminhando durante um festa de aniversário, são arrepiantes.
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"Pare de me perseguir!" "Não posso, é meu trabalho."

Prenda-me Se For Capaz - Eis Steven Spielberg aqui, novamente! Muito, mas muito divertido, este filme com Tom Hanks (excelente) e Leonardo DiCaprio (em ótima forma) é inteligente muito divertido, outra prova do que eu dissera no texto sobre Minority Report: Spielberg sabe misturar estilos, inteligência, diversão e emoção como ninguém. Spielberg é mestre! Baseado em uma história real, o filme conta a história de um jovem falsificador que aproveita a vida como ninguém: gasta e ganha muito dinheiro e faz sucesso com as mulheres. Tudo seria perfeito se Tom Hanks não ficasse em seu encalço. Spielberg ainda aparecerá aqui mais e mais vezes, afinal, este é um dos meus (e de várias pessoas) cineastas favoritos e um dos mais competentes, pois passe o tempo que tiver que passar, Spielberg nunca perde a forma, e quando esta forma ameaça balançar, ele lança ou uma obra-prima ou um arrasa quarteirões. Prenda-me Se for capaz pode não ser nenhum deles, mas é um grande e divertido filme. Seu melhores momentos talvez sejam as conversas entre Hanks e DiCaprio.
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"Um homem de honra sempre paga suas dívidas ... e mantém sua palavra."

Estrada Para Perdição - Sam Mendes pela segunda vez, e Tom Hanks pela... bem deixa pra lá. Aqui nesta adaptação de uma HQ, Mendes viaja pelo mundo obscuro dos gângsters e leva um menino (filho de Hanks que é um gângster) pela estrada da perdição. Violento, inteligente, adulto, "Estrada" parece ser tudo, menos um adaptação de HQ. O elenco excelente e um roteiro cuidadoso, fazem de "Estrada" um filme para poucos, pois são poucos que realmente gostam. A fotografia merecedora do Oscar é perfeita e detalhista. Hanks, como sempre, está ótimo, e Mendes tem um estilo que me instiga, não descobri qual é, mas este me facina. A cena em que Hanks mata um outro personagem enquanto uma forte chuva cai, é excelente, amparada é claro, pela brilhante fotografia.
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"A batalha do Abismo de Helm acabou, a batalha pela Terra Média está prestes a começar!"

O Senhor dos Anéis - As Duas Torres - Acho que já deu para notar que sou fã de O Senhor dos Anéis. Foi incrível o sucesso que o primeiro filme fizera, e como era perfeito. O mais incrível, é como a sequencia conseguiu continuar na mesma linha de perfeição, e melhorar em alguns pontos. Muitos acham este o pior da série (se é que a palavra pior existe no vocabulário de Peter Jackson ou na trilogia), talvez por não ter um início ou um fim, e sim, é uma ponte entre um filme e outro. Eu amo-o da mesma maneira que amo o primeiro filme. E só de falar sobre o filme, já me vem na lembrança que, infelizmente, não poderemos entrar no cinema, com aquele friozinho na barriga loucos para viajar mais uma vez pela Terra Média. Nem há muito o que falar, é tão mais fácil "detonar" um filme, apontar seus erros, mas é tão difícil falar sobre um filme que a gente gosta. Talvez seja tanta coisa para falar, ou talvez seja porque tudo sobre o filme já se sabe. Ou nada. As cenas de batalha já entraram para a história do cinema, e o nome de Jackson já está impregnado nas palavras, na alma e no coração de qualquer cinéfilo ou pessoa de bom gosto.
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E assim foi a segunda parte da minha matéria. Espero que tenham gostado. Eu estou gostando muito de escrever. É cansativo, é demorado, é complicado, mas eu continuo.

Ainda esta semana, postarei a terceira parte, espero que tenham gostado...

...e comentem...

3 comentários:

Bem Matt, se essa é a matéria que vc mais está gostando de escrever, temos aí uma coincidência, pq é a que eu mais estou gostando de ler! Relembrar esses filmes na sua companhia está sendo muito bom!

28 de outubro de 2009 às 11:10  

A cada texto escrito por ti, MAtt, notamos o pulsar do teu corçao pela sétima arte e pode acreditar isso contagia qualquer um q tem a MORAL de ler esse texto, parabens meu brotha... Que venha a parte 3... LOGOOOOOOOO...

28 de outubro de 2009 às 15:03  

Gangues de Nova York nem se o Caetano falar pra mim que gostou, passo a gostar, tudo , menos a fotografia, é muito ruim...a começar pela história, um clichê de filme de faroeste.Eu fui ver com tanta expectativa por ser do Scorcese, por causa do livro, mas é daqueles filmes que qdo vejo alguma imagem já zapeio logo pra tirar a má impressão.Típico filme pro momento, a Cameron Diaz de salteadora estava impagável...hoje seria quem, a Jessica Alba?

29 de outubro de 2009 às 20:36  

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