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De Cinéfilo Pra Cinéfilo

Futuro Animado - Parte 1 de 2

Por Matheus Pereira

Quem não gosta de assistir uma boa animação? Não importa a idade, uma animação sempre cai bem, seja em qualquer local e hora. Animação acalma, faz rir, faz chorar. Personagens feitos em computador ou a lápis tem mais vida e uma interação muito maior que atores de carne e osso. Walt Disney pode ser considerado o pioneiro no ramo das animações, e uma das pessoas mais influentes (se não a mais) neste ramo. Disney criou personagens como Mickey Mouse, filmes como A Branca de Neve, Cinderela. Seus filmes sempre foram feitos com a técnica mais rudimentar: os desenhos eram feitos a mão e posteriormente passados para o computador. Décadas depois eis que surge uma empresa independente chamada Pixar (Pixar Animation Studios, para ser mais exato), fundada por Edwin Catmull tendo como peças chave Steve Jobs(principal acionista) e John Lasseter (diretor de criação), todos são donos/diretores/chefes da empresa. Fundada em 1986, no princípio a Pixar era uma companhia de hardware, com seu produto primário sendo o computador Pixar Image Computer. Um dos maiores compradores do computador era a Walt Disney Pictures que mais tarde em colaboração com a Pixar desenvolveu o CAPS, um software que permitia colorizar animação tradicional no computador. O Image Computer nunca fez muito sucesso, e para tentar alavancar vendas, um dos empregados, John Lasseter produzia curtas animados como Luxo Jr. que mostravam as capacidades do aparelho. Depois a divisão de animação passou a fazer comerciais. Mas Jobs gastava tanto dinheiro na companhia, que só reconsiderou a idéia de vendê-la em 1991, quando após demissões em massa a Pixar assinou um contrato com a Disney por US$26 milhões para fazer três longas animados, o primeiro sendo Toy Story, lançado nos cinemas em 1995.

Todos os principais filmes da Pixar produzidos até hoje foram feitos em colaboração com a Walt Disney; a Pixar cuida de todos os aspectos de produção enquanto a Disney cuida de todos os aspectos da distribuição. Em 1995 depois do lançamento de Toy Story, ambas as companhias assinaram um contrato de 10 anos ou 5 filmes na qual as duas companhias dividem os custos de produção e lucros — com a Disney recebendo 12.5% dos dividendos e os direitos dos filmes. O acordo foi muito lucrativo para ambas as empresas, já que os filmes da Pixar tem sido muito mais bem sucedidos que os filmes de animação da própria Disney. Os nove filmes de longa-metragem da Pixar arrecadaram mais de $ 4 bilhões, fazendo dela, filme a filme, a mais bem sucedida casa de filmes de todos os tempos. Contudo, o CEO da Disney, Michael Eisner, e Jobs não se entenderam. Por causa de discordâncias pessoais e profissionais, o filme Carros ficou determinado como o último da união das duas empresas.

As duas companhias tentaram um novo entendimento no começo de 2004. Para o novo acordo, a Pixar apenas queria pagar à Disney uma taxa de distribuição sem divisão de lucros ou direito de propriedade. Isso era inaceitável para a Disney, mas a Pixar recusou quaisquer concessões. A Pixar saiu em busca de uma nova empresa para distribuir seus filmes, e muitas outras firmas ficaram ávidas por um acerto. A Disney retém os direitos dos primeiros filmes e poderia fazer seqüências para eles, tanto que iniciou a produção de Toy Story 3, sem o envolvimento da Pixar. Porém, em janeiro de 2006 as duas empresas finalmente chegaram a um acordo e a Disney comprou a Pixar por US$ 7,4 bilhões. Jobs tornou-se, assim, o maior acionista individual da Disney.

Até hoje, a Pixar lançou dez filmes, e pretende relançar Toy Story 1 e 2 em 3D e a terceira parte da franquia: Toy Story 3 em junho de 2010.

Vamos relembrar os dez filmes lançados até agora pela Pixar:

Toy Story (1995) - Um marco na história do cinema e das animações. A era dos computadores da tecnologia e da Pixar chegara. O filme surpreendeu o mundo. Pessoa de diversas idades ficavam abismadas com o que estava vendo. Toda a tecnologia misturada a uma história de dar inveja a muito roteirista veterano por aí. Original e delicioso de se assistir. Vai dizer que você nunca sonhou que seus brinquedos preferidos vivessem? Vai dizer que você nunca achou que eles andassem e brincassem sozinhos quando você virava as costas. Se você nunca achou, ao menos quis que isso acontecesse. Só de pensar no filme, me bate a vontade de assistir de novo e de novo. Lembro que fiquei maravilhado com tudo aquilo, e naquele dia disse que aquela era a melhor animação que eu ja vira. Eu nem imaginava o que ainda estava por vir...

Nota: 9,0

Vida de Inseto (1998) - Talvez este seja o menos badalado de todos. Lembro que na época um outro filme com tema parecido surgiu, chamava-se ForminguinhaZ, e que muita gente confundia um com o outro, e que uns diziam que um era melhor devido a sua maturidade (FormiguinhaZ), outro devido a tecnologia e originalidade (Vida de Inseto). No final, a Pixar saiu ganhando. Ganhou respeito, espaço, liberdades e fãs, muitos fãs. Mas ainda era pouco pro que ainda estava por vir. Pixar precisava de mais, precisava de algo ainda maior, precisava não apenas convencer fãs da animação, mas sim, o mundo inteiro. A história dos insetinhos é engraçadinhas e boa de ser assistida, mas não tem o mesmo brilho que o antecessor.

Nota: 7,5

Toy Story 2 (1999) - Para criadores e cineastas, uma das maiores dificuldades do cinema é criar uma sequência que seja melhor que a primeira, em todos os aspectos. Eis que a Pixar consegue vencer mais este desafio. Agora, com mais respeito e reconhecimento, Lasseter e sua equipe brincam (literalmente) com seus bonecos. O roteiro continua sendo incrivelmente original (é extremamente difícil criar uma história original, imagine mais uma sequência!) e a técnica ultrapassa barreiras. Outras distribuidoras lançam seus filmes, mas nenhum consegue os feitos que a Pixar conseguiu, todos pareciam ser meras cópias ou "cumpridores de tabela" perto da grandiosidade e da genialidade da Pixar. Os personagens são os mesmos, a aventura é diferente e a maturidade é muito maior. Colocou no chinelo muitas produções animadas e "normais" do mesmo ano, entrando mais uma vez para a história do cinema.

Nota: 9,0

Monstros S.A. (2001) - Um dos roteiros mais originas que eu já vi nos últimos anos. Com este filme, a equipe da Pixar prova, definitivamente, que a inteligência e a criatividade deles não tem limites. Tudo no filme é extremamente original, tudo criado com apreço e criatividade. Assuntos que nos prendem, que nos chamam atenção e que inexplicavelmente, parecem ser histórias que nós sempre tinhamos vontade de ver, mas nunca nos dávamos conta. Quando que alguém seria capaz de cativar o público com um bando de brinquedos, um grupo de insetos e uma gangue de monstros? A Pixar conseguiu este feito em apenas três filmes. Um feitos que muitos tentas a vários e vários anos... A história de uma menininha que acaba entrando por acidente na empresa de monstros e que não se assusta muito facilmente, cativa e torna-se inesquecível. Deu vontade de ver de novo.

Nota: 9,0

Procurando Nemo (2003) - Aqui a Pixar chega a seu ápice com o Oscar de Animação. A história de um peixe que vai atrás de seu filho capturado no meio do oceano é inesquecível até mesmo para seres como a esquecida peixinha Dory, que rouba a cena em vários momentos. Com aventura, drama e visualmente perfeito, Procurando Nemo é um dos melhores filmes criados pela equipe da Pixar. Colorido, original, inteligente, o filme de Andrew Stanton é um dos melhores exemplares do gênero. Engraçado, a cena com as tartarugas é impagável e os esquecimentos de Dory são fora-de-série. Quebrando outras barreiras, Nemo causou polêmicas, sendo acusado de plágio por um escritor francês, mas é claro, a Pixar saiu ganhando, ao menos nas bilheterias e no glamour.

Nota: 9,0

Os Incríveis (2004) - Confesso que não gosto tanto assim deste, mas é claro que ainda assim é um grande filme. Original e esperto, o filme perde o fôlego em alguns momentos, mas em outros retoma o gás perdendo-o um pouco depois. A história da família de heróis que tenta se ajustar na sociedade talvez não tenha a mesma força que os outros, pois ele faz um tipo de paródia aos filmes de heróis do momento, ao contrário dos antecessores que eram completamente originais. Os Incríveis se basea em outras histórias de heróis, os outros não. Talvez seja empatia, talvez realmente seja um jóia menor no baú. O que importa é que a Pixar ainda está no topo, e lá permanece até hoje...

Nota: 8,0

Carros (2006) - Com certeza o pior (acho que esta não é a melhor palavra) dos filmes da Pixar. Um passo em falso da equipe, não chega ser um passo atrás, mas sim um pequeno tropeço. Menos adulto, o filme quase se torna apenas mais um filme de animação qualquer. Dirigido por John Lasseter, o filme tenta dar problemas adultos a carros, mas não convence tão bem como era esperado. Um sucesso entre as crianças, mas recebeu críticas muito mornas dos críticos e dos cinéfilos maiores de idade. Os carros falantes realmente remetem a um filme bem infantil, mas ainda assim se sobressai entre os demais devido à técnica e à originalidade que parece estar impregnada na equipe e nos filmes da Pixar.

Nota: 7,5

Ratatouille (2007) - Se a Pixar deu um passo em falso no filme anterior, neste ela dá vários e vários passos a frente, não só das demais animações, mas de vários filmes lançados no mesmo ano, figurando em listas e premiações. O filme de Brad Bird conseguiu o que todos os outros tentavam e nunca conseguiram: prestígio mundial de público e crítica, todos unânimes. Pode-se dizer, que de dez pessoas que assistiram o filme, nove gostaram e uma achou-o mediano, ou para os mais radicais: oito gostaram e duas acharam-no mediano ou abaixo da média. Um feito incrível. Extremamente original e muito, mas muito corajoso, Ratatouille é juntamente com Toy Story e seu sucessor Wall-e a melhor animação de todos os tempos.

Nota: 9,5

Wall-e (2008) - Aqui a perfeição é alcançada. Todas as barreiras foram quebradas: as conhecidas e as desconhecidas, as fáceis e as difíceis, as imagináveis e as inimagináveis. O filme que tomou o lugar de vários outros filmes em listas e prêmios, o filme que entrou para história do cinema como um dos melhores romances de todos os tempos (!), um filme que qualquer cineasta na face da terra gostaria de ter na carreira. Dispensa sinopses, até porque tudo já foi dito sobre ele. A única animação que teve sérias chances de ser indicada à categoria principal no Oscar. Poucos filmes conseguiram e conseguirão o que Wall-e conseguiu, e com certeza nenhuma animação conseguira este feito, e se conseguir, eu lhes garanto: não vai ter o mesmo impacto e o mesmo brilho, e se tiver com certeza vai ser mais um filme da Pixar.

Nota: 10,0

Up - Altas Aventuras (2009) - Não avaliado por mim. Mas a crítica da querida Anabela pode ser vista aqui no blog. Dê uma procurada, assim você conhece mais o blog...

E estes foram "apenas" os filmes lançados até hoje, imagine o que ainda está por vir! A terceira parte de Toy Story está quase pronta e as continuações de Carros e Monstros S.A. estão sendo cogitadas.

Em uma matéria sobre o ramo das animações e sobre a Pixar eu não podia deixar de falar sobre os brilhantes curtas-metragens. De Luxo Jr (primeiro curta, venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim) até Partly Cloudy (último curta, lançado juntamente a Up), os curtas da Pixar fazem o maior sucesso, e são muito conhecidos. Lançados simultaneamente aos filmes os curtas tornam-se inesquecíveis tamanha sua originalidade. São facilmente achados no You Tube, tendo é claro, vários acessos. Vale a pena dar uma conferida em cada um, embora alguns não estejam disponíveis na internet. Destaque para Luxo Jr. (o primeiro a gente nunca esquece, lançado juntamente a Toy Story) Para os Pássaros (mostra as peripécias de pássaros nos fios elétricos, lançados juntamente a Procurando Nemo) e Quase Abduzido (mostra um aspirante a alienígena tentando atrapalhadamente abduzir um garoto, é impagável e foi lançado junto com Ratatouille). Os demais são: Tin Toy (simultâneo a Toy Story 2, conta a história de um soldadinho de brinquedo e sua fuga de um bebê babão); O Jogo de Gari (divertido, foi lançado juntamente a Monstros S.A. e conta a história de Gari e uma estranha partida de xadrez); Pular (conta a história de uma saltitante ovelhinha, lançado juntamente a Os Incríveis); A Banda de Um Homem Só (lançado junto a Carros, mostra a disputa de dois músicos por uma moeda) Presto (um dos melhores curtas, foi lançado junto a Wall-e e conta a história de um mágico e um coelho que faz de tudo por uma cenoura, inclusive estragar o espetáculo de seu mestre) e por fim Partly Coudy (lançado com Up, relata a origem dos bebês, de onde as cegonhas retiram os bebês para entregá-los em suas respectivas casas). Entre outros, que são lançados separadamente.
Repito: os curtas são facilmente encontrados na internet, basta ter paciência, pois com paciência a Pixar hoje pode ser considerada como detentora de 80% do "poder" das animações (talvez mais, depende do seu ponto de vista). E como sou amigo de vocês:



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Espero que tenham gostado. Semana que vem tem mais De Cinéfilo pra Cinéfilo, com a segunda e última parte dessa matéria. Na próxima coluna, comentarei as animações das outras distribuídoras e o presente e o futuro destas animações. Não percam...

...e comentem...

1 comentários:

muito legal a materia,gostei bastante!

6 de outubro de 2009 às 20:14  

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