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Clássicos - Clube da Luta


Não. Clube da Luta não é apenas um dos filmes mais importantes da década/século passado. Não. Clube da Luta não é apenas um dos melhores ou o melhor filme da década passada. Não. Clube da Luta não apenas um filme polêmico. Clube da Luta é simplesmente, o melhor filme da década passada e com certeza um dos cinco melhores filmes da história do cinema!


Arrisco-me ao dizer isso, pois é impossível separar os melhores filmes de todos os tempos, pois existem muitos filmes para que se possa fazer isto, mas Clube da Luta está em outro patamar. Cada palavra, cada frase, cada diálogo, cada cena, tudo é extremamente inteligente e perfeito. Não é exagero dizer, por exemplo, que Clube da Luta é um dos cinco melhores filmes de todos os tempos ao lado de filmes como O Poderoso Chefão e Laranja Mecânica. Você pode estar aí lendo esse texto e achando algumas coisas absurdas. Absurdo, é você achar o que as coisas que eu acabei de dizer são absurdas. Não sou o único que acha tudo isso de Clube da Luta. Várias e várias outras pessoas acham a mesma coisa. É o tipo de filme: ame ou odeie. E eu amo.

Clube da Luta é um dos meus filmes favoritos. Está entre os cinco filmes mais importantes, arrebatadores, inteligentes e poderosos que eu já assisti. Se você não gostou de Clube da Luta é por que: 1º Você não entendeu o filme. 2º Você não entendeu o filme, ou seja, não entrou no clima. Não mergulhou de cabeça na história, e foi, por um pouco mais de duas horas, um integrante do projeto Caos. Há mais de um filme em Clube da Luta. Há vários textos e subtextos subjetivos escondidos entre os meandros mais profundos da obra. Precisa-se para, olhar atentamente, deixar os ouvidos aguçados como nunca deixara, os olhos abertos como nunca deixara e a mente aberta como nunca deixara, pois depois deste filme, sua mente ou se fechará para sempre ou se abrirá para um novo mundo. O filme faz uma crítica ao materialismo. Diz que nós somos meros escravos do nosso consumo. Que tudo que vemos em revistas e programas, temos que ter em casa, para satisfazer o próprio ego. E a verdade é que está coberto de razão. O computador ao qual digito este texto e o qual você o lê, é também, algo que o domina, que te prende, e você é apenas um escravo. A televisão que te chama pra perto e te deixa cada segundo mais burro toma conta, mostra coisas sem as quais não vivemos, precisamos comprar, não por necessidade, mas pura e simplesmente para alimentar aquele ego que já fora citado neste mesmo parágrafo. Todos os dias acordamos, tomamos café, trabalhamos/estudamos/não fazemos nada, voltamos para casa (ou não, se estivermos nela), dormimos e no outro dia tudo se repete. Será que não estamos precisando de uns socos? De algumas guinadas na vida? Talvez sim, talvez não. Até porque, a luta retratada no filme é um metáfora sobre o sufoco contido e a libertação do ser humano. É através dessas lutas que a pessoa se liberta, esquece dos problemas e consegue dormir como um bebê ao voltar ao lar.

O parágrafo a seguir contém spoilers, leia-o apenas se você já assistiu o filme ou quer saber detalhes importantes por sua conta e risco.

O sonho de ser mais do que é e menos do que você realmente quer ser é perfeitamente relatado no filme. Tyler Durden (Brad Pitt) é simplesmente o alter-ego do Narrador (Edward Norton). Tudo o que o personagem de Norton quer ser ou ter Durden tem, como: beleza, carisma, desenvoltura, Marla Singer (sim, pois Norton sempre quis Singer, mas que ficou com ela foi Tyler...), entre outras coisas. Tudo estava na cabeça do personagem de Norton. Durden e ele, eram a mesma pessoa. E o roteiro é tão inteligente que pistas sobre essa surpresa estão espalhadas sobre o filme: logo no início, o personagem de Norton diz que ele sabe de algo porque Tyler também sabe. Cada vez que o personagem de Norton fala de Tyler para Marla, ela fica estranha e sem entender o que se passa, as vezes quando ela nota que Tyler e Norton estão conversando, ela pergunta a Norton com quem ele está falando. No consultório enquanto o personagem de Norton está sendo examinado, Norton fala que Tyler responde coisas por ele. Depois que Norton finge uma briga no escritório do chefe para conseguir uns cheques ele diz que fora deste mesmo jeito que nascera o clube da luta, ou seja, quando os homens o viram lutando sozinho na frente do bar, ainda no início do filme (o que supostamente era com Tyler), acharam aquilo estranho e interessante, foi aí que o clube nasceu. Dentre várias outras pistas que o diretor David Fincher e o roteirista deixam no decorrer do filme. Esta é outra mensagem do filme, além de sermos escravos do consumismo, somos escravos dos estereótipos, nos imaginamos mais belos, mais fortes, criamos um outro ser, criamos alguém que queremos ser. Todas essas mensagens, tanto diretas quanto indiretas, são de uma inteligência sem tamanho. Há muito tempo, eu não presenciava um roteiro tão inteligente e provocante e uma direção tão inteligente e intelectual, que usa e abusa de mensagens subliminares de imagens e sons. Clube da Luta é uma terapia, estranha, mas é uma terapia, talvez seja levando socos que nos esquecemos dos bens materiais e da sociedade cada vez mais sedentária.

Se não assistiu ao filme, volte a ler a partir do parágrafo abaixo.

Outro risco que corro, mas vou ser obrigado a correr, será a comparação que farei a seguir. Talvez nem seja uma comparação, talvez seja só um ponto de vista. Mas tente entender, ver o meu ponto de vista. David Fincher é um dos melhores diretores que surgiram nos últimos anos, depois de Seven e este Clube da Luta, Fincher lançou o excelente Zodíaco, o ótimo O Quarto do Pânico e o sensacional O Curioso Caso de Benjamin Button, dentre outros filmes já lançados. Nesta curta carreira, Fincher mostrou apenas uma parte de sua vasta inteligência, sua excelente e perfeita técnica e o seu poder narrativo. E é agora que Fincher me remete a outro nome: Stanley Kubrick. Sim, Kubrick e Finhcer têm mais em comum do que você imagina: ambos são perfeccionistas, ambos levam um bom tempo para filmar, ambos possuem em suas filmografias filmes secos e violentos, ambos possuem roteiros claramente críticos e subjetivos, ambos adoram adapatar romances, contos, entre outros, ambos rodam várias vezes a mesma cena, ambos ousam em quadros, ângulos e planos até então inimagináveis, ambos já trabalharam no setor de efeitos especiais, entre outras semelhanças. Não quero compará-los, Kubrick é rei, é mestre e tudo o que você possa imaginar, sua carreira já está consolidada e é insubstituível, Finhcer ainda tem muito o que aprender e o que dirigir, mas posso afirmar sem medo: Fincher é o novo Kubrick, e se não for, é o que chegou mais perto. Repito: não quero compará-los, isto é impossível, só acho que os dois são bem parecidos.

Edward Norton é um ator inteligente e extremamente talentoso. Até hoje, o ator nunca me decepcionou. Aqui, a sua insônia assusta, e a sua loucura surpreende. Norton rouba a cena. Brad Pitt também está ótimo, e faz um bom trabalho e um dos maiores feitos de sua carreira: não ser ofuscado por Norton. Helena Bonham Carter interpreta a si mesma, e faz um ótimo trabalho. Elenco na medida com completo domínio sobre o texto. Os efeitos especiais são de primeira e surpreendem pela perfeição. Mas esta parte técnica da crítica (elenco, direção, roteiro, efeitos especiais, trilha sonora e etc.) é tão chata de ser comentada em um filme como esse (cheio de interpretações e análises) que resumirei em poucas palavras:

Clube da Luta é indispensável. É perfeito. É aquela velha história de "tecnicamente perfeito e narrativamente excelente". É polêmico. É importante. Poderia ficar horas aqui escrevendo sobre cada palavra dita (direta e indiretamente), mas farei uma coisa melhor: assista ao filme o quanto antes e se você não gostar, é porque: ou não viu o mesmo filme que eu, ou não entendeu ou não quis entender esta obra-prima de David Fincher.

Clube da Luta é, e provavelmente continuará sendo, o filme mais FODA dos últimos anos, ao lado de gigantes como O Senhor dos Anéis e Sangue Negro. É pagar, ou apanhar, pra ver!

Nota: 10,0

Matheus Pereira

2 comentários:

Clube da luta é perfeito em tds os aspectos. É a Iluminação através da porrada. Essa mesma temática da escravidão ao consumo foi o tema de Psicopata Americano, outro puta filme

20 de outubro de 2009 às 10:56  

achei o filme bom tambem mas sugestao muda a cor de fundo da pagina preto dificulta a leitura ...

19 de novembro de 2010 às 20:34  

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