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Melhores Momentos - Anos 2000 - Parte 1

Anos 2000 -
Por Matheus Pereira


Com certeza, esta década que está se findando, foi muito boa para o cinema. Muita coisa aconteceu, muita gente talentosa surgiu. Choramos, rimos, esperamos horas na frente do computador, incomodamos o jornaleiro por nossas revistas sobre cinema, ficamos de olho nos programas de TV que falam sobre cinema, fomos atrás de notícias, tudo em prol do cinema. Tudo pra alimentar a insaciável paixão pelo cinema. Olhe para trás, feche seus olhos enquanto escuta uma linda música que faz parte da trilha do seu filme favorito e lembre dos melhores momentos que teve no cinema. As melhores cenas, os melhores filmes, as melhores atuações, depois de lembrar, você vai notar, que, se uma lágrima não escorreu por sua face, provavelmente isso quase aconteceu. Lembre de cada momento. De cada ingresso, de cada amigo, familiar ou namorada(o) que o(a) acompanhou em cada seção, lembre de cada DVD alugado e das horas que você passou acordado para assistir o final de um filme. Lembre das salas de bate-papo e das comunidades do Orkut em que você participou ou participa e dá suas opiniões. Lembre de cada início de filme, de cada fim. De cada ângulo. Lembre de cada lágrima que você deixou escapar. Lembre de cada sorriso que você esboçou. Lembre de cada gargalhada que ecoou pela sala de cinema (ou de casa). Lembre de cada indignação, raiva ou tristeza que um filme lhe proporcionou. Lembre das horas que você passou discutindo sobre certa cena, ato, fala ou roteiro. Lembre daquela música que entrou em seu coração e lhe acompanhou durante esta década. Eu, neste momento, enquanto escrevo este texto, escuto a música Maybe Tomorow, uma das músicas do filme Crash-No Limite, e confesso-lhes: estou emocionado.

Nesta matéria especial, não escreverei sobre os melhores filmes da década, pois isto eu deixarei para o final, bem pro final da década. Aqui, falarei sobre os melhores momentos. Os momentos que mais me marcaram. A cena, a fala, o diálogo, até porque, o filme pode possuir uma cena marcante, mas não ser um dos melhores da década. Sinceramente, não sei até onde esta matéria vai. São tantas cenas e momentos, que não sei se me lembrarei, não sei em quantas partes esta matéria será dividida. Não sei quantos momentos colocarei. Depois de que ela estiver completa, eu volto e edito-a corretamente, dividindo-a em partes (Parte 1, 2, 3...). Não sei até onde vai, deixarei meu coração falar...
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"Em menos de um ano estarei morto. É claro que ainda não sei disso. De certa maneira, eu já morri."

Beleza Americana - Esqueça o tal "sonho americano". Aqui, tudo é desmascarado e somos apresentados ao verdadeiro cotidiano de uma família norte-americana. De que adianta a fachada bonita se por dentro está tudo ruindo? De que adianta o bom trabalho se a única recompensa é a financeira? Aqui, a metáfora fala alto. A flor que dá nome ao filme "American Beauty" é o verdadeiro retrato da vida norte americana. Bonita por fora, feita de pétalas de um vermelho bem vivo, mas que não possui aroma, não passa de uma flor bonita para os olhos, feia para o interior. Assim é o ser humano, bonitinho por fora, mas podre em seu âmago. Suas atuações dedicadas e excelentes andam lado a lado com a direção concisa de Sam Mendes e com um dos roteiros mais originais, ousados e inteligentes da década.
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"O que vocês fazem na vida, ecooa na eternidade!"

Gladiador - Falem o que quiser de Gladiador. Falem que é publicidade barata. Falem que é um insulto à história humana. Falem que é uma constante de erros de cena. Falem que isto, falem que aquilo. Seu legado na terra foi cumprido: entreter, ganhar dinheiro, cair nas graças do público e ainda por cima: ganhar o Oscar de Melhor Filme. Não é pra qualquer um. Ridley Scott sempre foi visto como um diretor limitado e voltado para os blockbusters que visam dinheiro. Até pode ser, mas que ele conseguiu muito mais que isso neste épico, isto é! Tecnicamente excelente e narrativamente errôneo, Gladiador, inexplicavelmente tem alguma coisa em sua receita que faz com que goste dele. Com certeza, as cenas de luta no coliseu, entram no hall dos melhores momentos!
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"Sr. Wilson! Sr. Wilson"

Náufrago - Sim, o coadjuvante mais lembrado da década não é um ser humano, e sim uma bola de vôlei. Isso mesmo, uma bola chamada Wilson. Nesta mistura de drama com toques de aventura, Tom Hanks dá uma aula de atuação e de como carregar um filme inteiro nas costas. Um dos filmes, em minha opinião, mas completos desta década. Com um início que mostra o que tem que mostrar, um desenvolvimento excelente e um desfecho perfeito. O filme não se limita apenas ao resgate do personagem principal, e sim a todo o seu retorno, mostra como o personagem se reabilita a tudo aquilo que não tinha na ilha onde ficou (em certa cena, Hanks pega um isqueiro e o acende apenas apertando um botão, enquanto na ilha, ele machucava as mãos para conseguir uma pífia chama). A construção/desconstrução do personagem principal é perfeita. Sua única companhia era uma bola, a qual ele conversava a todo o momento. A cena em que Hanks está em alto mar e perde o Sr. Wilson e começa a gritar o nome do amigo é um dos mais marcantes momentos da década!
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"Eu sou um menino!"

A.I. Inteligência Artificial - Muitos odeiam este filme. Eu amo. Considero-o um dos melhores filmes da década. Inteligente (obviamente, saiu da mente de Stanley Kubrick) e emocionante(claro! É dirigido por Steven Spielberg, o diretor que mais sabe mexes com nossos sentimentos), A.I. conta a história de um menino-robô que fora criado para substituir crianças que morreram ou para ser filhos de casais que não podem reproduzir, mas um deles é especial: ele ama. Depois de ser largado pela "família" (ou seriam donos?), o robozinho parte em busca da Fada Azul, que é supostamente o único ser capaz de transformá-lo em um garoto de verdade, de carne e osso, e talvez assim a mãe volte a aceitá-lo, pois o robô acha, que sua "mãe" só não o aceita por ser um robô. Junto a um ursinho de brinquedo robótico que fala, anda e faz um monte de coisas, o garoto-robô segue seu caminho enfrentando perigos e encontrando pessoas e robôs pelo caminho. O final, muito criticado por se alongar mais do que o necessário, é perfeito no meu ponto de vista, além de muito inteligente. Com um final muito interpretativo, A.I. é inteligente, bem-feito e emocionante. A cena final em que o ursinho Teddy sobe na cama e senta é inesquecível, tal qual a cena do balão que assemelha-se com a Lua.
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"Mais cedo ou mais tarde, eles irão encontrá-lo!"

Os Outros - Como bem disse um crítico de cinema em sua crítica sobre este filme, muitos são os filmes que nos proporcionam sustos, poucos são os que nos arrepiam por um longo tempo, que nos prendem e nos deixam mal. Se na década passada O Sexto Sentido fora o mais importante dessa categoria, nesta década Os Outros provavelmente foi o mais importante ou um dos mais. Chamando, puxando para perto, arrepiando e surpreendendo em seu final, Os Outros pode guardar semelhanças com outros filmes, mas talvez devido a sua direção e a um roteiro mais cuidadoso, o filme se sobressai. Nicole Kidman, aos meus olhos: sempre linda, faz um ótimo trabalho. A cena em que Kidman se aproxima da suposta filha que está sentada no chão vestida com a roupa da Primeira Comunhão e se surpreende com o que vê por baixo do véu é um dos momentos mais angustiantes do suspense da década.
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"Dizem que este tem um final surpreendente."

Corpo Fechado - Gosto da filmografia de M. Night Shyamalan no geral. O único filme que não gosto de sua carreira é Fim dos Tempos, os outros, todos me agradam. É claro que O Sexto Sentido é o mais lembrado e o mais instigante, mas Shyamalan não é homem de um truque só, e neste suspense protagonizado por Bruce Willis e Samuel L. Jackson ele prova que sua inteligência não tem limites, e possui um poder incomum: surpreender o público mais de uma vez, logicamente em menor escala, mas ainda assim é uma surpresa. Instigante e envolvente, Corpo Fechado é um dos melhores exemplos do suspense e da carreira de Shyamalan. Os encontros entre o "homem-de-vidro" e o "superman" e seus diálogos são ótimos e a cena da revelação surpreende.
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"Você é um bruxo, Harry!"

Harry Potter e a Pedra Filosofal - O primeiro filme da franquia, dirigido por Christopher Columbus pode não ser o melhor dos seis lançados até agora, mas temos que assumir que nossos olhos brilharam ao ver tanta ousadia e tanta magia no cinema. Fomos apresentados a algo que era parcialmente experimental, ou seja, se desse errado, terminaria ali. Nós, meros trouxas, não tínhamos noção do que a série se tornaria. Nunca, que ali, sentados assistindo ao filme, imaginaríamos o que aconteceria nos anos seguintes: bilhões arrecadados e uma horda de fãs nunca vista, Harry Potter "arrecadou" fãs no mundo inteiro, vendeu inúmeros livros, ingressos, DVDs, entre outros produtos. Feitos inimaginável e nunca visto. O sucesso assemelha-se ao que foi Star Wars, que também obteve um sucesso inacreditável. Caiu nas graças do público, e por incrível que pareça, na da crítica também. A cena em que Harry recebe a visita de Hagrid, sabe que é um bruxo e entra pela primeira vez em Hogwarts são coisas que para sempre estarão guardadas na memória.
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"Você quer saber o que é real? Isto é real!"

Uma Mente Brilhante - Como já escrevi em uma crítica minha, Ron Howard é um cineasta estranho e irregular. Faz filmes ótimo mas também faz filmes péssimos. É incrível como um diretor pode alternar tão drasticamente entre um filme e outro. Este, Uma Mente Brilhante, se encaixa na categoria de ótimos filmes. Tudo bem que não merecia o Oscar de Melhor Filme e Direção, mas mereceu a indicação. Nunca enfadonho ou clichê, a construção do personagem central é excelente e a atuação de Russel Crowe é marcante. A loucura é exposta de várias maneira possibilitando várias interpretações. No final, será que aquilo tudo era realmente loucura, ou apenas um fuga ou fruto de sua genialidade? A cena em que Nash (Crowe) descobre que seus amigos são, na verdade, imaginários chega a surpreender, mesmo desconfiando, somos surpreendidos pelo acontecimento.
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"Pegue minha mão, chefe."

À Espera de Um Milagre - Frank Darabont foi uma das melhores descobertas do cinema da década passada. Apesar de ter dirigido um filme apenas, Darabont já mostrou seu potencial. Claramente fã de Stephen King (sim, pois já adaptou três livros do autor para o cinema), Darabont volta ao mundo da prisão e nos presenteia com um dos melhores filmes da década. Emocionante e inteligente, o filme nos prende durante três horas (!), e nunca, nunca nos sentimos cansados, em nenhum momento sequer bocejei, levantei ou parei de assisti-lo. Fiquei ali, com os olhos presos na tela, deixando meu cérebro processar as informações e meu coração sentir cada emoção que o filme proporciona. Sou um grande fã de King, e o fato de ser fã não faz com que goste mais do filme, gosto do filme porque é uma obra-prima, gosto do filme porque ele sobrevive sem o livro, é perfeito como filme. Simplesmente isso. Gosto, não porque leva o nome de King, Darabont e Tom Hanks em sua bagagem. Gosto, simplesmente por ser perfeito. Mr. Jingles é o melhor mascote da década e a cena em que John Coffey (Michael Clarke Duncan, perfeito) cura Paul Edgecombe (Tom Hanks, sensacional) impregnam na alma e no coração. [SPOILER] A cena que John Coffey morre na cadeira elétrica, é um dos momentos mais tristes da década.
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"E algumas coisas que não deveriam ter sido esquecidas foram perdidas. História se tornou lenda; lenda se tornou mito."

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel - Nascia aqui a melhor franquia de todos os tempos. Esta é a primeira parte de uma história que ainda guardava o melhor para o final. Os três filmes juntos, ganharam nada mais, nada menos, que 17 Oscar, um feito quase que insuperável. Peter Jackson fez o que nenhum outro faria. Jackson enfrentou gigantes de estúdio e monstros no cinema. Ganhou todos, e com vasta diferença. Ninguém acreditava naquele homem gordinho que fizera trashs no passado, ninguém achava que o livro poderia ser adaptado, ninguém levava muita fé. O resultado: o mundo curvou-se, o público saudou, a crítica beijou seus pés e os colegas babaram. O Senhor dos Anéis é com certeza, uma das melhores coisas que aconteceram no cinema e nas artes do mundo de todos os tempos. Coisa igual só daqui a décadas e décadas, ou nunca mais. Em pensar que nunca mais voltaremos ao cinema ou teremos aquela sensação única ao vermos o filme pela primeira vez. Tudo acabou em 2004 quando o melhor filme da história foi lançado. Não estará mais vivo nos cartazes e nas salas de cinema, mas permanecerá vivo em nossos corações para sempre. Não escolherei a melhor cena ou o melhor diálogo. Sua existência já é um grande e inesquecível momento.
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Bem, por enquanto é só. Esta é apenas a primeira parte de muitas e muitas. São tantos filmes que nem sei quando a matéria terminará. Estou muito entusiasmado com essa matéria. Além de escrevê-la para você, leitor, escrevo para mim mesmo, para meu próprio coração. Sinto que tenho que liberar estas palavras, que tenho que torná-las públicas. Amo escrever sobre cinema, amo que as pessoas leiam os textos. Gosto de pensar que pessoas dividem comigo mesmas opiniões e que divergem em algumas delas. Esta é com certeza a matéria que mais estou gostando de escrever. Espero que esta seja a que você mais está gostando de ler. Ainda esta semana posto a segunda parte. Espero que gostem e que acompanhem...

...e comentem...

Matheus Pereira

1 comentários:

Matt... Quando você criou o tópico dos melhores filmes da década e logo em seguida disse q postaria no teu blog, eu logo pensei, coisas boas vem por aí. Mas cara, coisas boas nao vieram, e sim coisas maravilhosas. Matt é nítido a noçao que, nós leitores, temos de que você escreve com o coração. A primeira parte ficou magnifica, ponto forte para o primeiro texto do filme "Beleza Americana". Matt, tu só melhora cara. Que venha a parte 2. Richar!

22 de outubro de 2009 às 13:07  

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